Por François Silvestre (http://portalnoar.com/francoissilvestre/)
A primeira parte deste texto
eu publiquei no meu Blog do Portal No Ar, sobre esse levante ainda longe de ser
compreendido. Aí vai a segunda parte:
É a primeira manifestação pública, organicamente desorganizada, grandiosa, que põe em cheque a ordem constitucional vigente. Não pela desordem ou violência que condenamos, mas pela demonstração de que o modelo saído da composição entre a Ditadura agonizante e a oposição de conchavos já esgotou o seu ciclo.
E joga na cara de todos uma questão cristalina: Há democracia no Brasil? Sim. Mas essa democracia é para todos? Não.
A democracia brasileira, formal, saiu de uma Constituição socializante de mentira, cuja riqueza nacional pertence a poucos privilegiados. Se há democracia política, longe estamos da democracia econômica.
Servidores da educação, da saúde, da segurança, dos serviços e da maioria das categorias de servidores públicos não fazem parte desse butim. Trabalhadores continuam sendo massa de manobra. Agricultores são comprados com a esmola oficial.
Quem abocanha a fatia do leão? Banqueiros privados e públicos, grandes negocistas, empreiteiros e uma casta do serviço público, da indústria dos concursos, cuja vocação é a grana. Esses são os donos da democracia. Cada um com sua “ética” na ponta da língua.
A molecada das ruas intui essa verdade. Vão aparecer os sabotadores, espertos, com suas bandeiras de farsa, querendo impor a lição do Leopardo de Lampedusa: “É preciso que tudo mude, para que fique tudo do mesmo jeito”. Té mais.
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