Lenta, mas persistentemente, a violência toma conta do País. Em todos os níveis, sem poupar nada ou ninguém. Age como águas que transbordam e avançam por sobre as margens do rio arrastando tudo que encontra pela frente.
Muito dessa circunstância - não toda, claro - é decorrente da forma como a aplicação das leis é percebida pela Sociedade.
Isso é algo antigo, aliás, e hoje crônico, e sedimentou-se na nossa Paideia, na nossa cultura: basta lembrarmo-nos da famosa Lei de Gérson: "o importante é levar vantagem em tudo, certo?".
O fenômeno se tornou agudo com o impacto que as redes sociais causaram nas pessoas: hoje quase tudo é do conhecimento de quase todos em tempo real, desde o sertanejo mais insulado até o pós-doutor em sua cátedra nas universidades.
O STF teve e tem um papel relevante nesse processo. Fez por onde, sistematicamente, ao longo do tempo, cristalizasse, na Sociedade, a percepção de que a Lei não é para todos, de que as elites, com raras e honrosas exceções, não podem ser tratadas como é tratado o comum dos mortais.
A sensação de impunidade, a sensação de que tudo vale, já que nada vale, há de aumentar consideravelmente com a conduta do STF no episódio da tentativa de salvar Lula da cadeia, e começa a cobrar radicalmente sua fatura: o País, dividido entre esquerda radical e direita intransigente, é o palco dilacerado onde o ódio assume, sem barreiras, o papel principal.
Aviltando-se, como ocorre, desde há muito, no exercício de sua atribuição, o STF escreve uma história canhestra, para não dizer outra coisa, e prepara o cenário para um futuro desolador, até mesmo trágico, neste ano de eleições fundamentais para o destino do Brasil.
Enquanto o crime de colarinho branco, agindo nas sombras, arreganha os dentes e prepara os botes futuros.
Como agirão as Forças Armadas? Leiam, escrito aqui, em 23 de setembro de 2017:
http://honoriodemedeiros.blogspot.com.br/2017/09/as-forcas-armadas-estao-inquietas.html
O pior cego é aquele que não quer ver.
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