Acervo Francisco das Chagas Batista
(...)
"O homem que matar outro,
Inda sendo prá roubar,
Não é preciso esconder-se
Porquê é fácil se livrar;
Meta a mão na bruaca
E puxe meia pataca,
Compre quatro advogados,
Esses, que são mui felizes,
A vintém comprarem juízes
E a dez réis comprem jurados.
(...)
Diz o povo que o direito
Deve dar-se a quem o tem.
E eu digo que o povo
Por certo não pensa bem,
Pois, quem já tem não carece,
Deve dar-se a quem merece
O direito ou a razão!
Embora eu caia no abismo,
Não me curvo ao despotismo,
Nem adoro ao Deus milhão!"
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