quarta-feira, 27 de setembro de 2017

DE PALOCCI, ANTONIO GRAMSCI E OSCAR WILDE

* Honório de Medeiros


E a carta de Palocci pedindo sua desfiliação do PT, heim?


Derruidora.

Fez mais pela desconstrução da imagem de Lula e do Partido que o conjunto da obra que anda pelos atalhos da Justiça.

É bem verdade que a Deputada Maria do Rosário, em discurso na Câmara dos Deputados, afirmou que se tratava da "carta de um homem preso (...) de alguém que não fala a partir de um lugar de liberdade, mas de um lugar que busca a liberdade".

Queiram desculpar os equívocos, a Deputada estava nitidamente muito emocionada.

Ou seja, a Deputada disse que a carta não vale nada: é de um homem preso.

Escritos de homens presos, para a Deputada, de nada valem.

De nada valem o "De Profundis", a longa e emotiva carta de Oscar Wilde para seu amante, escrita na prisão de Reading, bem como os "Cadernos do Cárcere", de Antonio Gramsci, escritos em sua prisão, na Itália. Nem as "Memórias do Cárcere", de Graciliano Ramos.


Mundo estranho, este.

Um comentário:

Unknown disse...

Muito bom! Quando você não fala de milicos, escreve bem pra valer. Texto irrespondível. Abraço do irmão François.