sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

NÃO, AMIGO VELHO!


* François Silvestre 


Um comentário raivoso, de uma petista daqui da Serra, desejando me ver morto num asilo, num português pré-alfabetizado, fez-me rir. Coisas do contracheque. Mas há um e-mail, também de um conhecido de longa data, figura sensata, merecedora do meu afeto e admiração, que me pergunta: “Guinou à direita, poeta de Mãe-Guilé”? Não, amigo velho. Quem guinou à direita foram vocês. O que é aliar-se a Maluf? Ser correligionário de Collor? Defender Sarney? Em vez de revisar as privatizações criticadas, privatizar alterando apenas a nomenclatura? Passear pelo Brasil aos abraços com José Maria Marin, financiador de torturadores? Ter candidato ao governo do Rio de Janeiro que se alia a Silas Malafaia numa cruzada de costumes? Você estava no Teatro Alberto Maranhão, lembra?, quando Vital Farias, Elomar, Geraldo Azevedo e Xangai recitaram um poema meu e foram criticados, aos gritos, por um grupo de petistas, que me chamaram de burguês e renegado. Naquele tempo vocês eram a esquerda à esquerda. mesmo sem o currículo da luta que lhes presentou a liberdade. E eu era o burguês. E ainda sou. Mudei de opinião em muita coisa, mas não inocento a Direita nem anistio o Fascismo. Vocês guinaram e guinaram feiamente. Mas isso não altera o afeto que lhe devoto. Suba a Serra, que aqui tem jandaça, cerveja, bóia e rede ampla. Coisas de burguês.

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