domingo, 15 de novembro de 2009

NÃO É CIÊNCIA O QUE NÃO ESTÁ SUJEITO À REFUTABILIDADE



Refutação

“As duas ilustrações por excelência de 'non-falsifiability' são, para nosso autor (Karl Popper), o marxismo e o freudismo: nenhum fenômeno histórico escapa à explicação da luta de classes e, mais precisamente, quando se faz uma crítica ao sistema, ela é logo interpretada, não como uma reinvidicação legítima, mas como a expressão da classe dos opressores ou da tendência reacionária ou fascista. Também Freud com frequência interpretou a crítica dos seus adversários como resistências psicológicas inconscientes à novidade perturbadora de sua doutrina. A refutação torna-se assim impossível. Com efeito, uma refutação requer que exista uma realidade (e portanto uma experiência baseada no real) exterior ao sistema; ora, a priori, esse sistema engloba, totaliza: nada lhe é estranho. Há algo de promotéico nesse desejo de onisciência, caminho obrigatório da onipotência totalitária. Também aí, a humildade, a aceitação de seus limites e de seus erros, é o único caminho para a verdade” (A Arte de Pensar; Pascal Ide; Martins Fontes; 1995; pág. 39/40).




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