Por Abmael Silva
O paraibano Pedro Baptista escreveu e publicou Cangaceiros do Nordeste, a primeira publicação sobre o cangaço brasileiro, em 1929, na Parahyba do Norte, quando o mundo caía com a crise econômica e João Pessoa não existia como cidade. Cangaceiros do Nordeste é a história do cangaço, de 1724 ao começo do século XX, na Paraíba, Pernambuco, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, quando os cangaceiros famosos eram Padre Veras, José Antônio, Cabeleira, José Félix Mari, Jesuíno Brilhante, Liberato e toda a grande Família Terrível. Grande parte dos combates acontecem na Serra do Teixeira, Borborema e Pajeú.
O Rio Grande do Norte é citado em diversas páginas do livro de Pedro Baptista, assim como Martins, Portalegre, Pau dos Ferros, Caicó, São João do Sabugi, Jardim do Seridó, Serra Negra e Patu. Em certo momento, quando a justiça pernambucana procurava Liberato, um coronel sugere que ele vá residir e conviver com Jesuíno Brilhante, em Patu, em 1870.
Professor Pereira; Conselheiro Cariri Cangaço; e sua esposa, senhora Fátima Cruz
O livro de Pedro Baptista, a maior raridade da bibliografia do cangaço, termina com o significado da palavra cangaceiro: “o vocábulo cangaceiro, de cangaço, homem de cangaço, recebeu do autor d’Os Sertões, página 223, e de Gustavo Barroso, em nota 16 à página 31 de Heróis e Bandidos, o seguinte batismo: Armamento; de canga, porque o bandoleiro antigo sobrecarregava-se de armas, trazendo o bacamarte passado sobre os hombros como uma canga. Andava debaixo do cangaço”. Pedro Baptista nasceu em 1876 e faleceu em 1937, sem perceber a importância de sua obra. Setenta e dois anos depois, o Sebo Vermelho reedita Cangaceiros do Nordeste, em edição fac-similar, com um agradecimento todo especial ao pesquisador Francisco Pereira, de Cajazeiras, que foi o autor da descoberta desta raridade. Obrigado, Francisco Pereira!
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