sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O SILÊNCIO DOS INOCENTES

* Honório de Medeiros

O que me espanta, no Brasil de hoje, é o silêncio dos inocentes. Mas não me espanta o silêncio dos manipuladores, tampouco o dos ludibriados.

GOVERNO DILMA INVENTA O DÉFICIT SEM REMORSO

* Josias de Souza

CRIATIVO, O GOVERNO DILMA INVENTOU O DÉFICIT SEM REMORSO

Sob Dilma Rousseff, o governo marchou sobre os cofres do Tesouro mais ou menos como a Cavalaria Americana avançou sobre os índios na conquista do Velho Oeste. Você imagina os EUA dando explicações sobre o massacre dos seus índios? Pois é. O Palácio do Planalto também estava muito ocupado cumprindo sua missão de conquistar a prosperidade para sentir remorso pelo extermínio do equilíbrio das contas públicas.

A caminho da reunião da cúpula do G20, na Austrália, Dilma refutou as críticas ao projeto que seu governo enviou ao Congresso para legalizar a irresponsabilidade fiscal que levará ao fechamento das contas públicas de 2014 no vermelho. “Dos 20 países do G20, que são as 20 maiores economias do mundo, 17 estão numa situação de ter déficit fiscal. Nós estamos ali, no zero”, festejou a presidente. Otimista, ela parece descrer da hipótese de o resultado ficar abaixo de zero.

Em entrevista à repórter Míriam Leitão, veiculada na noite desta quinta-feira (13), o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) reiterou comentários que ajudam a definir a estética do western do governo petista. Graças ao heroísmo desbravador de Dilma, o governo sacrificou a meta de superávit primário para “proteger a produção, o emprego e o chão da fábrica”.

Tomado pelo entusiasmo, Mercadante nem notou que alguma coisa lhe subiu à cabeça ao comentar a hesitação do Congresso em aprovar a proposta que desobriga o governo de produzir sobras de caixa para pagar os juros da dívida pública. “Se o Congresso não aprovar, não tem problema, podemos fazer o superávit primário”, disse o ministro. “É só suspender as desonerações [tributárias] e brecar os investimentos no país. Mas vamos colocar o resultado disso na conta do Congresso.”

Há no Congresso um sentimento antipetista que ultrapassa as fronteiras da oposição. Tomado pelas palavras, Mercadante deseja que essa aversão seja convertida num pró-petismo inocente, que aceite todas as presunções do governo a seu próprio respeito. Em matéria de política econômica, isso inclui concordar com a tese segundo a qual a gestão Dilma tem uma missão de inspiração divina. Portanto, indiscutível.

O estouro das contas não impedirá que o crescimento econômico fique próximo de zero em 2014. A gastança tampouco evitará que a inflação permaneça ao redor dos 6,5%, no topo da meta. A Petrobras, cujo conselho de administração foi presidido por Dilma, não consegue fechar um balanço trimestral, tamanha a roubalheira que se instalou na companhia desde o governo Lula.

Munido de autocritérios, porém, Mercadante acredita que Dilma —gestora impecável, potência moral— só deve explicações à sua própria noção de superioridade. O governo criou um novo tipo de déficit. O déficit sem remorso. Autocongratula-se e prepara o fechamento do ciclo. O Novo Mundo está conquistado. Falta só ajustá-lo. Se o Congresso cumprir o seu papel de aprovar tudo sem fazer muitas perguntas, quem haverá de se lembrar dos índios e das metas que a Cavalaria teve de sacrificar pelo bem do país?

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

VAMOS REZAR. VAMOS REZAR E MUITO!

* Honório de Medeiros


Nada como um pós-eleição para descobrirmos quem é, de fato, aquele candidato edulcorado ou seu governo (se ele é candidato à reeleição).

O pó sequer cobriu novamente os nossos títulos de eleitor e o tamanho do estelionato eleitoral assume proporções gigantescas: o Governo quer destruir a Lei de Responsabilidade Fiscal.

E por qual razão? Simples. Gastou muito mais do que arrecadou ao longo desses últimos anos. E como fez isso precisa alterar a Lei para evitar que seu chefe seja processado criminalmente.

Simples assim. Alterar a Lei. E ainda há quem acredite que a Lei é instrumento para a Justiça. Não sabem de nada, os inocentes...

Mas esperem: e o que isso tem demais, essa história de ser necessário evitar que haja mais gasto do que aquilo que é arrecadado?

Pense em você mesmo, caro leitor. Se você gasta mais do que ganha, onde irá parar? Um dia a casa cai. E você quebra. Como se diz no Sertão, "quebra de não prestar".

Mas Países não quebram. Ou quebram? Quebram. E o resultado da quebra é doloroso. Muito doloroso. Gerações são sacrificadas para que o trem possa correr de novo nos trilhos.

A Lei de Responsabilidade Fiscal foi elaborada para evitar essa situação pela qual está passando a Venezuela, a Argentina, e outros Países sub-desenvolvidos.

Pois bem, ainda não quebramos. Mas o resultado desse gasto errado, criminoso, breve pode se fazer sentir: a inflação estoura. E quando a inflação estoura, é um Deus nos acuda. Sofrem todos, até os muito ricos.

Para evitar que o rombo aumente, o Governo pode fazer poucas coisas: uma delas é cortar despesas, outra é aumentar os impostos. Que tal? Sim, há outra: aumentar a emissão de papel-moeda. Mas aí já é o fim.

Vocês agora já sabem qual é a nossa situação: completo descalabro, total irresponsabilidade. Não precisamos nem abordar o já muito batido tema da corrupção desvairada que contamina o Estado.

Acho melhor rezarmos. Vamos rezar. Vamos rezar, e muito.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

RN: DE PACTO SOCIAL E REFORMA DO ESTADO

* Honório de Medeiros


Tendo em vista as informações que vão surgindo na mídia acerca da alarmante situação financeira do Estado, não enxergo outra alternativa, para o futuro Governador do Estado, a não ser liderar a construção de um novo Pacto Social no Rio Grande do Norte para alavancar a urgente, imprescindível, fundamental, Reforma do Estado.

Pacto Social, vez que todas as forças da Sociedade, representadas pelos poderes constituídos, precisam participar diretamente, sob a legítima liderança do futuro Governador do Estado, da elaboração de uma Carta de Princípios que nortearia a Reforma de Estado,

Reforma de Estado que permita a reconstrução do Rio Grande do Norte social, econômica e financeiramente, estabelecendo os parâmetros necessários a serem seguidos pelos poderes constituídos para assegurar o desenvolvimento do Estado.

Uma vez estabelecidos esses instrumentos fundantes da nova realidade política, social e econômica, todas as medidas necessárias a serem tomadas estarão naturalmente legitimadas e contarão com o apoio da Sociedade. 

É o que se espera de alguém que foi escolhido pelo povo para derrotar todas as forças políticas tradicionais do Estado. 

terça-feira, 11 de novembro de 2014

AS CONTAS DO GOVERNO, AH!, AS CONTAS DO GOVERNO...

* Honório de Medeiros

Conhecessem os brasileiros um pouco de economia, e soubessem como é arcaica, ultrapassada, a visão governista acerca do assunto, o resultado da eleição teria sido outro. Como não foi, resta rezar, nada mais. A revista britânica “The Economist”, em artigo em que chama Brasil e Rússia de “menos confiáveis”, aponta que desde a década de 1990 o Brasil vinha procurando atingir um superávit primário de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), mas que isso não acontece mais. “Em 2014, os gastos se expandiram ao dobro da taxa de crescimento da arrecadação, apesar dos ganhos com a concessão do campo de Libra e do 4G”, diz a publicação. Em setembro, as contas do governo brasileiro tiveram o pior resultado da história, com déficit de R$ 20,39 bilhões. Rezemos, pois...

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

BRASIL: CRESCIMENTO CAI, MAS ARRECADAÇÃO SOBE

* Honório de Medeiros

Impostos pagos este ano vai para 1,4 trilhão. Isso é Brasil: o crescimento cai, mas a arrecadação sobe. Trocando em miúdos: a classe média bancando a esmola e a corrupção. O crescimento é que não é. Basta lembrar o Custo Brasil...