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sábado, 19 de dezembro de 2020

POESIA: A BALADA DO RETORNO

 

https://estudiopratyahara.com.br/2019/03/03/noite-chuvosa-1314/

* Honório de Medeiros (honóriodemedeiros@gmail.com).

Agora, retorno.
Recolho as velas da minha nau imaginária. 
Solto a âncora.
Desço ao cais.
Respiro fundo a solidão da noite.
Olho as luzes, as construções, e sigo.
Caminho lentamente.
A neblina molha as pedras, me molha. 
Chego à minha porta. 
Entro.
Enxugo o rosto molhado com o braço.
Tomo um grogue. 
Eis que chega seu sorriso luminoso,
Seu colo perfumado,
Seu olhar de madrugadas.
Nossa história comum. 
Então, primeiro há o silêncio.
Depois, vinho, cantigas e risos.
Dança-se. 
Estou em casa.

domingo, 27 de outubro de 2019

TEMPO, UM ABISMO

* Antônio Gomes

Dia desses olhei para você, e me vi.
Éramos reflexos um do outro,
recortados em cores contra o claro-escuro.
Cores que esmaecem, tingidas de prata.
E sépia.
Como passaram rápidos os dias e as horas!
Abismo, o tempo: vidas que fluiram,
vertiginosas.
Agora somos silêncio, quase.
Pontes para um infinito desconhecido.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

DE VELHICE

* Honório de Medeiros

Dia desses olhei para você e me vi. Um reflexo do outro recortado em cores contra o escuro. Cores que esmaecem, tingidas de prata. Sépia. Como passaram rápidas os dias e as horas! Abismo de tempo, vidas que fluíram. Agora somos silêncio, quase. Ponte para um infinito. Agora nos compreendemos. 

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

MAS, NUM POSTE, VOTO NÃO! (POETA RAMIM ALEIJADO, SANTA CRUZ-RN

E SE TODAS AS CAMPANHAS POLÍTICAS NO BRASIL FOSSEM DISPUTADAS NA VIOLA E NO VERSO?

Autor: poeta Ramim Alejado /Sta Cruz-RN


Eu voto numa gazela

Num pedaço de imbira
Numa espinha de traíra
Na tampa de uma panela
Eu voto numa suvela
Num pedaço de carvão
Voto num pano de chão
Numa cadela com xanha
Voto na mãe de pantanha
Mas num poste, voto não!

Voto num galo goguento
Apoio até João badalo
Voto na tampa de um ralo
Num cachorro bem sarnento
Voto em qualquer lazarento
Na zuada de um trovão
Eu voto num gavião
Mas não voto num fantoche
Dou meu voto ate num broche
Mas num poste, voto não!

Eu voto num carroceiro
Numa velha maltrapilha
Mas não elejo quadrilha
Pra roubar nosso dinheiro
Não dou voto a cachaceiro
Que vive numa prisão
Eu voto até num furão
Voto num arroto xôco
Voto na bucha de um côco
Mas num poste, voto não!

Por ser um bom eleitor
Voto numa muriçoca
Voto numa franga choca
Na carroça de um trator
Num avião sem motor
Numa casca de limão
Voto na irmã do cão
Numa quenga depravada
Voto num cabo de enxada
Mas num poste, voto não!

Pra mudar este pais
Eu voto até numa muda
Não voto em cobra barbuda
Que tem nome de Luiz
Voto numa meretriz
Dou meu voto a safadão
Mas gigolô de ladrão
Nessa terra eu não aceito
Dou meu voto num confeito
Mas num (POSTE) voto não!

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

BALADA DO ABISMO, A QUEDA



* Honório de Medeiros

Nada espere de mim:
sou todos, sou ninguém.
De mim colherá um instante, apenas um instante.

Nele, o que há?

O sopro de um Deus;
A gota de chuva na tempestade,
A cinza, do fogo-vento.

Frases pinçadas ao léu;
No abismo, a queda,
Na morte, a evanescência.

Não esqueça jamais:

Todos homens são Um,
Um homem é Todos.
Tudo espere de mim.

Arte em don-aleksander.blogspot.com

domingo, 14 de janeiro de 2018

SOLIDÃO (CAMINHAREMOS ENTÃO TU E EU)

* Honório de Medeiros

"Caminharemos então tu e eu,
companheiros de nossas sombras,
da luz das estrelas, da lua, da noite,
e nossas pegadas saudarão o tempo, 
a terra, a pedra, o verde ou o asfalto, 
durante toda essa busca incessante.

Caminharemos então tu e eu,
dizendo a solidão que não sentimos,
dos seus efeitos nos homens e nas coisas,
enquanto a doçura indecifrável do instante
aprisiona a mim e a ti em uma teia 
cujo começo e fim começa e termina no mesmo ponto.

Caminharemos então tu e eu,
e diremos fragmentos de discursos de amor,
outrora lido às sombras de nossas sombras,
esses queridas e amorosas companheiras,
até que o presente se confunda com o futuro,
até que o tempo se esvaneça, miragem que é. 

Caminharemos então tu e eu,
para dizermos das equações que o vento
(o vento?) ou as asas das borboletas
traça nas hastes flexíveis das abstrações,
antes que o efeito que de si projetam,
e o Homem, e as Formas, tudo seja interrompido.

Caminharemos então tu e eu,
e eu lhe direi da solidão de quem pensa,
da minha solidão, eu, um solitário de idéias absurdas,
resignado ante a longa estrada que nos resta percorrer,
cansado de tanta busca vã,
enquanto a trilha que conhecíamos se esvai no tempo.

Caminharemos então tu e eu,
E você me dirá da reforma das ilusões 
que se entoavam em rituais mágicos à luz das estrelas.
Conheceremos a história do Homem,
dos seus santos e das imagens vazias de vida,
e prenhes de história.

Toda nossa caminhada nos dirá, quem sabe,
o significado oculto de tudo que percebemos,
o sonho loucos dos deuses alucinados,
a verdade última, a coisa-em-si,
e então, à sombra do futuro, descansaremos.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

BALADA DO RETORNO

* Honório de Medeiros

Agora retorno.
 Recolho as velas da minha nau imaginária. 
Solto a âncora.
 Desço ao cais.
 Respiro fundo a solidão.
 Olho o começo da noite, as luzes, as construções, e sigo.
 Caminho lentamente.
 A neblina molhas as pedras, me molha. 
Chego à minha porta. 
Entro.
 Enxugo o rosto molhado com o braço.
 Tomo um grogue. 
Eis que chega seu sorriso luminoso.
 Seu colo perfumado.
 Seu olhar de madrugadas.
 Nossa história comum. 
Faz-se, primeiro o silêncio.
 Depois, há vinho, cantigas e risos.
 Dança-se. 
Estou em casa.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

SILÊNCIO, O MEU

* Honório de Medeiros


Não me exporei, mas aqui estou.
Venha a mim, se puder.
Busque-me.
Assim farei eu, se o desejar.
Mas aviso: nada tenho.
Nada tenho que valha a pena dizer.
Por enquanto.
Nem mesmo sei se tive.
Ou terei.
Eu lhe digo mais, agora,
com este meu silêncio.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

A HORA DE SAIR

* Honório de Medeiros
emails para honoriodemedeiros@gmail.com

Um homem tem que saber a hora de sair. 
Recolher-se.
Tirar as esporas, guardar os arreios, encostar a cela.
Perceber que seu tempo passou.
Refrear os últimos ímpetos, pendurar as armas, despir a armadura.
Não mais se afadigar debaixo de nenhum sol.
Beber seu café, contar casos, ver seus rebentos irem para a arena.
Sair de cena.
Com calma, para não parecer rendição;
com certa ligeireza de quem sabe o que está fazendo.
Dizer adeus.
Afinal até a chuva não será mais como era antes.

sábado, 22 de abril de 2017

AS FORMAS E OS HOMENS PROJETAM SOLIDÃO

* Antônio Gomes

As formas e os homens projetam solidão.
Os homens solitários são espelhos de quem lhes vai ao encontro.
Na estrada, homens debruçados em janelas nada dizem, 
vertem olhares opacos, cansados, pesados de angústia desconhecida.
Nada perguntam, não falam.
A rua é penumbra da alma, a rua é vazia.
Esses homens nada mais almejam que serem espelhos de quem passa.
Refletem a indolência de tardes silenciosas, 
olhares perdidos em desvões do passado.
Quimeras.

quarta-feira, 22 de março de 2017

A SOLIDÃO É IMOBILIDADE E SILÊNCIO

Imagem: Honório de Medeiros


* Antônio Gomes

Ah, você que se situa como antítese do que não perece.
Do vazio.
Somente seu coração bate.
Você que olha a noite escura recortada por pontos de luz,
e não encontrou o limite entre o horizonte e a matéria.
Sua busca somente encontra solidão.
Solidão.
Não há caminhos, não há som, somente espaço.
O nada.
A plenitude do nada.
Imobilidade aniquilante, o silêncio escoimando a vida,
a imensidão do céu estrelado.
Noite, silêncio, imobilidade.
Espaço, tempo.
O tempo não passa, é.
Solidão.
Eu lhe digo: a solidão é imobilidade e silêncio.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

SOLIDÃO

* Antônio Gomes


Não há diálogo entre o homem e a noite absurda,
entre o homem e a terra.
Há imobilidade aniquilante,
o silêncio escoimando a vida,
percorrendo, uniforme, todos os caminhos.
Há imensidão de céu estrelado;
noite, silêncio, espaço sem rincões, tempo.
O tempo não passa; o tempo é.
Solidão.
A solidão é feita de imobilidade e silêncio.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

CAMINHAREMOS

* Antônio Gomes


"Caminharemos então tu e eu,
companheiros de nossas sombras,
da luz das estrelas, lua, sol,
e nossas pegadas saudarão o tempo 
e a terra, a pedra, o verde ou o asfalto, 
durante toda essa busca incessante.

Caminharemos então tu e eu,
falando da solidão que não sentimos,
dos seus efeitos nos homens e nas coisas,
enquanto a doçura indecifrável do instante
aprisiona a mim e a ti em uma teia 
cujo começo e fim começam e terminam no mesmo ponto.

Caminharemos então tu e eu,
e falaremos dos fragmentos dos discursos de amor,
lido às sombras de nossas sombras,
esses amorosos companheiros,
até que o presente se confunda com o futuro.

Caminharemos então tu e eu,
para falarmos das equações que o vento
(o vento?)
traça nas hastes flexíveis das abstrações,
antes que o efeito que projetam
o Homem, e as Formas, seja interrompido.

Caminharemos então tu e eu,
e eu lhe falarei da solidão de quem pensa,
eu, um solitário de idéias absurdas,
resignado ante a longa estrada que nos resta percorrer,
enquanto a trilha que conhecíamos se esvai no tempo.

Caminharemos então tu e eu,
E você me falará na reforma das ilusões 
que se entoavam em rituais mágicos à luz das estrelas.
Conheceremos a história do Homem,
dos seus santos e das imagens vazias de vida
e prenhes de história.

Toda nossa caminhada nos dirá, quem sabe,
o significado oculto de tudo que percebemos,
o sonho loucos dos deuses alucinados,
a verdade última, a coisa-em-si,
e então, à sombra do futuro, descansaremos."

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

O HOMEM TEM QUE SABER A HORA DE SAIR



* Antônio Gomes.


O homem tem que saber a hora de sair. 
Recolher-se.
Guardar os arreios, tirar as esporas, encostar a cela.
Perceber que seu tempo passou.
Pendurar as armas da luta, sofrear os últimos ímpetos, despir a armadura.
Não mais se afadigar debaixo de nenhum sol.
Beber sua pinga, contar casos, ver os rebentos irem para a arena.
Sair de cena.
Com calma, para não parecer rendição; com certa ligeireza de quem sabe o que está fazendo.
Dizer adeus.
Afinal, até a chuva não será mais como era antes.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

CÁ ESTOU



* Antônio Gomes

Não me exporei,
mas cá estou.
Venha a mim, se puder.
Busque-me.
Assim farei eu,
se o desejar.
Nada tenho.
Nada tenho que valha a pena dizer.
Por enquanto.
Nem mesmo sei se tive.
Ou terei.
Eu lhe digo mais, agora,
com este meu silêncio.


* Arte: www.fotolog.com

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

VAIDADE DAS VAIDADES, TUDO É VAIDADE

Os primeiros versos do Eclesiastes na Bíblia (Tradução Ecumênica), 1994, aprovada pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, tradução do francês:

1. Palavras de Qohélet, filho de David,
rei de Jerusalém.

2. Vaidade das vaidades, diz Qohélet,
vaidade das vaidades, tudo é vaidade.

3. Que proveito tira o homem
de todos os trabalhos com que se
afadiga sob o sol?

4. Uma geração passa, outra vem,
e a terra permanece sempre.

5. O sol se levanta, o sol se põe,
procurando lugar de onde se erguerá
de novo.

6. O vento vai para o sul e vira para o norte,
gira, gira e vai embora,
sempre retoma o seu curso, o vento.

7. Os rios todos correm para o mar
e o mar nunca fica cheio;
para o lugar onde correm os rios,
para lá retornam.

8. Todas as palavras estão gastas,
não se consegue mais dizê-las;
o olho não se sacia do que vê,
o ouvido não se enche do que ouve.

9. O que foi é o que será,
o que se fez é o que se fará:
nada de novo sob o sol!

10. Se algo existe de que se possa dizer:
“Vede, isto é novo!”,
- já existe desde os séculos
que houve antes de nós (...)

sábado, 16 de agosto de 2014

BALADA DO RETORNO



* Antônio Gomes

Agora retorno. Recolho as velas da minha nau imaginária. Solto a âncora. Desço ao cais. Respiro fundo a solidão. Olho o começo da noite, as luzes, as construções, e sigo. Caminho lentamente. A neblina molhas as pedras, me molha. Chego à minha porta. Entro. Enxugo o rosto molhado com o braço. Tomo um grogue. Eis que chega seu sorriso luminoso. Seu colo perfumado. Seu olhar de madrugadas. Nossa história comum. Faz-se, primeiro o silêncio. Depois, há vinho, cantigas e risos. Dança-se. Estou em casa.

Arte em 10temidos.blogspot.com

segunda-feira, 28 de abril de 2014

SOZINHO NA NOITE DE OUTONO




* Wang Wei



Sentado, sozinho,
na sala vazia,
antes de soar
a segunda vigília,
lamento o branco 
em minhas têmporas.
Na montanha, tombam
com a chuva as frutas,
e os insetos zumbem
em volta da candeia.
Impossível impedir 
o branco nos cabelos,
assim como criar ouro;
como se livrar da idade
e dos seus incômodos?
Melhor começar logo
o estudo do não ser.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

LA VIE EST BRÈVE...



* George Louis Palmella Busson du Maurier (6 March 1834 – 8 October 1896):



PEU DE CHOSE


La vie est vaine,
Un peu d’amour,
Un peu de haine,
Et puis—Bonjour!

La vie est brève:
Un peu d’espoir,
Un peu de rève
Et puis—Bon soir!

Tradução livre:

COISINHA

A vida é vã,
Um pouco de amor,
Um pouco de ódio
E então: bom dia!

A vida é breve:
Alguma esperança,
Um pouco de sonho
E então: boa noite!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

DE ENCONTROS


Honório de Medeiros



Não gosto de marcar encontros.
Deixo ao sabor do acaso, vê-la (o).
Assim, saio quando quiser,
Ou fico, caso queira.
E não lhe magoo.