sexta-feira, 19 de outubro de 2012

VAN GOGH E EU

 
Starry Night, Van Gogh


Bárbara de Medeiros
 
Meus sentimentos em relação à obra de Van Gogh são os mesmos que a maioria das pessoas sente diante do enigmático sorriso da Monalisa: a necessidade de descoberta de um mistério. Mas enquanto a Gioconda é uma só, todos os quadros de Van Gogh me fazem sentir o mesmo.
                                      O que mais me fascina, entretanto, é a pergunta que permanece sem resposta enquanto observo seus quadros.  A paleta de cores é representada, em sua grande maioria, por cores vivas e brilhantes, cores alegres: azul, amarelo vivo, laranja... Cores que, sozinhas, ou em conjunto, mas separadas, indicam felicidade.
Se pararmos para pensar, os próprios quadros também não podem ser descritos como tristes. Um quarto, um bistrô, seu autorretrato, uma noite estrelada, o famoso vaso de girassóis... Quando observamos a cena inteira, não podemos descrevê-la como suscitando um sentimento de infelicidade.
Mas aí é que está a grande pergunta: se não são as cores nem os quadros em si, porque em todos os quadros de Van Gogh há algo que me transmite melancolia, depressão, desespero...? O que é que há, em sua pintura, que me faz sentir tudo isso?
Não estou afirmando que eu me sinta, aos contemplá-los, melancólica, deprimida, nem muito menos infeliz. O que digo é que é isso que eu sinto que ele está querendo transmitindo. E não consigo colocar o dedo na causa de tudo isso.
                    Eis o motivo da minha fascinação por Van Gogh, como pessoa, e pela sua obra.

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