* Antônio Gomes
Agora retorno. Recolho as velas da minha nau imaginária. Solto a âncora. Desço ao cais. Respiro fundo a solidão. Olho o começo da noite, as luzes, as construções, e sigo. Caminho lentamente. A neblina molhas as pedras, me molha. Chego à minha porta. Entro. Enxugo o rosto molhado com o braço. Tomo um grogue. Eis que chega seu sorriso luminoso. Seu colo perfumado. Seu olhar de madrugadas. Nossa história comum. Faz-se, primeiro o silêncio. Depois, há vinho, cantigas e risos. Dança-se. Estou em casa.
Arte em 10temidos.blogspot.com
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