A grande mídia decidiu demonizar a Polícia paulista por causa do caso da dupla de soldados que executou um meliante dentro de um cemitério. A gravação do telefonema da testemunha do crime está sendo repetida como mais um reality show da desgraça.
Diariamente, cidadãos de bem, inclusive velhos e velhas aposentados, são abordados violentamente nas portas e imediações de agências bancárias por assaltantes sem a menor compaixão; jovens são mortos depois que lhes roubam celulares e tênis.
Ninguém em sã consciência social defende que militares saiam por aí, armados até os dentes, a executar qualquer suspeito, baseados apenas nas suas vontades justiceiras. Mas é incrível como um erro policial é explorado na mídia para manchar a tropa inteira.
Estimulada pelo lobby de Ongs com intentos ideológicos e militantes dos direitos humanos sempre equivocados no protecionismo aos criminosos, a imprensa e parte da opinião publicada tendem a estabelecer pesos e medidas diferentes na abordagem.
Dá muito mais audiência explorar a violência praticada por agentes do Estado contra presumíveis inocentes, do que narrar minuto a minuto o sofrimento dos cidadãos de bem nas mãos de bandidos. É o velho clichê do homem mordendo o rabo do cachorro.
Desde que a literatura do Novo Testamento inventou as figuras do bom e do mau ladrão, crucificados ao lado de Jesus Cristo, a cultura ocidental assimilou o equívoco de tal dicotomia, talvez um símbolo para o inconsciente coletivo do perdão dos pecados.
Nas décadas de 60 e 70 do século XX, depois que a ditadura militar no Brasil misturou nas prisões presos políticos com criminosos comuns, em que os primeiros implantaram nos segundos a consciência social, a marginalidade ganhou status de rebeldia juvenil.
Levaram ao pé da letra os estandartes do poeta Hélio Oiticica que pregava “seja herói, seja marginal” e deixaram subir à cabeça a canção de Jorge Ben, “Charles Anjo 45”, que em 1969 insinuava espírito guerrilheiro a um reles ladrão dos morros cariocas.
Junte-se a tendência da esquerda nacional em se compor com bandidos (PDT, PT e PMDB fizeram acordos eleitorais com as quadrilhas do Rio), a compaixão católica das comunidades eclesiais de base, a imprensa, as Ongs e temos o quadro dos dias de hoje.
É impressionante – para não dizer repugnante – a disposição de pseudo-intelectuais e militantes de partidos socialistas e comunistas (unidos no mesmo sectarismo do mofo ideológico) em manifestar-se de imediato quando um assaltante é morto pela Polícia.
Lembrei que há alguns anos, um soldado PM e um bandido foram feridos numa ação policial. Os dois ficaram semanas internados num hospital militar, onde o soldado só teve a visita de uma velha e pobre mãe, enquanto o ladrão era assediado o dia inteiro.
O caso me foi relatado por um secretário de Estado à época, que apesar de também professar preceitos socialistas, confessou sua estupefação com aquele cenário: um soldado abandonado no leito e um marginal rodeado de militantes dos direitos humanos.
Evidente que a histeria novelista das TVs abertas com o caso da execução de um prisioneiro pelos dois policiais tem não somente o estimulo da audiência, como também o fato de expor o sistema de segurança de um estado governado pelos tucanos.
Já se vai uma década que as verbas publicitárias do PT no plano nacional estimulam departamentos comerciais de televisão a ingerir nas editorias e pautas. A petralhada não engole o fato do povo paulista não permitir um governo vermelho em São Paulo.
Mas, voltemos ao picadeiro midiático da compaixão por meliantes. Na semana passada, um assaltante foi morto na BR 101 ao trocar balas com a Polícia e nesta semana tivemos o caso do poeta Plínio Sanderson sendo baleado por um covarde punguista de gueto.
Os dois casos foram bastante comentados nas redes sociais e gerou uma espécie de debate no Twitter, com dezenas de potiguares parabenizando a ação policial no primeiro caso e outras dezenas lamentando a violência contra o poeta e professor Plínio.
Não me foi surpresa perceber nas postagens que se multiplicavam os comentários de militantes esquerdistas, freqüentadores da cena cultural, em defesa do bandido que quis tirar a vida do poeta. Gente que acha que bandido bom é bandido muito vivo.
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