sábado, 25 de agosto de 2012

SE RECONHECE QUE O BRASIL QUER UM JUDICIÁRIO INDEPENDENTE, POR QUE LEWANDOWSKY NÃO DEVOLVE A TOGA?



25/08/2012

 Augusto Nunes

 
“Acho que o juiz não deve temer as críticas, porque vota ou julga com a sua consciência e de acordo com as leis”, recitou nesta tarde o ministro Ricardo Lewandowski, com o sorriso amarelo de quem anda ouvindo o que merecem ouvir ministros que, conscientemente, votam ou julgam a favor de um bando fora-da-lei. “Não se pode se pautar o voto pela opinião pública nem a opinião publicada”, continuou. Nem se pode pautar o voto pela gratidão devida à madrinha que convenceu o marido a presentear com a toga um jurista medíocre, como antecipou em 22 de dezembro de 2011 o post republicado na seção Vale Reprise.
 
“Eu esperava as críticas e as incompreensões”, jurou com a expressão aparvalhada de quem acabou de descobrir que a nação não é formada exclusivamente por patetas e espertalhões. E encerrou a lengalenga com a celebração do farisaísmo (e dois pontapés na gramática): “Tenho certeza que o Brasil quer um Judiciário independente, com o juiz que não tenha medo de pressão de qualquer espécie”. Se reconhece que é exatamente isso o que exige o país que presta, o que ainda espera para devolver ao Supremo Tribunal Federal a toga que ganhou de presente?
 
Um juiz independente e imune a pressões não se atreveria a absolver o mensaleiro João Paulo Cunha e, para justificar a decisão afrontosa, fazer de conta que Marcos Valério só não corrompeu parlamentares. O vigarista mineiro que alugou o diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato não ousaria propor negociatas a deputados e senadores. Haja cinismo, berra a montanha de provas e evidências.
 
Haja cinismo, berram os fatos. João Paulo Cunha conheceu Marcos Valério na temporada eleitoral de 2002. Uma das agências do empresário mineiro havia sido contratada para cuidar da campanha do PT em Osasco, onde João Paulo nasceu, em 1958. O forasteiro virtualmente acampou no principal reduto do deputado em busca da reeleição. Ficaram íntimos. Vitorioso, João Paulo transformou Marcos Valério no marqueteiro de estimação.
 
O governo Lula e a bancada petista entenderam que o companheiro de Osasco deveria ser o presidente da Câmara. João Paulo convocou o amigo mineiro para ajudá-lo numa campanha que não haveria.
 
Candidato único, o deputado paulista não tinha adversários a enfrentar. Pagou um bom dinheiro pelos serviços não prestados por Marcos Valério. Foi a primeira de muitas demonstrações de apreço. Todas suspeitas. Todas retribuídas pelo lobista disfarçado de publicitário. João Paulo venceu uma luta sem adversários. Em seguida, uma empresa de Marcos Valério venceria sem concorrentes a licitação simulada para escolher a agência publicitária encarregada de “melhorar a imagem da Câmara”. O contrato foi renovado por mais dois anos no último dia útil de 2004.
 
Atendendo a uma encomenda paralela, a agência de Valério passou a avaliar periodicamente a popularidade em território paulista do deputado que sonhava com o governo estadual. As pesquisas foram pagas com verbas da Câmara. Em junho de 2005, quando explodiu o escândalo do mensalão, enfim ficou claro por que João Paulo reagira com tamanha ferocidade à primeira notícia sobre a existência do Pântano do Planalto, divulgada em setembro do ano anterior pelo Jornal do Brasil.
 
Ele conhecia bem o lugar. Enquanto foi o número 2 na linha de sucessão presidencial, ali pescara propinas de bom tamanho. Também ficou claro por que lutara com tanta tenacidade pelo direito de continuar no comando da Câmara: talvez conseguisse impedir o nascimento da CPI que acabou identificando os mensaleiros e revelando parcialmente o acervo imenso de maracutaias. Uma delas permitiu a João Paulo expropriar R$ 50 mil da conta da SMP&B, empresa de Marcos Valério, numa agência do Banco Rural em Brasília.
 
Se o dinheiro  tivesse sido retirado pela mulher do deputado, já estaria configurado o caso de polícia. Mas a coisa foi um pouco pior. Para esconder da Coaf o nome de Márcia Regina Cunha, o saque foi feito pela própria SMP&B. A primeira-dama da Câmara apenas assinou um documento interno do Banco Rural que registrava o repasse dos R$ 50 mil que Lewandowski acaba de varrer para baixo do tapete das “despesas de campanha”.
 
São esses os fatos. O resto é conversa fiada, desculpa de culpado ou tapeação de comparsa.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O ATAQUE DE LAMPIÃO A MOSSORÓ: UM MISTÉRIO QUASE CENTENÁRIO

Honório de Medeiros
 
UM MISTÉRIO QUASE CENTENÁRIO!

Em dias do início do mês de maio do ano da graça de 1927, pelas terras do Rio Grande do Norte que confrontam com aquelas da Paraíba, lá no alto Sertão desses estados, mais precisamente as que ficam entre as cidades de Uiraúna e Luis Gomes, vindos de Aurora, no Ceará, Cariri velho de Nosso Senhor Jesus Cristo, eles, os cangaceiros, entraram no território potiguar.
 
Era uma horda selvagem com aproximadamente uma centena de homens, para o mais ou para o menos, imundos e bestiais, a cavalo, fortemente armados, portando rifles, fuzis, revólveres, pistolas, punhais longos e curtos, e farta munição. Vinham ébrios, ferozes, e sedentos de violência, sem qualquer outro propósito que não a rapinagem, pura e simples.
 
E assim entraram.
 
Durante os quatrocentos quilômetros e quatro dias que durou a epopéia, deixando e voltando à Aurora após alcançarem Mossoró,  desenharam, com a ponta dos cascos dos cavalos ou a face externa das alpargatas com as quais pisavam o chão, como que um movimento cujos contornos lembram o de uma flor de mufumbo, cujas laterais seriam as margens da Serra de Luis Gomes e Serra do Martins, por um lado, e, pelo outro, as margens do serrame do Pereiro, limites com o Jaguaribe, Ceará adentro.
 
Espalharam o terror por onde passaram.
 
Humilharam, surraram, feriram, extorquiram, seqüestraram, furtaram, roubaram, mataram...
 
Em toda a história do cangaço, complexa e específica por si mesma, nada há igual.
 
Não foi um ataque qualquer a um arruado, vila ou povoação. Nem mesmo a uma cidade pequena.
 
Foi um ataque a uma cidade de grande porte para os padrões da época, bem dizer litorânea, a segunda maior do Rio Grande do Norte, com quatro igrejas, três jornais, agência do Banco do Brasil, população que rivalizava com a da capital do Estado, um comércio rico e pujante, que funcionava como centro para o qual convergiam paraibanos, norte-rio-grandenses e cearenses, e, por intermédio do porto de Areia Branca, ao qual se chegava pelo Rio Mossoró ou Apodi, caso necessário, o Brasil todo.
 
Mossoró não acreditava que tal ataque pudesse se concretizar. O Governo do Estado do Rio Grande do Norte também não. Era inconcebível. O Brasil, representado por sua capital, o Rio de Janeiro, quedou perplexo.
 
Tanto anos depois é possível algo novo quanto às causas que levaram Lampião a empreender esse ataque?
 


Os cangaceiros acima foram nominados por Jararaca, a quem a fotografia foi mostrada enquanto ele convalescia, preso em Mossoró, pouco antes de morrer

De antemão, que se diga: não é consenso que haja mistério quanto às causas do ataque de Lampião a Mossoró. 
 
Ao contrário. Excetuando-se algumas vozes isoladas aqui e ali, outras ouvidas aos sussurros em Mossoró[1], é prática corrente atribuir à ganância de Lampião, Isaías Arruda e Massilon – este com papel secundário, a existência do episódio.
 
Entretanto ao estudarmos com atenção redobrada, até mesmo com obstinação, o acervo do qual dispõem os pesquisadores, constata-se a existência de questões, dúvidas, perplexidades, que insistem em aparecer desafiando o passar dos anos e a natural inércia originada das versões consideradas consumadas. 
 
Levando-se em consideração todas essas questões, após tê-las colhido, assim é que, a seguir, dando-lhes o tratamento mais racional e factual possível, buscando a isenção necessária à qual se deve ater quem busca encontrar a melhor explicação entre várias concorrentes, são elas elencadas, analisadas e colocadas à disposição do leitor, para que este possa fazer sua escolha ou, se não for o caso, meramente ser colocado a par de suas existências.
 
Há, portanto, e basicamente, quatro teorias acerca das causas do ataque de Lampião a Mossoró: 
 
(i) o ataque a Mossoró resultou da ganância do Coronel Isaías Arruda e de Lampião, no que foram secundados por Massilon;
 
(ii) o ataque a Mossoró resultou unicamente da cobiça de Massilon.
 
(iii)          o ataque a Mossoró resultou da paixão de Massilon por Julieta, filha de Rodolpho Fernandes;
 
(iv) o ataque a Mossoró resultou de um plano político.
 
Qual delas é a verdadeira?

[1] Notável exceção é o pesquisador Marcos Pinto, autor de “DATAS E NOTAS PARA A HISTÓRIA DE APODY” natural de Apodi, mas residente há muitos anos em Mossoró.
 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O QUE PODE UM PROFESSOR


Do Blog de Ricardo Noblat

Por Atenéia Feijó

As duas escolas que conquistaram a segunda e a terceira maiores notas do país no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) ficam na zona rural de Cambuci, um município pobre do Rio de Janeiro. A cerca de 350 quilômetros de Ipanema.
 

Brilharam ao ultrapassar a colocação de colégios grandes e tradicionais como Pedro II, Aplicação da UFRJ e Militar.

Nesse caso, o ranking é o que menos conta. Sobressai a valorização da escola e do professor pelo aluno, pela comunidade; onde o foco não é o vestibular. É formar cidadãos para a vida.

A maior dificuldade dos estudantes de lugares como Cambuci, para cursar o nível superior, está na falta de dinheiro para pagar transporte ou moradia que lhes possibilite frequentar a universidade mais próxima.

Mesmo assim, avaliações pontuais como essas embalam esperanças, apesar de ainda não terem grande significado na Prova Brasil. O país continua lá embaixo no ranking mundial de educação. A lição é a de que nem sempre instalações espetaculares funcionam como garantia para uma boa escola.

A qualidade do ensino continua a depender do essencial: do professor com aptidão, qualificado, motivado. Que goste de ensinar. E que precisa ser reconhecido. Costumo me perguntar em que momento esse professor deixou de ser valorizado, a ponto do antigo prestígio se manter excepcionalmente.

E interrogo-me (absurdamente) se “ensinamentos” de um pastor, padre ou político passaram a ser mais importantes que os de um mestre formado. A autoridade de professor era prioritária, preservada hierarquicamente, mesmo diante de um padre, de uma freira, de um pastor luterano ou de um vereador. Quem ousava desrespeitar uma professora primária?

Agora existem novas crenças. E crendices intolerantes que podem “paralisar” intelectos. Outra coisa. Há uma distorção em considerar o uso de computadores como “avanço no ensino”. Não, os recursos eletrônicos são apenas ferramentas atualizadas para as aulas. Estas, sim, precisam avançar.

Por exemplo. Como ensinar sobre o Sistema Solar sem mencionar o robô Curiosity em Marte? Não, não esqueci. Professor é de carne-e-osso: come, veste-se, reside, tem família, precisa de lazer. E continuar estudando. A interpretação da história muda, a geopolítica se redesenha e a ciência evolui.

Na década de 60, o “rebaixamento” do professor foi por censura nas salas de aula. Hoje haveria risco de patrulha? Um professor tem de estimular o raciocínio lógico do aluno, ensiná-lo a pensar; questionar dogmas...

Ateneia Feijó é jornalista

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

MONTAIGNE E A DESCOBERTA DA LENTIDÃO (PREGUIÇA)


Michel de Montaigne

sarahbakewell.com


Para Carlos Santos, no outono de sua existência.


"Montaigne seria uma boa referência para o moderno Movimento Devagar, que, originado no fim do século XX, aos poucos foi se disseminando e se transformou quase num culto. Como Montaigne, seus seguidores fazem da lentidão uma espécie de princípio moral. Seu texto fundador é o romance The Discovery of Slowness (A descoberta da lentidão), de Sten Nadolny, que conta a vida do explorador do Ártico Jonh Franklin, cujo ritmo natural de vida e pensamento é descrito como o de um velho preguiçoso depois de uma longa massagem e de um cachimbo de ópio. Na infância, Franklin é alvo de zombaria, mas ao chegar ao extremo Norte ele encontra o ambiente perfeitamente adequado a seu temperamento: um lugar onde todo mundo faz as coisas calmamente, onde pouco acontece e onde é importante parar para pensar antes de se precipitar na ação. Muito depois de publicado na Alemanha em 1983, The Discovery of Slowness continuava nas listas de best-sellers, sendo propagandeado até como um manual alternativo de administração. Enquanto isso, surgiu na Itália um desdobramento culinário do Movimento Devagar, o slow food, que teve origem como protesto contra as filiais do McDonald's em Roma e acabou se transformando em toda uma filosofia do bem viver" ("COMO VIVER"; Sarah Bakewell; Objetiva; 2012, Rio de Janeiro).


Sarah Bakewell vive em Londres, onde ensina escrita criativa na City University e cataloga coleções de livros raros para o National Trust. Foi curadora de livros antigos na Wellcome Library.

domingo, 19 de agosto de 2012

O "ESPERTO" NA POLÍTICA



Honório de Medeiros
 
Para meu amigo JBSouto


Meu amigo Fulano me disse que tinha se aposentado da política. “Como assim?”, perguntei-lhe. “Quer dizer que não vai mais exercer qualquer cargo público?” “E se seu candidato voltar ao Governo?”

Meu amigo, que foi do segundo ou terceiro escalão do governo de um dos estados vizinhos (claro!) abriu um sorriso matreiro e respondeu condescendente: “eu não quero mais cargo nenhum, mas vou ajudar meus amigos porque você sabe como é, tenho filhos para criar, e no nosso mundinho só vai p’ra frente quem se dá bem com os ômi”.

Meu amigo Fulano é um homem esperto, dentro daquela categoria que o finado ex-padre Zé Luiz genialmente criou lá pelo começo dos anos 80. Dizia Zé Luiz, e ele nunca aceitou essa história de ex-padre – “uma vez padre, sempre padre” – que há dois tipos de homens, que merecem atenção: os inteligentes e os espertos. E para ilustrar sua tese elencou, em sua coluna dominical no Poti, de um lado os espertos, do outro, os inteligentes. Não é preciso dizer o rebuliço que essa crônica causou na província.

Pois bem, meu amigo Fulano é um homem esperto. Não tem o vôo dos condores, quando muito dos galináceos, mas sabe evitar uma panela e enxerga bem além dos seus passos curtos. Em certo sentido, jamais admitido nem por ele, nem por quem lhe fornece o meio para sobreviver, é alguém que vive de expedientes: ajeita aqui, ajeita acolá, facilita p’ra um, dificulta p’ra outro, se torna da cozinha do poderoso, na qual chega na hora do café-da-manhã trazendo as últimas novidades e os próximos pedidos.

Duvido que na atual estrutura de Poder na qual vivemos a política nossa de cada dia, em tudo e por tudo idêntica à dos nossos ancestrais, se diferenciando apenas quanto à aparelhagem tecnológica utilizada – antes era a cavalo que a informação seguia, hoje é via imail – o coronel com saias ou sem elas possa viver sem esse tipo de agregado.

Ele é imprescindível para as pequenas coisas: pequenos delitos – é incapaz de pensar os grandes; aliás, é incapaz de pensar, quando muito reage: seu destino é pequenas confidências, pequenos favores, pequenas difamações e/ou injúrias, algumas torpezas, cumplicidade nos vícios, solidariedade nos acidentes de percurso, desde que não afetem sua sobrevivência... É capaz de grandes bajulações, aceita ser o bobo-da-corte do seu senhor feudal – se considera até honrado em ser alvo de brincadeiras nas quais sua intimidade é exposta publicamente -, quando não, é capaz de desforço físico na defesa da bandeira que empunhou o que o tornará, sem sobra de dúvidas, alvo de muitas e variadas homenagens prestadas nas hostes do “exército” ao qual pertence.

Não por outra razão meu amigo Fulano está fadado a morrer feliz posto que realizado na medida em que encaminhar, através de sua rede de amigos granjeados a partir da troca de favores recíprocos, e da benção do chefe político, os seus rebentos. Não lhe digam que hoje só é possível entrar na administração pública através de concurso. Há sempre um caminho para encontrar uma torneira aberta: cargo em comissão, gratificação, empresa de construção de fundo-de-quintal, licitações manipuladas, consultorias e assessorias. “E os concursos públicos, esses, há, nem lhe conto” me disse ele.


Meu amigo Fulano somente precisa tomar cuidado para não cometer algum erro. Aliás, ele precisa ter muito cuidado para não ser usado como boi-de-piranha: quando ele acerta, o mérito é do chefe; quando o chefe erra, a culpa é dele.

E precisa ter cuidado, muito cuidado, mas muito cuidado com a ingratidão e o tal de laço-de-sangue. Por que não é possível ter dúvida: entre ele, o fiel correligionário, e o parente, este sempre vence.
 
É o instinto!

sábado, 18 de agosto de 2012

O GOVERNO É O PiOR DOS SÓCIOS

O governo é o pior dos sócios: arranca sem piedade, não contribui com coisa alguma, e não tem como vc se desfazer dele (de um empresário brasileiro mais que desiludido).

MAU RESULTADO EM EXAME DA OAB ALERTA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO


Do Blog de Ricardo Noblat

Congelamento da oferta de vagas está em estudo, diz secretário

Por Marcio Beck

RIO - Diante da reclamação da OAB de que a baixa qualidade dos cursos jurídicos do país é o principal motivo para o fraco desempenho dos candidatos no exame da Ordem, o governo federal estuda um novo plano de regulação do segmento, que será apresentado em novembro e entrará em vigor em janeiro de 2013. O último exame da entidade aprovou apenas 14,97% dos 109.649 candidatos que compareceram à prova. Foi o pior resultado desde que a verificação, antes promovida pela seccional da ordem em cada estado, foi unificada, em 2009.

O secretário nacional de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Jorge Messias, afirmou que essa realidade vai mudar. Entre as propostas discutidas por um grupo de trabalho formado por representantes do MEC e da OAB, estão a revisão do processo de autorização para a criação de cursos, que ficará mais rigorosa, o congelamento da oferta de vagas, cortes nas vagas efetivas e remanejamento das ociosas. Para definir os critérios destas ações, o ministério está mapeando a distribuição da oferta nas microrregiões do Brasil.

— Queremos uma análise qualitativa mais apurada dos cursos. Na última supervisão que fizemos, no ano passado, cortamos 10.868 vagas de 160 cursos, incluindo vagas efetivas — explica Messias.

OAB contabiliza mais de 1.200 cursos

O número excessivo de cursos de Direito no país é o principal motivo apontado pela OAB para a baixa qualidade do ensino. Os 1.092 cursos superiores de Direito registrados no Ministério da Educação — que reúnem 594,5 mil alunos matriculados — têm atualmente cerca de 80 mil vagas ociosas. Nas contas da OAB nacional, o número de cursos é maior: 1.259, segundo o presidente da Ordem, Ophir Cavalcante.

Cavalcante defende que é “impossível” a oferta de ensino de qualidade com a quantidade elevada de cursos.

— O exame é de dificuldade média. A única matéria cobrada que não é obrigatória na grade curricular do MEC é Direitos Humanos. Quem faz bom curso passa na prova — completa Cavalcante, para quem o percentual de aprovados deveria ser pelo menos de 50%.

O grupo de trabalho começou a se reunir em julho e terá mais três encontros antes de apresentar o plano. O aumento no rigor da fiscalização, porém, já está valendo, afirma o secretário:

— Nos últimos cinco anos, apenas 38 dos 178 pedidos de abertura de cursos de Direito foram atendidos.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O "OAB RECOMENDA" E A GESTÃO DO ENSINO NAS INSTITUIÇÕES PRIVADAS DE ENSINO JURÍDICO

Por Honorio de Medeiros
                              
                               A Diretora Nacional de Ciências Jurídicas do Grupo Estácio, Solange Moura, explicando o índice de aprovação de 45,83% do Campus Petrópolis no Exame da OAB cujo resultado foi anunciado neste agosto de 2012, fez um diagnóstico das dificuldades das instituições particulares quando comparadas com as públicas e apresentou o projeto pedagógico que, no seu entender, é o apropriado para enfrentar tal situação. Veja em: (http://www.tribunahoje.com/noticia/36467/brasil/2012/08/13/universidades-federais-sao-campeas-de-aprovacao-no-exame-da-oab.html).
                               No seu entender o trabalho das instituições particulares é “muito mais duro” que o das públicas, já que elas recebem, de forma acentuada, os alunos vindos do ensino público, e precisam nivela-los com aqueles oriundos do ensino privado de primeiro e segundo graus.
                               Diz Solange: “Nos primeiros anos trabalhamos fortemente leitura e redação. A formação específica é feita de forma contextualizada. A cada semana eles resolvem um caso concreto jurídico”.
                               Seria interessante sabermos se é esse o projeto pedagógico do INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS PROFESSOR CAMILLO FILHO (ICF), uma Instituição de Educação Superior (IES) mantida pela SOCIEDADE PIAUIENSE DE ENSINO SUPERIOR LTDA. O ICF foi inaugurado em 5 de julho de 2000, iniciando suas atividades acadêmicas em 5 de agosto do mesmo ano, e recebeu, recentemente, o disputado “OAB RECOMENDA”  (http://oab.jusbrasil.com.br/noticias/3092628/oab-confere-selo-de-qualidade-a-89-cursos-de-direito-brasileiros).
                               Aqui no Rio Grande do Norte somente o CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE (FARN) ostenta esse galardão.
                               Não é muito difícil chegar ao diagnóstico apresentado pela Diretora Solange Moura. Entre outros indicativos, tais como gestão equivocada de recursos humanos e infraestrutura, ou mesmo planejamento realizado segundo moldes ultrapassados, a questão do nível de aprendizado dos alunos das escolas públicas, principais “clientes” dos cursos particulares de Direito, é, realmente, significativa, e uma das causas do pífio resultado obtido por essas instituições nos exames da OAB.
                               Outro indicativo é a leniência com os alunos que estudam à noite e sua cultura de “pagou passou”.
                               Da mesma forma, no que tange a sua proposta pedagógica, no geral ela está correta. A grande questão não é a ideia em si de trabalhar esmeradamente leitura e redação, como proposto, nos primeiros anos. Aliás, é preciso trabalhar firmemente leitura e redação TODOS OS ANOS DO CURSO.
                               O problema é como fazê-lo. Aliás, esse é o problema fundamental da gestão, pois implica em avaliação permanente e retificação constante dos obstáculos que se apresentam, tudo dentro de uma determinada perspectiva estratégica. Leia, para ter uma noção, http://honoriodemedeiros.blogspot.com.br/2011/06/eficiencia-na-gestao-publica.html
                               No caso específico das instituições particulares, que têm de levar em consideração a presença do viés financeiro e seu mandamento fundamental (“é preciso lucro”) no planejamento, a gestão, para alcançar êxito, precisa de recursos humanos com experiência (currículo) e descortínio. Precisa de solidez e ousadia. Precisa de conhecimento e inteligência. Não há espaço para a mediocridade.
                               Será que as instituições particulares de ensino do Direito no Rio Grande do Norte estão atentas a esses parâmetros?                    

OAB DE MOSSORÓ FIRMA PARCERIA PARA COLETAR PAPEL E RECICLÁ-LO


                   A OAB Subsecção de Mossoró, através da Comissão de Meio Ambiente, firmou parceria com a empresa Brasil Green Embalagens, com o intuito de coletar papel usado e fazer a devida reciclagem.

                   Haverá uma contrapartida financeira da empresa por cada quilograma de papel recolhido, cujo valor será revertido para as atividades da própria Comissão e doação a entidades que militam na proteção dos animais e defesa do meio ambiente.

                   Separe os papéis (papel ofício usado, jornais, revistas, etc.) que você normalmente jogaria no lixo comum, e ligue para a OAB que faremos a coleta, ou ainda pode deixar na própria OAB, para a devida RECICLAGEM pela empresa conveniada.

                   Agradecemos sua colaboração e desde já aceite nossa felicitação por esta atitude, que contribuirá para termos progresso com desenvolvimento sustentável.

                   Atenciosamente,


OAB Subseccional Mossoró – RN
Comissão de Meio Ambiente

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

DE UMA CONVERSA AGRADÁVEL ACERCA DE CANGAÇO NA OITAVA FEIRA DO LIVRO DE MOSSORÓ


No sentido horário, Professor Joca, Kydelmir Dantas e Honorio de Medeiros


No dia 11, começo da noite, eu e o Professor Joca, com moderação de Kydelmir Dantas, conversamos acerca de Cangaço, para uma atenta e participativa platéia na 8ª Feira do Livro de Mossoró.

O professor, que andava afastado do "mundo do cangaço" reviveu suas experiência de pesquisador, quando saiu Brasil adentro pesquisando, entrevistando e conhecendo os principais personagens dessa saga sertaneja nordestina.

Eu, pelo meu lado, mais uma vez falei acerca dos mistérios que envolvem a invasão de Mossoró por Lampião. Acrescentei, também, alguns dados que não eram do meu conhecimento quando lancei "Massilon".

Seu Kydel, serenamente, conduziu os trabalhos e, qual cangaceiro escapando das volantes, tão logo terminou a mesa-redonda, desapareceu sem deixar vestígios, não podendo participar do jantar com o qual eu, generosamente, queria lhe presentear, para agradecer uma lembrança da residência onde Childerico Fernandes e sua família residiam quando receberam a visita de Lampião fugindo de Mossoró, após a derrota, e que foi demolida pelo tempo e insensatez dos homens.

É isso mesmo. Que se há de fazer?

No mais é salientar o prazer de ter conhecido o professor Joca e ter estado, mais uma vez, falando para os mossoroenses acerca de cangaço. 

MOYSÉS SESYOM


Por Ricardo Sobral

Moysés Lopes Sesyom (Sesyom é Moyses ao contrario, observou?), poeta fescenino, quando nasceu em 28 de julho de 1883, na fazenda Baixa Verde, Caicó se chamava Vila do Princípe.

Embora caicoense, viveu a partir de 1905 em Assu, contribuindo decisivamente para que Assu seja conhecida hoje como a terra dos poetas. Gostava de uma carraspana e de frequentar cabaré.
 
Era sifilítico; de nariz achatado.
 
É o Gregório de Matos do Rio Grande do Norte, já que, além de versos fesceninos, produziu também versos chistoros e satíricos. Entretanto, como predominou na tradição oral seus versos fesceninos, ficou conhecido como "O Bocage Rio Grandense".
 
Segundo Câmara Cascudo "in" "O Livro das Velhas Figuras", volume 4, Sesyom começou a versejar aos 30 anos de idade - "sem saber, era poeta verdadeiro, espontâneo, inexgotável, imaginoso, original".

Próximo ano, completa 130 anos de seu nascimento.

Este ano, em 09 de março, completou 80 anos de seu falecimento (1932). Contudo, seus versos são declamados até hoje, perpetuados que foram pelo povo.

Para homenageá-lo no transcurso dos 80 anos de sua derradeira viagem, escolhi três glosas. A primeira, revela seu lado boêmio; a segunda, o chistoso; a terceira, o satírico. Vejamos:


I

Vida longa não alcanço
Na orgia ou no prazer,
Mas, enquanto eu não morrer
- Bebo, fumo, jogo e danço!
Brinco, farreio, não canço,
Me censure quem quiser...
Enquanto eu vida tiver
Cumprindo essa sina venho,
Além dos vícios que tenho,
Sou perdido por mulher!...

II

Eu conto o que se sucedeu
Debaixo da gameleira.
Foi um tiro de ronqueira,
O peido que a nega deu.
Toda a terra extremeceu,
Abalou todo o Assu,
A nega mexendo angu,
Puxou a perna de lado.
Deu um peido tão danado
que quase não cabe no cu.


III
Sargento as suas devisas
Deus terá de protegê-las
Dos braços irão para os ombros
E aí serão estrelas.
E deus há de me dar vida
Para que eu possa vê-las
O Cabo que aí está
Nunca será tenente.
O galão que ele terá
É um galão diferente:
È um pau com duas latas,
- Uma atrás, outra na frente.

domingo, 12 de agosto de 2012

O ENGENHO DE SÃO PEDRO

Por François Silvestre

Não lembro exatamente da primeira vez que senti o gosto do alfenim ainda quente, na hora do puxa-puxa. Mas lembro, como se fosse agora, do cheiro da fumaça que se despregou da chaminé do engenho no primeiro dia daquela moagem.

A casa sede da fazenda ficava num alto, de onde se avistava o engenho e as pedras de uma pedreira branca, cujo sol do meio dia iluminava a subida verde da Serra de Portalegre.

O ano fora de bom inverno; a baixa de cana adocicou, ao sugar a seiva doce do massapê, dando aos jegues bastante trabalho para carregar os cambitos cheios das piojotas e listadas na direção das caldeiras.

No ano anterior morrera meu pai adotivo, o padre Alexandrino Suassuna. No ano seguinte, seria assassinado o meu pai biológico. Antônia de Bibiana, mulher de Raimundo de Taninha, era, naquele momento, minha mãe provisória.

O engenho de São Pedro era propriedade de um tio, irmão do padre. A Serra do Martins, onde eu morara na primeira infância, apenas desenhava para o poente uma silhueta azul acinzentada. Pois o azul não é uma cor, mas uma distância.
Estava agora noutro mundo. Moleques da minha idade, entre sete e oito anos. O bagaço da cana estendida no oitão do engenho oferecia uma praça para jogos e brigas. O açude e a barragem, que hoje sei pequenos, pareciam imensos mares aos meus olhos de criança.

Ficávamos de olho na chaminé, cuja parte de cima se avistava da barragem. O segredo residia na cor da fumaça. Assim como na eleição dos papas, a cor da fumaça, no engenho, também avisa a hora do melado, ao ponto, ser transferido para a gamela. Só muda a tonalidade das cores. No vaticano, o sinal é a fumaça branca; no engenho, a fumaça cinza escuro.

Aí saíam todos, pelados, da água, para vestir às pressas calções ou calças curtas. Em carreira estabanada para o pátio da bagaceira. Era o momento das puxadeiras mergulharem os camelos no mel. Camelo é uma cana grande de boa espessura, geralmente a listada, que se raspa a parte superi cial sem tirar a casca, lavada, que se mergulha na gamela e se vai girando para fixa-lo até que se proceda a retirada do melado ainda marrom, que vai virar alfenim.

É uma dança de arte; várias mulheres a puxar, girando no ar, aquele mel grosso, mudando de cor, até ficar quase branco. Antes que “morra”, elas fazer desenhos de flores ou bichos, que serão postos numa tábua untada de goma.

Para nós, os moleques, restava o mais sublime dos doces, que é a raspa da gamela. Lambuzados de mel e infância corríamos de volta para água. A criança é o mais perigoso dos vigilantes. O adulto, cuja ganância armazena rugas, não vigia o prazer. Gasta-o. O moleque nada promete ao futuro.

Quando cresce, mata o menino e vira estúpido. Té mais.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

ADEMIR RIBEIRO - A VOZ DE OURO DO RÁDIO


Ademir Ribeiro


Por Carolina Wanderley Neves

Esta é uma história curta, que se preenche de outra.

Começa, caso tenha início, com o contato entre dois desconhecidos.

“Não nos conhecemos. Mas me parece que tínhamos um amigo (ao menos conhecido) em comum: Ademir Ribeiro. Falecido ontem, por volta das 20h no hospital da Av. Antônio Basílio. Nos últimos quatro anos, definhando sob as garras da demência senil agravada pelo Alzheimer, sucumbiu, pois, a uma repentina queda de pressão.

Uso este meio para lhe informar do falecimento. Morreu esquecido e só (à exceção da presença dos filhos do primeiro casamento, com Teresa). Solidão mesma que já lhe ocorria há uns poucos anos. Sem álcool, sem cigarro, sem amigos.

Vou ver se consigo ao menos deixar-lhe gravado à lápide: “Ademir Ribeiro – A voz de ouro do rádio”.”

A morte parece-nos um destino comum, sob o qual nenhum controle detemos. E sendo curta a vida, mais hora, menos hora, ela chega. Preciso agora falar sobre este homem, que há pouco faleceu, meu avô, Ademir Ribeiro.

TANTO NOMINI NULLUM PAR ELOGIUM, eis o epitáfio de Maquiavel: “Para tão grande nome, elogio não há!”. Meu avô provavelmente não se satisfaria com tamanha luxúria em elogios! Ele não queria elogios à toa. Dispensava-os sem falsa modéstia, escondendo no fundo uma sincera certeza de ter cravado sua marca na história do radio potiguar, e no coração norte rio grandense. Sempre soube: ele gostava era de reconhecimento.

Ademir Ribeiro, nascido em 02 de junho de 1939, locutor e boêmio por profissão, era um apaixonado pelo Radio e pelo Futebol.

Viveu intensamente cada faceta de sua vida. Amou suas mulheres, seus filhos, sua profissão, sua cachaça e o cigarro de cada dia. Devoto de Nossa Senhora de Fátima e torcedor ferrenho do América, escreveu na história do Radio Brasileiro um importante capítulo.

Nostálgico e solitário, meu avô foi, sem dúvidas, um dos homens mais inteligentes que já conheci na vida. A solidão tem mesmo dessas coisas. Lembro-me das visitas semanais, aos sábados, à sua residência, no bairro de Cidade Satélite, regadas a torradas de pão dormido da padaria, café, e muitos vídeos. Entrar no “escritório” do meu avô era o que hoje eu chamaria de “momento Cult”.

Entre cinzeiros, copos de café frio e garrafas de cachaça, um raro acervo de fitas VHS e inúmeras K-7s do programa Show da Manhã, do qual se orgulhava de ter protagonizado por muitos anos, transmitido pela Radio Poti.

Com sua bolsa tiracolo e seu gravador munido de fitas, a qualquer hora do dia Ademir estava disponível no Bar de Lourival, na Deodoro da Fonseca, tomando sua garrafa diária de Caranguejo e fumando suas tantas carteiras de cigarro.

Avesso à política, repetidamente se recusou a ter sua voz estampada em campanhas e candidaturas. Dedicou-se ao “rádio-romantismo” à lá Janete Clair. Não se furtou à oportunidade de abrir espaço para sua nostalgia no Show da Manhã, tocando “músicas do passado”, como dizia.

Ademir era isso, ou este. Ou as duas coisas. Gostaria de ter-lhe ao menos dito: “Vai em paz, tua história vive!” Mas foi e é assim, sorrateira e repentinamente que a morte chega. Precisando, então, de um epitáfio digno para este homem, recordei-me que, em entrevista ao Jornal Zona Sul, quando perguntado sobre como queria ser lembrado, respondeu: Eu? Nem sei... Podia ser Ademir Ribeiro, a voz de ouro do rádio. Porque esta voz eu não ganhei de graça. Foi Deus quem me deu.

Pode botar lá no meu túmulo. “Ademir Ribeiro – A voz de ouro do rádio”. Só isso.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

BLOG DO CARLOS SANTOS: UNP BALANÇA COM CRISE SEM PRECEDENTES




Jornalista Carlos Santos 

Do blogcarlossantos.com.br

Por Carlos Santos

quinta-feira - 09/08/2012 - 10:24h

Gestão e ensino 
O Curso de Direito da Universidade Potiguar (UnP), Campus de Mossoró, vive há vários dias uma crise sem precedentes. O redemoinho produz círculos concêntricos que ameaçam estilhaçar a imagem da instituição fora de sua estrutura física, no âmbito do Ministério da Educação (MEC) e Justiça Federal. 
Tudo começou com a imposição de decisões pela diretoria da instituição, que é controlada há alguns anos por poderoso grupo multinacional. A partir daí ocorreu demissão sumária do diretor do curso no Campus em Mossoró, o conceituado professor Marcelo Roberto dos Santos. 
A Laureate International Universities — maior rede de universidades do mundo -, que controla a UnP desde 2007,  pretende um reordenamento de custeio da máquina pedagógica, sacrificando justamente quem mais precisa de incentivo: o docente. Quer reduzir custo punindo seu melhor insumo, o professor. 
Essa chamada “reengenharia” passou a suprimir benefícios da remuneração do professorado, traduzidos de forma mais clara no que se denomina de “hora-aula”, assentada em trabalhos, orientações de cursos etc. 
Punição 
Marcelo resolveu escudar os professores 
Opondo-se à mudança, ele mostrou em seu arrazoado que o Curso de Direito do Campus de Mossoró mostrava resultados que mereciam incentivo e não punição. Sua performance eclipsa congêneres da mesma instituição, que funcionam na capital do estado. Em Natal, o corte começou há mais tempo e de modo incisivo. 
Até o momento, a Laureate não conseguiu contorna o caos que se formou a partir da demissão de Marcelo Roberto. A direção do curso em Mossoró virou um vácuo. 
Professores prometem debandar, solidários e insatisfeitos com a supressão de ganhos pecuniários. Noutra frente, há mobilização com dossiê que denunciaria a instituição ao MEC e Ministério Público Federal, por supostas e graves irregularidades. A UnP estaria maquiando desempenho e certas exigências legais.