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Honório de Medeiros
Li
atentamente o que a mídia publicou das declarações do Secretário de Estado de
Planejamento e Finanças, Gustavo Nogueira, em entrevista coletiva nessa
sexta-feira próxima passada, dia 29, quando afirmou que o principal motivo da
dificuldade em fechar a folha de pagamento dos servidores do poder Executivo é
o "déficit da previdência".
Esse
discurso de culpar a previdência é relativamente novo: basta acompanhar o
histórico de declarações do Secretário desde que começou o atraso no pagamento
dos servidores do executivo potiguar.
Logo
que dados reiteradamente publicados por entidades de classe, dentre elas o
Sindicato dos Auditores Fiscais do Estado, começaram a apontar um crescimento
na Receita do Estado, o discurso do Secretário mudou para culpar o aquilo que
ele nominou de “déficit da previdência”.
O
que nos leva a supor que a estratégia governamental é encontrar meios de tentar
inibir a pressão por aumentos salariais ou pagamentos de atrasados. Funciona
assim: antes o culpado era a queda na arrecadação; agora é “como posso atender
sua reivindicação, se os salários estão atrasados, e estão atrasados em
decorrência do déficit da previdência”?
Vamos
aos fatos, pois.
Para
questionar esse discurso do Secretário, basta comparar alguns dados do vizinho
Estado da Paraíba com outros nossos. Saliente-se que a Paraíba está
absolutamente em dia com o pagamento dos seus servidores do Poder Executivo.
A
Paraíba tem 118.230 servidores no Poder Executivo; o Rio Grande do Norte,
102.000; a PB tem 72.267 ativos; o RN, 54.000; a PB, 33.954 inativos; o RN,
38.000; a PB, 12.009 pensionistas; o RN, 10.000.
Os
dados da Paraíba foram coletados no https://portal.tce.pb.gov.br/aplicativos/sagres/.
Os do Rio Grande do Norte foram fornecidos pelo próprio Secretário de
Planejamento do Estado do Rn.
Embora
a PB tenha menos inativos que o RN, tem mais pensionistas. E a PB tem muito
mais servidores na ativa que o RN.
Podemos
ver que, no geral, é semelhante a situação da Paraíba e Rio Grande do Norte
quanto ao número de servidores do Poder Executivo e relação entre ativos/inativos
nos dois Estados.
Entretanto
o “déficit da previdência” de lá não impede o pagamento em dia dos seus
servidores.
Observo
que está sendo analisada a causa apontada pelo Secretário do Rio Grande do
Norte para o não pagamento em dia dos salários (remuneração) dos nossos servidores
públicos. Como a causa anterior por ele apontada, que era a queda na
arrecadação, não se sustenta mais, fico esperando discursos novos.
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