quinta-feira, 14 de março de 2013

A VIDA É LÍQUIDA


lojaorganicuspn.blogspot.com


Honório de Medeiros
 
 
“A vida é líquida”, diria Zygmunt Balman, aludindo à consistência das relações entre nós e os outros, ou entre nós e as coisas e/ou fenômenos. Líquida, posto que essa consistência não tem forma definida, assume aquela que o recipiente (o contexto) impõe.

 

Não somos estruturas rígidas que atravessam o tempo imutáveis ou pouco atingidos pelas circunstâncias, somos proteiformes, somos difusos, somos evanescentes.

 

             Vivemos em uma época na qual as gerações mais novas escrevem tudo em uma linha. No máximo algumas poucas linhas. E somente lêem, e são treinadas pela realidade virtual com a qual convivem “full time” exatamente para isso, algumas linhas, umas poucas linhas. Tal é o ser (e o dever-ser) que essa realidade virtual impõe: tudo é frenético, tudo é descartável, tudo é cambiante, imediato. É a maximização das potencialidades, negativas ou positivas, da nossa espécie sobrevivente e dominante, conforme descrito pela teoria da seleção natural.

 

             O ensino, hoje, está em ruínas por vários motivos, mas desconfio que o modelo que ainda predomina está fadado ao fim, entre outras razões, mais ainda, em decorrência do descompasso com essa realidade que aos poucos se impõe, no qual não há mais espaço para uma educação que se estrutura a partir de livros, com textos pesados, longos e que exigem tempo e estudo profundo, e o tratamento do “pensar” típico dos escolásticos medievais que moldaram as bases do nosso ensino ocidental e cristão.

 

             As gerações mais novas, que herdarão o mundo, ou o que restar dele, e sua forma de apreender e expressar a realidade, estão em processo de descompasso com aquela construída pelos nossos antepassados. Não se trata de estarmos certos e eles errados por não quererem ler livros como “Ulisses”, de Joyce, “Paidéia”, de Jaeger, ou “Em Busca do Tempo Perdido”, de Proust.

 

             São elas, as gerações mais novas, mutações engendradas pelo meme que é a realidade virtual: caracterizam-se por viver em ritmo alucinante, pensar freneticamente, falar acelerado, em contraposição ao viver, pensar e falar arcaico, que vai sendo deixado para trás.

 

             O livro de papel sobreviverá, claro, como sobreviveu o ritual do chá no Japão moderno que a restauração Meiji instaurou, e atirar com arco-e-flecha, algo excêntrico, típico de verdadeiros “outsiders”, a partir do qual hão de se criar seitas e seus inevitáveis rituais iniciáticos. Livros em ambientes virtuais existirão cada vez mais, óbvio. Mas nunca serão consumidos como o foram os livros de papel após Gutenberg.

 

             Assim como os monges que salvaram a civilização como nós a conhecemos, na Alta Idade Média, copiando os textos antigos e os deixando para a posteridade, será em ambiente monacal que os iniciados lerão obras como as que foram citadas acima.

 

             O velho mundo está morrendo, viva o novo mundo, do qual serei espectador privilegiado, posto que, quando menino, fui apresentado ao milagre da televisão já completamente cativado pelo livro de papel, e, agora, cinquentão, me maravilho com as infinitas possibilidades de uma realidade sequer possível de ser imaginada antes, domínio e prisão dos que, hoje, ainda são apenas adolescentes.

 

quarta-feira, 13 de março de 2013

CIDADÃO ESBRAVEJA EM DEFESA DA POLÍCIA E DO GOVERNO


bizudepraca.blogspot.com
                           
 
Publico a mensagem abaixo, como recebi:
 
"Caro Editor:


Como cidadão e admirador da briosa Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte e de sua Secretaria de Estado da Segurança Pública, tenho que me solidarizar com essas vetustas instituições ante o contínuo, crescente e agressivo desrespeito com o qual a bandidagem inescrupulosa anda lhes tratando, e com a insistência com que tal fato é dado ao conhecimento da população por intermédio da tal da rede social (Orkut, Facebook, Twitter, etc. e tal) e, também, embora palidamente e sem qualquer aprofundamento, graças a Deus, pela cansada e ineficiente imprensa escrita, radio difundida e televisada.

                            Bem que eu desconfiava que a culpa dessa falta de respeito fosse da mídia, ao provocar indiretamente o aumento da sensação de insegurança. Como nosso glorioso líder Lula deixou claro, recentemente, depois de ter se comparado muito justamente a Jesus: a mídia insiste em persegui-lo, hoje, como perseguiu, antes, Abraham Lincoln. Somente não vê quem não sabe das coisas e a oposição doentia. Pois é o caso, na nação potiguar: trata-se, claramente, de perseguição da mídia pacificada.

E é fácil perceber que ele, o glorioso líder, tem razão: por que não deixar para lá esse noticiário horrendo, acerca de educação, segurança pública, saúde, corrupção, insinuações veladas e insidiosas acerca de sua honorabilidade marital, e cuidar de apresentar toda a maravilha que é o Brasil hoje, esse país sem igual, sem terremotos, sem inflação, sem pobreza extrema, no qual acontecerá a Copa do Mundo de 2014?

                            Pois essa mídia sorrateira, a das redes sociais, insiste em ir contra os dados apresentados pelo Secretário de Segurança do Estado do Rio Grande do Norte, que recentemente, muito recentemente, provou por A + B, estar a insegurança em declínio e que, continuando nesse ritmo, muito em breve viveremos uma realidade semelhante à da Suíça. Aberta como ela é, a mídia social, quando deveria ser controlada por quem pudesse, graças a seu preparo, sua ética, seus desígnios para o futuro, escolher quais assuntos deveriam cair na rede, fica apresentando relatos e mais relatos de cidadãos que foram vítimas da violência e não procuraram a Polícia porque supostamente perderam a fé em sua ação, desmoralizada que foi pela bandidagem. Tudo falso, haja vista os dados oficiais colhidos cientificamente, cientificamente, repito.

                            Em certas rodas das quais participo pela cidade, insisto em me colocar contra a versão que corre em disparada dando conta de que o Secretário de Segurança não tem conhecimento da maquiagem dos dados que apresenta na mídia paga. Eu digo sempre que isso não é verdade, e que não há mídia no Rio Grande do Norte pacificada a dinheiro. Isso, obviamente, é intriga dos descontentes e desavisados, dos inocentes úteis, daqueles que preferem ver o caos a construir um Estado com base na Ordem e no Progresso.

                            Alguns, mais audaciosos, por mim combatidos veementemente, querem convidar o Secretário para uma pesquisa nas ruas da cidade, com seus cidadãos, aos quais lhes seriam apresentada uma questão segundo eles muito simples: “o(a) senhor(a) já foi assaltado?”. Depois da pesquisa o resultado seria confrontado com aquelas que são apresentadas pelo Secretário para se chegar a um denominador comum, e concluir acerca de quem está certo ou errado. Sou contra, digo sempre, por uma razão muito simples: em primeiro lugar devemos nomear uma comissão, composta por todos os órgãos que lidam com a segurança no Estado, além da Ufrn, Uern e Ifrn, para definir qual a metodologia a ser corretamente aplicada. Só então, e com a mais perfeita segurança, poderíamos pensar na possibilidade de aplicação de uma pesquisa desse tipo.

                            Por outro lado, somente não enxerga quem não quer: é nítido o esforço do Governo no que diz respeito à Segurança Pública: carros e mais carros são comprados, armas e mais armas, coletes e mais coletes, portanto, se o crime persiste em aumentar, não é problema da Secretaria de Segurança Pública, afinal de contas quem poderia prever a epidemia de crack que toma conta do país? E não adianta argumentarem com a situação de Nova York. Todo mundo sabe que Nova York é Nova York, e o que funciona lá não funciona aqui, e o que funciona em Tóquio, não funciona aqui, e o que funciona em Berlim, não funciona aqui. É tão fácil perceber isso, por que será que as tais redes sociais não percebem isso, e continuam apontando aquelas cidades como exemplo a ser seguido? Continuo achando que não percebem porque não são controladas como deviam ser, e, como não o são, sua ação termina incentivando a sensação de insegurança pela qual passa a Sociedade, e que tantos danos causa ao turismo, e, portanto, à economia. Em um país sério, essa mídia já estaria controlada.

                            Portanto, receba a briosa Polícia Militar, o Secretário de Segurança e o Governo no Estado minha solidariedade. Ora, todos nós sabemos que o Governo quer o melhor para a população, mas nem sempre isso é possível: quem seria capaz de prever uma seca como esta que está acontecendo, justo quando muitos recursos estão sendo disponibilizados para a construção da Arena das Dunas, a futura redenção econômica do Rio Grande do Norte?

                            E, por favor, não me venham falar em dinheiro gasto com propaganda: é óbvio, até para os mais xiitas dos críticos, que a população precisa saber o que está sendo feito com o dinheiro dos impostos. Eu penso que isso está na Constituição do Brasil. É um direito fundamental, uma cláusula pétrea, o de sermos informados pelo Governo.

                            Como se pode perceber claramente, o que há é muito falatório e pouca ação: criticam, mas não apresentam propostas viáveis. Ficam nessa ladainha, nesse nhém-nhém-nhém, mas são incapazes de ajudar, fazendo, por exemplo, uma autocrítica quando vão publicar matérias acerca da insegurança no Estado, se perguntando acerca das conseqüências sociais danosas de suas publicações.

Por essas e outras reitero minha solidariedade à briosa Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte e sua Secretaria de Estado da Segurança Pública.

                            Seu leitor de sempre,

                            Antônio Apolinário do Amaral"
 
* Não estava datada!

domingo, 10 de março de 2013

14 DE MARÇO - DIA DA POESIA NA PINACOTECA DO ESTADO DO RN

 
Thiago de Mello

Franklin Jorge informa:

"A Secretaria Extraordinária da Cultura preparou uma programação especial para Dia da Poesia, na próxima quinta-feira, quando a Pinacoteca do Estado receberá os amantes da poesia e da música, pois um dos pontos altos do evento será a apresentações da Orquestra Jovem de Violinos e do Corangelis, ambos oriundos do município de Goianinha, e a Banda Filarmônic...a Jovem, de Macau, todos esses grupo ainda pouco divulgados em Natal.

Convidei-os para abrilhantar nossas comemorações do Dia da Poesia, e ao fazê-lo pus em prática um dos eixos da nossa gestão á frente da Pinacoteca do Estado: a interiorização da cultura, integrando assim as Casas de Cultura num projeto didático-pedagógico e, ao mesmo tempo, de valorização dos nossos artistas e produtores culturais sérios.

A Casa de Cultura de Goianinha, bem amparada por este e pelo prefeito que o antecedeu, é a menina dos olhos da secretária municipal de cultura, Ana Maria Barbalho, que tem se destacado pela qualidade e regularidade de suas ações, o que faz de Goianinha, hoje, motivo do nosso aplauso e exemplo para outras administrações.

Teremos, ainda, lançamentos de livros, exposições, simpósios, projeção de documentários, performance com baloes e várias outras atrações. O ponto alto será a homenagem ao poeta Thiago de Mello, que declamara seu célebre poema Estatutos do homem, no Salão Nobre do Palácio Potengi, sede da Pinacoteca do Estado, que tenho a honra de dirigir."