Maria Gomes, esposa de Matias Fernandes Ribeiro
* Honório de Medeiros
I MATHIAS FERNANDES
RIBEIRO, A RAIZ.
É certo que Mathias Fernandes Ribeiro, nascido
pela década de 50 do século XVIII, era filho de um casal pernambucano de
Goiana, Pernambuco, Francisco da Costa Passos e Violante Martins de Lacerda.
Podemos
ler, em Memorial de Família, o seguinte:
Quem
consultar o Livro de Registro de Batizados da Paróquia de Missão Velha,
Estado do Ceará, que abrange o período de 1748-1764 encontrará, nas folhas 3v. a
referência seguinte: "Francisco da Costa Passos, de Goiana, marido de Violante
Martins, de idêntica procedência".[1]
Depois residentes na antiga freguesia de São
João Batista da Vila de Princesa, hoje cidade de Açu-RN, Francisco da Costa
Passos e Violante Martins de Lacerda deixaram ali numerosa descendência. A sua
importância, para este artigo, advém do fato de terem sido os pais de Anna
Martins de Lacerda e Mathias Fernandes Ribeiro, cernes da árvore genealógica
aqui exposta.[2]
Anna
Martins de Lacerda casou-se com o "marinheiro" (nome que, à época, se
atribuía aos portugueses) José Pinto de Queiróz, da Serrinha, localizada nas
cercanias de Martins-RN, hoje município de Serrinha dos Pintos.
No
Cartório do Registro Civil de Portalegre-RN, encontra-se o inventário, datado
de 1781, assinado pela viúva do patriarca da Serrinha, falecido em 25 de
novembro de 1780, bem como o de Anna Martins de Lacerda, cujo óbito ocorreu
1805.
Também é certo que Mathias Fernandes Ribeiro foi casado
com Maria Gomes de Oliveira, de quem ficou viúvo com onze (11) filhos: 1. João
Silvestre de Oliveira; 2. Antônio Fernandes Ribeiro (casado com uma filha de
Domingos Jorge de Queiróz e Sá); 3. José Martins de Oliveira; 4. Francisco
Xavier da Silveira; 5. Mathias Gomes Brasil; 6. Cypriano Gomes da Silveira; 7. Maria
José do Sacramento (casada com o Coronel Agostinho Pinto de Queiróz); 8. Catharina
Gomes (casada com Bento José de Bessa); 9. Ana Martins de Lacerda (casada com o
Capitão Mor Alexandre Moreira Pinto); 10. Clara Gomes da Silveira (casada com o
Tenente José Lopes de Queiróz), todos legítimos, além de 11. Joana Gomes da
Silveira (casada com João Francisco Sampaio), filha natural com Maria da
Conceição.[4]
Maria
Gomes de Oliveira Martins casou-se com Mathias Fernandes Ribeiro
O casamento originou os Fernandes de Queiróz;
Fernandes de Oliveira; Fernandes Ribeiro; Fernandes Moreira; Fernandes Bessa;
Fernandes Lopes; radicados em Pau dos Ferros; Martins; Mossoró; Natal; Ceará;
Paraíba e alguns estados do Sul.
Entrelaçaram-se
com os Moreira Pinto; Moreira da Silveira e Gomes da Silveira, radicados em
Tenente Ananias, Sousa, Cajazeiras, Uiraúna, São João do Rio do Peixe e Ceará;
os Claudino Fernandes e Correia de Queiroga, radicados em Luiz Gomes, Tenente
Ananias, Cajazeiras, João Pessoa (Paraíba) e Terezina (Piauí); os Vieira da
Silva, Vieira Coelho e Fernandes Vieira, radicados em Tenente Ananias, Uiraúna
e Sousa (ambas na Paraíba); os Fernandes Maia, Fernandes Rosado Maia, e assim
por diante.[6]
Mathias Fernandes Ribeiro foi um dos homens mais
ricos do seu tempo. Seu inventário foi concluído em 1830, ano do seu
falecimento, e relacionou como sendo de sua propriedade, além de escravos,
ouro, gado e prataria, as propriedades “Cruz D’Alma”, “Curral Velho”, “Saco”,
“Santiago”, “Saco Grande”, “Passarinho”, “Passagem de Onça”, “Gurjão”,
“Arapuá”, “Coito” e “Estrela”, dentre outras.
Elencou setenta e dois devedores, que lhe deviam
um total de quase R$ 27.000.000,00 (vinte e sete milhões de reais) todos relacionados
em seu inventário, registrando um total de sessenta e um conto de réis como
monte-mor, ou seja, aproximadamente R$ 61.000.000,00 (sessenta e um milhões de
reais) em valores de hoje.
Uma
fortuna imensa, mesmo para os padrões atuais.[7]
Registre-se
que o inventário esteve desaparecido misteriosamente.
Calazans
Fernandes comentou que a última vez em que foi visto, estava nas mãos do Major
Antônio Fernandes da Silveira Queiróz, o “Major do Exu”, um dos senhores da
Serrinha dos Pintos, no ano de sua morte, em 1865.[8] O “Major” era filho de
Domingos Jorge de Queiróz e Sá e neto de José Pinto de Queiróz e Anna Martins
de Lacerda.
Em Genealogia e Fatos do Sertão do Norte de
Baixo, Luiz Fernando Pereira de Melo nos dá conta da descoberta do
inventário há tanto tempo desaparecido:
(...) realizei nova busca
na Cidade de Martins, e fui aquinhoado com a descoberta do inventário que se
supunha desaparecido, encontrando em seus autos, elucidando todas as
controvérsias, um testamento ditado pelo próprio Mathias...[9]
Em
nota ao texto, Melo acrescenta que teve acesso ao inventário de Mathias
Fernandes Ribeiro “com a ajuda valiosa do pesquisador martinense Júnior
Marcelino”.
[1] FERNANDES, João
Bosco. Memorial de Família. Terezina: HALLEY/AS-Gráfica e Editora. 1994.
MACEDO, Joaryvar. Povoamento e Povoadores do Cariri Cearense. Fortaleza:
Secretaria de Cultura e Desporto. 1985. MELO, Luiz Fernando Pereira de. Barra
Bonita: Ler e Saber Gráfica e Editora. 2021.
[2] FERNANDES, João
Bosco. O.a.c.
[3] Idem.
[4] MELO, Luiz
Fernando Pereira de. O.a.c.
[5] FERNANDES,
Calazans. O Guerreiro do Yaco. Natal: Fundação José Augusto. 2002.
[6] FERNANDES, João
Bosco. O.a.c.
[7] MELO, Luiz Fernando Pereira de. O.a.c.
[8] Morte do “Major
do Exu”. FERNANDES, Calazans. O.a.c.
[9] MELO, Luiz
Fernando Pereira de.
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