Alexandre Dumas pai
Honório de Medeiros
Em “Ficções”, Borges
pondera:
“Desvario laborioso e empobrecedor o de compor vastos
livros; o de explanar em quinhentas páginas uma idéia cuja exposição oral cabe
em poucos minutos. Melhor procedimento é simular que estes livros já existem e
apresentar um resumo, um comentário. Assim procedeu Carlyle em "Sartor
Resatus" (...) Mais razoável, inepto, ocioso, preferi a escrita de notas
sobre livros imaginários".
Borges cita Carlyle, de quem, possivelmente
absorveu a técnica.
Entretanto Dumas pai, que foi contemporâneo de
Carlyle, célebre ensaísta, também a utilizou.
Em
“Os Quarenta e Cinco”, lá para as tantas, ao relatar uma correspondência
enviada por Chicot a Henrique III e comentar a excentricidade do seu estilo,
convida: “Quem quiser ter conhecimento dela encontra-la-á nas Memórias de l’Étoile”.
Ou, de fato, terão existido essas Memórias de l’Étoile e elas ocupam algum
escaninho empoeirado do Cemitério dos Livros Esquecidos que Carlos Ruiz Zafón
localiza em Barcelona?
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