sábado, 4 de maio de 2019

O FIM DA CULTURA OCIDENTAL

* Honório de Medeiros

Quem vai jogar a última pá de terra na sepultura da civilização ocidental? A China? A Rússia? As organizações terroristas muçulmana? A criminalidade transnacional? O marxismo-leninismo? A corrupção generalizada em todos os segmentos da Sociedade?


O sonho da Europa unida se desfaz. A União Europeia é uma quimera, um sonho de uma noite de verão. A fragmentação é lenta, mas persistente e aparentemente definitiva.

Os EUA são uma pálida caricatura do que foram antes.

A guerra de ideias(1), sempre e em qualquer instância anterior à das armas, foi perdida, sem que saibamos, ainda, quem seja o vencedor. Ou quais são os vencedores, e se trabalharam juntos.

O ideário político ocidental liberal agoniza, e sua derrota estimula o radicalismo de esquerda e direita, irmãos siameses de cores diferentes, e ideias e práticas semelhantes em relação à obtenção e manutenção do Poder.

O avanço desse amálgama de ideias vitoriosas aparentemente díspares, unidas formal ou informalmente quanto ao inimigo comum - a cultura ocidental - lembra predadores fomentando o caos para depois avançarem e iniciarem a partilha dos despojos da guerra.


Na Venezuela, se são verdadeiras as informações, essas ideias estão todas lá, pelas mãos de títetes: a China, a Rússia, o Hezbollah, os narcotraficantes, os bolivarianistas, e a corrupção que mantém a estrutura de Poder no entorno de Maduro.

No dizer leninista, a Venezuela é, hoje, o "elo frágil da corrente" (2).



Quem vai jogar a última pá de terra?

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(1) "Entre 1804 e 1807, Clausewitz tomou plena consciência de que os fins da guerra deviam dominar os fins na guerra" (Raymond Aron, em Pensar a Guerra, Clausewitz. Quando à noção de que ideias antecedem ações, ver a epistemologia de Karl Popper e Gaston Bachelard.

(2) A passagem supracitada refere-se à obra As Tarefas Imediatas do Poder Soviético (1918), fruto de manuscrito em forma de teses, de autoria de Lênin. O texto foi encaminhado à reunião do Comitê Central do Partido Comunista Russo em 26 de Abril de 1918.

quarta-feira, 1 de maio de 2019

IHGRN - 17ª SEMANA NACIONAL DE MUSEUS - PROGRAMAÇÃO - PALESTRA



INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE (IHGRN)

O IHGRN estará participando pela primeira vez da Semana Nacional de Museus. A Semana está em sua 17° edição e o tema deste ano é Museus como núcleos culturais: o futuro das tradições.

O evento ocorrerá dos dias 13 a 18 de maio, em dois turnos, com diversas atividades, tais como palestras, rodas de conversa e oficinas.

A inscrição pode ser feita no link: https://www.even3.com.br/17snmdoihgrn/

PROGRAMAÇÃO

13/05/2019 – 08h às 09h
ABERTURA – Abertura: Presidente do IHGRN Ormuz Barbalho Simonetti.

13/05/2019 – 09h às 11h
MESA REDONDA – "O IHGRN como Núcleo da Cultura, História e Tradição no Rio Grande do Norte". Participação do Presidente Ormuz Barbalho Simonetti e jornalista Gustavo Sobral acerca do ontem, hoje e amanhã do IHGRN, bem como sua atuação enquanto mantenedor da cultura potiguar.

13/05/2019 a 18/05/2019 – 10h às 11h
VISITA MEDIADA – Visita guiada pelo acervo museológico do IHGRN, com foco nas peças que contemplam a história do Rio Grande do Norte e de alguns do seus protagonistas.

13/05/2019 a 18/05/2019 – 14h às 15h
VISITA MEDIADA – Visita guiada pelo acervo museológico do IHGRN, com foco nas peças que contemplam a história do Rio Grande do Norte e e de alguns do seus protagonistas.

13/05/2019 - 14h às 16h
PALESTRA – "Museus do RN: Passado e Futuro". A turismóloga Cinara Filgueira Maciel falará acerca dos principais museus do Estado, desde os extintos até os mais recentes.

14/05/2019 - 09h às 12h
PALESTRA – "A Evolução da Moeda Brasileira". Palestra proferida pelo historiador Igor Oliveira da Silva.

14/05/2019 - 14h às 16h
MESA REDONDA – Mesa redonda acerca do livro “Heróis de Nossa Terra”, próxima publicação do IHGRN.

15/05/2019 - 08h às 10h
PALESTRA – "Entre Religião e História: Um Olhar sobre a Igreja Católica e a História do RN", pelo historiador Thiago Freire.

15/05/2019 - 10h às 12h
MESA REDONDA – "O Museu se Encontra com o Futuro: possíveis soluções". Mesa redonda com o ex-diretor do Museu do IHGRN, jornalista Gustavo Sobral, e a coordenadora do Museu de Minérios do RN, professora Dra. Narla Sathler Musse de Oliveira.

15/05/2019 – 15h às 17h
PALESTRA – "O Futuro dos Indígenas no Rio Grande do Norte", pelo professor Dr. Lígio José de Oliveira Maia.

16/05/2019– 08h às 10h
PALESTRA – "O que é Genealogia?", pelo presidente do IHGRN Ormuz Barbalho Simonetti.

16/05/2019– 10h às 12h
PALESTRA – "Cangaço e Coronelismo no Rio Grande do Norte", pelo sócio-efetivo e Diretor-Orador do IHGRN, escritor Honório de Medeiros.

16/05/2019 - 13h às 14h
PALESTRA – "A Utilização da Argila no RN", pelo pesquisador Pedro Simões.

16/05/2019– 14h às 17h
OFICINA – Preparação, Planejamento e Modelagem em Argila, oficina com o artista Franklin Lima.

17/05/2019– 09h às 11h
MESA REDONDA – Mesa redonda acerca do livro “Institutos Históricos e Geográficos do Brasil”, com o organizador André Felipe e autores Roselia Cristina, Marcus Victor e Cristiane Bezerra.

17/05/2019 - 13h às 15h
PALESTRA – "Prédios históricos do RN", pela professora Dra. Ludimilla Carvalho Serafim de Oliveira.

17/05/2019 - 15h às 17h
PALESTRA – "As transformações da cultura potiguar pelo advento da II Guerra Mundial", pelo pesquisador e historiador Augusto Maranhão.

18/05/2019 - 09h às 12h
PALESTRA – "Patrimônio Histórico-Cultural de Ceará-Mirim", pelo professor e pesquisador Gibson Machado.

18/05/2019 - 14h às 16h
PALESTRA – "Cartografando os Mundos da Fantasia: Um exame do papel da história, geografia e da cartografia nos jogos de tabuleiro, RPG’s e jogos digitais desde “Hyboria” até “Game of Thrones” (1932-2004)", pelo professor Renato Amado Peixoto.

segunda-feira, 29 de abril de 2019

A SAGA DOS FERNANDES DE QUEIRÓS DO ALTO OESTE POTIGUAR (IV)

Honório de Medeiros


O TENENTE-CORONEL JOSÉ FERNANDES DE QUEIRÓS E SÁ

Como vimos, Domingos Jorge de Queirós e Sá é irmão de Agostinho Pinto de Queiros, que depois autodenominou-se Agostinho Fernandes de Queirós, e ambos foram filhos do português José Pinto de Queirós. 

Domingos casou-se com Maria José do Sacramento, filha de Mathias Fernandes Ribeiro, e tiveram, dentre outros filhos, o Cônego Pedro Fernandes de Queirós, deputado provincial em três legislaturas[1] (1835/1837, 1838/1840, 1845/1847), que faleceu em Pernambuco, no ano de 1875, assim como o Tenente-Coronel de Batalhão José Fernandes de Queirós e Sá.

O Tenente-Coronel casou-se com sua prima Margarida Gomes da Silveira, filha do Coronel Agostinho Pinto de Queirós. É ele a raiz dos Fernandes Queirós no Rio Grande do Norte. Percebe-se sua importância, na época, a partir do seguinte texto[2]:

“Em 28 de fevereiro de 1851 o jornal “A Imprensa”, do Rio de Janeiro, ao transcrever longa correspondência oriunda do Rio Grande do Norte, na qual se relatam as perseguições supostamente sofridas pelos “sulistas” no âmbito do município do Açu, dá-se conta de uma apreensão ilegal, feita pela polícia “nortista” da cidade, de correspondência encaminhada por líderes liberais lá residentes ao Coronel José Fernandes de Queirós e Sá[3], líder político em Pau dos Ferros, informando-o “sobre plano de assassinato tentado contra o Dr. Amaro Carneiro Bezerra Cavalcanti”.

“Na mesma correspondência é transcrito Mandado expedido pelo Juiz Municipal de Assu com o seguinte teor[4]:

“Mando a qualquer oficial de justiça a quem este for apresentado, indo por mim assinado, em seu cumprimento varejem a casa do tenente-coronel Manoel Lins Caldas, e capturem os réus José Brilhante e José Calado, que segundo a notícia dada a este juízo ali se acham no intuito de assassinarem o Dr. Amaro Carneiro Bezerra Cavalcanti” (...).

“Em 30 de janeiro de 1852 o “Correio da Tarde” transcreve, em sua “Parte Oficial”, correspondência do Presidente da Província do Rio Grande do Norte, José Joaquim da Cunha[5] ao Ministro da Justiça Eusébio de Queiróz Mattoso Câmara informando-o acerca da prisão de José Brilhante de Alencar e “mais oito dos seus sequazes” por “Amaro Carneiro Bezerra Cavalcanti e outras autoridades combinadas” que “convocando gente armada, e reunindo-lhes as praças do destacamento de primeira linha, ali estacionado, no dia 21 de novembro[6] último” os atacaram na “Casa de Pedra” e depois de “um fogo vivo não tiveram os insurgentes outro remédio senão render-se.” A mesma notícia foi divulgada pelo “Diário do Rio de Janeiro”.

A "Casa de Pedra" aludida é o famoso esconderijo do lendário Jesuíno Brilhante, o primeiro dos grandes cangaceiros.

Nas Províncias[7], como reflexo das ideias e tendências desses partidos nacionais[8], os partidos políticos se uniam em dois agrupamentos: Nortistas (também chamados de saquaremas) e Sulistas (ou Luzias).

Essas denominações locais de nortistas e sulistas, ou saquaremas e luzias, como também eram usadas, não significavam, todavia, organizações homogêneas. Com programas semelhantes e processos idênticos, não possuíam nenhuma característica fundamental.

A atuação política dos mesmos estendeu-se até 1853, quando começaram a desaparecer, após a política de conciliação. As denominações locais passaram, então, para a denominação de partidos Conservador (originado do Nortista) e Liberal (originado do Sulista), que se mantiveram até a queda do Império.

Se o Tenente Coronel José Fernandes de Queirós e Sá é a raiz dos Fernandes Queirós de Pau dos Ferros, indiscutivelmente seu filho Childerico José Fernandes de Queirós é seu continuador.

Antes, entretanto, lembremos Antônio Fernandes da Silveira Queirós, o “Major do Exu”, como era conhecido, irmão do Tenente-Coronel José Fernandes de Queirós e Sá.

Do seu casamento com Joanna Gomes de Amorim, filha do Coronel Agostinho Fernandes de Queirós e irmã de Margarida Gomes da Silveira, esposa do Tenente-Coronel José Fernandes de Queirós, nasceram, dentre outros, o Major Epiphanio José Fernandes de Queirós (o “Major Epifânio”), falecido em Pau dos Ferros, aos 8 de dezembro de 1884, e o Cônego Bernardino José de Queirós e Sá, acerca de quem trataremos em crônicas próximas, juntamente com Childerico José Fernandes de Queirós, deles primo legítimo.

[1] Conforme João Bosco Fernandes, Memorial de Família e Manoel Jácome de Lima, Martins. 

[2] Histórias de Cangaceiros e Coronéis, Honório de Medeiros, Sebo Vermelho Edições, 2015, Natal, Rn. 

[3] Tetravô do Autor. 

[4] Com grafia atual.

[5] Conservador. 

[6] De 1851. 

[7] Segundo Reinado.

[8] Conservador e Liberal.