No meu Sertão, essa Mesopotâmia que fica entre o São Francisco e o Parnaíba como o diz François Silvestre, desaparecem lentamente a parteira, a curandeira (farmacopéia nativa), a rezadeira, o cantador de viola, o cordelista, o xilogravurista, o vaqueiro, o armeiro, o forrozeiro de pé-de-serra, várias plantas e animais. Isso é o que eu me lembro. Tem muito mais. O próprio dialeto do Sertão, se posso chamar assim, está ferido de morte. A noção de honra, tão própria do sertanejo, esvaiu-se na vala comum da ética da malandragem, onde ser esperto é levar vantagem em tudo. Toda uma cultura desaparece lentamente. Um pouco mais à frente seremos todos iguais, todos medíocres, todos alienados...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário