quarta-feira, 31 de agosto de 2011

IVa. SEMANA DE GESTÃO PÚBLICA

IV SEMANA DE GESTÃO PÚBLICA: A Importância da Educação Superior para a Administração Pública

Dia 08/09/2011 – Abertura – Auditório 2 da Unidade Floriano Peixoto - 19:00h. às 22:30h.

Palavra da direção – Professora Diretora do Curso de Gestão Pública - Maria Tânia B. Inagaki

Apresentação cultural: Coral UnP

PALESTRA DE ABERTURA

Palestra: FRANCISCO HONÓRIO DE MEDEIROS FILHO – A EDUCAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

Dia 09/09/2011 – às 15:00h. -  Exposição de painéis – Os painéis estarão divididos em 4 categorias :

Temática dos painéis
Professores responsáveis
DIREITO ADMINISTRATIVO
Jaciratan Ramos e Antônio Vaz
GESTÃO DE PESSOAS
Walid, Socorro e Hildérica
GESTÃO FINANCEIRA
Maurício, Vanusa, Giovani e Monteiro
COMUNICAÇÃO E CIDADANIA
Tânia Inagaki, Ana Tázia Patrício e Marígia Madje.

Dia 09/09/2011 – horário 17h30min – Auditório 2 da Unidade Floriano Peixoto
Palestra 1 - Tenente Coronel Margarida Brandão Fernandes – o uso de ações afirmativas da polícia militar no combate às drogas.
Palestra 2 -  LÊNIN GUERRA – horário 19:00h.: PERSPECTIVAS DO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO.

Encerramento – Lançamento de livros do professor Lênin Guerra.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

O CAPITALISMO SOVIÉTICO NO BRASIL

François Silvestre     

         O comunismo soviético do Leste europeu praticava o socialismo? Não. O capitalismo soviético do Brasil Também não.
         No comunismo soviético, o individuo tinha alguma importância substancial? Não. No capitalismo soviético do Brasil também não.
         No comunismo soviético, o indivíduo se sentia seguro para andar em qualquer logradouro público, a qualquer hora, sem risco de sofrer algum tipo de agressão? Não. No capitalismo soviético do Brasil também não.
         O Estado do comunismo soviético era monstruoso e ineficiente? Sim. O Estado do capitalismo soviético do Brasil também.
         O dinheiro público, no comunismo soviético, era destinado a manter um aparato estatal corrupto, inatingível, burocraticamente institucionalizado, sem resposta ou explicação ao indivíduo contribuinte? Sim. O capitalismo soviético do Brasil também é assim.
         O indivíduo, no comunismo soviético, podia ser apanhado a qualquer hora ou em qualquer lugar, sem direito de defesa e sem saber quem o estava agredindo, física e moralmente? Sim. No capitalismo soviético do Brasil também é assim.
         No comunismo soviético, o Estado não dava qualquer satisfação ao indivíduo assaltado ou agredido, nem punia os agressores, nem registrava ou investigava tais denúncias? Sim. No capitalismo soviético do Brasil também é assim.
         No comunismo soviético, as pessoas se prendiam em casa com medo das ruas, sussurravam entre vizinhos, borravam-se de medo ao ouvirem tiros ou ao presenciarem confrontos de gangues fardadas ou não? Sim. No capitalismo soviético do Brasil também é assim.
         No comunismo soviético, as instituições públicas davam alguma satisfação ao indivíduo ou tinham por ele algum respeito? Não. No capitalismo soviético do Brasil também não.
         No comunismo soviético, o Estado gastava mais com propaganda do que com segurança e saúde individuais? Sim. No capitalismo soviético do Brasil também é assim.
         O “socialismo” do comunismo soviético era apenas fachada onde imperava esmola e medo? Sim. No capitalismo soviético do Brasil também é assim.
         O comunismo soviético nasceu de uma ditadura militar? Sim. O capitalismo soviético do Brasil também.
         No comunismo soviético, os remanescentes da ditadura viraram líderes da “democracia”? Sim. No capitalismo soviético do Brasil também.
         No comunismo soviético, o discurso era um e a prática era outra? Sim. No capitalismo soviético do Brasil também.
No comunismo soviético, as instituições mereciam respeito dos indivíduos? Não. No capitalismo soviético do Brasil também não.
         No comunismo soviético, o parlamento era livre na forma e escravo no conteúdo, dependente do poder executivo? Sim. No capitalismo soviético do Brasil também é assim. Té mais.
          

AGRADECIDA POR SER DODORA CARDOSO

Por Franklin Jorge
Este ano Dodora Cardoso não se apresentou na Festa de Santana. Um dos motivos dessa ausência seria o valor do cachê pago pelo prefeito Bibi Costa, míseros seiscentos reais, o que não pagaria as despesas com músicos, hospedagem e transporte. Um agravo aos artistas locais.
Devota de Sant´Ana, durante dois anos seguidos cantou de graça nessa festa que atrai milhares de seridoenses, e financiou as despesas do próprio bolso. Também contou com o apoio de amigos, como Núbia Albuquerque, que hospedou os músicos em sua casa da Boa Passagem. Este ano, porém, resolveu não cantar mais de graça, ao saber que a prefeitura estava pagando 50 mil reais a bandas de outros estados, em detrimento dos artistas locais, alguns tão melhores do que os forasteiros, mas desqualificados pelo fato de serem da terra.
Dodora é a agitação em pessoa. Ela se diz “barra pesada e sem o rabo preso com ninguém’’. Muito intensa em tudo o que faz e diz, é sinônimo de inquietação e irreverência, parecendo estar em toda a parte com essa tremenda energia que a anima e faz dela, Dodora Cardoso, um fenômeno humano.
Ouvindo-a, pareço ouvir os versos que Hölderlin consagrou a Rousseau [Jean-Jacques]:
… E ele levanta voo, o espírito audacioso, como as águias
Ao encontro das tempestades, profetizando
Seus deuses que chegam…
Uma mulher que carrega a energia da vida e não faz conchavos com a falsidade; que canta as canções que em Caicó, especialmente, todos se agradam de ouvir e sentir, a cada nota, impulsionadas por uma pulsão de vida.
Como a conheci? Por acaso, através das ondas do rádio, onde dava uma entrevista e logo me conquistou por sua autenticidade. Ela estava sendo entrevistada por Suerda Medeiros, a quem eu telefonava naquele momento para marcar um encontro. Queria entrevistar a entrevistadora. Ao chegar à Rádio Caicó AM, alguns minutos depois, quem estava saindo do estúdio? A própria, Dodora Cardoso, que trocou algumas palavras comigo. Um pouco mais tarde a encontrei no Restaurante Brilhante e, mais uma vez, um pouco mais tarde, na Boa Passagem, de onde é amiga. Antes, tomamos sorvete – Bento, Dodora Ferreira, Socorro, Janilson Sutero, Núbia… – e eu saí para fazer minhas entrevistas.
Dodora, em sua autenticidade, não suporta hipocrisia e falsidade. Canta o que a encanta. Ela tem o que Garcia Lorca chamava de “o duende”, esse sortilégio que não se pode explicar, presente na visceralidade do seu canto, que ouvi depois em CD.
Recebida com festas nas ruas de Caicó, cidade onde o povo se agita, dança e canta em seus shows, Dodora é popular em toda a região. Uma vez, viajando com um amigo, entraram os dois em uma churrascaria na cidade de São José do Seridó. Enquanto estavam lá, comendo, um homem não parava de olhá-la.
Por fim, veio falar-lhe. Disse que a estava olhando porque tinha a impressão de conhecê-la de algum lugar, de Caicó ou de Cerro Corá. Seria ela, por acaso, cantora? Dodora confirmou. Era a cantora, sim. E ele, sem disfarçar a ansiedade: Não lembra de mim, não? Eu apenado e a ouvi cantando na Penitenciária de Caicó. Eu sou Fulano e estava cumprindo pena por ter matado um homem…
Muito pequena, Dodora ouvia o pai, que era militar, tocando trombone de vara. Desde pequena, tinha o hábito de ouvir a Elis Regina, Ângela Maria, até Glorinha Oliveira. Meus pais nasceram aqui, mas vivemos em vários lugares, como o Rio de Janeiro. Ele, Francisco Omar da Cunha – ou Omar Peitica, como o conheciam -, era músico, militar, juiz de futebol e,por algum tempo, delegado de polícia em Jucurutu. Ela, do coral da Igreja de Sant´Ana de Caicó… Ah, meu pai fez o serviço militar com Elino Julião, de quem sempre foi amigo. A música, como você está vendo, esteve sempre perto da gente. Sempre cantei. Por prazer, principalmente.
Cheguei aqui em 1970. Ontem, como vê… Voltamos do Rio, onde ficamos por cinco anos. Quando meu pai foi assassinado, minha mãe, Rita Cardoso da Cunha, resolveu que era hora de voltar para cá… Comecei fazendo bailes aqui. Minha verdadeira paixão sempre foi as bandas de baile. Nessa época, os jovens de Caicó só bebiam e fumavam. Não havia o que fazer. Eu, que não tinha jeito para fazer cacho em periquita [ficar alisando os pelos pubianos] para passar o tempo, cantava e gostava de cantar. Resolvi, assim, ser cantora…
Dodora costuma dizer que, de perto, não é nada normal. É coisa de família, enfatiza, disparando uma gostosa gargalhada. Uma sua irmã, por exemplo, vive juntando moedas para dar aos garotos que pedem nos cruzamentos. Eu, dou camisinhas. Vou logo dizendo, dinheiro não tenho. Mas tenho essa camisinha com sabor chocolate… “Quê, tia? Camisinha?” Reclamam. Quer ou não quer…? Os garotos ficam aturdidos com minha oferta, mas acabam pegando a camisinha, embora desconfiadíssimos, e vão embora, pensando que sou uma doida..
Leia a continuação desta Série na próxima terça.

domingo, 28 de agosto de 2011

FINAL DE TARDE A PARTIR DO MEU CASTELO

Por Bárbara Lima







COMEMORAÇÃO

CAROS AMIGOS LEITORES,

ESTE BLOG COMEMOROU, NESTA SEMANA, MAIS DE 30.000 VISITAS, A UMA MÉDIA ENTRE CINQUENTA E SETENTA POR DIA.

NÃO É NADA, NÃO É NADA, ... NÃO É QUASE NADA MESMO.

MAS QUEM, COMO EU, ESCREVE ACERCA DO QUE ESCREVO,  E É LIDO POR VOCÊS, TEM QUE SE DAR POR MUITO SATISFEITO.

POR TUDO ISSO, E PELOS COMENTÁRIOS, MUITO OBRIGADO!

sábado, 27 de agosto de 2011

ELES, LOBOS; NÓS, OVELHAS



Honório de Medeiros


"Foi buscar lã e saiu tosquiado"
DITO POPULAR


Antes que me acusem de “simplismo” lembro, aos leitores, que guardando as proporções devidas entre o gênio e o provinciano inquieto, o texto a seguir, pelo menos na aparência, pode guardar alguma semelhança remota, no que diz respeito à ausência do embasamento erudito tão caro aos acadêmicos (nada mais que argumentos de autoridade quando não é possível comprovação empírica), ao “Manifesto Comunista” de Marx e Engels e ao “Servidão Voluntária” de La Boètie, ou mesmo ao “O que é a Propriedade”, de Proudhom.

                                               Entretanto ouso dizer que é possível um tratamento “acadêmico” ao que se vai expor. Tanto é possível fazê-lo a partir da Filosofia, com Marx e os anarquistas ou, para não ser acusado de tendência óbvia pelo pensamento de esquerda, com base no pensamento de Gaetano Mosca, comprovadamente um autor de direita, quanto a partir da Sociologia, desde que haja, como matriz, a Teoria da Evolução de Darwin.

                                               Posto isso, gostaria de iniciar apresentando a célebre fábula de La Fontaine, “o Lobo e o Cordeiro”, ITO POPULAR uiado
e, " iniciar apresentando a censamento de Gaetano Mosca, comprovadamente um autor de direita, quanto a partir devidamente parafraseada:

                                               Um cordeiro matava a sede nas águas límpidas de um regato.”

                                               “Eis que se avista um lobo que por lá passava em jejum e que lhe diz irritado”:

                                               - “Que ousadia a sua, turvando, em pleno dia, a água que bebo. Vou castigar-te”.

                                               - “Majestade, permita-me um aparte – diz o cordeiro – veja que estou matando a sede vinte passos adiante de onde o Senhor se encontra. Não seria possível eu ter cometido tão grave grosseria”.

                                               - “Mas turva, e ainda pior é que você falou mal de mim no ano passado”.

                                               - “Mas como poderia – pergunta assustado o cordeiro – se eu não era nascido”?

                                               - “Ah, não? Então deve ter sido seu irmão”.

                                               - “Peço-lhe perdão mais uma vez, mas deve haver um engano, pois eu não tenho irmão”.

                                               - “Então foi algum parente seu: tios, pais... Cordeiros, cães, pastores, nenhum me poupa, assim vou me vingar”.

                                               “E o leva até o fundo da mata, onde o esquarteja e come sem qualquer processo judicia”.

                                               Os lobos são a elite política; as ovelhas, o povo.

                                               Desde que o mundo é mundo, excetuando, talvez, um período provavelmente mítico no qual o Homem vivia anarquicamente de caça e coleta[1], sem chefes nem hierarquias[2], a Sociedade é assim mesmo: de um lado os exploradores, do outro lado, os explorados.

                                               Lembremo-nos como era antes nas grandes civilizações arcaicas: a grega, a judia, a chinesa, a hindu. O quê mudou de lá para cá? Nada, exceto a forma: se antes a polícia do chefe usava lança, hoje usa fuzil AK-47; se antes o tributo era o butim arrancado violentamente sem qualquer justificativa, hoje a extorsão se faz sob a desculpa de se dar condições ao Estado para que este melhore a vida das ovelhas em Sociedade.

                                               Não vou perder tempo discutindo o que é o Estado. Desde que surgiu, quando surgiu a Polícia, o Tributo, a Norma Jurídica, e a Propaganda, o Estado é isso mesmo que você, caro leitor, pensa que é: um conjunto de aparelhos de controle social que a elite política criou para manter o “status quo”.  

                                               Pensemos, por exemplo, na Norma Jurídica. A elite política dissemina a idéia de que sua finalidade é o bem-estar social. Quando os gregos irridentes, nas guerras civis, pediram leis que submetessem a todos, a aristocracia pressionada acatou, mas tratou logo de controlar sua interpretação, produção e aplicação[3]. Hoje ainda é do mesmo jeito.

                                               Aliás, a Norma Jurídica deve ter surgido como um estratagema de domínio: como não era mais possível dar ordens verbais a todos, e a escrita estava surgindo, nada melhor que cria-las, coloca-las em algum lugar público, e impor que “a ninguém é dado alegar o desconhecimento da lei”. Tudo sob medida.

                                               Pois bem, e essa elite política se perpetua? Claro, em todos os lugares. No Brasil, desde o Império.

                                               Vejamos o caso do Rio Grande do Norte: nos Alves, Walter Alves é filho de Garibaldi Alves filho, que é filho de Garibaldi Alves pai, que é irmão de Aluízio Alves, que foi filho de Manuel Alves, o “Seu Nezinho”, líder político em Angicos, Rn, e de Maria Fernandes, da família Fernandes, de Aristófanes Fernandes, pai de Paulo de Tarso Fernandes; nos Maia, Felipe Maia é filho de José Agripino Maia, que é filho de Tarcísio Maia, que é filho de José Agripino Maia, que é parente próximo da esposa de Jerônimo Rosado, iniciador da oligarquia homônima em Mossoró, todos com raízes políticas ancestrais no Rio Grande do Norte e Paraíba; Larissa Rosado, por exemplo, é filha de Sandra Rosado, que é filha de Vingt Rosado, que é filho de Jerônimo Rosado; Fábio Faria é filho de Robinson Faria, que é filho de Osmundo Faria, latifundiário parente e protegido de Dinarte Mariz, de quem foi suplente no Senado; Dinarte de Medeiros Mariz, com ascendentes que vão até o Império, era parente de José Augusto Bezerra de Medeiros; este, por sua vez, familiarmente ligado a Juvenal Lamartine de Faria, de quem Márcia Maia, filha de Wilma de Faria, que é filha de Morton Mariz de Faria, parente de Dinarte Mariz, este por sua vez parente de José Augusto Bezerra de Medeiros, etc., etc..., é descendente colateral, todos com raízes que vão até o passado remoto do Rio Grande do Norte.

                                               As oligarquias, para sobreviverem, em certas circunstâncias históricas usam talentos aos quais agregam, consomem e expelem para fora do círculo íntimo do Poder Político: Dinarte Mariz fez isso; Aluízio Alves, também; Tarcísio Maia o fez, os Rosados o fizeram; Wilma de Faria idem, e assim por diante. São os escalões intermediários entre o círculo íntimo e a base mais abaixo, constituída de “inocentes úteis”.

                                               Brigam entre si os integrantes da elite política[4]. Mas, se ameaçados, se unem contra o inimigo comum. Vejam o caso de Mossoró. Não por outro motivo o PT, até Lula chegar ao Poder, era um anátema, posto que representasse uma real ameaça aos interesses políticos/econômicos dos detentores do Poder. Hoje, a história é outra.

                                               Essa elite política, para sobreviver, se espraia por todos os aparelhos do Estado: Judiciário, Legislativo, Executivo. Aparelha tudo. Os aparelhos são integrados por membros das famílias que constituem a elite política ou agregados. Quando não é possível a nomeação de familiares ou agregados, ainda resta a cooptação e o exílio, o esvaziamento político/social. E, obviamente, se espraia também pela mídia servil, que bem paga, passa a filtrar os fatos – até mesmo criá-los, se for necessário - e lhes dá a conotação que interessa ao grupo dominante, assim como pelos negócios, através dos predadores empresariais, quase sempre sanguessugando, obliqua e dissimuladamente, a máquina estatal.

                                               Obviamente, em certas circunstâncias históricas, como ocorreu recentemente no Brasil pós Lula, parece mudar os atores principais do teatro político. É possível. Mas a estrutura continua: uma nova elite política substitui a anterior que, derrotada, sai de cena. Os atores são novos, mas o Teatro e a tragicomédia são os mesmos, há sempre lobos e ovelhas, e continua tudo igual. “Mutatis mutandis”.

                                               Portanto temos que a elite política domina o Executivo, o Legislativo, o Judiciário; os meios de comunicação, a tributação e os negócios empresariais com o Estado, bem como a Polícia. Ou seja, domina tudo. E o domínio é extremamente eficiente: os tributos alimentam o Tesouro que vai pagar as obras que vão, por sua vez, pagar toda a máquina política. Tudo isso legitimado por uma propaganda eficiente que cria a impressão de que a arrecadação vai ser usada para produzir e manter políticas públicas de interesse da ovelhada.

                                               Enfim, não por outras razões, como não somos lobos, somos ovelhas: nos tempos de hoje, enquanto alienados, indo inevitavelmente para a tosquia, tão logo sejamos convocados, sem “tugir nem mugir”, ou, quem sabe, quando muito, discreta e aceitavelmente perorando pelos cantos, em voz educadamente baixa, para não levar castigo.



[1] Jacques Le Goff.


[2] Robert Wright


[3] Nikos Poulantzas


[4] Gaetano Mosca.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

CARLOS SANTOS LANÇA "SÓ RINDO 2" HOJE, EM NATAL

Sarau das Letras e Herzog

a p r e s e n t a m


Lançamento do livro

S Ó R I N D O 2

A política do bom humor do palanque aos bastidores


Autor: Carlos Santos


Nesta quinta, dia 25 de Agosto, às 19h, no restaurante La Tavola, em Natal/RN.


Carlos Santos pode até dar a si mesmo a alcunha de “escritor mundialmente desconhecido”, entretanto, o leitor potiguar está mais do que familiarizado com seu trabalho de jornalista e blogueiro ao longo de 26 anos de atuação.

Especializado em informação política, Carlos Santos se aventura pela segunda vez nas páginas de uma plataforma que permite um maior aprofundamento. O jornalista lança o livro “Só Rindo 2, a política do bom humor do palanque aos bastidores” em Natal, na quinta-feira (25), no restaurante La Tavola, às 19h.

A publicação acumula 160 narrações de causos da política local, desde informações apuradas na época de repórter (que vai até os dias atuais) até fatos de um passado recente, da época de Djalma Marinho.

Segundo Carlos, os grandes "caciques" do estado não configuram como únicos protagonistas; anônimos, que formam e formavam os círculos políticos locais, também são retratados no livro. “Não tenho o objetivo de promover o escárnio dos políticos. O livro serve de documentação do lado pitoresco da história política local”, afirmou.

Mitos, tiradas espirituosas, soluções inteligentes, saias justas e micos desses personagens guiam a narrativa do autor. Fundador do Jornal de Fato, Carlos veiculou diversas de suas narrações em seu blog e sentiu a cobrança dos leitores para uma nova publicação.

Além das situações que o próprio Carlos presenciou como repórter, a oralidade serviu de fonte para relatar as “histórias e estórias do universo político”. O escritor conta que possui cerca de 500 outras narrações guardadas na gaveta. Quantidade que o motiva a planejar um terceiro livro; o primeiro lançado em 2002. O formato em esquetes é estímulo também para um projeto de transformar os livros em peças teatrais.

Habituado a buscar informações e furos políticos, o jornalista alimenta diariamente o seu arquivo de histórias insólitas. “Revelar o “lado B”, o bom humor do meio humaniza o político, que muitas vezes é desdenhado pela sociedade”, argumenta.

Segundo o autor, o político potiguar que tem o lado humorístico mais aguçado é Garibaldi Alves Filho (PMDB), atual ministro da Previdência Social. “Talvez Garibaldi seja quem melhor trabalhe essa veia humorística. É marketing! O bom humor contribui para a popularidade, aumenta o trânsito social do político, eles são melhor avaliados. O bom humor é o Lexotan sem contra-indicação”, opinou. O livro já foi lançado em Mossoró, Apodi e Areia Branca. Será lançado também no Crato (CE).

Texto publicado no Nominuto.com por Anna Paula Freire

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

REUNIÃO DO GRUPO DE ESTUDOS DO CANGAÇO, CORONELISMO E MISTICISMO SE REUNE HOJE EM NATAL

AMIGOS ESTUDIOSOS DO CANGAÇO, CORONELISMO, MISTICISMO, MARCAM ENCONTRO NO CENTRO DA PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO DO MIDWAY MALL, ÀS 19:00 HORAS DA PRÓXIMA QUARTA-FEIRA, DIA 24 DE AGOSTO, PARA CRIAR GRUPO DE ESTUDO DEDICADO AO ASSUNTO.


TODOS QUE SE INTERESSAREM PELOS TEMAS SÃO CONVIDADOS E BENVINDOS.


LÁ ESTARÃO, DENTRE OUTROS, MÚCIO PROCÓPIO, ROSTAND MEDEIROS, HONÓRIO DE MEDEIROS, IVONILDO SILVEIRA, ÂNGELO DANTAS...


A IDÉIA É A CRIAÇÃO DE UM CALENDÁRIO DE REUNIÕES, PAUTA DE TEMAS, LOCAIS DE ENCONTRO E AMPLIAÇÃO DO MOVIMENTO.


QUALQUER DÚVIDA POR INTERMÉDIO DO E-MAIL: honoriodemedeiros@gmail.com

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A TEORIA DO ESCUDO ÉTICO, DE FREDERICO PERNAMBUCANO DE MELLO

O núcleo da "teoria do escudo ético", de Frederico Pernambucano de Mello, está contido em três parágrafos do capítulo 4 do clássico "Guerreiros do Sol", segunda edição, abaixos transcritos:

"Muito se tem falado nos paradoxos da chamada moral sertaneja. No Nordeste, talvez melhor que em qualquer outra região, sente-se a existência desse quadro de valores - segundo já comentamos - inconfundível em muitos dos seus aspectos. Chega a ser quase impossível, por exemplo, explicar ao homem do sertão do Nordeste as razões por que a lei penal do país - informada por valores urbanos e litorâneos que não são os seus - atribui penas mais graves à criminalidade de sangue, em paralelo com as que comina punitivamente para os crimes contra o patrimônio. Não se perdoa o roubo no sertão, havendo, em contraste, grande compreensão para com o homicídio. O cangaceiro - vai aqui o conteúdo mental do próprio agente - não roubava, "tomava pelas armas"."

"Dentro desse quadro todo próprio, a vingança tende a revestir a forma de um legítimo direito do ofendido. "No sertão, quem se não vinga está moralmente morto", repitamos mais uma vez a frase tão verdadeira de Gustavo Barroso, conhecedor profundo desse paralelismo ético sertanejo."

"Ao invocar tais razões de vingança, o bandido, numa interpretação absurdamente extensiva e nem por isso pouco eficaz, punha toda a sua vida de crime a coberto de interpretações que lhe negassem um sentido ético essencial. A necessidade de justificar-se aos próprios olhos e aos de terceiros levava o cangaceiro a assoalhar o seu desejo de vingança, a sua missão pretensamente ética, a verdadeira obrigação de fazer correr o sangue dos seus ofensores. O folclore heróico, em suas variadas formas de expressão, imortalizava-o, omitindo eventuais covardias ou perversidades e enaltecendo um ou outro gesto de bravura. Concretizada a vingança, por um imperativo de coerência estaria aberta para o cangaceiro a obrigatoriedade de abandonar as armas, deixar o cangaço. Já não teria mais a socorrer-lhe a imagem o escudo ético por esta representado. Como então realizar tal vingança, se o cangaço era um bom meio de vida?"

Tal "escudo ético", entretanto, não é um epifenômeno próprio da moral sertaneja nordestina. Muito menos apenas do cangaço.

Em entrevista à revista "Veja" de 17 de agosto de 2011 - edição 2230, ano 44, nº 33 - o psiquiatra e escritor inglês Anthony Daniels, ao analisar a influência da tese do suíço Jean Jacques Rousseau de que o ser humano é fundamentalmente bom, e que a sociedade o corrompe, afirma que esta prejudicou profundamente sua noção de responsabilidade: "Por influência de Rosseau, nossas sociedades relativizaram a responsabilidade dos indivíduos."

E continua: "O pensamento intelectual dominante procura explicar o comportamento das pessoas como uma consequência de seu passado, de suas circunstâncias psicológicas e de suas condições econômicas. Infelizmente, essas teses são absorvidas pela população de todos os estratos sociais. Quando trabalhava como médico em prisões inglesas, com frequência ouvia detentos sem uma boa educação formal repetindo teorias sociológicas e psicológicas difundidas pelas universidades. Com isso, não apenas se sentiam menos culpados por seus atos criminosos, como de fato eram tratados dessa maneira."

Aqui no Rio Grande do Norte a lenda atribui aos injustos mal tratos físicos da Polícia o ingresso do célebre Valdetário Benevides Carneiro, morto há pouco tempo, no crime. "Como não há justiça" dizia em outras palavras Valdetário, "vou fazer a minha."

Por outra: há o escudo ético, mas ele não é específico da moral sertaneja nordestina. Parece ser um epifenômeno decorrente da criminalidade.

CARLOS SANTOS LANÇA SÓ RINDO 2 EM NATAL

Carlos Santos lança SÓ RINDO 2 em Natal, no La Tavola, no dia 25 de agosto.
Para quem não sabe, o La Tavola fica na Avenida Rodrigues Alves, 44.
Bem no coração de Petrópolis.
O lançamento é às 19:00 hrs.
Irão Gauleses, Mossoroenses, Romanos, e até mesmo o pessoal da República de São Vicente que mora em Natal.

domingo, 21 de agosto de 2011

MISSA DE SÉTIMO DIA DE DNA. VANDA LIMA




Ainda consternados com sua ausência, Os familiares de Maria Vanda Lima de Andrade, convidam parentes e amigos para a missa de 7º dia será celebrada em sufrágio de sua alma, nesta segunda-feira, 22 de agosto de 2011, às 17 horas, na Catedral de Santa Luzia. Desde já agradecem a todos que se fizerem presentes a este ato de fé e solidariedade cristã.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O "ESPERTO" NA POLITIQUINHA



Honório de Medeiros


                   Meu amigo Fulano me disse que tinha se aposentado da política. “Como assim?”, perguntei-lhe. “Quer dizer que não vai mais exercer qualquer cargo público?” “E se seu candidato voltar ao Governo?”

 Meu amigo, que foi do segundo ou terceiro escalão do governo de um dos estados vizinhos (claro!) abriu um sorriso matreiro e respondeu condescendente: “eu não quero mais cargo nenhum, mas vou ajudar meus amigos porque você sabe como é, tenho filhos para criar, e no nosso mundinho só vai p’ra frente quem se dá bem com os ômi”.

                   Meu amigo Fulano é um homem esperto, dentro daquela categoria que o finado ex-padre Zé Luiz genialmente criou lá pelo começo dos anos 80. Dizia Zé Luiz, e ele nunca aceitou essa história de ex-padre – “uma vez padre, sempre padre” – que há dois tipos de homens, que merecem atenção: os inteligentes e os espertos. E para ilustrar sua tese elencou, em sua coluna dominical no Poti, de um lado os espertos, do outro, os inteligentes. Não é preciso dizer o rebuliço que essa crônica causou na província.

 Pois bem, meu amigo Fulano é um homem esperto. Não tem o vôo dos condores, quando muito dos galináceos, mas sabe evitar uma panela e enxerga bem além dos seus passos curtos. Em certo sentido, jamais admitido nem por ele, nem por quem lhe fornece o meio para sobreviver, é alguém que vive de expedientes: ajeita aqui, ajeita acolá, facilita p’ra um, dificulta p’ra outro, se torna da cozinha do poderoso, na qual chega na hora do café-da-manhã trazendo as últimas novidades e os próximos pedidos.

                   Duvido que na atual estrutura de Poder na qual vivemos a política nossa de cada dia, em tudo e por tudo idêntica à dos nossos ancestrais, se diferenciando apenas quanto à aparelhagem tecnológica utilizada – antes era a cavalo que a informação seguia, hoje é via imail – o coronel com saias ou sem elas possa viver sem esse tipo de agregado.

 Ele é imprescindível para as pequenas coisas: pequenos delitos – é incapaz de pensar os grandes; aliás, é incapaz de pensar, quando muito reage: seu destino é pequenas confidências, pequenos favores, pequenas difamações e/ou injúrias, algumas torpezas, cumplicidade nos vícios, solidariedade nos acidentes de percurso, desde que não afetem sua sobrevivência... É capaz de grandes bajulações, aceita ser o bobo-da-corte do seu senhor feudal – se considera até honrado em ser alvo de brincadeiras nas quais sua intimidade é exposta publicamente -, quando não, é capaz de desforço físico na defesa da bandeira que empunhou o que o tornará, sem sobra de dúvidas, alvo de muitas e variadas homenagens prestadas nas hostes do “exército” ao qual pertence.

                   Não por outra razão meu amigo Fulano está fadado a morrer feliz posto que realizado na medida em que encaminhar, através de sua rede de amigos granjeados a partir da troca de favores recíprocos, e da benção do chefe político, os seus rebentos. Não lhe digam que hoje só é possível entrar na administração pública através de concurso. Há sempre um caminho para encontrar uma torneira aberta: cargo em comissão, gratificação, empresa de construção de fundo-de-quintal, licitações manipuladas, consultorias e assessorias. “E os concursos públicos, esses, há, nem lhe conto” me disse ele.


                   Meu amigo Fulano somente precisa tomar cuidado para não cometer algum erro. Aliás, ele precisa ter muito cuidado para não ser usado como boi-de-piranha: quando ele acerta, o mérito é do chefe; quando o chefe erra, a culpa é dele.

E precisa ter cuidado, muito cuidado, mas muito cuidado com a ingratidão e o tal de laço-de-sangue. Por que não é possível ter dúvida: entre ele, o fiel correligionário, e o parente, este sempre vence. É o instinto! 

SURGE GRUPO DE ESTUDO ACERCA DO CANGAÇO, CORONELISMO E MISTICISMO EM NATAL

AMIGOS ESTUDIOSOS DO CANGAÇO, CORONELISMO, MISTICISMO, MARCAM ENCONTRO NO CENTRO DA PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO DO MIDWAY MALL, ÀS 19:00 HORAS DA PRÓXIMA QUARTA-FEIRA, DIA 24 DE AGOSTO, PARA CRIAR GRUPO DE ESTUDO DEDICADO AO ASSUNTO.

TODOS QUE SE INTERESSAREM PELOS TEMAS SÃO CONVIDADOS E BENVINDOS .

LÁ ESTARÃO, DENTRE OUTROS, MÚCIO PROCÓPIO, ROSTAND MEDEIROS, HONÓRIO DE MEDEIROS, IVONILDO SILVEIRA, ÂNGELO DANTAS...

A IDÉIA É A CRIAÇÃO DE UM CALENDÁRIO DE REUNIÕES, PAUTA DE TEMAS, LOCAIS DE ENCONTRO E AMPLIAÇÃO DO MOVIMENTO.

QUALQUER DÚVIDA POR INTERMÉDIO DO E-MAIL: honoriodemedeiros@gmail.com