quinta-feira, 25 de agosto de 2011

CARLOS SANTOS LANÇA "SÓ RINDO 2" HOJE, EM NATAL

Sarau das Letras e Herzog

a p r e s e n t a m


Lançamento do livro

S Ó R I N D O 2

A política do bom humor do palanque aos bastidores


Autor: Carlos Santos


Nesta quinta, dia 25 de Agosto, às 19h, no restaurante La Tavola, em Natal/RN.


Carlos Santos pode até dar a si mesmo a alcunha de “escritor mundialmente desconhecido”, entretanto, o leitor potiguar está mais do que familiarizado com seu trabalho de jornalista e blogueiro ao longo de 26 anos de atuação.

Especializado em informação política, Carlos Santos se aventura pela segunda vez nas páginas de uma plataforma que permite um maior aprofundamento. O jornalista lança o livro “Só Rindo 2, a política do bom humor do palanque aos bastidores” em Natal, na quinta-feira (25), no restaurante La Tavola, às 19h.

A publicação acumula 160 narrações de causos da política local, desde informações apuradas na época de repórter (que vai até os dias atuais) até fatos de um passado recente, da época de Djalma Marinho.

Segundo Carlos, os grandes "caciques" do estado não configuram como únicos protagonistas; anônimos, que formam e formavam os círculos políticos locais, também são retratados no livro. “Não tenho o objetivo de promover o escárnio dos políticos. O livro serve de documentação do lado pitoresco da história política local”, afirmou.

Mitos, tiradas espirituosas, soluções inteligentes, saias justas e micos desses personagens guiam a narrativa do autor. Fundador do Jornal de Fato, Carlos veiculou diversas de suas narrações em seu blog e sentiu a cobrança dos leitores para uma nova publicação.

Além das situações que o próprio Carlos presenciou como repórter, a oralidade serviu de fonte para relatar as “histórias e estórias do universo político”. O escritor conta que possui cerca de 500 outras narrações guardadas na gaveta. Quantidade que o motiva a planejar um terceiro livro; o primeiro lançado em 2002. O formato em esquetes é estímulo também para um projeto de transformar os livros em peças teatrais.

Habituado a buscar informações e furos políticos, o jornalista alimenta diariamente o seu arquivo de histórias insólitas. “Revelar o “lado B”, o bom humor do meio humaniza o político, que muitas vezes é desdenhado pela sociedade”, argumenta.

Segundo o autor, o político potiguar que tem o lado humorístico mais aguçado é Garibaldi Alves Filho (PMDB), atual ministro da Previdência Social. “Talvez Garibaldi seja quem melhor trabalhe essa veia humorística. É marketing! O bom humor contribui para a popularidade, aumenta o trânsito social do político, eles são melhor avaliados. O bom humor é o Lexotan sem contra-indicação”, opinou. O livro já foi lançado em Mossoró, Apodi e Areia Branca. Será lançado também no Crato (CE).

Texto publicado no Nominuto.com por Anna Paula Freire

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

REUNIÃO DO GRUPO DE ESTUDOS DO CANGAÇO, CORONELISMO E MISTICISMO SE REUNE HOJE EM NATAL

AMIGOS ESTUDIOSOS DO CANGAÇO, CORONELISMO, MISTICISMO, MARCAM ENCONTRO NO CENTRO DA PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO DO MIDWAY MALL, ÀS 19:00 HORAS DA PRÓXIMA QUARTA-FEIRA, DIA 24 DE AGOSTO, PARA CRIAR GRUPO DE ESTUDO DEDICADO AO ASSUNTO.


TODOS QUE SE INTERESSAREM PELOS TEMAS SÃO CONVIDADOS E BENVINDOS.


LÁ ESTARÃO, DENTRE OUTROS, MÚCIO PROCÓPIO, ROSTAND MEDEIROS, HONÓRIO DE MEDEIROS, IVONILDO SILVEIRA, ÂNGELO DANTAS...


A IDÉIA É A CRIAÇÃO DE UM CALENDÁRIO DE REUNIÕES, PAUTA DE TEMAS, LOCAIS DE ENCONTRO E AMPLIAÇÃO DO MOVIMENTO.


QUALQUER DÚVIDA POR INTERMÉDIO DO E-MAIL: honoriodemedeiros@gmail.com

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A TEORIA DO ESCUDO ÉTICO, DE FREDERICO PERNAMBUCANO DE MELLO

O núcleo da "teoria do escudo ético", de Frederico Pernambucano de Mello, está contido em três parágrafos do capítulo 4 do clássico "Guerreiros do Sol", segunda edição, abaixos transcritos:

"Muito se tem falado nos paradoxos da chamada moral sertaneja. No Nordeste, talvez melhor que em qualquer outra região, sente-se a existência desse quadro de valores - segundo já comentamos - inconfundível em muitos dos seus aspectos. Chega a ser quase impossível, por exemplo, explicar ao homem do sertão do Nordeste as razões por que a lei penal do país - informada por valores urbanos e litorâneos que não são os seus - atribui penas mais graves à criminalidade de sangue, em paralelo com as que comina punitivamente para os crimes contra o patrimônio. Não se perdoa o roubo no sertão, havendo, em contraste, grande compreensão para com o homicídio. O cangaceiro - vai aqui o conteúdo mental do próprio agente - não roubava, "tomava pelas armas"."

"Dentro desse quadro todo próprio, a vingança tende a revestir a forma de um legítimo direito do ofendido. "No sertão, quem se não vinga está moralmente morto", repitamos mais uma vez a frase tão verdadeira de Gustavo Barroso, conhecedor profundo desse paralelismo ético sertanejo."

"Ao invocar tais razões de vingança, o bandido, numa interpretação absurdamente extensiva e nem por isso pouco eficaz, punha toda a sua vida de crime a coberto de interpretações que lhe negassem um sentido ético essencial. A necessidade de justificar-se aos próprios olhos e aos de terceiros levava o cangaceiro a assoalhar o seu desejo de vingança, a sua missão pretensamente ética, a verdadeira obrigação de fazer correr o sangue dos seus ofensores. O folclore heróico, em suas variadas formas de expressão, imortalizava-o, omitindo eventuais covardias ou perversidades e enaltecendo um ou outro gesto de bravura. Concretizada a vingança, por um imperativo de coerência estaria aberta para o cangaceiro a obrigatoriedade de abandonar as armas, deixar o cangaço. Já não teria mais a socorrer-lhe a imagem o escudo ético por esta representado. Como então realizar tal vingança, se o cangaço era um bom meio de vida?"

Tal "escudo ético", entretanto, não é um epifenômeno próprio da moral sertaneja nordestina. Muito menos apenas do cangaço.

Em entrevista à revista "Veja" de 17 de agosto de 2011 - edição 2230, ano 44, nº 33 - o psiquiatra e escritor inglês Anthony Daniels, ao analisar a influência da tese do suíço Jean Jacques Rousseau de que o ser humano é fundamentalmente bom, e que a sociedade o corrompe, afirma que esta prejudicou profundamente sua noção de responsabilidade: "Por influência de Rosseau, nossas sociedades relativizaram a responsabilidade dos indivíduos."

E continua: "O pensamento intelectual dominante procura explicar o comportamento das pessoas como uma consequência de seu passado, de suas circunstâncias psicológicas e de suas condições econômicas. Infelizmente, essas teses são absorvidas pela população de todos os estratos sociais. Quando trabalhava como médico em prisões inglesas, com frequência ouvia detentos sem uma boa educação formal repetindo teorias sociológicas e psicológicas difundidas pelas universidades. Com isso, não apenas se sentiam menos culpados por seus atos criminosos, como de fato eram tratados dessa maneira."

Aqui no Rio Grande do Norte a lenda atribui aos injustos mal tratos físicos da Polícia o ingresso do célebre Valdetário Benevides Carneiro, morto há pouco tempo, no crime. "Como não há justiça" dizia em outras palavras Valdetário, "vou fazer a minha."

Por outra: há o escudo ético, mas ele não é específico da moral sertaneja nordestina. Parece ser um epifenômeno decorrente da criminalidade.

CARLOS SANTOS LANÇA SÓ RINDO 2 EM NATAL

Carlos Santos lança SÓ RINDO 2 em Natal, no La Tavola, no dia 25 de agosto.
Para quem não sabe, o La Tavola fica na Avenida Rodrigues Alves, 44.
Bem no coração de Petrópolis.
O lançamento é às 19:00 hrs.
Irão Gauleses, Mossoroenses, Romanos, e até mesmo o pessoal da República de São Vicente que mora em Natal.

domingo, 21 de agosto de 2011

MISSA DE SÉTIMO DIA DE DNA. VANDA LIMA




Ainda consternados com sua ausência, Os familiares de Maria Vanda Lima de Andrade, convidam parentes e amigos para a missa de 7º dia será celebrada em sufrágio de sua alma, nesta segunda-feira, 22 de agosto de 2011, às 17 horas, na Catedral de Santa Luzia. Desde já agradecem a todos que se fizerem presentes a este ato de fé e solidariedade cristã.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O "ESPERTO" NA POLITIQUINHA



Honório de Medeiros


                   Meu amigo Fulano me disse que tinha se aposentado da política. “Como assim?”, perguntei-lhe. “Quer dizer que não vai mais exercer qualquer cargo público?” “E se seu candidato voltar ao Governo?”

 Meu amigo, que foi do segundo ou terceiro escalão do governo de um dos estados vizinhos (claro!) abriu um sorriso matreiro e respondeu condescendente: “eu não quero mais cargo nenhum, mas vou ajudar meus amigos porque você sabe como é, tenho filhos para criar, e no nosso mundinho só vai p’ra frente quem se dá bem com os ômi”.

                   Meu amigo Fulano é um homem esperto, dentro daquela categoria que o finado ex-padre Zé Luiz genialmente criou lá pelo começo dos anos 80. Dizia Zé Luiz, e ele nunca aceitou essa história de ex-padre – “uma vez padre, sempre padre” – que há dois tipos de homens, que merecem atenção: os inteligentes e os espertos. E para ilustrar sua tese elencou, em sua coluna dominical no Poti, de um lado os espertos, do outro, os inteligentes. Não é preciso dizer o rebuliço que essa crônica causou na província.

 Pois bem, meu amigo Fulano é um homem esperto. Não tem o vôo dos condores, quando muito dos galináceos, mas sabe evitar uma panela e enxerga bem além dos seus passos curtos. Em certo sentido, jamais admitido nem por ele, nem por quem lhe fornece o meio para sobreviver, é alguém que vive de expedientes: ajeita aqui, ajeita acolá, facilita p’ra um, dificulta p’ra outro, se torna da cozinha do poderoso, na qual chega na hora do café-da-manhã trazendo as últimas novidades e os próximos pedidos.

                   Duvido que na atual estrutura de Poder na qual vivemos a política nossa de cada dia, em tudo e por tudo idêntica à dos nossos ancestrais, se diferenciando apenas quanto à aparelhagem tecnológica utilizada – antes era a cavalo que a informação seguia, hoje é via imail – o coronel com saias ou sem elas possa viver sem esse tipo de agregado.

 Ele é imprescindível para as pequenas coisas: pequenos delitos – é incapaz de pensar os grandes; aliás, é incapaz de pensar, quando muito reage: seu destino é pequenas confidências, pequenos favores, pequenas difamações e/ou injúrias, algumas torpezas, cumplicidade nos vícios, solidariedade nos acidentes de percurso, desde que não afetem sua sobrevivência... É capaz de grandes bajulações, aceita ser o bobo-da-corte do seu senhor feudal – se considera até honrado em ser alvo de brincadeiras nas quais sua intimidade é exposta publicamente -, quando não, é capaz de desforço físico na defesa da bandeira que empunhou o que o tornará, sem sobra de dúvidas, alvo de muitas e variadas homenagens prestadas nas hostes do “exército” ao qual pertence.

                   Não por outra razão meu amigo Fulano está fadado a morrer feliz posto que realizado na medida em que encaminhar, através de sua rede de amigos granjeados a partir da troca de favores recíprocos, e da benção do chefe político, os seus rebentos. Não lhe digam que hoje só é possível entrar na administração pública através de concurso. Há sempre um caminho para encontrar uma torneira aberta: cargo em comissão, gratificação, empresa de construção de fundo-de-quintal, licitações manipuladas, consultorias e assessorias. “E os concursos públicos, esses, há, nem lhe conto” me disse ele.


                   Meu amigo Fulano somente precisa tomar cuidado para não cometer algum erro. Aliás, ele precisa ter muito cuidado para não ser usado como boi-de-piranha: quando ele acerta, o mérito é do chefe; quando o chefe erra, a culpa é dele.

E precisa ter cuidado, muito cuidado, mas muito cuidado com a ingratidão e o tal de laço-de-sangue. Por que não é possível ter dúvida: entre ele, o fiel correligionário, e o parente, este sempre vence. É o instinto! 

SURGE GRUPO DE ESTUDO ACERCA DO CANGAÇO, CORONELISMO E MISTICISMO EM NATAL

AMIGOS ESTUDIOSOS DO CANGAÇO, CORONELISMO, MISTICISMO, MARCAM ENCONTRO NO CENTRO DA PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO DO MIDWAY MALL, ÀS 19:00 HORAS DA PRÓXIMA QUARTA-FEIRA, DIA 24 DE AGOSTO, PARA CRIAR GRUPO DE ESTUDO DEDICADO AO ASSUNTO.

TODOS QUE SE INTERESSAREM PELOS TEMAS SÃO CONVIDADOS E BENVINDOS .

LÁ ESTARÃO, DENTRE OUTROS, MÚCIO PROCÓPIO, ROSTAND MEDEIROS, HONÓRIO DE MEDEIROS, IVONILDO SILVEIRA, ÂNGELO DANTAS...

A IDÉIA É A CRIAÇÃO DE UM CALENDÁRIO DE REUNIÕES, PAUTA DE TEMAS, LOCAIS DE ENCONTRO E AMPLIAÇÃO DO MOVIMENTO.

QUALQUER DÚVIDA POR INTERMÉDIO DO E-MAIL: honoriodemedeiros@gmail.com

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

ESCRITOR E POETA JOÃO DE SOUZA LIMA HOMENAGEADO



Criado o GMPA que realiza o seu primeiro Café Cultural

No dia 28 de abril de 2011 o empresário Maciel Teixeira Lima, que há anos trabalha com teatro em um grupo da terceira idade e publicou o livro O Matuto Empreendedor, reuniu um grupo de amigos, escritores, poetas, amantes das artes e apresentou a eles uma idéia que vinha martelando a sua cabeça há um bom tempo: criar um grupo multicultural para que, em reuniões periódicas pudessem discutir a cultural local, e também regional, nacional, do mundo, preenchendo uma lacuna no município.

Desse encontro de amigos, nasceu o GMPA – Grupo Multicultural de Paulo Afonso, “constituído com o intuito de reativar, resgatar, recriar e oportunizar atividades culturais no município de Paulo Afonso”

Há cinco anos, em outubro de 2006, foi criada a ALPA – Academia de Letras de Paulo Afonso que reúne 15 escritores, poetas, artistas da cidade. Mas os sócios, imortais da ALPA não têm se encontrado com a frequência desejada e por isso surgiu essa necessidade da criação de outro grupo, sem nenhuma rivalidade com a Academia mas, ao contrário, como diz o próprio Maciel e também Edson Barreto, “o desejo é somar, acrescentar mais valores, mais gente voltada para a cultura desta cidade e até reanimar a ALPA e fazê-la emergir. Até porque, os que estão no GMPA, são, na grande maioria, membros da ALPA”, diz Edson Barreto.

Dessa necessidade de “trocar figurinhas”, criar uma diálogo sobre a realidade atual e a literatura e outras artes, o GMPA vem se reunindo mensalmente e promovendo, a cada dois meses um Café Cultural, oportunidade de homenagear escritores, poetas, gente da cultura local e regional, ao som de música, palestras, debates, apresentação de poesias, um momento de enlevo à alma.

Num bate-papo com Maciel Teixeira, fundador do grupo,  a essência dos objetivos do GMPA vem à tona:

Antônio Galdino – Maciel, como surgiu a idéia de se criar o GMPA?

Maciel - “O GMPA, Grupo Multicultural de Paulo Afonso, foi criado em Abril de 2011 e nasceu de uma conversa informal a respeito da cultura em nossa cidade. Reunimos alguns amigos em minha casa e ali nasceu o GMPA.

Galdino - A que se propõe o GMPA?

Maciel - Naquela primeira reunião, dia 28 de abril de 2011, alguns pontos foram questionados e chegamos a um consenso de que a arte, quando organizada e oportunizada para varias classes sociais em seus costumes, crenças, histórias, símbolos e tradições, poderia trazer para a sociedade novos talentos e divulgar melhor aqueles que já fazem trabalhos voltados para a cultura e se empenham em realizar novas tarefas, divulgando e organizando eventos onde podem ser mostrados esses trabalhos e seus construtores .

Galdino – Quais são as primeiras ações do GMPA?

Maciel - Inicialmente o grupo esta empenhado em realizar eventos na área literária, onde poetas e escritores estão sendo homenageados com o café cultural. Evento criado por Rubinho Lima que faz parte do quadro da diretoria do grupo.

Galdino – Já existe um cronograma, datas definidas para esse Café Cultural?

Maciel - Este evento acontece a cada dois meses. No dia 12 de Agosto foi o primeiro, realizado no a auditório do Colégio Sete de Setembro, quando foi homenageado o escritor João de Souza Lima. Na reunião realizada no dia 03 de agosto foi escolhido por unanimidade para ser homenageado no mês de outubro deste ano o Professor, escritor Antonio Galdino. Outros nomes estarão sendo definidos pelo GMPA em suas próximas reuniões.

Galdino – Recebi essa informação, fiquei muito feliz por esta decisão unânime de colegas escritores e, querendo Deus, estaremos lá participando desse Café Cultural. Mas, que outras ações pretende o grupo?

Maciel - O grupo, além de apoiar e coordenar este evento, também busca parcerias com o poder publico e privado para que a cultura seja melhor trabalhada e divulgada em nossa cidade e região.

O Grupo Multicultural de Paulo Afonso elegeu a sua primeira diretoria que está assim formada: Presidente o Maciel Teixeira Lima; 1º Secretário, Edson Barreto; 2º Secretário, Fernando Mota; Tesoureiro Rubervânio Cruz Lima; Diretora Cultural, Jovelina Ramalho; Articulador Social, João de Souza Lima.

O GMPA já tem um blog, organizado por Rubinho Lima. Acesse: GMPA – Grupo Multicultural de Paulo Afonso.

Café Cultural homenageia João de Souza Lima

O primeiro Café Cultural do GMPA, realizado dia 12 de agosto no auditório do Colégio Sete de Setembro homenageou o escritor João de Souza Lima que tem 6 livros editados sobre a temática do cangaço, além de participações em outras publicações regionais, mas é também poeta.

na região durante 18 anos e relançou o livro de poesias No Silêncio do Ocaso que teve poemas vivenciados, interpretados sob muitos aplausos, pelo mestre em Literatura do IFBA, professor Cleberson.

Presentes os poetas e escritores Fernando Mota, Maciel Teixeira, João Lima, Rubervânio Lima, Edson Barreto e ainda Luiz Ruben, Voldi Ribeiro, Antonio Galdino e professores e alunos de Letras e Direito da Faculdade Sete de Setembro, dentre eles o Professor Luiz José, coordenador do Curso de Letras e a Professora Geruza, coordenadora do Curso de Direito. Esmeralda Patriota, presidente da APLB, também esteve prestigiando o evento. “O público que esteve presente, saiu maravilhado”, diz matéria do site da FASETE.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

II CONGRESSO NACIONAL DO CANGAÇO E III SEMANA REGIONAL DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

Programação do II Congresso Nacional do Cangaço e III Semana Regional de História do CFP/UFCG – 2011

Dia 24/outubro/2011 (segunda-feira)

08:00 às 11:00 Credenciamento

Inscrições (encerramento)

19:30 às 21:30 Cerimônia de Abertura

Conferência de Abertura: Profª Drª Luitgard Oliveira Cavalcanti Barros (UERJ)

Dia 25/outubro/2011 (terça-feira)

08:00 às 09:30 Minicursos

09:30 às 12:00 Apresentação Cultural

14:00 às 17:00 Grupos de Trabalho (GT)

19:00 às 21:00 Mesa Redonda 1 - A representação do cangaceiro nos livros de história

Profª Ana Lúcia Granja de Souza

Prof. Ms. Emanuel Pereira Braz

Profa. Dra. Maria Lucinete Fortunato

21:00 às 22:30 Minicursos

Dia 26/outubro/2011 (quarta-feira)

08:00 às 09:30 Minicursos

09:30 às 12:00 Encontro com autores Alcino Alves Costa (SE) e Honório de Medeiros (RN)

14:00 às 17:00 Grupos de Trabalho (GT)

19:00 às 21:00 Mesa Redonda 2 – Identidades constitutivas do ser nordestino

Profa. Dra. Mariana Moreira Neto

Prof. Ms. Joel Carlos de Souza Andrade

Juliana Pereira Ischiara

21:00 às 22:30 Minicursos

Dia 27/outubro/2011 (quinta-feira)

08:00 às 09:30 Minicursos

09:30 às 12:00 Apresentação Cultural

14:00 às 17:00 Grupos de Trabalho (GT)

19:00 às 21:00 Mesa Redonda 3 – As reações da igreja romanizada sobre a atuação de beatos e conselheiros

Prof. Dr. Lemuel Rodrigues da Silva

Prof. Ms. Marcílio Lima Falcão

Prof. Dr. Elri Bandeira de Sousa

21:00 às 22:30 Minicursos

Dia 28/outubro/2011 (sexta-feira)

08:00 às 09:30 Minicursos

09:30 às 12:00 Conferência – Nordeste e nordestinidades.

Profa. Dra. Rosa Maria Godoy Silveira (UFPB)

14:00 às 17:00 Grupos de Trabalho (GT)

Assembleia Geral da SBEC

19:00 às 20:30 Minicursos

20:30 às 22:00 Cerimônia de Encerramento

Apresentação Cultural

terça-feira, 16 de agosto de 2011

SÓ RINDO 2 EM NATAL


Carlos Santos lança SÓ RINDO 2 em Natal, no La Tavola, no dia 25 de agosto.

Para quem não sabe, o La Tavola fica na Avenida Rodrigues Alves, 44

Bem no coração de Petrópolis.

O lançamento é às 19:00 hrs.

domingo, 14 de agosto de 2011

O QUE RESTARÁ AOS VELHOS

sairagontijo.blogspot.com


Honório de Medeiros

Todos os dias nos quais caminho vejo sentado, em uma pequena praça ao lado do percurso, um velhinho solitário a olhar para o tempo.

Às vezes, ao seu lado, fica sua acompanhante, uma moça, que o trás e o leva de volta, também em silêncio.

Breve restará, aos que não são jovens, esse silêncio eloquente, o murmúrio dos iguais, a palavra paga.

Ou, quem sabe, saber ouvir.

"SUA EXCELÊNCIA É O RÉU, E NÃO O JUIZ"

Marcelo Gomes e Rafael Galdo, O Globo
"O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra, chegou, no fim da manhã de [ontem], à Divisão de Homicídios (DH), na Barra da Tijuca, para acompanhar a investigação da morte da juíza Patrícia Acioli, assassinada na madrugada de sexta-feira quando chegava em casa, em Niterói . Ele estava acompanhado do presidente da Associação de Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ), o desembargador Antônio Siqueira. Calandro revelou que 12 pessoas são suspeitas de envolvimento com o crime:

- Desses 12 suspeitos de participar do atentado à nossa colega, com certeza, grande parte deles deve ter condenações anteriores.
(...) Mais cedo o desembargador Calandra criticou as leis penais brasileiras:
- A juíza Patrícia Acioli é uma vítima das organizações criminosas, de um sistema processual penal onde a Sua Excelência é o réu, e não o juiz, onde as pessoas cometem um crime de morte e saem pela porta da frente junto com a família da vítima. As pessoas só são punidas quando o Supremo Tribunal Federal (STF) chega".

UM MOTIM DE CONSUMIDORES EXCLUÍDOS EM LONDRES



'Foi um motim de consumidores excluídos', diz sociólogo Zygmunt Bauman
Publicada em 12/08/2011 às 22h29m
Fernando Duarte (fduarte@oglobo.com.br) 
LONDRES - Um dos mais influentes acadêmicos europeus, já descrito por alguns comentaristas mais entusiasmados como o mais importante sociólogo vivo da atualidade, o polonês Zygmunt Bauman viu nos distúrbios de Londres uma aplicação prática de suas teorias sobre o papel do consumismo na sociedade pós-moderna. Um assunto que o acadêmico, radicado em Londres desde 1968, quando deixou a Polônia após virar persona non grata para o regime comunista e por conta de uma onda de anti-semitismo no país, explorou bastante em conjunção com as discussões sobre desigualdade social e ansiedade de quem vive nas grandes cidades.
Aos 85 anos, autor de dezenas de livros, como "Amor líquido" e "O mal-estar da pós-modernidade", Bauman não dá sinais de diminuir o ritmo. Há cinco anos, no lançamento de "Vida para Consumo", uma de suas obras mais populares, fez uma turnê por vários países. Em entrevista ao GLOBO, por e-mail, ele afirma que as imagens de caos na capital britânica nada mais representaram que uma revolta motivada pelo desejo de consumir, não por qualquer preocupação maior com mudanças na ordem social.
- Londres viu os distúrbios do consumidor excluído e insatisfeito.
O GLOBO: O quão irônico foi para o senhor ver os distúrbios se concentrando na pilhagem de roupas e artigos eletrônicos?
ZYGMUNT BAUMAN: Esses distúrbios eram uma explosão pronta para acontecer a qualquer momento. É como um campo minado: sabemos que alguns dos explosivos cumprirão sua natureza, só não se sabe como e quando. Num campo minado social, porém, a explosão se propaga, ainda mais com os avanços nas tecnologias de comunicação. Tais explosões são uma combinação de desigualdade social e consumismo. Não estamos falando de uma revolta de gente miserável ou faminta ou de minorias étnicas e religiosas reprimidas. Foi um motim de consumidores excluídos e frustrados.
O GLOBO:Mas qual a mensagem que poderia ser comunicada?
BAUMAN: Estamos falando de pessoas humilhadas por aquilo que, na opinião delas, é um desfile de riquezas às quais não têm acesso. Todos nós fomos coagidos e seduzidos para ver o consumo como uma receita para uma boa vida e a principal solução para os problemas. O problema é que a receita está além do alcance de boa parte da população.
O GLOBO:Trata-se de um desafio a mais para as autoridades na tarefa de acalmar os ânimos, não?
BAUMAN: O governo britânico está mais uma vez equivocado. Assim como foi errado injetar dinheiro nos bancos na época do abalo global para que tudo voltasse ao normal - isso é, as mesmas atividades financeiras que causaram a crise inicial - as autoridades agora querem conter o motim dos humilhados sem realmente atacar suas causas. A resposta robusta em termos de segurança vai controlar o incêndio agora, mas o campo minado persistirá, pronto para novos incêndios. Problemas sociais jamais serão controlados pelo toque de recolher. A única solução é uma mudança cultural e uma série de reformas sociais. Senão, a mistura fica volátil quando a polícia se desmobilizar do estado de emergência atual.
O GLOBO:Jovens de classe baixa reclamam demais da falta de oportunidades de trabalho e educação. O senhor estranhou não ter visto escolas pegando fogo, por exemplo?
BAUMAN: Qualquer que seja a explicação dada por esses meninos e meninas para a mídia, o fato é que queimar e saquear lojas não é uma tentativa de mudar a realidade social. Eles não se rebelaram contra o consumismo, e sim fizeram uma tentativa atabalhoada de se juntar ao processo. Esses distúrbios não foram planejados ou integrados, como se especulou no início. Tratou-se de uma explosão de frustração acumulada. Muito mais um porquê que um para quê.
O GLOBO:Mesmo o argumento de protesto contra os cortes de gastos do governo não deve ser levado em conta?
BAUMAN: Até agora, não percebi qualquer desejo mais forte. O que me parece é que as classes mais baixas querem é imitar a elite. Em vez de alterar seu modo de vida para algo com mais temperança e moderação, sonham com a pujança dos mais favorecidos.
O GLOBO:Mais problemas são inevitáveis, então?
BAUMAN: Enquanto não repensarmos a maneira como medimos o bem-estar, sim. A busca da felicidade não deve ser atrelada a indicadores de riqueza, pois isso apenas resulta numa erosão do espírito comunitário em prol de competição e egoísmo. A prosperidade hoje em dia está sendo medida em termos de produção material e isso só tende a criar mais problemas em sociedades em que a desigualdade está em crescimento, como no Reino Unido.

sábado, 13 de agosto de 2011

A VIDA DÁ E A VIDA TIRA



Bárbara de Medeiros

A vida dá e a vida tira. Não abra a boca para reclamar das situações, das perdas, das ironias do destino. Situações vividas, por pior que sejam nunca serão esquecidas, e todas as experiências vividas nessa vida hão de nos tornar pessoas melhores. Para cada perda, há um ganho, nem sempre igual ou equivalente, mas um ganho. As ironias do destino, ah, o destino… Aquele filho da mãe que pensa que pode nos convencer a burlar cada uma e todas as regras de Deus… As ironias do destino são como o hálito de um homem pela manhã após uma noite de festa. Os dissabores da vida, pois, apesar de bela, há dissabores na vida, são o que tornam a vida, na falta de palavra melhor, mais saborosa. E veja! O destino há de mudar. E não há ninguém melhor para mudá-lo que você, você mesmo. Você, com todos os seus erros e defeitos, com suas causas, culpas e esperanças. Você é poderoso. Basta acreditar, e, assim, realizar.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

"É PRECISO DUVIDAR DE TUDO", SOREN KIERKEGAARD

Honório de Medeiros

“Na cidade de H... viveu há alguns anos um jovem estudante chamado Johannes Climacus, que não desejava, de modo algum, fazer-se notar no mundo, dado que, pelo contrário, sua única felicidade era viver retirado e em silêncio”.


Assim começa “Johannes Climacus”, ou “É preciso duvidar de tudo”, delicioso texto do escritor – meio esquecido – Soren Kierkegaard, nascido em 1813, e morto quarenta e dois anos depois, em 1855, um típico excêntrico pensador do século XIX.

O pequeno livro que tenho em mãos é da Martins Fontes, Coleção “Breves Encontros”, que vem publicando opúsculos de autores variados, como Schopenhauer, Cícero, Sêneca, Schelle, dentre outros menos conhecidos, como o Abade Dinouart e Tullia D’Aragona.



O prefácio e notas, cuidadoso no que diz respeito ao levantamento da história da produção do texto e a um leve perfil do autor, está assinado por Jacques Lafarge – me é desconhecido – e a tradução por Sílvia Saviano Sampaio professora da PUC/SP, doutora em filosofia pela USP com a tese “A subjetividade existencial em Kierkegaard”, e membro da AMPOF – Associação Nacional de Pós-graduandos em Filosofia.


“É preciso duvidar de tudo” é dividido em três partes: Introdução, Pars Prima e Pars Secunda. A parte primeira contém três capítulos e o primeiro é uma afirmação: “A filosofia moderna começa pela dúvida”. A segunda parte, contendo somente um capítulo, Kierkegaard lhe nomina interrogando: “O que é duvidar?”



A mim, particularmente, interessou a seguinte proposição: “a filosofia começa pela dúvida”, que é o Capítulo II, da Pars Prima. A conclusão de Kierkegaard, falando por intermédio de Clímacus é de que essa proposição se situava fora da filosofia e a ela era uma preparação. De fato.

No próprio texto Kierkegaard alude ao fato de os gregos ensinarem, aludindo a Platão, no Teeteto, que a filosofia começa com o espanto. Eu traduziria espanto por perplexidade, mas talvez haja diferenças sutis entre os dois termos que não valem a pena serem esmiuçadas.



Muito mais recentemente Karl Popper propôs que o conhecimento novo – não apenas a filosofia – começasse por problemas. Esses problemas surgiriam do contraste entre o conhecimento antigo, a expectativa de que regularidades, padrões, se mantivessem, inclusive em relação a nós mesmos. Ao nos depararmos com algo que o nosso conhecimento antigo não explica, há uma fragmentação nas nossas expectativas e surge, então, o problema a ser solucionado. Observe-se que tal teoria pressupõe a existência do conhecimento inato adquirido geneticamente, no que é referendada pela teoria da seleção natural de Darwin.



Em certo sentido estão certos não somente os gregos, como Kiekergaard e Popper. Resta saber se, no início, há o espanto com a dúvida, ou a dúvida com o espanto.

Cabe também observar que Johannes Climacus é um típico caso de personagem acometido da Síndrome de Bartleby, algo que, com certeza, interessaria bastante à Enrique Vila-Matas.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O ESTADO DE PROCUSTO

Procusto e Teseu


François Silvestre


 Foi nesta Quarta-Feira, dia 03 de Agosto, que o Senado da República cumpriu o ritual de sabatinar o indicado Procurador Geral. Que no presente caso é a recondução do atual ocupante da insigne função.

 Acompanhei com interesse pela TV-Senado, pois hoje eu sou quase especialista em Ministério Público. Tudo que diz respeito à instituição merece o meu atento, pois somos velhos conhecidos de embates opostos. Desde os tempos da Ditadura, quando um deles me acusou num julgamento da Auditoria Militar do Recife, ali perto do Cais de Santa Rita, e dos confrontos do Tribunal do Júri, ainda como estudante de Direito. Lembro-me daquele Promotor Público lambendo as estrelas dos oficiais, brilhosas pelo kaol. E “provando” juridicamente que um discurso meu na Casa do Estudante de Natal causara sério risco à Segurança Nacional. Fui condenado.

 Voltemos à sabatina. Dentre as queixas dos sabatinadores, houve uma de um Senador que deu conta de várias ações movidas contra ele por um Promotor Público e alguns colegas deste, resultado de vingança pessoal. É que o Senador, quando Presidente da Assembleia Legislativa do seu Estado, demitira a mulher do Promotor.

 Dentre falas claras e insinuações, houve de tudo um pouco. Sempre preservando a figura do nosso conterrâneo, que será reconduzido ao posto.

 Então foi a vez do Senador Demóstenes Torres, que é membro do Ministério Público. Ainda da ativa, apenas licenciado.

 Esperei uma defesa ostensiva e furiosa por parte do Senador. Demóstenes Torres dispensa apresentação. Político conservador, que se define à Direita, merece o respeito dos pares e eleitores. Sério, honesto, dotado de bagagem jurídica, ele é uma referência na luta contra a corrupção. Isso é notório.

 E aí ele abre sua fala. “Senhor procurador. Está difícil defender o Ministério Público”. Assim mesmo. Ipsis verbis. Fez a ressalva que todos fazemos. Preservar a instituição. Mas não estender essa defesa a todos os seus membros. Ainda minoria. O talibanato do MP.

 E debulhou as causas desse açodamento, que vai da politização, retaliações e busca de notoriedade. O mesmo que eu já venho dizendo há muito tempo. E que depõe contra a Instituição, merecedora do nosso respeito.

 Procusto era um hospedeiro de Ática. Ao levar para sua estalagem o hóspede desavisado, oferecia-lhe uma cama de ferro para o descanso. Só que ele adaptava o hóspede ao leito. Se fosse menor, esticava-lhe as pernas com uma máquina de tortura. Se fosse maior, cortava-lhe as pernas. E tinha duas camas. O que nunca deixava um hóspede naturalmente acomodado.

 É o Estado que nós temos. Cama curta da segurança, saúde, educação. Cortam nossas pernas ou esticam ao tamanho do desespero. Os promotores adaptam os processos ao sabor da patologia social por holofotes. Se as informações forem muitas, ao ponto de beneficiar o acusado, eles cortam parte das provas. Mesmo que omitam a verdade. Se as informações forem insuficientes, eles esticam a prova, mesmo no estuário da mentira. O Estado Procusto do fascismo.

Té mais. 

A ACADEMIA CEARAMIRINENSE DE LETRAS E ARTES CONVIDA

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

DE FÁTUOS E FÚTEIS



Honório de Medeiros


                                      Um certo conhecido meu confunde necessidade de auto-afirmação com vaidade. E, dessa forma, por banalizar aquilo que o recato considera mal-gosto, pretende não somente o beneplácito de todos quantos instados a lhe dar a atenção da qual é tão carente, como – suprema ousadia – transformar sua atitude em algo perfeitamente natural.

                                      Não por outra razão sua própria mentira terminou sendo, por ele mesmo, acreditada. Aquilo que é pura e simplesmente necessidade de alto-afirmação passa, por vaidade, e esse, digamos assim, pequeno desvio de conduta - segundo os padrões morais dos discretos - por algo até mesmo louvável.

                                      No final das contas, aquilo que para meu conhecido é vaidade termina sendo para os outros – não todos, é pena, por que alguns sucumbem ao modelo que ele exporta – pura chatice. Somos condenados a ver e ouvir demasiadamente as firulas da astúcia de sua pacholice quando gostaríamos, isso sim, de deixarmos o ambiente ser preenchido pela suave diversidade da contribuição, na conversa, de cada um.

                                      Esse tipo de chato, em dias como os de hoje, são quase onipresentes: a nossa realidade é, em decorrência da lógica do capital, excessivamente competitiva, e os homens, surpreendidos com o excesso de competidores nos ambientes sociais, tendem ao artificialismo da sofisticação para demarcar seu espaço, agindo como ansiosos pavões emplumados, por não saberem o que é requinte. Ao silêncio, optam pelo barulho; à discreção, preferem o exibicionismo; à gentileza, escolhem a arrogância.

                                      Assim é que nos tempos de hoje os homens se comportam cada vez mais como caricaturas de si mesmos. Exibem ostensivamente os sinais de sua ascensão social e se tornam plenos de vulgaridade em seu habitat superlotado. Tornou-se comum, por exemplo, a exibição grosseira do hábito de fumar charutos, quando tal não faz parte de nossa cultura; discutem vinhos, quando o costume de bebê-los não tem sequer uma geração em suas próprias famílias; expõem carros, roupas, festas e jóias, sem que sejam capazes de estabelecer a diferença entre o infinitivo e o gerúndio. Querem parecer "cidadãos do mundo" anunciando viagens à Europa e emudecem quando, em conversas, por essa ou aquela razão, lhes é exigido mais conhecimento do que a leitura de algumas orelhas de livros ou a leitura de jornais e blogs.

                                      Essa futilidade paga um preço – o desdém dos poucos para os quais eles nada mais são que atores de quinta categoria em uma peça de mau gosto em um teatro mambembe. E, embora pareçam ou não se incomodar, ou depreciem os críticos, a verdade é que a simplicidade de quem estabelece distância desse modus vivendi os desarma e desconserta.

 Dia desses um deslumbrado qualquer, ao chegar a uma roda, soube que comentavam acerca de um churrasco ao qual ele não se fizera presente. Imediatamente disse: “não sou homem de freqüentar churrascos, acho deselegante”. Alguém que escutava o ir e vir da conversa solta se virou para ele e retrucou: “meu caro, não há churrasco elegante ou deselegante, pela simples razão de uma coisa não ser feia ou bonita em si mesma; somos nós que damos elegância ou deselegância às coisas; tanto o é que cachaça, por exemplo, até pouco tempo, era bebida degradante, mas hoje é artigo de primeira grandeza na mesa de pessoas como você”. “Na verdade", continuou, "se você for elegante, torna igual o ambiente para o qual se destinou; se não o é, apenas se amolda ao ambiente e toma sua forma, como a água assume a do recipiente onde foi vertida”.


                                      E o nosso conhecido vaidoso, fátuo e fútil, sequioso de ser o centro das atenções, recolheu suas plumas de pavão sofisticado e murchou vencido pela simplicidade do argumento inesperado.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

ANTÍGONA E O DIREITO NATURAL

armonte.wordpress.com


François Silvestre

         Todos os mitos possuem várias versões. Assim como as lendas vão por veredas diferentes até o miolo da chegada ao quengo da imaginação.
         Na mitologia caldaica, bela e pouco conhecida, a deusa do amor, Ihsthar, ameaça Anhur, deus dos céus, de cortar por um segundo o condão do afeto, criando um hiato na sinfonia do erotismo universal. E com a ameaça consegue o benefício reivindicado.
         O mito de Antígona não foge à regra. São inúmeras versões. Porém todas, sem exceção, preservam o fato principal que move Sófocles no contexto da sua tragédia, onde o alvo é a pertinência ou não da desobediência ao tirano quando sua ordem se confronta com o Direito Natural.
         Fica no campo secundário a origem bastarda de Antígona, da união incestuosa de Édipo e Jocasta. Mais que incestuosa, relação que desafia todos os limites do puritano. Ou se os irmãos dela se mataram num conluio de terrível acerto macabro. Ou se eram mesmo inimigos, sendo Etéocles aliado do tirano Creonte, seu tio, e Polinice inimigo figadal do tio tirano. O certo é que se mataram.
         A Etéocles Creonte ofereceu funeral honroso, com todo o aparato que cabe ao enterro dos heróis. O tirano assim homenageava o sobrinho leal.
         Mas deixou ao relento, insepulto, o corpo de Polinice. E determinou, como ordem de Estado, que a ninguém era dado o direito de sepultar o sobrinho opositor.
         Não apareceu nenhum aliado de Polinice para desobedecer a ordem do tirano. Era Lei e tinha de ser cumprida. Até por que cada Lei se legitima na fonte de sua feitura. Nas tiranias o tirano é o constituinte. Nas democracias o constituinte é o Parlamento. Mesmo com toda a esculhambação das democracias. Como diz Vicente Pentelho de Alma “quanto mais esculhambada melhor democracia é”.
         Apareceu Antígona, irmã dos dois mortos. E decidiu que a lei do seu tio não poderia prevalecer sobre a ordem natural das coisas. O enterro comum dos mortos não se rege pela lei dos vivos. E só tiranos e ditadores ferem a determinação natural desse Direito que tem leis não escritas. Por isso a história nunca vai deixar em paz a memória de quem “desapareceu” corpos de oponentes políticos.  
         Antígona sepulta o irmão odiado. E vai pagar o preço da sua rebeldia, geradora de ódio muito maior contra si do que a ira do tirano ao rebelde morto.
         O Direito Natural independe da inscrição na palavra da lei. Mas acaba se transformando em norma por imposição das conquistas humanas nas lutas libertárias.
         É por isso que há direitos indisponíveis. Onde o indivíduo não pode abrir mão do que julga ser um direito seu. Não é. Não pode machucar-se nem no físico nem na honra. E exerce legítima defesa ao repelir qualquer dessas agressões.
         Cada um há de ser, no confronto com o Estado estúpido, a reencarnação de Antígona. E jogar o próprio risco na cara do tirano. Té mais.