Todos os dias, quando caminho, vejo sentado, em uma pequena praça, um idoso solitário a olhar para o tempo.
Às vezes, ao seu lado, fica sua acompanhante, uma bela moça que o trás e o leva de volta, sempre em silêncio.
Breve restará, aos que são jovens como ela, esse silêncio eloquente, o murmúrio dos iguais, a palavra paga, os fragmentos empoeirados da memória.
Pouco ou nada, ou talvez tudo, uma grande saudade, um sofrimento mudo, que é reserva ou pudor, para lembrar a poesia de Fernanda de Castro (1900-1994).
Ou, quem sabe, apenas saber ouvir, se houver quem lhes queira falar, no tempo da melancolia.
@honoriodemedeiros
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