quinta-feira, 17 de maio de 2018

PRISIONEIROS DO NOSSO MEDO

* Honório de Medeiros

De muito longe, onde estou, vou seguindo, pela “rede”, as notícias da violência que campeia solta de canga e corda no Rio Grande do Norte.

Como chegamos a esse ponto, meu Deus? Vivermos prisioneiros do nosso medo, enquanto pagamos uma fortuna em impostos? 

Agências bancárias dinamitadas no interior; criminosos matando inocentes rendidos; assaltos de toda a espécie; bandidos atirando contra postos policiais; filhos sem pais; pais sem filhos; sangue; dor; lágrimas; pessoas sentindo-se felizes porque “o acontecido não foi com ela”.
Que cenário de horror é esse? 

A onda de crimes parece tão contundente, mesmo fragmentada, em seu propósito de ferir a Sociedade, que nos leva a desconfiar de algum plano maquiavélico por trás dos acontecimentos.
Como se o propósito fosse esse mesmo, de gerar pânico, insegurança, medo; como se o propósito fosse implementar uma política de terra arrasada na Sociedade.

E assistimos tudo isso passivamente, tremendo, amedrontados, iguais a carneiros que temem lobos, sem poder reagir, pois sequer armas possuímos.

O Estado nos arranca o que pode, leva nosso suor, nosso dinheiro, nossa paz, nossa saúde, nossos salários, nossa paciência, e muito pouco nos dá nada, em troca. 

Somos meras e deficientes estatísticas, reféns do nosso medo.

Somos a carneirada, a sobreviver sobressaltados a cada arreganhar de dentes dos lobos que nos pastoreiam e devoram, quando bem querem.

domingo, 13 de maio de 2018

MÃE

* Honório de Medeiros

Minha homenagem às mães será por intermédio do belo poema de Manoel Cavalcante, poeta cuja arte arribou voo de Pau dos Ferros para o mundo:

“A mãe sofre dos nervos, pressão alta
Faz as coisas pra gente, se desdobra,
Quando o filho se ausenta, sente falta,
Quando a falta maltrata, o pranto sobra.
Todo filho abundante em grosseria
Não calcula um por cento da magia
Que o ser mãe irradia em dom profundo...
Cale a voz, baixe a guarda, enxergue a lida,
Se você tem a dádiva da vida
Foi por ter mãe pra lhe trazer ao mundo.

A mãe pede pro filho, briga e luta
Não escuta a blasfêmia que ele fala
Quando o filho lhe grita, ela se cala,
Mas se o filho pedir, ela lhe escuta.
O que fez e o que faz nunca desfruta
Traz o bem, leva a paz pra onde for
No caminho de espinhos só vê flor
Perde a vista dos olhos, nunca o brilho,
Pega todo desgosto de seu filho
E no peito ferido faz amor.

Feliz dia do amor.”