* Honório de Medeiros
Esse amor que não sufoca, mas, se fazendo necessário, sim. Esse amor que reclama da ausência, e se declara em silêncio, quando a lua chega e ilumina o quarto por entre as persianas, a camisa do pijama se deslocando pelo corpo ao qual cobria para ocultar os nuances realçados pelo luar. Esse amor que é uma dança, às vezes arrebatador como uma valsa, outra, suave como um samba malemolente; às vezes frenético como um rock; outra, coreografado, e complexo como um tango. Esse amor que é suave como uma gota de suor descendo lentamente ao longo do pescoço, ou denso e apaixonante como uma pega de boi na vaquejada raiz; esse amor que é tempestade e calmaria. Esse amor...