sexta-feira, 16 de novembro de 2012

DAMOS NOMES A PROCESSOS, NÃO DAMOS NOMES ÀS COISAS


Ockham
 
 
Honório de Medeiros
 

O nominalismo de Guilherme de Ockham questionou a possibilidade de as coisas (“a Coisa-Em-Si”, “ o Objeto”, “o Ser”, “a Realidade”) dizerem, ao Sujeito Cognoscente, aquilo que elas são (quais são suas essências).

Nós é que, enquanto demiurgos, ordenamos, organizamos, aquilo que nossos sentidos apreendem, de forma caótica, a partir do nosso conhecimento pré-adquirido (Kant, Bachelard, Popper).

Podemos rastrear tal concepção até o relativismo sofista (Protágoras de Abdera, Antístenes versus Platão), mesmo até Parmênides.

O nominalismo também impede a fenomenologia de Bérgson e Husserl e a pretensão de uma ciência cujo objetivo seja “compreender”: não é o termo “salinas” que me diz algo; eu é que digo algo dele, a partir do conhecimento que já possuo. Não há essência a ser apreendida, Platão estava errado, os sofistas estavam certos.

Thomas Nagel (“Visão a Partir de Lugar Nenhum”; Martins Fontes; SP; 2004; 1ª edição; p. 137; nota) observa que “Chomsky e Popper rechaçaram as teorias empiristas do conhecimento”.

Nominamos relações, processos, evanescências; não há coisas a serem nominadas. O Justo não está fora de mim, está em mim...

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