Do Blog do Noblat:
Presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim
Barbosa, fala com a imprensa
Givaldo Barbosa / Agência O Globo
BRASÍLIA - O presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), ministro Joaquim Barbosa, defendeu o voto distrital e o “recall” para
políticos nesta terça-feira. A proposta é que os eleitores fiscalizem os atos
dos eleitos para ocupar cargos públicos. Caso as autoridades não estejam
fazendo jus aos mandatos, a sociedade teria o direito de expulsar o político do
cargo e eleger novo ocupante. O ministro deu a declaração em entrevista
concedida após reunião com a presidente Dilma Rousseff, a quem sugeriu
propostas para resolver o que chama de “crise grave de representação política”
no país. Embora não tenha exposto o “recall” à presidente, ele aproveitou a ocasião
para criticar os partidos políticos brasileiros.
- Não falei para a presidente, mas sou inteiramente
favorável, acho que seria medida adequada à nossa realidade, adotar a
possibilidade do recall. O que é o recall? A pessoa é eleita, claramente identificada
como eleita, havendo a possibilidade de o mandato ser revogado por quem a
elegeu, ou seja, os próprios eleitores. Medida como essa tem o efeito muito
claro de criar uma identificação entre o eleito e eleitorado, impor ao eleito
responsabilidade para com quem o elegeu. (Isso) falta ao sistema político
brasileiro, especialmente na representação dos órgãos legislativos - afirmou.
Joaquim Barbosa defendeu que o país
seja dividido em distritos para as eleições:
- Eu sou inteiramente favorável ao voto distrital,
seja o voto distrital puro, em um turno, seja o voto distrital qualificado, ou
seja, se faz um primeiro turno de votação e vão para o segundo turno apenas
candidatos em cada distrito que obtiveram um percentual, digamos, de 10%, 15%.
Para Barbosa, os partidos brasileiros devem
participar menos da vida política, dando lugar à voz direta do povo. Nesse
contexto, ele louvou a ideia do plebiscito aventada por Dilma. A presidente
quer ouvir a sociedade sobre a convocação de um plebiscito sobre a reforma política.
O ministro evitou opinar sobre a necessidade ou não de Constituinte.
- Disse (à presidente) que há um sentimento difuso
na sociedade brasileira, e eu como cidadão penso assim, há uma vontade do povo
brasileiro, especialmente os mais esclarecidos, de diminuir ou de mitigar, e
não de suprimir, o peso da influência dos partidos sobre a vida política do
país e sobre os cidadãos. Essa me parece ser uma questão chave em tudo o que
vem ocorrendo no Brasil hoje. Eu sei muito bem que nenhuma democracia vive sem partidos.
Mas há formas de mitigar essa influência, de introduzir pitadas de vontade
popular, de consulta direta à população - contou.
O ministro também disse à presidente que “não se
faz reforma política consistente no Brasil sem mudar a Constituição”. Para ele,
“está descartada reforma política consistente com lei ordinária”.
Segundo o ministro, a população "não aguenta
mais" decisões tomadas por meio de "conchavos".
Barbosa defendeu que o povo seja ouvido nesse
momento. Ele afirmou que todas as grandes mudanças do país foram promovidas
pelas elites, sem a participação popular. O ministro citou como exemplos a
Independência do Brasil e a Proclamação da República.
O presidente do STF criticou o número excessivo de
suplentes de senadores:
- Falei com a presidente do meu entendimento sobre
a questão dos suplentes de senador. É uma excrescência totalmente
injustificada. Temos percentual muito elevado de senadores que não foram
eleitos. Ingressaram na chapa da pessoa que era o candidato mais forte e,
passado algum tempo, com renúncia, morte, fato de titular ter assumido cargo no
executivo, esse suplente substitui o titular. Sou eleitor no Rio. Confesso que
não sei quem é o terceiro senador do estado. Essa situação ocorre em diversos
estados.
Barbosa defendeu candidaturas avulsas como forma de
fortalecimento da democracia.
- Eu não falei para a presidente, mas sou
inteiramente favorável às candidaturas avulsas em diversos níveis de eleição.
Por que não? Já que a nossa democracia peca pela falta de identificação entre
eleito e eleitor, porque não permitir que o povo escolha diretamente em quem
votar? Por que essa mediação por partidos políticos sem credibilidade? Isso
contribuir para a robustez da democracia. A sociedade brasileira está ansiosa por
se ver livre, pelo menos parcialmente, desses grilhões partidários que pesam
sobre o seu ombro - afirmou.
Questionado sobre pesquisas recentes de intenção de
voto em que é lembrado para ocupar a Presidência da República, Barbosa disse
que não tem intenções de entrar na vida política, apesar de ter se sentido
lisonjeado.
- Eu não tenho a menor vontade de me lançar a
presidente da República. Eu tenho quase 41 anos de vida publica. Está chegando
a hora, chega - disse.
Na reunião com Dilma, o ministro teria criticado o
número excessivo de suplentes de senadores. Para ele, “é uma excrescência
totalmente injustificada”. Ele contou que, na reunião com a presidente, disse
que era eleitor do Rio de Janeiro, mas não sabia quem era um dos três
senadores, porque o mandato estaria com um suplente. Segundo o ministro,
ninguém na reunião sabia quem era o senador. Barbosa também defendeu
candidaturas avulsas como forma de fortalecimento da democracia.
- Eu não falei para a presidente, mas sou
inteiramente favorável às candidaturas avulsas em diversos níveis de eleição.
Por que não? Já que a nossa democracia peca pela falta de identificação entre
eleito e eleitor, porque não permitir que o povo escolha diretamente em quem
votar? Por que essa mediação por partidos políticos sem credibilidade? A
sociedade brasileira está ansiosa por se ver livre, pelo menos parcialmente,
desses grilhões partidários que pesam sobre o seu ombro - afirmou.
Questionado sobre pesquisas recentes de intenção de
voto em que é lembrado para ocupar a Presidência da República, Barbosa disse
que não tem intenções de entrar na vida política, apesar de ter se sentido
lisonjeado.
- Eu não tenho a menor vontade de me lançar a
presidente da republica. Eu tenho quase 41 anos de vida publica. Está chegando
a hora, chega - disse.
No encontro com Dilma, Barbosa também teria
proposto mudanças no Judiciário. Uma delas é a extinção da promoção por
merecimento – que, para ele, dá margem a apadrinhamentos políticos a juízes, o
que afetaria a isenção do magistrado. O ministro também quer proibir a atuação
de advogados em tribunais onde há juízes de quem são parentes.
Um comentário:
Absoluto! Joaquim para Presidente. Honório de Medeiros Senador do Rio Grande do Norte! Futura eleição.
Postar um comentário