segunda-feira, 6 de abril de 2015

DEUS, UM DELÍRIO?

Blaise Pascal

* Honório de Medeiros

É inegável a importância de "O Gene Egoista", de Richard Dawkins. Obra seminal, aprofundou o entendimento da Teoria da Evolução, de Darwin, e propôs um novo paradigma, qual seja o de que somos instrumentos, enquanto organismos, do gene, cujo único objetivo é a auto-replicação. Ainda mais além, especulou acerca da idéia de "meme", o análogo, na cultura, de um gene. As consequências dessas hipóteses, uma vez definitivamente confirmadas, são revolucionárias, e alteram nossa percepção da vida seja em qual seja a dimensão.

Dawkins, eleito recentemente pela revista inglesa "Prospect" um dos três itelectuais mais importantes do mundo, junto com Umberto Eco e Noam Chomsky, também é autor de "Deus, um Delírio", no qual lança os fundamentos daquilo que se convencionou chamar de "novo ateismo" e utiliza os fundamentos da Teoria da Evolução para explicar por que o homem tende a acreditar em um ser superior, ao tempo em que, utilizando a teoria das probabilidades, critica as religiões, uma a uma.

"Deus é um Delírio" é uma provocação muito inteligente, principalmente nos tempos atuais, nos quais o fundamentalismo religioso deixa um rastro de sangue e ódio mundo afora. Mas não prova a inexistência de Deus, assim penso eu, muito antes pelo contrário.

Quanto a Deus, sendo impossível provar sua existência, ou negá-la, prefiro seguir o que denominei de "Postulado de Pascal acerca da Fé", que também é chamado de "Aposta de Pascal". Esse argumento tem o formato que segue, e foi foi publicado na seção 233 do seu livro póstumo "Pensées" (Pensamentos):
- se você acredita em Deus e estiver certo, você terá um ganho infinito;
- se você acredita em Deus e estiver errado, você terá uma perda finita;
- se você não acredita em Deus e estiver certo, você terá um ganho finito;
- se você não acredita em Deus e estiver errado, você terá uma perda infinita.

Ou seja: nada perderemos se louvarmos a Deus. Se Ele não existir, fomos bons, que se há de fazer? Se existir, tanto melhor, honramos nossa fé.


PS: um pouco mais acerca do assunto em http://honoriodemedeiros.blogspot.com.br/2013/11/rezar-em-tempos-modernos.html

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