Honório de Medeiros
O
Direito é falsamente transparente.
E
o é porque os juristas têm uma atitude ante o Direito de afirmar que conhecê-lo,
no sentido científico, é apreendê-lo a partir da experiência que dele possamos
ter em Sociedade.
Esta
valoração da experiência implica em uma atitude pré-científica denominada “Realismo
Ingênuo”, condizente com a “filosofia da identidade” de Hegel, na qual o Real =
Razão, a partir da qual se permite asseverar que tudo quanto for razoável deve
ser real e tudo quanto é real deve ser razoável.
Uma
das conseqüências mais danosas da “filosofia da identidade” de Hegel é o suporte
filosófico dado ao denominado “Realismo Político”, do qual são useiros e
vezeiros, embora não o assumam, os Estados imperialistas.
O
“Realismo Ingênuo” é um terrível e complexo obstáculo epistemológico ao
conhecimento, porque encontra respaldo retórico no senso comum. Basta lembrar o
episódio da condenação de Galilei pela Igreja contrariada com a contestação ao
fato, aparentemente incontroverso, de que o Sol girava em torno da Terra, e não
o contrário, como o demonstrava a Ciência.
A
raiz subterrânea de nosso sofrimento social é a ignorância da qual faz uso, em
proveito próprio, consciente ou inconscientemente, os predadores sociais.
ARTE: youpix.com.br
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