quarta-feira, 25 de outubro de 2017

COMEÇAM A FALAR EM IMPEACHMENT

* Honório de Medeiros

Uma administração considerada desastrosa, principalmente quanto a segurança pública e a gestão das finanças estaduais, a aproximação do fim do mandato, a falta de perspectiva, esses e outros fatores estão levando os potiguares a falarem, nas redes sociais, mesmo que ainda timidamente, em possibilidade de impeachment.

A gota d'água, estes dias, foi o índice de homicídios cometidos no Rio Grande do Norte, ao longo dos dez primeiros meses do ano, e mais recentemente o envio do pagamento da remuneração do mês de outubro, dos servidores do estado, para sabe-se lá quando, muito menos quanto, além da divulgação de que o repasse do duodécimo constitucional do Tribunal de Justiça está atrasado há três meses.

Comentam à boca pequena que o Governo não se encontra sequer no que diz respeito às explicações em relação às causas de sua impopularidade, esta exposta de forma visível e indiscutível na última pesquisa de opinião da qual se tomou conhecimento, e que colocou o Governador do Estado em situação próxima da ridicularia.

Quanto à segurança pública, por exemplo, dizem uns e outros, as explicações começaram por apontar o quadro geral do País como causa principal. Ocorre que o confronto com dados de outros estados da federação fez essa hipótese desmoronar. Depois atribuiu-se o quadro caótico a uma suposta "briga de facções criminosas". Também tal explicação não durou muito tempo. Na verdade o que se comenta é que a questão é mesmo de gerenciamento, de gestão, de governança. Simples assim.

Quanto às finanças públicas, a primeira explicação foi a trivial: herança maldita da gestão anterior. Mas como o próprio Governador, em sua campanha, dizia que dinheiro não faltava, e que o problema era de gestão, tal bordão não seguiu à frente. Depois vieram outras explicações, dentre elas a de que a causa, a verdadeira causa, era o dinheiro despendido com o pagamento dos aposentados e pensionistas.

Publicações do Sindicato dos Auditores Fiscais do Rio Grande do Norte, mostrando o crescimento da receita própria, bem como dos repasses da União, jogaram no chão a comunicação governamental. 

Entretanto nenhuma dessas tentativas de explicação suportou mesmo foi o ônus da comparação do Rio Grande do Norte com a Paraíba, lembram os críticos do Governador. 

A Governadora Wilma de Faria tinha uma observação muito peculiar - e verdadeira - acerca das comparações entre Rio Grande do Norte e outros estados do Nordeste: "Não é justo comparar o Rio Grande do Norte com Pernambuco e Ceará. Se querem comparar, que comparem com a Paraíba."

E assim têm feito muitos no Rio Grande do Norte. Comparam o Rio Grande do Norte com a Paraíba.

Comparam aqueles que para lá viajam e observam diferenças cruciais a partir do asfaltamento e limpeza das estradas. O ritmo frenético de obras implantado pelo Governador Ricardo Coutinho.

Comparam os servidores públicos que não esquecem que a Paraíba nunca atrasou a remuneração dos seus servidores e até mesmo já pagou metade do 13º do corrente ano, em julho passado, como manda a tradição.

E agora, como não, comparam com a Paraíba os integrantes do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, Assembléia Legislativa, Ministério Público e Tribunal de Contas, receando o futuro imediato.

Quem era mesmo que dizia que "é comparando que se conhece?"

E, por compararem, e incomodados com a situação, alguns começam a se perguntar se não é o caso de impeachment. Algo rápido e imediato, em um grande pacto pela sobrevivência.

Afinal, por muito menos que isso Dilma foi defenestrada...

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