segunda-feira, 17 de junho de 2013

E SE REALMENTE EU TIVESSE QUE MORRER HOJE (OFÉLIA)




Bárbara Medeiros

E se eu realmente tivesse que morrer hoje,
antes das rugas,
dos cabelos brancos,
das velas de aniversário.
E se eu tivesse que morrer hoje,
antes do amor,
dos filhos,
dos netos.
E se eu morresse hoje,
antes do diploma,
das contas,
da casa.
E se eu morresse
se, e apenas se eu morresse
quando meu corpo não mais reagisse
minhas lágrimas não mais caíssem
meus sorrisos não mais se abrissem.
Se morressem...
Ah!
Se morressem
aqueles que morrem
Mas não!
Não morrem
Ao contrário, de fato.
Assombram e arrancam pedaços
daquilo que chamamos coração
E por isso a morte dói
Assusta
Entristece
Mas quando eu morrer...

2 comentários:

Unknown disse...

Só brinque nos versos. Mas fique perto ou pós dos cem. Pra você ver como as rugas ensinam! Um xerão bem grande.

Unknown disse...

Bárbara o comentário foi meu. Só que aparece um nome estranho. Xerão do tio François. E também fiz um comentário sobre o texto excelente do seu pai, que não aparece o meu nome. Esse texto eu ia publicar hoje, por sugestão de Raíssa, mas Aluísio se antecipou ou se antecipou-se...