terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A APLICAÇÃO DO MÉTODO CIENTÍFICO NO ESTUDO DO FENÔMENO DO CANGAÇO


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SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço)
Por Honório de Medeiros

01. A aplicação do método científico no estudo dos fenômenos sociais pressupõe a admissão do postulado de Émile Durkheim, qual seja o de que, para sua aplicação, fato social equivaleria a fato natural.

02. Ao próprio postulado fato social = fato natural aplica-se o método científico que o demonstra verdadeiro.

03. O método científico consiste, grosso modo, em propor teorias que sejam testáveis e, em seguida, testa-las para corroborá-las ou nega-las.

04. Se não for passível de teste a teoria formulada não pertence à ciência, e, assim, não pode ser declarada verdadeira ou falsa.

05. A implicação dessas teorias se revela até mesmo no âmbito jurídico, no que diz respeito à possibilidade de danos materiais e/ou morais (p. ex. a afirmação de que Jerônimo Rosado foi coiteiro de Lampião).

06. Revela-se, também, como vetor necessário a ser observado no que diz respeito à seriedade com a qual os pesquisadores do Cangaço devem ou deveriam querer obter da mídia e do meio acadêmico.

07. Revela-se, por fim, para afastar o pouco respeito com o qual é tratado, às vezes, o tema, ao situá-lo como algo especificamente menor ou pequeno, nordestino e folclórico, no sentido negativo dos termos. Nesse sentido não podemos confundir as afirmações feitas pela ciência, alusivas ao tema, com o tratamento a ele dado, por exemplo, pela literatura de cordel. São dimensões distintas. Quando misturadas vamos encontrar literatura querendo ser ciência e ciência que é literatura (p. ex. a comparação entre cangaceiros e samurais), ou seja, confusão que ressalta o aspecto menor, preconceituoso quanto ao nordestino, e folclórico no sentido negativo.

08. Exemplos de enunciados ou afirmações formuladas sem a devida preocupação com o método científico:

a) A afirmação de que Lampião era um estrategista militar. Basta consultar A Arte da Guerra, de Sun Tzu; O Livro dos Cinco Anéis, de Miyamoto Musashi; ou a obra de Carl von Clousewitz acerca da guerra e nos lembrarmos do ataque a Mossoró que essa teoria cai por terra. A suposta capacidade militar de Lampião era resultado de um misto de esperteza banal, coragem contra os fracos, corrupção e incompetência das forças policiais;

b) A afirmação de que Lampião é um produto do meio. Essa afirmação é tautológica – todos somos produto do meio. O problema é o juízo de valor que é construído a partir dessa afirmação banal. Pensemos assim: se o meio conduz à criminalidade, a favela da Rocinha inteira, com seus 100.000 habitantes, seria formada por criminosos. Lampião poderia ter fugido do crime da mesma forma como muitos fugiram sem entrar no cangaço, mesmo tendo passado pelo que ele passou;

c) A afirmação de que Lampião era um revolucionário. Esta é hilariante. Lampião voltou sua crueldade especialmente contra fracos e oprimidos. Acaso há algum episódio de luta sua contra os coronéis, inclusive aqueles que o traíram, como Zé Pereira e Isaías Arruda?

d) A afirmação de que o cangaço foi um fenômeno resultante de conflitos agrários. Esta é uma perspectiva pequena por que decorrente de outra maior – complexa e determinante – de conflitos resultantes de relações de poder. Ou seja, em uma perspectiva macro, o problema da terra foi um problema de Poder. Mas tal problema não engendra um determinismo no sentido marxista do termo. O que se quer dizer é que não há uma relação direta entre conflito por terras e cangaço, haja vista os cangaceiros que entraram no cangaço por que optaram pela vida bandida, insuflados pela aura mítica que envolvia o cangaço. É o mesmo fenômeno que leva filhos da classe média ou alta a optarem pelo banditismo;

e) A afirmação de que Lampião não morreu em Angicos. Aqui robustecemos o aspecto lendário, mítico, tipicamente artístico, em detrimento da ciência. Qual a prova acerca da possibilidade de Lampião não ter morrido em Angicos? Nenhuma. Acaso quem conheceu Lampião e viu sua cabeça decapitada não teria imediatamente denunciado a fraude caso esta tivesse existido?

f) A afirmação de que Jerônimo Rosado foi coiteiro de Lampião;

g) A afirmação de que Jerônimo Rosado é um herói da resistência mossoroense;

h) A estética do cangaço defendida por Pernambucano de Mello. A afirmação correta seria: a estética do bando de Lampião. Não há qualquer manifestação estética nos outros cangaceiros. É puro marketing;

i) A comparação entre cangaceiros e samurais;

j) A afirmação de que Lampião não era cruel, brutal, monstruoso (basta lembrar o episódio do assassinato dos soldados, um por um, com punhal, ajoelhados em sua frente, até o basta de Maria Bonita);

l) A teoria do "escudo ético", de Pernambucano de Mello;

l) A afirmação do motivo romântico de Massilon para invadir Mossoró.

09. Na verdade o estudo do fenômeno do cangaço deve avançar para um novo patamar, um novo paradigma. Esse novo paradigma é o da aplicação do método da ciência, devemos trabalhar com a análise e interpretação de todo o material existente, uma vez que provavelmente não há mais fontes primárias de pesquisa.

10. Assim, precisamos estudar a relação entre Coronelismo, feudalismo e cangaço.

11. Estudar o papel do Poder e das Forças Públicas em relação ao Cangaço.

12. Estudar o papel da Igreja em relação ao cangaço. Não somente Pe. Cícero mas aqueles lenientes com os coronéis que acoitavam. Não se trata de denunciar, mas de entender.

13. Estudar, por exemplo, o papel das forças políticas em Mossoró na época da invasão de Lampião: por que a conduta omissiva do Juiz e do Promotor da cidade quanto ao exercício de suas atribuições? Por que a conduta da Polícia matando Jararaca?

14. Por fim propor e discutir um novo conceito para cangaço, dentro de uma perspectiva científica que identifique o geral no particular e afaste, de vez, o estudo do fenômeno do cangaço do mero "contar casos".

FUNDAMENTOS DE ARTE MARCIAL APLICÁVEIS À GUERRA ELEITORAL



“Em combate, conheça o ritmo do inimigo, utilize um ritmo que ele não possa prever, perturbe-lhe o ritmo e vença” (“GAIJIN”; Marc Olden).

ENÉZIO LEITE, IRMÃO CAÇULA DE MASSILON


Enézio Leite

Fotografia de Enézio Leite quando jovem, irmão caçula de Massilon, o único dos irmãos que voltou a ver, em Imperatriz, no Maranhão, muitos anos depois da década de 20, Manuel Leite, o "Pinga-Fogo". 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

"NÓS NOS OMITIMOS, CONSENTIMOS E NÃO FAZEMOS NADA!"


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Deu no blog de Noblat

oglobo.globo.com/noblat

"Do leitor que se assina Oswaldo Cruz Gribel:

Noblat: você disse na sua coluna de hoje: “Só prendendo”. O grande, imenso problema do país é a falta de justiça, piso para todos os outros.
Nós, você, eu e todos, permitimos que a falta de justiça seja a vilã da Nação. Falamos em impunidade e, assim, encobrimos o verdadeiro problema.

O Brasil deve ser o país que mais pune no mundo, porém pune os inocentes. Quando um corrupto não vai para a cadeia, e o STF jamais mandou um que seja, a criança que acabou de nascer é a punida porque vai beber menos 40% de leite do que poderia para pagar imposto e eles desviarem.

O jovem com um ensino de pior qualidade, os adultos com falta de segurança. Estrutura, saneamento etc, os idosos com a nossa péssima Saúde.

Quando o Pimenta Neves fica solto, a vítima é a punida, os parentes e amigos da vítima também. Para não punir um criminoso punimos inúmeros inocentes.

O Fantástico mostrou que no Brasil o número de vítimas de trânsito é uma catástrofe e, mostrou também que, até hoje, apenas um foi punido e porque os parentes da vítima mobilizaram os vizinhos para pressionar o julgamento.

Disse, ainda, que na Alemanha, onde não existe limite de velocidade, as pessoas seguem as placas e quase não há acidentes. Pudera, lá eles sabem que são responsáveis pelos seus atos e que por eles responderão com rigor.

Aqui, um juiz que matou um empregado de supermercado com um tiro nas costas porque ele não quis abrir o estabelecimento exclusivamente para ele, foi apenas aposentado.

Nós admitimos que assim seja, nós nos omitimos, nós consentimos, nós não fazemos nada como se não fosse conosco, até o dia que a injustiça bata à nossa porta.

Aí choramos, pedimos justiça, tentamos mobilizar a sociedade. Mas é tarde. Não criamos o hábito de justiça que é uma virtude neutra.

Justiça não é só para mim, para os meus. Caso não façamos nada hoje, legaremos o caos para as futuras gerações e a culpa será nossa, os omissos.

"QOHÉLET" (O ECLESIASTES)


i.s8.com.br

Capa de "Qohélet", Haroldo de Campos

“QOHÉLET” / O Que Sabe (Eclesiastes), poema sapiencial, “transcriado” por Haroldo de Campos, com a colaboração especial de Jacó Guinsburg, coleção “Signos”, 2ª edição, editora Perspectiva.

Segundo Guinsburg (...) “Buscando na fonte original do hebraico a locução do verbo bíblico, com os recursos da estética e da crítica de vanguarda, o transpoeta (Haroldo de Campos) comunica, na plenitude da invenção poética, a complexa gama da meditação quase nietzscheana do homem às voltas consigo mesmo e com seu destino”. 
O Eclesiastes:

1. Palavras de Qohélet filho de Davi
rei em Jerusalém

2. Névoa de nadas disse O-que-sabe
névoa de nadas tudo névoa nada

3. Que proveito para o homem
De todo o seu afã
fadiga de afazeres sob o sol

4. Geração-que-vai e geração-que-vem
e a terra durando para sempre

5. E o sol desponta e o sol se põe
E ao mesmo ponto
Aspira de onde ele reponta

6. Vai rumo ao sul
e volve rumo ao norte
Volve revolve e o vento vai
e às voltas revolto o vento volta

7. Todos os rios correm para o mar
e o mar não replena
Ao lugar onde os rios acorrem
para lá de novo correm

8. Tudo tédio palavras
como dizê-lo em palavras
O olho não se sacia de ver
e o ouvido não se satura de ouvir

9. Aquilo que já foi é aquilo que será
e aquilo que foi feito é aquilo que será
e aquilo que foi feito aquilo se fará
E não há nada de novo sob o sol

10. Vê-se algo se diz eis o novo
Já foi era outrora
fora antes de nós noutras eras (...)

Agora, os mesmos primeiros versos do Eclesiastes na Bíblia (Tradução Ecumênica), 1994, aprovada pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, tradução do francês:

1. Palavras de Qohélet, filho de David,
rei de Jerusalém

2. Vaidade das vaidades, diz Qohélet,
vaidade das vaidades, tudo é vaidade.

3. Que proveito tira o homem
de todos os trabalhos com que se
afadiga sob o sol?

4. Uma geração passa, outra vem,
e a terra permanece sempre.

5. O sol se levanta, o sol se põe,
procurando lugar de onde se erguerá
de novo.

6. O vento vai para o sul e vira para o norte,
gira, gira e vai embora,
sempre retoma o seu curso, o vento.

7. Os rios todos correm para o mar
e o mar nunca fica cheio;
para o lugar onde correm os rios,
para lá retornam.

8. Todas as palavras estão gastas,
não se consegue mais dizê-las;
o olho não se sacia do que vê,
o ouvido não se enche do que ouve.

9. O que foi é o que será,
o que se fez é o que se fará:
nada de novo sob o sol!

10. Se algo existe de que se possa dizer:
“Vede, isto é novo!”,
- já existe desde os séculos
que houve antes de nós (...)

O JORNAL "O GLOBO" PERGUNTOU, JOAQUIM BARBOSA RESPONDEU


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Joaquim Barbosa

Transcrito do blog CHICO BRUNO Política e Cia. Iltda (03/01/2010)

http://www.chicobruno.com.br/

"Qual a opinião do senhor sobre os movimentos sociais no Brasil?

 JOAQUIM: Temos um problema cultural sério: a passividade com que a sociedade assiste a práticas chocantes de corrupção. Há tendência a carnavalizar e banalizar práticas que deveriam provocar reação furiosa na população. Infelizmente, no Brasil, às vezes, assistimos à trivialização dessas práticas através de brincadeiras, chacotas, piadas. Tudo isso vem confortar a situação dos corruptos. Basta comparar a reação da sociedade brasileira em relação a certas práticas políticas com a reação em outros países da America Latina. É muito diferente."

A BÍBLIA


files.iprenoagape.webnode.com

A Bíblia

“Sobretudo, no caso, se tivermos presente a hipótese do poeta visionário William Blake, segundo a qual a Bíblia é o ‘grande código’ da arte (da literatura) ocidental, hipótese endossada e elaborada criticamente por Northop Frye”(“Qohélete”; Haroldo de Campos).

domingo, 10 de janeiro de 2010

JUSTIÇA BRASILEIRA

Deu no blog de Reinaldo Azevedo:

"O TEXTO DE UMA JUÍZA E UMA FOTO ESCANDALOSA

Domingo, 10 de janeiro de 2010

Ontem, na página Tendências/Debates da Folha, uma juíza chamada Kenarik Boujikian Felippe escreveu um artigo defendendo com veemência a tal Comissão da Verdade e a punição aos torturadores. Mandaram-me trechos do artigo e eu chutei cá com os meus botões: aposto que ela pertence àquela tal Associação Juízes para a Democracia. Na mosca! É co-fundadora e secretária da associação. A tese da valente magistrada é que pode haver punição mesmo na vigência da Lei da Anistia, que não precisa ser extinta, porque a tortura não está entre os “crimes políticos e conexos” para os quais se prevê o perdão… Ah, bom! A esquerda brasileira sempre nos dando lições, não é? Cesare Battisti, o terrorista-fetiche de Tarso Genro, cometeu, segundo o ministro, “crime político”; já os torturadores teriam cometido crime comum, que não se enquadra na categoria de “conexo”. Já os atos terroristas da esquerda eram, claro!, crimes políticos. Os argumentos são conhecidos, e já os contestei, creio, mais de uma centena de vezes. Vou demonstrar qual é a praia de Kenarik de outro modo. Vejam esta foto. Volto em seguida.




Viram? Aquele que está no centro, de barba, segurando um quadro é João Pedro Stedile, o chefão do MST, o movimento viciado em cometer crimes - na VEJA desta semana, ficamos sabendo que os sem-terra se transformaram agora em contumazes desmatadores da Amazônia. E o que ele faz ali? Ora, está recebendo uma homenagem da ASSOCIAÇÃO JUÍZES PARA A DEMOCRACIA!!!

Sim, vocês entenderam direito. Os bravos magistrados da dita-cuja resolveram homenagear o MST pelo conjunto da obra. Kenarik é aquela senhora de vestido preto e braços cruzados ao lado de Stedile. Se quiser mais detalhes, vá à página do próprio MST.

Reparem: a tarefa de um juiz é, afinal de contas, julgar. E isso significa que os próprios atos do MST podem ser objeto do seu escrutínio. Se for um desses valentes da tal associação, já conhecemos o veredito antes mesmo de conhecer o caso ou a causa. Homenagear o movimento significa endossar os seus métodos, endossando também os seus crimes.

Uma das coisas encantadoras dessa foto é aquele rapaz ao lado de Kenarik ostentando a camiseta com a palavra “Cuba”. Cuba é aquele país em que a oposição está na cadeia, onde a tortura a presos é, na prática, uma política de estado.

Kenarik, em sua sede implacável de justiça, não se constrange em aparecer nesse retrato, como se vê. Não custa lembrar que o decreto dos Direitos Humanos, em defesa do qual ela escreveu, extingue, na prática, a propriedade privada e cria uma categoria acima dos juízes."

JOAQUIM BARBOSA


notasjudiciosas.files.wordpress.com

Joaquim Barbosa

Judiciário tem responsabilidade pela corrupção, diz ministro do STF

Publicada em 02/01/2010 às 19h02m

O Globo

RIO - O ministro Joaquim Barbosa, do STF, se revela descrente da política e deixa clara sua dificuldade para escolher bons candidatos quando votar nas eleições de 2010. Além disso, é um crítico feroz da Justiça: "O Judiciário tem parcela grande de responsabilidade pelo aumento da corrupção em nosso país", disse, em entrevista a Carolina Brígido, publicada na edição deste domingo do GLOBO.

- O Judiciário teria de ser reinventado - afirmou.

Joaquim Barbosa, há dois anos, ganhou notoriedade por relatar o processo do mensalão do PT e do governo Lula. Em 2009, convenceu os colegas a abrir processo contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) para apurar se ele teve participação no mensalão do PSDB mineiro. Nesta entrevista, o ministro não quis comentar o mensalão do DEM, que estourou recentemente no governo de José Roberto Arruda, do Distrito Federal.

O GLOBO: O senhor é descrente da política?

JOAQUIM: Tal como é praticada no Brasil, sim. Porque a impunidade é hoje problema crucial do país. A impunidade no Brasil é planejada, é deliberada. As instituições concebidas para combatê-la são organizadas de forma que elas sejam impotentes, incapazes na prática de ter uma ação eficaz.

O GLOBO: A quais instituições o senhor se se refere?

JOAQUIM: Falo especialmente dos órgãos cuja ação seria mais competente em termos de combate à corrupção, especialmente do Judiciário. A Polícia e o Ministério Público, não obstante as suas manifestas deficiências e os seus erros e defeitos pontuais, cumprem razoavelmente o seu papel. Porém, o Poder Judiciário tem uma parcela grande de responsabilidade pelo aumento das práticas de corrupção em nosso país. A generalizada sensação de impunidade verificada hoje no Brasil decorre em grande parte de fatores estruturais, mas é também reforçada pela atuação do Poder Judiciário, das suas práticas arcaicas, das suas interpretações lenientes e muitas vezes cúmplices para com os atos de corrupção e, sobretudo, com a sua falta de transparência no processo de tomada de decisões. Para ser minimamente eficaz, o Poder Judiciário brasileiro precisaria ser reinventado.

JOAQUIM BARBOSA E O COMEÇO DE 2010


mesquita.blog.br

Joaquim Barbosa

Por Vitor Hugo Soares

oglobo.globo.com/noblat

Nestes últimos anos criei o habito de observar de Salvador os passos e descompassos do presidente da República – primeiro o tucano Fernando Henrique Cardoso, depois o petista Luis Inácio Lula da Silva – em seus dias de repouso na Base Naval de Aratu.

Desta vez, no entanto, peguei a Linha Verde rumo ao Litoral Norte, quando Lula instalou a família, auxiliares e sua caixa de isopor na praia de Inema, magnífico recanto da Baia de Todos os Santos - com um dia de atraso em razão do bafafá de fim de ano em Brasília com o Nelson Jobim, da Defesa, e os ministro militares no ataque para impedir a revisão da Lei da Anistia abrindo espaço para punir torturadores, como já fizera o Chile e acaba de fazer a Argentina esta semana.

Nada de arrependimento, muito pelo contrário.

Molhar os pés nas praias de Guarajuba na chegada do ano novo, mesmo como recomendação médica, não tem preço. Além disso, é um banho de prazer e emoção fazer, no ano novo, o percurso de volta para a cidade da Bahia passando pela sempre linda Arembepe: O éden dos hippies do país e do mundo nos anos 60, que o visionário baiano Glauber Rocha também escolheu para representar o Paraíso em “A Idade da Terra”, um de seus mais intrigantes e polêmicos filmes.

Também motivo de amargura e decepções fatais para o mestre do cinema brasileiro.

A bem da verdade, a mais recente estada do presidente na Bahia não teve a mesma graça de anos passados.
Gerou pouca informação e quase nenhum lance inesperado e fora da rotina.

Salvo a incrível imagem de Lula instalando sua caixa de isopor na límpida praia privativa de Inema.

Sem falar, é claro, nas ciumeiras e trocas de farpas políticas entre o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima e o governador petista, Jaques Wagner, em prévia para Lula ver o que será a encarniçada disputa pelo Palácio de Ondina este ano, com o DEM de Paulo Souto também na raia.

O melhor de tudo mesmo foi emergir em 2010 e verificar que nem tudo está perdido.

Poder observar que, ao lado das catástrofes das chuvas e desabamentos, ajudados por omissões mortais dos governos nas regiões Sudeste e Sul; que além do riso, com as marcas do cinismo e da certeza da impunidade do governador José Roberto Arruda, no Distrito Federal; que para lá da farra parlamentar na Assembléia da Bahia com dinheiro do erário - prática estimulada e que segue intocável no Senado presidido por José Sarney -, ainda é possível avistar a luz no fim do túnel.

A esperança transparece principalmente nas palavras firmes e candentes do ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.

Para surpresa de alguns, que o julgavam nocauteado, mas para estímulo e contentamento dos que confiavam em que tudo não passava de merecido repouso de guerreiro, eis que magistrado carioca ressurge no rinque.

E com a mesma força e pegada de antigos e inesquecíveis combates na Suprema Corte do País e nos grandes debates de interesse público.

Que bom voltar do Litoral Norte da Bahia e poder ler nos primeiros dias de 2010 (3 de janeiro para ser exato), nas páginas do jornal O GLOBO, as palavras firmes do ministro Barbosa falando com a repórter Carolina Brígido e quebrando a corrente de desvios de princípios e cumplicidade vigente na terra Tupy nos dias que correm.

Barbosa se diz um descrente da política, como a que se pratica hoje no Brasil. E dá os motivos: “Porque a impunidade é hoje problema crucial no país.

A impunidade no Brasil é planejada, é deliberada. As instituições concebidas para combatê-la são organizadas de forma que elas sejam impotentes, incapazes na prática de ter uma ação eficaz”.

Quer mais, para confirmar a sinceridade do ministro e afastar qualquer ranço de corporativismo em suas palavras, como é comum nas entrevistas que estamos nos acostumando a ler por aqui?

Barbosa fala essencialmente do que ele mais conhece nas entranhas, dos setores que a sociedade mais espera uma ação séria e competente no combate à corrupção, especialmente do Judiciário, como assinala o ministro.

"A Polícia e o Ministério Público, não obstante as suas manifestas deficiências e os seus erros e defeitos pontuais, cumprem razoavelmente o seu papel. Porém, o Poder Judiciário tem uma parcela grande de responsabilidade pelo aumento das práticas de corrupção em nosso país. A generalizada sensação de impunidade verificada hoje no Brasil decorre em grande parte de fatores estruturais, mas é também reforçada pela atuação do Poder Judiciário, das suas práticas arcaicas, das suas interpretações lenientes e muitas vezes cúmplices para com os atos de corrupção e, sobretudo, com a sua falta de transparência no processo de tomada de decisões. Para ser minimamente eficaz o Poder Judiciário brasileiro precisaria ser reinventado”, prega o ministro Joaquim Barbosa.

E mais não digo, por considerar que a leitura em sua integralidade das palavras do magistrado do Supremo na entrevista de O Globo é quase um dever de cidadania para brasileiros de todas as idades, os mais jovens principalmente.

Corra quem ainda não as leu, para recuperar essas palavras alentadoras do guerreiro ministro do Supremo.

Antes que o silêncio leniente e da cumplicidade recaia sobre elas.

sábado, 9 de janeiro de 2010

A INVASÃO DE MOSSORÓ POR LAMPIÃO E MASSILON


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Carlos Santos, Aderbal Nogueira, Honório de Medeiros e Manoel Severo

Por Gabriel Barbosa

cariricangaco.blogspot.com

Mais uma parada da caravana Cariri Cangaço rumo a 2010; depois de Mossoró, quando reuniu os confrades Paulo Gastão e Lemuel Rodrigues e Natal, quando encontrou Ivanildo Silveira, Sérgio Dantas, Rostand Medeiros, Múcio Amaral e João Marcílio, agora foi a vez de Tibau do Sul, um dos litorais mais previlegiados do nordeste. Ali em ambiente mais que apropriado, "Restaurante Lampião" na praia da Pipa, o encontro foi com Honório de Medeiros e Carlos Santos.



Honório de Medeiros, um dos mais festejados conferencistas de 2009, assumiu a partir daquele momento um novo desafio: Cariri Cangaço 2010, com tema mais que intrigante e polêmico: A Presença dos Conroneis nos Bastidores da Invasão a Mossoró. Além da confirmação da presença do professor Honório de Medeiros, a organização do Cariri Cangaço, através de Manoel Severo e a SBEC, através de seu diretor Aderbal Nogueira, firmaram convite oficial ao jornalista Carlos Santos, do prestigiado blog potiguar, blogdocarlossantos; a também se unir a família Cariri Cangaço, no próximo mês de agosto no cariri cearense.



Além da pauta direcionada à organização do evento de 2010, também foram discutidas outras pautas ligadas a SBEC, como a possibilidade de marcarmos; de acordo com a anuência do nosso presidente Angelo Osmiro, uma reunião extraordinária da entidade, em Fortaleza, reunindo os confrades do Nordeste, para o construção de um plano de trabalho para 2010.



Na oportunidade, Honório de Medeiros ressaltou a forma democrática e harmonica, a exemplo da edição 2009, como o Cariri Cangaço 2010 está sendo montado; "é a certeza do sucesso renovado". E quanto á sua conferencia dos "Coronéis e a Invasão de Mossoró", nada adiantou... "Terão que ir até o cariri e participar do Cariri Cangaço para conhecer mais de perto essa verdadeira epopéia que foram os bastidores do ataque a Mossoró" confirma.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

II CARIRI CANGAÇO


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Manoel Severo

Por Carlos Santos

(blogdocarlossantos.com.br)

"Cariri Cangaço"-2010 começa a ser esboçado.

Entre os dias 17 e 22 de agosto, seis municípios do Ceará vão sediar concomitantemente o "Cariri Cangaço". A iniciatia é marcada por palestras, debates, exposições, visitas técnicas e apresentação de estudos científicos.

Ouvi essas informações hoje à tarde em Pipa (Tibau do Sul-RN), onde estive.

Os estudiosos do cangaço, cearenses Manoel Severo e Aderbal Nogueira, dissertaram sobre o assunto, que será a segunda edição do evento. O primeiro ocorreu entre os dias 23 e 27 de setembro do ano passado.

- Crato, Juazeiro, Barbalha, Jati, Missão Velha e Aurora vão sediar a programação - conta Severo, com nítida empolgação. "Ano passado eram quatro. Agora teremos também Jati e Aurora", complementa. Ele é um dos principais organizadores da iniciativa.

O bate-papo foi provocado pelo advogado e professor Honório de Medeiros, estudioso do assunto. Ao lado de sua filha, a infante Bárbara, não poderíamos conversar em lugar diferente: "Restaurante Lampião". Tocamos essa confraria lá, à tarde desta quinta (7).

- Não tenha dúvidas: os estudos sobre o cangaço exigem uma abordagem mais científica - admite Severo. Existe farto material produzido de forma empírica, que é significativo, mas os trabalhos precisam avançar para esse campo, reconhece.

Administrador de empresas, mas historiador e documentarista por paixão, Aderbal vê o assunto como inesgotável. Em sua ótica, "há muito ainda a ser discutido".

O mito gerado a partir do cangaceiro "Lampião" o mantém atual, ainda mais quando questões como poder e violência não saem de cena, aponta Aderbal.
 
P.S - Palestrante na primeira edição do Cariri Cangaço, Honório de Medeiros foi novamente convidado para participar da próxima promoção.

II CARIRI CANGAÇO


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Por Gabriel Barbosa

cariricangaco.blogspot.com

Começa a Construção do Cariri Cangaço 2010

Foi dada a largada para o Cariri Cangaço 2010. O evento que em setembro do ano passado reuniu na região do Cariri cearense um número significativo de estudiosos da temática cangaço no Brasil, começa a ser contruido em sua versão 2010; com data pré programada para o mês de agosto de 2010, os organizadores já se movimentam na direção da escolha dos temas e palestrantes.

Neste último dia 05 de janeiro, terça-feira, a organização do Cariri Cangaço, representada por seu curador Manoel Severo, e ainda, por Danielle Esmeraldo e Gabriel Barbosa e representando o presidente da SBEC, Angelo Osmiro, o diretor Aderbal Nogueira, iniciaram uma epopéia de visitas; principiando por Mossoró, onde almoçaram com os confrades Paulo Gastão e Lemuel Rodrigues. Na oportunidade o confrade Lemuel Rodrigues recebeu os cumprimentos do Cariri Cangaço e da SBEC pelo recente sucesso da conclusão de seu doutorado.

Além da confirmação da presença dos amigos de Mossoró, também ficou confirmada a participação de Lemuel Rodrigues dentre os Conferencistas de 2010, com o tema Caldeirão do Beato Zé Lourenço. Aderbal Nogueira representando a SBEC já adiantou outra iniciativa da entidade; a formação de uma caravana de amigos para celebrar em Serra Talhada o centenário do lengendário Luiz de Cazuza, um dos últimos contemporâneos de Virgulino, o posterior Lampião; e sobrinho de José Saturnino.



De Mossoró a caravana Cariri Cangaço ainda mantém agendas em Natal, Recife, Garanhuns, Piranhas, Poço Redondo e Paulo Afonso.


VOLTA EM BREVE!




Caros amigos,

Segunda-feira estarei de volta.

Do mesmo jeito, da mesma forma.

Com o mesmo conteúdo.

Afinal, como disse o poeta, "ninguém se perde no caminho da volta".

Honório de Medeiros

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

DAVID LEITE LANÇA "INCERTO CAMINHAR" EM NATAL

Por Carlos Santos


"Incerto Caminhar" aporta em Natal

O livro 'Incerto Caminhar', de David de Medeiros Leite, será lançado sexta (8) , às 19h, na Siciliano, do Midway Mall, em Natal.

A obra poética bilingue (português e espanhol) foi inicialmente apresentada ao público em Salamanca (Espanha), onde o autor fazia doutorado.

Em seguida foi a vez de Mossoró, mais recentemente.

Agora é Natal e seu entorno que vão conhecer o belo trabalho de David, integrante da nossa "República da São Vicente".




domingo, 3 de janeiro de 2010

SÍNDROME DE BARTLEBY



Síndrome de Bartleby

Novo surto da Síndrome de Bartleby.

É ter paciência.

E esperar que esta Bahia de Todos os Santos nos ilumine a todos.

Deus nos abençoe!

Honório de Medeiros



sábado, 2 de janeiro de 2010

GESTÃO PÚBLICA



Gestão Pública

Por Honório de Medeiros



Há algum tempo o Fórum Nacional da Previdência debateu os problemas da Previdência Nacional. E uma das propostas debatidas consta de um relatório elaborado por Vicente Falconi, do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG), de Minas Gerais, o mesmo que foi responsável, entre 2002-2006, pelo choque de gestão pelo qual passou o Governo de Minas e que culminou em zerar o déficit orçamentário, que era de 2,3 bilhões de reais, originando um saldo para investimentos de mais de três bilhões.
 
Há algo de original, quanto à gestão pública, na “doutrina” Falconi? Não. Na verdade Falconi resgata, para o setor público, o conceito “PDCA” (Planejar, Desenvolver, Checar e Agir) desenvolvido no Japão, mas criado nos EUA na década de 20, para a iniciativa privada. Agregue-se ao PDCA, mais especificamente no P, de Planejar, os famosos “o que, por que, como e quando”, que a sopinha de letras está completa e o planejamento estratégico, pelo menos no papel, aparece perfeito.
 
Na verdade, conforme a própria literatura acerca de gestão pública aponta, o grande problema está no “Checar”. Tradicionalmente as administrações públicas relegam, quando existe algum planejamento – e o mais das vezes os governos começam sem nenhum – a atividade de checar e padronizar, se tudo estiver correndo bem, ou checar e corrigir, se algo não estiver dando certo. E relegam graças a uma série de componentes dentre os quais avulta, pela importância, o despreparo e a falta de compromisso com aquilo para o qual foram conduzidos pelo voto popular.
 
Não há checagem, por que não é dado prazo para o alcance da meta. Não é dado prazo por que não há decisão política de cobrar resultados quando ele termina. Pior: mesmo que houvesse prazos, o mau gestor não seria punido, vez que a razão principal de sua presença no “staff” decorre de conchavos políticos ou premiação espúria por conduta partidária. Não há acompanhamento rígido do planejamento estabelecido por que os compromissos políticos dobram as necessidades administrativas e todo o planejamento – quando o há – rui por terra já no primeiro ano de administração.
 
Então podemos creditar o sucesso do choque de gestão em Minas Gerais à decisão política do Governador de implementá-la, contra tudo e contra todos. Acredito plenamente que deve ter importado sobremaneira a capacidade de Falconi no sentido de convencer o Governado de que era possível alcançar as metas estabelecidas se houvesse respaldo às ações a serem desenvolvidas. Caso contrario teríamos mais uma boa intenção condenada. E o inferno, dizem, está cheio de boas intenções.
 
O respaldo ao qual aludo acima é, principalmente, no sentido de punir todos quanto não estejam plenamente integrados ao planejamento. Se a checagem mostra que a meta não foi alcançada e isso não aconteceu por falta de competência ou interesse então o gestor intermediário, ou seja, o responsável terá que se afastado imediatamente sob pena de comprometer o esforço total. Esse elo da engrenagem que não funciona é como uma célula cancerosa: se não for destruída imediatamente vai originar uma metástase no futuro.
 
Portanto não há segredo. O problema é político. Embora seja necessário ressaltar: a tarefa de criar e conduzir esse processo demanda um “know-how” que não é para qualquer um. Existem ingredientes para além da “sopinha de letras” que somente são detectados, analisados e integrados por quem é do ramo: tem vocação, talento e disciplina.






DICIONÁRIO DE PARAIBÊS



Por Flaubert Lopes

Vicente Campos Filho lança “DICIONÁRIO DE PARAIBÊS” em forma de cordel

O cordelista Vicente Campos Filho lançou recentemente um folheto de cordel denominado “Dicionário de paraibês”. Em forma de versos, estão dispostos 170 termos utilizados, principalmente no interior paraibano, todos eles acompanhados de seus respectivos sinônimos.

Há cinco anos residindo em João Pessoa, o paraibano da cidade de Patos diz que se utiliza da experiência adquirida durante os seus 44 anos de vida no sertão. “Os termos regionais apresentados nesse cordel representam o que há de mais puro no vocabulário de pessoas que moram no interior”, revela Vicente Campos Filho.

Autor de mais de três dezenas de cordéis, Vicente Campos Filho distribui os seus folhetos para comercialização nas diversas lojas especializadas em produtos para turistas da nossa capital e em bancas de revistas. Ele conta que este em especial, se destina à promoção da nossa cultura entre os que visitam a Paraíba. “O Dicionário de paraibês tem sido muito bem aceito entre os turistas que aqui chegam e que buscam informações sobre a cultura paraibana. Vários outros cordéis que tenho publicado são bem aceitos. Mas este tem superado as expectativas. Tanto turistas como nativos se deliciam com os termos apresentados”.

Os cordéis de Vicente Campos Filho revelam a veia humorística do autor que diz gostar de provocar risos nas estórias contadas em forma de versos. “Gosto muito quando vejo alguém folhear um de meus cordéis e exibir um ar de riso ao ler algumas estrofes”, confessa.

Confira algumas estrofes:

"Um mau cheiro é uma CATINGA

Também pode ser INHACA

Na axila é SUVAQUEIRA

Quem fecha um botão ATACA

Quem se vai PEGA O BECO

Quem entra em casa EMBURACA.



Longe é a BAIXA DA ÉGUA

O ali é ACULÁ

Devagar é SÓ NA MANHA

Correr é DESIMBESTAR

O de cima é o de RIBA

Botar no chão é ARRIAR.



Mulher bonita é VISTOSA

Mulher feia é CANHÃO

Quem se zanga DÁ A GOTA

Quem dá bronca DÁ CARÃO

Menino que anda lento

OH... MENINO REMANCHÃO!



O otário é MANÉ

O malandro é MALAQUIA

Estar com pressa é AVEXADO

Dizer: “Vem logo” é “AVIA”

E quem se espanta com algo

Diz assim: “AFF MARIA!”.



Caprichar é DAR O GRAU

Mal feito é ARRUMAÇÃO

O que é bom é ARRETADO

O medroso é CAGÃO

Pessoa boa é FILÉ

E puxa saco é BABÃO.



Briga grande é ARRANCA RABO

Briga pequena é ARENGA

Problema grande é BRONCA

Na Justiça é PENDENGA

A mulher virgem é MOÇA

Mulher da vida é QUENGA".

O SENTIDO DA VIDA





O sentido da  vida


Por Bárbara de Medeiros

Certo dia, conversando com o meu pai, ele me perguntou, mais uma vez, qual era o sentido da vida. Inspirada, respondi que estava com uma idéia na cabeça, e falei qual era. A minha idéia era: todos nós temos uma missão aqui na Terra. Até aqui, tudo bem. Então, expliquei por que as pessoas morrem ou cedo, ou tarde demais. As que morrem cedo passam desta para melhor, pois já completaram a missão, não têm mais nada para resolver. Se estão livres, porque continuariam mais um dia que fosse aqui, onde não tem mais absolutamente nenhuma questão para resolver? Já as que morrem tarde, ou ainda estão aqui, mesmo doentes e sem possibilidade de falar, andar ou fazer outras coisas, como minha própria avó, deve ser porque não completaram a missão, e talvez ela só possa ser concluída se elas realmente morressem mais tarde, tendo deixado sua marca neste mundo. Para comprovar a minha pequena ‘tese’, utilizei alguns exemplos: Uma das minhas amigas, que morreu quando eu e ela tínhamos ambas apenas três ou quatro aninhos. Ela deve ter ido tão cedo porque já tinha cumprido sua missão, seja a mais besta ou a mais poderosa. E essas pessoas que ainda estão vivas, independentemente da idade ou qualquer outra coisa, é que não podem ir embora deixando negócios pendentes na Terra. E, além do mais, também criei uma explicação para aquelas pessoas que se suicidam. A razão delas se matarem é porque alguém já resolveu, sem querer, a missão delas aqui nesse mundo. Com isso, sem razão para viver, elas se matam. Se você perguntar a qualquer pessoa que esteja querendo se matar, com sintomas de depressão e outras coisas, ela vai lhe dizer que quer morrer porque não vê mais sentido em continuar viva aqui na Terra.

Bárbara tem onze anos.









quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

FELIZ 2010!




A TODOS OS AMIGOS E LEITORES DESTE BLOG

DIÁRIO DE VIAGEM



No avião, para Salvador, ouço a gargalhada de Bárbara.

"O que foi?"

"Rubem Alves disse aqui que 'o trabalho intenso faz mal à criatividade."

"Eu acho", digo. Lembrei-me de Aristóteles, que dizia não haver filosofia sem ócio.

Ou seja, se quisermos ser criativos, sejamos vagabundos.

Viva a vagabundagem!

PS: O livro do grande Rubem Alves é "Ostra Feliz Não Faz Pérola", editora Planeta, coletânea de crônicas. Livro muito agradável.

E chegamos.  Cadê a moça que nos vinha pegar no aeroporto? Tudo pago, tudo acertado?

Bárbara liga para ela: "Linda" - o nome é esse mesmo - "cadê vc?"

"Quem é?", pergunta uma voz sonolenta do outro lado do celular,  pelas 8:30 da manhã.

"Eu, Bárbara, que lhe contratei para fazer o traslado do aeroporto para o hotel".

"Ihhh! Bárbara, passou pela cabeça. Guenta a mão que eu tô chegando".

É a Bahia, meu Rei!