sexta-feira, 9 de novembro de 2012

DA ARTE DE CITAR LIVROS IMAGINÁRIOS

Alexandre Dumas pai
 
 
Honório de Medeiros
 
                        Em “Ficções”, Borges pondera:
 
                   “Desvario laborioso e empobrecedor o de compor vastos livros; o de explanar em quinhentas páginas uma idéia cuja exposição oral cabe em poucos minutos. Melhor procedimento é simular que estes livros já existem e apresentar um resumo, um comentário. Assim procedeu Carlyle em "Sartor Resatus" (...) Mais razoável, inepto, ocioso, preferi a escrita de notas sobre livros imaginários".
 
                   Borges cita Carlyle, de quem, possivelmente absorveu a técnica.
 
                   Entretanto Dumas pai, que foi contemporâneo de Carlyle, célebre ensaísta, também a utilizou.
 
Em “Os Quarenta e Cinco”, lá para as tantas, ao relatar uma correspondência enviada por Chicot a Henrique III e comentar a excentricidade do seu estilo, convida: “Quem quiser ter conhecimento dela encontra-la-á nas Memórias de l’Étoile”.
 
                   Ou, de fato, terão existido essas Memórias de l’Étoile e elas ocupam algum escaninho empoeirado do Cemitério dos Livros Esquecidos que Carlos Ruiz Zafón localiza em Barcelona?

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