quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

FRAGMENTOS



O olhar do filósofo é um olhar desvendador. Busca desvendar aquilo que está oculto pelo véu da aparência. Busca a verdade, a essência de algo. É, portanto, um olhar investigador, um olhar que pergunta, compara, diferencia, sopesa, para, no final, meticulosamente, apresentar um resultado que pode não satisfazer por que sempre apenas aproximativo.


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A Sociedade se mantém coesa, relativamente organizada, em conseqüência de relações de domínio. A norma jurídica, que externa essas relações, cumpre o papel de impor o que se deve fazer e estabelecer a sanção pelo seu descumprimento. O próprio Poder, entretanto, tem suas astúcias quando é combatido pela norma jurídica: estas quedam inertes se os juízes sentam em cima dos processos ou os engavetam e cumprem o seu papel, enquanto classe, de defender seus interesses.


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Alguém alienado: ausente de si.


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As aulas estão por vir e a dúvida ressurge: como fazer os alunos transformarem os livros em seus companheiros? A cada semestre a mesma pergunta se repete e a mesma resposta também: “Leram algo durante as férias?” “Algum livro?” “Qual?” E se estabelece o silêncio quase nunca rompido. Devo forçá-los? Cobrar, exigir, impor a leitura de alguma das obras fundamentais da filosofia do Direito? Talvez não, é impossível recordar de alguém que tenha chegado a amar os livros dessa forma. No final das contas, não somos nós que escolhemos os livros, este é que nos escolhem.

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O PT não conseguiu instrumentalizar a corrupção em favor do seu projeto de Poder por que a corrupção o instrumentalizou antes, muito antes. Ele não sabe, mas as idéias têm vida e nos homens, nos quais habitam, desenvolvem estratégias de sobrevivência que implica em crescer e se reproduzir para não morrer. Não é assim que os vírus sobrevivem? Não é assim que funciona a evolução, que deve ser vista sem qualquer perspectiva valorativa? Esqueçamos Teilhard de Chardin e sua teoria de que o homem marcha, evoluindo, para um “Ômega” que seria sua plenitude com Deus. Como nos mostra a “seleção do mais apto”, não há um valor a ser alcançado, exceto sobreviver...

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