sábado, 6 de fevereiro de 2016

CARNAVAL, ESSA IMENSA CATARSE COLETIVA

* Honório de Medeiros

O PRIMEIRO CLARIM / DIRCINHA BATISTA

"Hoje eu não quero sofrer, 

Hoje eu não quero chorar, 
Deixei a tristeza lá fóra,, 
Mandei a saudade esperar, lá, rá, rá, rá, 
Hoje eu não quero sofrer, 
Quem quiser que sofra em meu lugar.

Quero me afogar em serpentinas, 
Quando ouvir, 
O primeiro clarim tocar, 
Quero ver milhões de Colombinas, 
A cantar, trá, lá, lá, lá, lá, lá, 
Quero me perder de mão em mão, 
Quero ser ninguém na multidão... 
Lá, rá, rá, rá..."


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MASSA REAL / CAETANO VELOSO

"Hoje eu só quero você
Seja do jeito que for
Hoje eu só quero alegria
É meu dia, é meu dia
Hoje eu só quero amor
Hoje eu só quero prazer
Hoje vai ter que pintar
Só quero a massa real
É o meu carnaval
Hoje eu só quero amar
Hoje eu não quero sofrer
Não quero ver ninguém chorar
Hoje eu não quero saber
De ouvir dizer que não vai dar
Vai ter que dar, vai ter que dar
Esse é o meu carnaval
Vai ter que dar, vai ter que dar
Só quero a massa real."

Carnaval, essa imensa catarse coletiva.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

ADEUS, VELHO AMIGO

* Honório de Medeiros

Aquele amigo que se afasta, aquele velho amigo, com ele desaparece "a testemunha e o comentarista de milhares de lembranças compartilhadas, fiapos de reminiscências comuns que se desvaneceriam"(*). "All those moments will be lost in time, like tears in rain"(**).

* "Hereges", Leonardo Padura.
** O replicante Roy Batty, em "Blade Runner".

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

ERRO DO AUTOR EM "HISTÓRIAS DE CANGACEIROS E CORONÉIS"

* Honório de Medeiros

Às páginas 21 do meu "Histórias de Cangaceiros e Coronéis", fiz uma afirmação que não se sustenta.

Está na Nota 3, rodapé. Lá eu coloquei: "Sânzio de Azevedo, em seu 'RODOLFO TEÓFILO E A SAGA DE JESUÍNO BRILHANTE' diz que essa morte ocorreu em 1837. Nesse ano José Brilhante, se nascido em 1824, teria sete anos de idade."

Um leitor mais atento perceberá facilmente que 1837 menos 1824 é igual a treze anos, e, não, sete. 

Ou seja, Sânzio de Azevedo estava coberto de razão.

Erro meu, claro, aqui assumido publicamente, assim como publicamente peço desculpas ao grande escritor e ensaísta cearense.

Erro que será corrigido na segunda edição, não se tenha dúvida.

O ESTADO, ESSA JIBÓIA

* Honório de Medeiros


Enquanto passam-se os dias (e as noites) o Estado, essa jiboia-constritora, vai asfixiando lentamente cada individualidade, cada singularidade, e promovendo os meios pelos quais sobrevive e se amplia: o suor do nosso rosto, por exemplo, é levado para seus cofres, e muito pouco recebemos como retorno, e não adianta questionar. Tão certo quanto a morte somente o pagamento dos tributos...

E se amplia em uma espiral ascendente sem fim. Brotam ininterruptamente de seu ventre legiões de policiais, auditores, fiscais, juízes, promotores, procuradores, guardas de trânsito, penitenciários, florestais, ferroviários, de portos, militares, agentes administrativos, tesoureiros, assessores, e etc, etc, etc.

E o Estado comprime, esmaga, esmerilha, prende, sufoca, ameaça, reprime, mata, bate, tortura, manipula, asfixia, vigia...

É um pesadelo...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

A NOITE DO MEU BEM, DE RUY CASTRO

* Honório de Medeiros


Vá no youtube e digite "Estrada do Sol", de Dolores Duran e Tom Jobim: 

"É de manhã, vem o sol
Mas os pingos da chuva que ontem caiu
Ainda estão a brilhar
Ainda estão a dançar
Ao vento alegre que me traz esta canção...

Ou "Eu e a Brisa", de Johnny Alf:
"Ah, se a juventude que essa brisa canta
Ficasse aqui comigo mais um pouco
Eu poderia esquecer a dor
De ser tão só pra ser um sonho
Daí então quem sabe alguém chegasse
Buscando um sonho em forma de desejo
Felicidade então pra nós, seria..."

Então você terá o ambiente natural para se deleitar com "A Noite do Meu Bem", a história e as histórias do samba-canção, de Ruy Castro, e da boemia dos anos quarenta a inícios dos sessenta no Rio de Janeiro.