Ainda bem que casos que tais não se dão no Brasil, na razão direta de inexistir no seio de nossa sociedade caldo de cultura onde floresçam. De modo que sequer se pode alimentar fundado receio de que possam vir a acontecer, em face das salvaguardas cívicas que nos protegem.
Podemos negar que temos partidos políticos fortes, bem definidos ideologicamente e atuantes, durante e depois de cada eleição? Basta ver que praticamente não se tem conhecimento de notícia de corrupção no País! Depois, registra-se que o Estado Brasileiro não adota políticas públicas paternalistas. Ao contrário, ensina a pescar, não entrega o peixe de mão beijada. Somos, pois, um povo consciente e laborioso, que cumpre fiel e resignadamente a sentença divina: viverás do suor do seu próprio rosto.
Não é sem propósito que nos recusamos a receber esmolas populistas institucionalizadas e detestamos apresentações “gratuitas” de bandas de forró. Por esses motivos, a máxima romana “dei-lhes pão e circo” jamais terá serventia por aqui.
Não é à toa que nos é atribuída a destinação de País do futuro.
Outra: se, por um lado, é certo que os tipos humanos estão todos na literatura universal; por outro, não é menos certo que Machado de Assis, Mário de Andrade e Nelson Rodrigues, não adotaram o brasileiro como modelo, quando pintaram Prudêncio, Macunaíma e Peixoto com todas as letras.
Delicadamente tenho discordado de um nobre e dileto amigo, useiro e vezeiro no afirmar que até hoje, depois de ler praticamente toda a obra de Cascudo, não entendeu ainda a frase a ele atribuída – O melhor do Brasil é o brasileiro.
Ora, somos um povo ético, honesto, trabalhador e sábio na escolha dos nossos dirigentes. Logo, o melhor do Brasil só pode ser o brasileiro.
Duvidam? Tirem daqui os nacionais e povoem o nosso território com os de qualquer outra nação. O Brasil quebraria em um semestre, do mesmo modo que eles estão quebrando seus países lá fora. Não é difícil, pois, alcançar a profundidade da assertiva.
Outro amigo fraternal, por sua vez, tem manifestado com freqüência sua tristeza por não ter seu País sido agraciado pelo destino com a mesma sorte grande.
Relatou-me um caso lá acontecido, dando notícia de um determinado decider minores que se declarou incapaz para a continuidade de sua missão institucional, mesmo ausente justo motivo agasalhador de sua infundada pretensão. Esperneou, fez o maior alarido, pugnou até mais não poder, sempre se afirmando incapaz. Após ter negado o pleito descabido, postulou promoção para decider more, por merecimento.
Lamento – retruquei. Caso semelhante é impossível ocorrer no Brasil, repleto de revoluções e prenhe de heróis, nenhum deles de espada virgem.
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