quinta-feira, 21 de julho de 2016

O OURO DA SERRA DAS ALMAS


"Era 1914, início da Primeira Grande Guerra. O bem de maior em todo o mundo estava ao alcance do pai e do futuro sogro de Zé Rufino. Os dois se prepararam para reativar a mina do Cabelo-Não-Tem. Tinham pressa. Compraram ferramentas e animais. Juntaram homens e entraram na Serra das Almas. Na pequena fonte, refrigério de garimpeiros, caçadores e feiticeiros, pararam para saciar a sede. Na água que vertia da raiz da grande árvore, minúsculas bolotas de ouro faiscavam na escuridão da mata. Era a Gruta do Jatobá. Estavam a assuntar locais seguros para acomodações. Mas naquele mundo de encantamentos e assombrações não andaram três braças. Tropeçaram na visão das próprias sombras. NAS BOCAS DE QUINZE ESQUELETOS BRANCOS COMO LOUÇA DEITADOS NA FOSFORECÊNCIA DO SALÃO DE ESTALAGMITES, FAISCAVAM QUINZE DENTADURAS DE OURO.

Sem ninguém saber acontecera o embate de bordunas e espadas nas contas de séculos que restavam acertar na Tromba do Elefante. A morte do amigo Jacob Rabbi fora vingada em 1654 e os despojos da vingança ficaram expostos por 260 anos, para que não pairassem dúvidas acerca de quem foram os vingadores..." 

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