Paulo de Tarso Venceslau e a face escura de Okamotto
Um dos fundadores do PT, Paulo de Tarso Venceslau foi expulso do partido e
demitido do cargo de secretário de Finanças da prefeitura de São José dos Campos
depois de ter revelado a Lula delinquências envolvendo bandidos de estimação do
chefe supremo.
Esse foi um dos muitos episódios que lhe permitiram ver de perto a face
escura de Paulo Okamotto, iluminada por um artigo publicado no blog do Ucho.
Paulo Okamotto
Confira dois trechos do texto:
Okamotto costumava circular pela prefeitura de São José em busca de lista
de empresários credores. Ele não ocupava qualquer cargo no paço. Era evidente
que buscava recursos paralelos, com a anuência da então prefeita Ângela
Guadagnin.
No mesmo dia em que a auditoria externa encerrou seus trabalhos e me
enviou o relatório, fui exonerado sumariamente a pedido de Paulo Okamotto e
Paulo Frateschi, segundo me relatou a própria prefeita.
O administrador do sindicato, Sadao Higuchi, era quem encaminhava os
recursos vindos do exterior a Okamotto.
Em 13 de junho de 1998, em plena campanha eleitoral, Sadao morreu
“afogado” numa represa localizada nas proximidades de Bragança Paulista.
(…)
Morreu afogado, mas tinha uma contusão na cabeça. Ele teria caído n’água
e o barco teria se chocado com ele. Pequeno enorme detalhe: tratava-se de um
bote inflável.
Coisa de direitista delirante? Mais uma da elite golpista? Invencionice da
mídia conservadora? É difícil enquadrar nesses clichês o economista Paulo de
Tarso Venceslau.
Paulista de Santa Bárbara d’Oeste, hoje com 69 anos, Venceslau se engajou na
luta armada como ativista da Ação Libertadora Nacional (ALN), participou em
setembro de 1969 do sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick, foi
capturado dias depois pela polícia política, passou cinco anos na cadeia e
ligou-se a um dos grupos que fundariam o PT.
Não é loiro. Nem tem olhos azuis.
Anos depois de ouvir ameaças de morte berradas por torturadores decididos a
fazê-lo falar, Venceslau voltou a ouvi-las sussurradas por companheiros
decididos a fechar-lhe a boca.
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