domingo, 20 de outubro de 2013

TEM MULHER PRÁ TUDO!


Victor Linhares 

Minha namorada me deu (na verdade, eu roubei) um livro de crônicas que ela tinha, chamado de Guia Politicamente Incorreto da Filosofia.
Entre várias, tinha uma crônica interessante sobre as mulheres. Basicamente, o autor denunciava uma troca de favores que existe hoje na sociedade moderna.
A maioria dos homens procura uma mulher perfeita.
É o padrão do mercado.
Peito estourando (de duro), bunda grande (e quadril largo), cabelos lisos, olhos claros, etc.
Elas vivem seus dias na academia. Tomam Whey no café, almoçam frango e jantam a parte branca do ovo com batata doce. Adoram folhas e guardam uma fita métrica no bolso. No quarto, uma bicicleta ergométrica. A escada da casa é em formato de esteira. Sobem sem sair do lugar pra crescer a panturrilha. Coçam as orelhas com os trapézios. Seguem a fan-page No Pain no Gain no Facebook e tem piercing no umbigo.
A culpa da existência dessa praga é nossa. Culpa dos homens!
Eu já disse e repito: homens não erotizam a inteligência da mulher. Não adianta.
Saber conversar, escrever, conhecer, ouvir, como diria um professor meu: é ponto extra.
A mulher, ao contrário, sente atração por homens inteligentes e erotizam isso.
Elas são capazes de amar o homem por qualquer motivo. Por um par de olhos, sorriso ou por uma simples atração intelectual doida.
Tem mulher pra tudo.
Não sei o nome da cantora Gospel que se apaixonou por um presidiário e é casada até hoje. Coisa do filho de Satanás.
Questão interessante é: e se a mulher for burra e feia?
Essa será necessariamente a amiga da bonita da academia. Que além de burra e preguiçosa é feia. E essa definitivamente, não tem mais jeito.
A culpa é do Nosso Senhor. Não há solução. É rezar duas Ave-Marias toda noite antes de dormir. O resto é com Dr. Rey.
Pois bem.
É simples: as mulheres intelectuais não são gostosas. Biblioteca nenhuma deixa a bunda maior. Não existe livro para aumentar os glúteos nem filosofia de vida para deixar o peito duro. O nome disso é silicone e o apelido sutiã. Augusto Cury não é cirurgião. Não há livrarias com aeróbica.
Paulo Coelho não cursou educação física (melhor que tivesse feito mesmo).
Para Felipe Pondé (autor do livro), é simples: a inteligência no homem é como dinheiro, uma forma de potência. E isso não pode ser motivo de briga. Na humanidade existe lugar pra todo mundo.
Até pra amiga da menina da academia.
Para o autor, a mulher entra com a beleza e o homem com o dinheiro. Não precisa ser inteligente. Uma bunda e um peito resolvem. Se for inteligente é um combo.
Bingo!
É óbvio que ele exagera. Aliás, é um livro de sátiras. Crônicas pleonásticas dominadas pela linguagem sarcástica. Bem louco!
Às mulheres que reclamam tanto da falta de homem a dica é: não procurar por homens sensíveis, cuidadosos, românticos, carinhosos, apaixonados demais e com barbas bem feitas.
Pelo contrário.
Desconfie desse tipo de homem.
Fuja. Não queira concorrente por perto.
Ele também está procurando por rapazes.

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