quarta-feira, 12 de junho de 2013
OLHO TÁTICO: SELEÇÃO PRECISAVA VENCER, AGORA A MISSÃO É APRENDER A CRIAR ESPAÇOS
André Rocha
http://www.espn.com.br/blogs/olhotatico#1
http://www.espn.com.br/blogs/olhotatico#1
Reuters
A vitória era necessária. O paradoxo
de jogar pelo resultado em amistoso é um dos maiores problemas do Brasil país
sede, sem eliminatórias. Desde Mano Menezes.
Luiz Felipe Scolari precisa entrosar a base que escolheu, mas também fazer
experiências. A conclusão é que o grupo é bom, mas não há o time.
Ao menos conseguiu a tão esperada vitória contra uma seleção forte ou
tradicional. Mesmo a desfalcada e retrancada França, que mostrou respeito em
Porto Alegre repetindo o 4-1-4-1 compacto e fechado de quando enfrenta a Espanha
bi da Europa e campeã mundial.
Quantas fases vitoriosas de times e seleções não começaram com um triunfo sem
brilho, mas que resgata a confiança?
No entanto, para que o bom momento se consolide é preciso mais do que fazer
Neymar voltar a render com a camisa verde e amarela e produzir além dos três
gols e das três assistências em 2013.
A seleção tem que definir uma maneira de jogar. A dificuldade continua sendo
criar espaços. Mano apostava em linhas avançadas, trocas de passe e
movimentação. Dunga, o antecessor, adiantava a marcação, pressionava,
incentivava os chutes de fora da área e jogadas aéreas até abrir o placar e
depois matar o oponente nos contragolpes.
Felipão investe nas laterais. No primeiro tempo, o Brasil girou a bola e
atacou os franceses com o quarteto ofensivo - Hulk pela direita, Oscar mais por
dentro e Neymar à esquerda atrás de Fred - e mais Daniel Alves e Marcelo. Ora
abertos, ora procurando o centro para ocupar o espaço que seria de Paulinho
chegando de trás. Nem sinal dos "80% ataque" que Luiz Gustavo diz ser o pedido
do técnico ao volante do Corinthians.
O time tende a jogar bolas na área procurando o centroavante ou definir com o
meia aberto buscando a diagonal. Porque não há um elemento aparecendo de
surpresa pelo centro ou se apresentando como opção para a virada de jogo mais
rápida. Por isso a exigência de volantes que saibam jogar. No meio, eles têm
espaços para avançar e não sobrecarregar o meia de ligação. Scolari convocou os
melhores, mas os subutiliza no 4-2-3-1/4-4-1-1 presos bem próximos aos
zagueiros.
Olho Tático
Tudo se resolveu na segunda etapa quando a França enfim abriu as linhas, Luiz
Gustavo roubou, Fred se deslocou em aceleração e Oscar aproveitou o espaço
deixado. O gol que facilitou as mudanças e, principalmente, os contragolpes.
Com Fernando e Hernanes no meio e Lucas e Jô se juntando a Neymar no ataque,
saiu o contra-ataque que quase deu errado quando Paulinho, mais avançado, não
foi preciso no passe para Lucas, mas Neymar acertou a assistência e Hernanes o
chute que bateu na trave antes de vencer Lloris.
Olho Tático
No final, a experiência de David Luiz como volante mais plantado - não
terceiro zagueiro, nem um "novo Edmilson 2002" - e a velocidade de Bernard pela
esquerda que abriu espaços para a arrancada de Marcelo em diagonal que terminou
no pênalti convertido por Lucas. Fim do jejum.
Olho Tático
A repetição da palavra "espaço" é proposital, não um erro deste que escreve
na composição do texto. O bom futebol é o que melhor o administra.
Rinus Michels, da célebre Holanda de 1974, foi o primeiro a exigir o que se
faz hoje: reduzir o campo de ação do adversário sem a bola e alargar o próprio
quando a retoma. Adiantar as linhas defendendo e voltar atacando, recuando até o
goleiro se for preciso para obrigar o oponente a sair.
No Brasil isso é motivo para vaias. Ainda mais no sul do país, onde se
pratica um jogo intenso e vertical desde sempre. Então é bola para frente, ainda
que seja para bater no muro de defensores. Ou esperar o erro para responder
rápido e com espaço, sempre ele. Nem sempre acontece. Se o rival for às redes
antes, então...
É este o cenário da seleção repleta de dúvidas, mas com a certeza de que
invariavelmente entrará em campo, já a partir da estreia na Copa das
Confederações contra o Japão, com o favoritismo e a obrigação de vencer em casa
para superar o trauma do Maracanazo de 1950.
O desafio maior é saber lidar com esse peso. Nos pés e na cabeça.
PÁGINA NA INTERNET PEDE UM BASTA À VIOLÊNCIA
terça-feira - 11/06/2013 - 23:38h
Chegaaaaaaa!
Criada no início da tarde de hoje pelo fotógrafo Ricardo Lopes, a página sob o título de “Chegaaaaaaa!”, na rede de relacionamentos Facebook, chegou em poucas horas a mais de 2,5 mil integrantes.
A página visa mobilizar a sociedade mossoroense
para dar um basta à violência e ao imobilismo do poder público, que não consegue
oferecer o mínimo de segurança à sociedade.
Estamos no mesmo “barco”. Quem não foi vítima
ainda, certamente está na “fila”
Para acessar o enderêço, vá no "face" e em "Pesquise pessoas, locais e coisas" digite CHEGAAAAAAA! O grupo é aberto.
ADIRA!!!
terça-feira, 11 de junho de 2013
VEJA O QUÊ OS EUA ESTÃO FAZENDO COM SUA VIDA PRIVADA
Jovem de 29 anos é a fonte de vazamentos de documentos sobre
espionagem
Agência O Globo
Publicação: 09/06/2013 17:10 Atualização:
O jornal britânico "The Guardian" revelou neste
domingo que um americano de 29 anos, que trabalhava na CIA, é a fonte de
vazamentos sobre os programas de vigilância do governo dos Estados Unidos.
Edward Snowden afirmou em vídeo que não tem nenhuma intenção de se esconder, já
que "não fez nada de errado".
Snowden, que está agora em Hong Kong, pensa em pedir asilo
na Islândia. Em uma nota acompanhada pelos primeiros documentos revelados, o
jovem disse que sabe que sofrerá por suas ações, mas "ficará satisfeito se
se a federação de lei secreta, de dois pesos e duas medidas, e os irresistíveis
poderes executivos que governam o mundo forem revelados por um instante".
Apesar de ter revelado publicamente sua identidade, ele
repetiu insistentemente que quer evitar os focos da imprensa. "Não quero
atrair atenção pública, porque não quero que essa história seja sobre mim.
Quero que isso seja sobre o que o governo americano está fazendo. Sei que a
mídia gosta de personalizar os debates políticos, e sei que o governo vai me
demonizar."
Apesar disso, o jovem toma precauções para não ser
espionado. A porta de seu quarto de hotel é revestida com almofadas e ele usa
um grande capuz vermelho na cabeça ao entrar com suas senhas em seu laptop -
para evitar que câmeras escondidas possam observá-lo.
Aos 29 anos, Snowden teve uma vida muito confortável, que
incluía um salário de cerca de US$ 200.000, uma namorada com quem dividia uma
casa no Havaí e uma carreira estável e uma família.
"Estou disposto a sacrificar tudo isso porque eu não
posso, em sã consciência, permitir que o governo dos EUA possa destruir a
privacidade, a liberdade na internet e as liberdades fundamentais das pessoas
com esta máquina de vigilância maciça que está secretamente construindo."
O jornalista americano Glenn Greenwald, de 46 anos, foi o
responsável por revelar os documentos secretos obtidos por Snowden, que
mostraram um complexo mecanismo de espionagem dos usuários dos serviços de nove
grandes empresas americanas.
segunda-feira, 10 de junho de 2013
JUÍZA EXPÕE A INDIGNIDADE DO "BOLSA FAMÍLIA"
http://www.jornaldaparaiba.com.br/polemicapb/2013/05/27/a-coragem-de-adriana-lins-de-oliveira-bezerra-juiza-de-cajazeiras-e-contra-a-bolsa-familia-e-diz-por-que/
"Apenas a título de esclarecimento, aos que respeitam
opiniões contrárias, e apenas a esses, é que escrevo agora.
Fui alvo de críticas e agressões acerca de minha opinião
avessa ao Bolsa Família, programa criado pelo Governo Federal há 10 anos.
Grande parte optou por uma justificativa simplista: “é rica,
juíza, elite, fala porque nunca passou necessidades, nunca passou fome...”.
Pronto, essa justificativa encerra a questão e resolve o problema. É uma idiota
que nada sabe sobre a vida.
Apenas a título de informação saibam que não sou rica, nunca
fui e nunca serei. Meu salário é bom, e com ele, se Deus quiser, nunca passarei
fome nem necessidade, mas lutei por ele, e como lutei. Sofri, estudei,
trabalhei e lutei, repita-se. Mas isso é uma outra história que em outro
momento, se interessar a alguém, posso contar. Contudo, existem outros motivos
que levam as pessoas a formarem suas opiniões que não necessariamente as suas
condições financeiras.
Nunca passei fome, graças a Deus e ao trabalho de meus pais,
mas da mesma forma que nunca faltou, também nunca sobrou. Trabalho desde os 18
anos de idade, quando me submeti a concurso público e fui ser funcionária
pública, trabalhar oito horas diárias e ganhar menos do que um salário mínimo,
apesar da Constituição Federal já vedar tal conduta. Mas como já disse, isso é
uma outra história.
O final de semana passado retrata exatamente um dos fatores
que me levam a formar a opinião que tenho. Um simples “boato” de que o Bolsa
Família iria acabar foi suficiente para causar um caos em várias agências da
Caixa Econômica Federal. Uma pessoa me disse que teve que pedir dinheiro
emprestado para sair do seu sítio para receber o bolsa família que “ía
acabar”...
A pergunta é: de que viveriam essas pessoas se o bolsa
família acabasse? A minha resposta: passariam ainda mais fome do que tinham
quando começaram a recebê-lo. E sabem porque? Porque agora, com a certeza do
“benefício”, não se propõem mais a trabalhar, ou estudar ou se
profissionalizar. Enfim. Estão escravizados.
É a isso que me oponho.
Quando esse programa foi implantado a situação das pessoas
era caótica, lastimável. Essas pessoas estão sendo tratadas como inúteis,
incpazes. A partir do momento em que se implanta um programa de assistência sem
uma política paralela de reestruturação, capacitação para restabelecimento de
condições de trabalho, auto sustento, enfim, de independência, ou se considera
que essas pessoas não tem capacidade para tanto ou não se está querendo ajudar,
mas tão somente escravizar. É no que acredito.
A ONU, embora elogie o programa, critica o assistencialismo
e o apelo político que ele gera. Segundo essa Organização o programa rendeu
muita popularidade e votos, mas as desigualdades continuam elevadas com pequenos
progressos.
Como programa de caráter EMERGENCIAL, o Bolsa Família foi
importante, mas onde está a inclusão socieconômica sustentável das populações?
O saudoso Luiz Gonzaga já dizia em uma de suas canções, de
composição com Zé Dantas: “Seu Doutor uma esmola para o homem que é são, ou lhe
mata de vergonha ou vicia o cidadão...”. É nisso que acredito muito antes de me
tornar Juíza.
A Coordenadora do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação
do Trabalho Infantil afirmou que da forma como o programa funciona, não tem
sido útil para identificar e retirar as crianças do trabalho e que esse
programa não tem impacto nenhum na redução do trabalho infantil.
Vejam a entrevista de Frei Beto ( que não é juiz), um dos
líderes do Fome Zero e me digam o que acham.
O programa existe há 10 anos e pouquíssimo foi mudado na
vida dessas pessoas. O que foi feito de efetivo para reestruturar essas
famílias? Visitem as casas dessas pessoas e me digam o quanto mudou!
Enquanto apresentam índices de redução de evasão escolar, em
razão do Bolsa Escola, os adolescentes que passam pela Vara que ocupo não sabem
a data de seus nascimentos, não sabem o seu nome completo, não sabem o nome de
seus pais e, pasmem, não tem a menor ideia de seus endereços. Que noção de
civilidade esses meninos tem? Esses mesmos meninos que estão querendo jogar na
prisão!?!
Quem ou que vai dar essa noção de civilidade senão um
programa sério de educação, capacitação, dignificação das pessoas? Bolsa
família não dignifica. Escraviza. É o que acho.
As pessoas se tornam escravas da vontade política e não
formadoras dessa vontade. E isso para mim é um faz de conta sim. Não disse que
a Presidente era um faz de conta. Disse que o Brasil é um País de faz de conta.
Defender a redução da maioridade penal é um exemplo disso.
Defender a pena de morte também. Fazem de conta que isso vai resolver a
criminalidade e não vai. Da mesma forma que fazem de conta que cumprem o ECA,
que existe há mais de vinte anos, e não cumprem. Nunca cumpriram. Como eu posso
cobrar de alguém a quem eu nunca dei a chance???
As pessoas não podem viver de esmolas. Precisam aprender a
andar com as próprias pernas e precisam saber que isso é responsabilidade delas
também. É dever dos Governos Federal, Estadual e Municipal oferecer essas
condições e dos cidadãos escolher uma delas e seguir suas vidas com a dignidade
que cada profissão oferece, porque todas a tem.
Vejo mulheres jovens e saudáveis pedindo dinheiro nas ruas.
Cada uma com seus três ou quatro filhos. Mas nenhuma pede um emprego. Por que?
Os senhores tem ideia de quantos cartões desse programa
estão nas famosas “Bocas de fumo”?
Vejo homens jovens e saudáveis nas portas dos bares ou
papeando nas esquinas em pleno dia da semana. Porque não estão trabalhando?
Qual o trabalho que as políticas públicas oferecem ou a capacitação?
É certo que existem alguns programas profissionalizantes.
Mas são tímidos, limitados, e não recebem a milésima parte do investimento que
o programa de “caridade” gasta.
A quê isso vai nos levar, senhores? A quê nos levou até
agora? Como estão essas pessoas? Sem fome? Tem certeza que R$ 130,00 (cento e
trinta reais) realmente mata essa fome?
Não sou contra partido político algum. Sou contra políticas
públicas inúteis e danosas ao futuro da nossa Nação. Sou e serei sempre.
É a minha opinião senhores. Respeitem. Discordem, mas
respeitem. E não sejam tão simplistas assim. As coisas não são simples e não
podem ser “explicadas” dessa forma principalmente por quem não me conhece.
O homem precisa ser dignificado e não escravizado.
As pessoas continuam sofrendo com a seca absolutamente TODOS
OS ANOS HÁ DÉCADAS. E o que foi feito de política de irrigação, de política que
permaneça que se perpetue e que de fato transforme a vida do sertanejo?
É contra isso que sou. Sou Nordestina com muito orgulho e me
sinto humilhada com notícias como as que passaram no Jornal Nacional com
pessoas “famintas” na porta do Banco para receberem suas migalhas.
Não precisamos disso. Somos inteligentes e capazes. Temos
força e vontade de trabalhar. Só precisamos de oportunidades e onde elas estão?
Onde está a água das chuvas do ano passado?
Bem. Não sei se melhorei muito a situação. Mas não foi essa
a minha intenção. Precisava apenas explicar os meus motivos. Aos que me
criticaram com decência, fico com as críticas para refletir sobre elas na
construção de minhas opiniões futuras.
Aos que apenas me agrediram, fico com a dor que me causaram
e com o consolo de que o tempo cura quase tudo.
Aos que perderam alguns minutos de suas vidas para lerem
essa minha resposta. Agradeço a atenção.
A todos. Reafirmo. Esta é a minha opinião. Não a de uma
Juíza, mas a de uma mulher que quer muito mais do que esmolas para o cidadão
brasileiro e, principalmente, para os jovens adolescentes.
Que Deus esteja conosco!"
Cajazeiras – PB, 26 de maio de 2013.
Adriana Lins de Oliveira Bezerra
Juíza de Direito, Eleitora e Cidadã
domingo, 9 de junho de 2013
USE A CABEÇA, SENHOR JUIZ
· Guilherme Fiúza
Enfim, uma unanimidade. A escolha do
novo ministro do Supremo Tribunal Federal, o advogado Luís Roberto Barroso, que
pode dar o voto decisivo sobre o mensalão, agradou a todos — governistas e
opositores, comentaristas e críticos, simpatizantes da defesa e da acusação.
Dilma teria resistido à tentação de inocular na Corte mais uma carta marcada
petista, como Lewandowski e Toffoli.
O juízo geral parece ser de que Barroso é politicamente equilibrado e seu julgamento será sóbrio e técnico. Sendo isso mesmo, fica difícil entender o falatório do novo ministro nos últimos dias. ...
Em plena sabatina no Senado, Luís Roberto Barroso achou que devia opinar sobre o processo do mensalão, julgado por seus futuros colegas. E declarou que o Supremo “endureceu” nesse caso.
Com seu palpite, Barroso julgou de uma vez só o jogo jogado, os juízes do jogo e o prognóstico para o resultado final. Depois ressalvou que não estudou nada do processo e só estava dizendo isso porque já tinha dito antes.
O problema é que antes o palpite era só um palpite. Agora ele estava apenas esperando a toga para entrar em campo como juiz.Com uma pitada da sobriedade que lhe atribuem, Barroso poderia ter dito que suas opiniões como advogado sobre um processo onde agora será juiz, naturalmente, não vêm ao caso.
São papéis completamente diferentes, e a primeira responsabilidade de um alto magistrado a serviço do Estado é mostrar, justamente, que não será na Corte um advogado de suas opiniões pregressas.
Quem quiser conhecê-las que vá ao Google. Na sabatina, Barroso ressalvou que aquele era o único momento em que falaria livremente, pois em seguida mergulharia na discrição do cargo.
Ora, ele já estava virtualmente no cargo. Todos sabiam que suas chances de aprovação beiravam os 100%. Evidentemente, suas declarações foram para as manchetes não como opiniões de um jurista, mas como o pensamento do novo ministro do STF.
O que provocou repercussões imediatas — inclusive com declaração de outro ministro do STF encampando a tese do julgamento “duro” no caso do mensalão.
Em bom português, o sóbrio, equilibrado e técnico Luís Roberto Barroso inaugurou sua carreira de juiz fazendo política. O que significa sua declaração de que o Supremo endureceu? Significa que no seu voto ele vai amolecer? E se não for isso, por que não simplesmente se calar e ir estudar o processo? É bom não perder de vista o que significa o STF amolecer nas decisões sobre os recursos dos réus do mensalão.
Significa desde o abrandamento de penas até a possibilidade de os chefes do esquema escaparem da prisão. O novo ministro disse que o rigor da Corte no mensalão foi “um ponto fora da curva”
O que quer dizer isso? Barroso está dizendo que o Supremo Tribunal Federal se excedeu? Ou que o Supremo errou? Sim, porque não existe mulher meio grávida, nem sentença meio certa. Existe sentença meio mozarela e meio calabresa — e essas são muito comuns.
Estará o STF, com sua nova formação, se encaminhando para uma dessas, no julgamento político mais importante da República? Depois da grande catarse nacional no ano passado, o caso esfriou e a opinião pública não mais voltará a olhá-lo com a mesma atenção.
Isso é um fenômeno tipicamente brasileiro, uma espécie de habeas corpus natural, com o qual os delinquentes contam fervorosamente. Mas se o novo ministro do STF acha que o julgamento do mensalão foi um ponto fora da curva, é importante lembrar ao ministro que o escândalo do mensalão também foi um ponto fora da curva.
Seria o caso de perguntar ao ministro Barroso se ele tem notícia de outra quadrilha, na história deste país, que tenha criado um duto entre os cofres públicos e o partido do presidente da República.
Não para um desvio fortuito, mas para diversas operações, devidamente comprovadas, que levaram o dinheiro do contribuinte para o caixa do PT. Seria também interessante lembrar ao novo ministro que o grupo político que pariu e operou esse esquema continua governando o Brasil.
Os réus do mensalão não estão no governo, mas a tecnologia está. Talvez o ministro ainda não tenha tido que andar um quilômetro entre os terminais 1 e 2 do aeroporto do Galeão, por conta de uma esteira que não funciona às vésperas da Copa das Confederações. Pois bem: a agência reguladora que deveria garantir a dignidade dos passageiros é aquela transformada em bazar por Rosemary Noronha — a protegida de Lula que Dilma segurou até onde pôde.
Seria bom lembrar que o PAC, que ostenta níveis ridículos de investimento e planejamento em infraestrutura, tinha como empreiteira campeã a Delta — uma central de negociatas revelada pela CPI do Cachoeira (asfixiada pelo governo Dilma). São cachoeiras de parasitas atarraxados ao Estado pelo governo popular, alguns mais aberrantes, como o ex-ministro Carlos Lupi.
Demitido sob acusação de usar ONGs para desviar dinheiro do Ministério do Trabalho, menos de um ano depois ele já dava as cartas no governo novamente. Dizendo que, no STF, vai fazer apenas o que acha certo, Luís Roberto Barroso disse que seguirá seu coração. Não, ministro. Siga sua cabeça. Estude bem o que essa quadrilha fez ao Brasil, e use a cabeça.
O juízo geral parece ser de que Barroso é politicamente equilibrado e seu julgamento será sóbrio e técnico. Sendo isso mesmo, fica difícil entender o falatório do novo ministro nos últimos dias. ...
Em plena sabatina no Senado, Luís Roberto Barroso achou que devia opinar sobre o processo do mensalão, julgado por seus futuros colegas. E declarou que o Supremo “endureceu” nesse caso.
Com seu palpite, Barroso julgou de uma vez só o jogo jogado, os juízes do jogo e o prognóstico para o resultado final. Depois ressalvou que não estudou nada do processo e só estava dizendo isso porque já tinha dito antes.
O problema é que antes o palpite era só um palpite. Agora ele estava apenas esperando a toga para entrar em campo como juiz.Com uma pitada da sobriedade que lhe atribuem, Barroso poderia ter dito que suas opiniões como advogado sobre um processo onde agora será juiz, naturalmente, não vêm ao caso.
São papéis completamente diferentes, e a primeira responsabilidade de um alto magistrado a serviço do Estado é mostrar, justamente, que não será na Corte um advogado de suas opiniões pregressas.
Quem quiser conhecê-las que vá ao Google. Na sabatina, Barroso ressalvou que aquele era o único momento em que falaria livremente, pois em seguida mergulharia na discrição do cargo.
Ora, ele já estava virtualmente no cargo. Todos sabiam que suas chances de aprovação beiravam os 100%. Evidentemente, suas declarações foram para as manchetes não como opiniões de um jurista, mas como o pensamento do novo ministro do STF.
O que provocou repercussões imediatas — inclusive com declaração de outro ministro do STF encampando a tese do julgamento “duro” no caso do mensalão.
Em bom português, o sóbrio, equilibrado e técnico Luís Roberto Barroso inaugurou sua carreira de juiz fazendo política. O que significa sua declaração de que o Supremo endureceu? Significa que no seu voto ele vai amolecer? E se não for isso, por que não simplesmente se calar e ir estudar o processo? É bom não perder de vista o que significa o STF amolecer nas decisões sobre os recursos dos réus do mensalão.
Significa desde o abrandamento de penas até a possibilidade de os chefes do esquema escaparem da prisão. O novo ministro disse que o rigor da Corte no mensalão foi “um ponto fora da curva”
O que quer dizer isso? Barroso está dizendo que o Supremo Tribunal Federal se excedeu? Ou que o Supremo errou? Sim, porque não existe mulher meio grávida, nem sentença meio certa. Existe sentença meio mozarela e meio calabresa — e essas são muito comuns.
Estará o STF, com sua nova formação, se encaminhando para uma dessas, no julgamento político mais importante da República? Depois da grande catarse nacional no ano passado, o caso esfriou e a opinião pública não mais voltará a olhá-lo com a mesma atenção.
Isso é um fenômeno tipicamente brasileiro, uma espécie de habeas corpus natural, com o qual os delinquentes contam fervorosamente. Mas se o novo ministro do STF acha que o julgamento do mensalão foi um ponto fora da curva, é importante lembrar ao ministro que o escândalo do mensalão também foi um ponto fora da curva.
Seria o caso de perguntar ao ministro Barroso se ele tem notícia de outra quadrilha, na história deste país, que tenha criado um duto entre os cofres públicos e o partido do presidente da República.
Não para um desvio fortuito, mas para diversas operações, devidamente comprovadas, que levaram o dinheiro do contribuinte para o caixa do PT. Seria também interessante lembrar ao novo ministro que o grupo político que pariu e operou esse esquema continua governando o Brasil.
Os réus do mensalão não estão no governo, mas a tecnologia está. Talvez o ministro ainda não tenha tido que andar um quilômetro entre os terminais 1 e 2 do aeroporto do Galeão, por conta de uma esteira que não funciona às vésperas da Copa das Confederações. Pois bem: a agência reguladora que deveria garantir a dignidade dos passageiros é aquela transformada em bazar por Rosemary Noronha — a protegida de Lula que Dilma segurou até onde pôde.
Seria bom lembrar que o PAC, que ostenta níveis ridículos de investimento e planejamento em infraestrutura, tinha como empreiteira campeã a Delta — uma central de negociatas revelada pela CPI do Cachoeira (asfixiada pelo governo Dilma). São cachoeiras de parasitas atarraxados ao Estado pelo governo popular, alguns mais aberrantes, como o ex-ministro Carlos Lupi.
Demitido sob acusação de usar ONGs para desviar dinheiro do Ministério do Trabalho, menos de um ano depois ele já dava as cartas no governo novamente. Dizendo que, no STF, vai fazer apenas o que acha certo, Luís Roberto Barroso disse que seguirá seu coração. Não, ministro. Siga sua cabeça. Estude bem o que essa quadrilha fez ao Brasil, e use a cabeça.
sábado, 8 de junho de 2013
TEM ALGO ERRADO EM PINDORAMA!
Carlos Santos
http://blogcarlossantos.com.br/
Prioridade
Tem algo errado na cabeça de nossos gestores e
parece não mudar, em mais de 120 anos de república e mais de 512 anos de
descobrimento oficial desse pindorama.
Infelizmente, o festim é mais importante do que a
Saúde, Educação e Segurança.
A vitoriosa festa “Mossoró Cidade Junina” começa
oficialmente hoje em Mossoró, com investimentos de mais de R$ 5 milhões.
Nessa mesma hora, a Unidade de Pronto-Atendimento
(UPA) do bairro Belo Horizonte continua fechada desde sua inauguração no dia 28
de dezembro de 2012.
A prefeitura alega não ter recursos para terminar
sua instalação físico-material e à sua manutenção.
Tem algo de errado.
Todos nós precisamos refletir sobre isso,
independentemente de paixões e interesses político-partidários-pecuniários etc.
Tem algo de errado.
sexta-feira, 7 de junho de 2013
HOUVESSE EM NÓS MAIS CANÇÃO, MENOS TEMAS...
Ezra
ENVOI (1919)
Ezra Pound,
"Hugh Selwyn Mauberley - Vida e Contatos"
Vai, livro natimudo,
E diz a ela
Que um dia me cantou essa cantou essa canção de Lawes:
Houvesse em nós
Mais canção, menos temas,
Então se acabariam minhas penas,
Meus defeitos sanados em poemas
Para fazê-la eterna em minha voz.
Diz a ela que espalha
Tais tesouros no ar,
Sem querer nada mais além de dar
Vida ao momento,
Que eu lhe ordenaria: vivam,
Quais rosas, no âmbar mágico, a compor,
Rubribordadas de ouro, só
Uma substância e cor
Desafiando o tempo.
Diz a ela que vai
Com a canção nos lábios
Mas não canta a canção e ignora
Quem a fez, que talvez uma outra boca
Tão bela quanto a dela
Em novas eras há de ter aos pés
Os que a adoram agora,
Quando os nossos dois pós
Com o de Waller se deponham, mudos,
No olvido que refina a todos nós,
Até que a mutação apague tudo
Salvo a Beleza, a sós.
quarta-feira, 5 de junho de 2013
QUANTO AO MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO ACERCA DO CANGAÇO
Honório de Medeiros
Em
Setembro, no Cariri Cangaço, se conseguir coletar o restante das informações
que eu busco, lanço “Porque Lampião Invadiu Mossoró?”
Nesse
livro apresento o resultado de uma investigação que culminou na constatação de
que existem quatro hipóteses básicas acerca dos motivos pelos quais houve a invasão.
Analiso
cada uma dessas hipóteses e mostro os prós e os contras delas deixando, no
final, ao critério do leitor, a opção de escolher aquela que considere mais
verossímil.
Sem
falsa modéstia, considero que se trata de uma boa investigação. Caso fosse
jornalista, eu denominaria esse trabalho de “jornalismo investigativo”. Como
não o sou, deixo aos que o lerem a tarefa de estabelecer seu enquadramento
literário, se for o caso.
Mas
e o que tem esse livro, do qual indiretamente, mas sem malícia, estou fazendo a
propaganda, com o tema a ser abordado e debatido, em Sousa, na Paraíba de Chico
Pereira, na “avant-première” do Cariri Cangaço 2013, para o qual fomos convidados
a participar pela gentileza sem par do historiador e mestre Wescley Rodrigues?
É
que desde o início da minha investigação, chamemo-la assim, eu me propus
aplicar com denodo uma máxima, um aforismo, no sentido francês do termo, que
expressa uma postura metodológica em relação ao tema investigado.
Seria
entediante, talvez, aqui, expor sua matriz filosófica. Registro, entretanto,
que ela é corolário da epistemologia de Gaston Bachelard e Karl Raymund Popper
que, nesse campo específico, têm mais semelhança entre si do que se possa
supor.
Pois
bem, a máxima é a seguinte: fazemos a investigação avançar não pelas verdades
que descobrirmos, mas pelas que refutarmos.
Observem
que há uma roupagem retórica na máxima exposta. Tecnicamente deveríamos dizer:
“fazemos a investigação avançar não pelas verdades que encontrarmos, mas, sim,
pelas pseudo-verdades que refutarmos. Podemos não vir a saber com certeza o que algo é, mas podemos vir a saber com certeza o que algo não é.
Trocando
em miúdos, o que quero dizer é o seguinte: a nossa preocupação, na
investigação, deve ser muito mais no sentido de excluir o entulho que nos
afasta da compreensão do fato. Quanto mais entulho afastarmos, mais próximos
estaremos de nosso objetivo.
No
que diz respeito à invasão de Mossoró por Lampião, assim procedi, preocupado,
principalmente, com a hipótese que atribui à ganância de Lampião e Massilon a
realização do ataque. Essa hipótese é a mais corriqueira, é aquela sacramentada
pelo senso comum.
Em todas as hipóteses acerca
dos supostos motivos da invasão, portanto, também apliquei o que denominei de
crítica metódica, para afastar as pseudo-verdades que embaraçavam a compreensão
da realidade por trás das aparências.
Ou seja, busquei,
firmemente, encontrar e apontar irregularidades, incongruências, desarmonias,
inverossimilhanças, tudo quanto me permitisse desconstruir, refutar cada uma
das hipóteses existentes em relação à junho de 1927, para ser possível alcançar
alguma luz no fim do túnel.
Há uma forma, uma maneira,
um meio de aplicar a crítica metódica, que passa pela utilização de uma técnica
do jornalismo investigativo aliada à utilização de alguns critérios de natureza
lógica. Nada complexo e que não possa ser manejado por qualquer pesquisador.
Assim cheguei ao resultado
que o livro apresentará. Não concluo, entretanto. Deixo em aberto. É uma obra
aberta. Isso por uma razão muito simples: meu trabalho não é científico, no
sentido estrito do termo, vez que não foi possível colher provas que
sustentassem uma teoria.
Há indícios, e muitos. Há o
trabalho de relacionar esses indícios, dar-lhes unidade, coerência, criar uma
malha de conteúdo indagativo e explicativo razoavelmente bem tecida, que talvez
seja o que de valioso exista no trabalho a ser apresentado.
Para o futuro pretendo usar esse mesmo método no que diz respeito ao estudo das causas do surgimento do cangaço. Há várias teorias quanto a essas causas. Uma delas, facilmente refutável, aponta como causa do surgimento do cangaço a luta de classes.
Para o futuro pretendo usar esse mesmo método no que diz respeito ao estudo das causas do surgimento do cangaço. Há várias teorias quanto a essas causas. Uma delas, facilmente refutável, aponta como causa do surgimento do cangaço a luta de classes.
Voltando ao tema da
mesa-redonda, penso que devemos tentar o estudo dos fatos do cangaço em uma
perspectiva mais densa, mais apropriada academicamente, como está sendo feita
aqui e agora. E somente podemos fazê-lo se tivermos essa preocupação com o
método da investigação.
Isso por várias razões,
dentre elas evitar que o estudo do cangaço suscite comentários como o que
recebi, recentemente, após ser postado um texto meu acerca da realização da
mesa-redonda de Sousa em um dos maiores blogs do Rio Grande do Norte, do
jornalista Carlos Santos, que nos gratifica hoje com sua presença.
O comentário dizia o
seguinte, textualmente: “Em pleno século 21 ainda se fala de um coisa tão
irrelevante e inexpressiva! Tantos assuntos importantes a serem questionados.
Esse tipo de assunto é para ser apagado da história diante a sua
insignificância”.
Um absurdo, mas a ignorância
gera esse tipo de juízo de valor.
Então, para concluir, creio
que devemos criticar, no bom sentido, os métodos ou a falta de métodos, no estudo
dos fatos do cangaço, para ultrapassarmos, de vez, sua folclorização, no
sentido negativo do termo, e esse viés preconceituoso, em relação ao tema, por
parte de parcela da academia e da população.
E, mais para o futuro, quem
sabe evitarmos que se dê guarida, pelo menos no seio das pessoas mais
esclarecidas, a bizarrices como as do homossexualismo entre cangaceiros ou o
heroísmo de Lampião.
terça-feira, 4 de junho de 2013
PROUST: UM EXERCÍCIO DE ESTILO (SWAMM E AS MULHERES)
Marcel
Proust
“Em
Busca do Tempo Perdido”
Volume
1
“No
Caminho de Swann”
Tradução
de Mário Quintana; Editora Globo; 3ª edição; 6ª reimpressão; p. 243.
“Não
era desses que, por preguiça ou resignado sentimento da obrigação que lhes
impõe o fastígio social de se amarrarem a determinada margem, evitam os
prazeres que lhes oferece a realidade fora da posição mundana onde vivem
acantonados até a morte, acabando por chamar de prazeres, na falta de coisa
melhor e por força do hábito, às medíocres diversões e aborrecimentos
suportáveis que sua existência encerra. Swann, esse, não procurava achar bonitas
as mulheres com quem passava o tempo, mas sim passar o tempo com as mulheres
que primeiro achara bonitas. E muitas vezes eram mulheres de beleza bastante
vulgar, pois as qualidades físicas que buscava sem se dar conta estavam em
completa oposição com aquelas que lhe tornavam admiráveis as mulheres
esculpidas ou pintadas por seus mestres prediletos. A profundeza, a melancolia
da expressão, gelavam-lhe os sentidos, que despertavam, ao contrário, ante uma
carne sadia, abundante e rosada.
Quando encontrava em viagem uma família com a qual
seria elegante não travar relações, mas em que descobriria certa mulher com um
encanto que ainda lhe era desconhecido, ‘guardar a linha’ e enganar o desejo
que ela lhe despertara, substituir o prazer que poderia conhecer com ela por um
prazer diferente, escrevendo a uma antiga amante para que viesse vê-lo, isso
lhe pareceria uma abdicação tão covarde diante da vida e uma renúncia tão
estúpida a uma nova felicidade, como se em vez de visitar a terra onde se
achava, se metesse em seu quarto, a olhar ‘vistas’ de Paris. Não se encerrava
no edifício de suas relações, mas fizera com ele, para poder erguê-lo novamente
em toda parte onde uma mulher lhe agradasse, uma dessas tendas desmontáveis que
os exploradores carregam consigo. Quanto ao que não podia ser transportado ou
trocado por um prazer novo, ele o considerava sem valor, por mais invejável que
parecesse aos outros. Quantas vezes seu crédito junto a uma duquesa, formado
com os desejos que a dama acumulara durante anos, de lhe ser agradável, sem
nunca haver encontrado uma ocasião propícia, não o desfazia Swann de uma vez
por todas, reclamando dela, com um indiscreto despacho, uma recomendação
telegráfica que o pusesse imediatamente em contato com um dos seus intendentes
cuja filha lhe chamara a atenção no campo, como faria um esfaimado que trocasse
um diamante por um pedaço de pão!”
ARTE: william.com.br
segunda-feira, 3 de junho de 2013
A ROLETA-RUSSA DOS JOVENS BANDIDOS
Entre nós
A Polícia Militar “fechou” dois marginais hoje pela manhã,
no Sumaré (Mossoró). Saiu aplaudida por moradores.
Os dois jovens adolescentes tinham assaltado pequenos
comércios na área, relata a versão policial. Os bandidos reagiram à voz de
prisão, empunhando revólveres contra policiais militares. Receberam o troco.
Chegaram sem vida ao Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM).
A Polícia Militar e a Polícia Civil, em Mossoró, fazem
milagres. Com enorme déficit de homens nas ruas, desdobram-se como anteparo da
sociedade acuada.
Falta investimento em inteligência e polícia técnica. Não
basta apenas termos homens nas ruas, carros/motos/armas/munição contra crime.
A morte desses jovens não é registro isolado.
Estudemos a vida de ambos. Vejamos seus grupos sociais,
companhias e hábitos. Façamos um passeio por endereços nas redes sociais. Lá
teremos algumas pistas muito importantes.
Outros terão mesmo fim. Não é comum bandido morrer com
cabelos brancos.
Esses jovens vivem num universo de falso poder e são
“referências”. Entre seus amigos, se destacam. São tratados como “guerreiros”,
e exaltados pelo que “têm” e “conquistam”. Falsos rubís.
A sociedade, amedrontada e vítima da violência, vibra com
mais duas baixas no time da bandidagem. Não está errada. Reação normal de quem
é vítima.
Muitos desses rapazes têm emprego, profissão e moram com os
pais. Mas querem tênis da Nike, iPhone e grana para saírem com as “mina”, mano.
O consumismo, a vaidade doentia, necessidade de status,
c0nceitos equivocados sobre o sucesso e a fragilização da família produzem
esses monstros precoces. Precisam “ter”, para que pareçam um “ser” especial e
diferenciado. Se a droga fizer parte do coquetel, aí tudo fica ainda pior.
A polícia, mesmo matando dois ou três jovens assaltantes
todos os dias, num confronto “natural”, não resolverá a escalada da violência.
O buraco é mais embaixo.
Por enquanto, a dor dessas “baixas” fica com pais e amigos
mais próximos desses jovens.
Amanhã, ninguém sabe. A gente não sabe bem de que lado
estaremos amanhã.
Podemos ser vítimas de outros jovens bandidos ou chorarmos a
eliminação de outros mais próximos de nós, que não sabíamos ou fingíamos não
saber que estavam à margem da lei.
A roleta-russa continua girando.
CHORO E VELA
Regina Azevedo
http://reginazvdo.blogspot.com.br/
http://reginazvdo.blogspot.com.br/
Levanta dessa cama, vai
Tira essa fronha molhada
o teu travesseiro está úmido
o seu rosto está vermelho.
Levanta daí, vai
Já é tão tarde
Já não temos mais tempo
nosso passado se faz presente.
Não importa o que aconteceu
Levanta daí, vai
faz de conta que foi só mais um pesadelo
nada aconteceu
Eu canto pra você dormir
e aí você vai ouvir a minha voz
e lembrar do seu pai.
Eu vou te balançar na rede
te inventar uma música
e vou desafinar
e você vai continuar molhando
o tecido da rede.
Você vai chorar na minha camiseta
vai tremer inteira sob meu peito
mas vai chorar.
Vai chorar até que tudo seque
e aí
começar de novo.
Tira essa fronha molhada
o teu travesseiro está úmido
o seu rosto está vermelho.
Levanta daí, vai
Já é tão tarde
Já não temos mais tempo
nosso passado se faz presente.
Não importa o que aconteceu
Levanta daí, vai
faz de conta que foi só mais um pesadelo
nada aconteceu
Eu canto pra você dormir
e aí você vai ouvir a minha voz
e lembrar do seu pai.
Eu vou te balançar na rede
te inventar uma música
e vou desafinar
e você vai continuar molhando
o tecido da rede.
Você vai chorar na minha camiseta
vai tremer inteira sob meu peito
mas vai chorar.
Vai chorar até que tudo seque
e aí
começar de novo.
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