domingo, 27 de maio de 2012

MUSEU LAURO DA ESCÓSSIA, EM MOSSORÓ, MANTÉM PRECIOSIDADES INACESSÍVEIS

Do O Mossoroense

museuNa última sexta-feira, 18, foi comemorado o Dia Mundial dos Museus. A data foi instituída pelo Comitê Internacional dos Museus (Icom), com o objetivo de chamar a atenção da sociedade e do público para a importância dos centros históricos. Em Mossoró, o acervo do Museu Municipal Lauro da Escóssia, o principal da cidade, está indisponível à população desde o ano 2000, época em que foi anunciada pela primeira vez uma reforma na estrutura do local, obra que só foi iniciada no mês passado. Dessa forma, muitos daqueles que desejam conhecer um pouco mais do passado mossoroense, sequer tem informações sobre o que realmente está preservado no espaço.

"É uma coleção riquíssima, por isso é uma pena que hoje o Museu, apesar de não estar totalmente fechado, disponibilize para os visitantes apenas aquele material que está exposto logo em sua entrada. Para se ter uma ideia, no Lauro da Escóssia está guardado o despacho original emitido pelo juiz que autorizou Celina Guimarães Viana a ser a primeira eleitora da América do Sul, um documento que, por não estar preservado adequadamente, não pode mais ser exposto à população", destaca o historiador Geraldo Maia.

Além do documento citado pelo historiador, outras preciosidades compõem o acervo do Museu Municipal, que está dividido entre as seguintes categorias: arqueologia, paleontologia, abolição da escravatura em Mossoró, fotografias e desenhos, cangaço, imprensa mossoroense, e ainda objetos diversos, como livros, telefones manuais, discos de cera, entre outros. "Lá está preservada a coleção de todos os jornais que circularam na cidade, como o Jornal do Comércio de Mossoró, e as primeiras edições do jornal O Mossoroense", diz Geraldo Maia.

No setor dedicado à abolição dos escravos, são encontrados elementos como os restos mortais de alguns abolicionistas, o diploma da Sociedade Libertadora de Mossoró, e ainda fotografias de ex-escravos mossoroenses. Já o material referente ao cangaço engloba objetos como uma arma deixada pelo bando de Lampião durante o ataque a cidade, em 1927, estilhaços de balas disparadas pelo grupo, e fotos dos defensores de Mossoró.
O acervo contempla também um candeeiro fabricado em 1955, uma palmatória, assim como fotos de ex-prefeitos da cidade e toda a coleção fotográfica de Manuelito Pereira, que registrou durante décadas fatos importantes da história de Mossoró e personalidades locais. Todo esse material só estará disponível novamente a população no mês de outubro, data prevista pela direção do Museu para que a reforma que está sendo realizada no local, orçada em aproximadamente R$ 300 mil, seja concluída. "Tudo que as pessoas quiserem saber sobre Mossoró está no Museu Lauro da Escóssia, e esperamos que após as obras, o público possa dispor desse rico acervo, que há mais de 12 anos está inacessível", conclui Geraldo Maia

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