Em uma quinta-feira do mês de
setembro de 2015, publiquei um artigo em meu blog, cujo título é o seguinte: "WHERE IS BILLY JAYNES CHANDLER?"
(http://honoriodemedeiros.blogspot.com/2015/09/where-are-billy-jaynes-chandler.html)?
Ainda está lá. Leiam.
Nele, eu e minha filha, Bárbara
de Medeiros, contávamos o resultado de uma procura intensa por notícias acerca
do grande escritor americano que viveu no Brasil e nele escreveu alguns dos
clássicos da literatura sertaneja nordestina.
Billy Jaynes Chandler é um dos
mais importantes escritores acerca do cangaço e coronelismo, fenômenos ligados
entre si e característicos de uma certa época da história recente do Brasil.
Suas obras Lampião, o Rei dos Cangaceiros,
e Os Feitosas e o Sertão dos Inhamuns,
são canônicas, seminais, inigualáveis. Recentemente meu filho, que mora no
Canadá, por lá adquiriu o Lampião traduzido para o inglês.
Passaram-se os anos, e nada.
Nenhuma notícia...
No início deste agosto, quase
três anos depois, mais precisamente dia 8, postaram o seguinte texto no espaço
reservado aos comentários ao blog (as traduções a seguir são de Bárbara de
Medeiros):
“Ginny disse...
I was googling my uncle and found
this blog from back in 2015. I am Billy Jaynes Chandler's niece”.
“Estava pesquisando o meu tio no Google e
encontrei esse blog de 2015. Eu sou a sobrinha de Billy Jaynes Chandler”.
Eu não li essa postagem. Ocupado
com outros interesses, havia deixado o blog um pouco de lado.
Por sorte nossa, Ginny também
escrevera para meu email:
“I read uncle bill your blog,
translated in English, and it put a smile on his face. He is now 87 and has
lost his Portuguese language and has some memory issues. He told me it was ok
to reach out to you.
Ginny Petersen”.
“Eu li o seu blog para o tio
Bill, traduzido para o inglês, e isso colocou um sorriso em sua face. Ele tem
agora 87 anos e perdeu seu conhecimento da língua portuguesa e tem alguns
problemas de memória. Ele me disse que era ok eu entrar em contato com você.”
Eu e Bárbara não conseguíamos
acreditar. Ficamos muito felizes. Bárbara ficara contagiada com minha admiração
por Chandler. No domingo, dia 11, mesmo mês, tratamos de responder:
“I am very happy to know that
he’s alive! I hope he is well, despite the memory problems. He is a true icon
for us Brazilians, who study cangaço and the local culture. Do you know if he
has written anything else? I’m sending you a picture of myself with my copy of
his book, now a rarety over here. If possible (and I completely understand if
any of you don’t feel comfortable) could you send me a picture of him? My
daughter helped me a lot in my researches and would love to see it. Thank you
for reaching out!”
“Eu estou muito feliz em saber
que ele está vivo! Eu espero que ele esteja bem, apesar dos problemas de
memória. Ele é um verdadeiro ícone para nós brasileiros que estudamos cangaço e
a cultura local. Você sabe se ele escreveu mais alguma coisa? Estou enviando
uma foto minha com a minha cópia de um de seus livros, que se tornou uma
raridade por aqui. Se possível (e eu entendo completamente se vocês não se sentirem
confortáveis) você poderia enviar uma foto dele? Minha filha me ajudou muito
nas pesquisas e adoraria vê-lo. Obrigada por nos contactar!”
Ginny voltou a fazer contato:
“He did not write any more books,
4 books altogether. I recall while I was growing up, his visits to Brazil. Here
is a picture of him last year just after his 86 birthday”.
“Ele não escreveu mais livros,
foram quatro ao todo. Eu lembro quando estava crescendo, das suas visitas ao
Brasil. Aqui está uma foto dele do ano passado, logo após seu 86º aniversário.”
Nós:
“Thank you so much! He looks
great! Do you think I could write a follow-up to my article, now that you have
given me the great news that he’s alive? I’d simply mention you have reached
out! Maybe I could use the picture? Only if you allow me, of course. Once
again, thank you so much for this exchange of messages, you have no idea how
much it meant to me and my daughter”.
“Muito obrigada! Ele parece
ótimo! Você acha que eu poderia escrever uma continuação do meu artigo, agora
que você me deu a ótima notícia que ele está vivo? Apenas se você me permitir,
claro. Mais uma vez, muito obrigada por essas mensagens, você não tem ideia do
quanto significa para mim e para minha filha!”
Ginny:
“You are more than welcome to do
a follow-up. Your question to “where is Billy Jaynes Chandler” has been
answered. He lives in Miami, Florida with his sister. :) I wish you could talk
with him, he just doesn’t remember much, but has strong memories, although
unclear, of his time in Brazil.
“Sinta-se
à vontade para fazer uma continuação! Sua pergunta ‘Onde está Billy Jaynes
Chandler’ foi respondida. Ele mora em Miami, Flórida, com sua irmã. :) Eu
gostaria que você pudesse falar com ele, ele apenas não se lembra de muita
coisa, mas tem fortes memórias, apesar de incertas, do seu tempo no Brasil.
Lembranças a você e sua filha!”.
Muito obrigada Ginny. Estamos
enviando esse artigo para você e fazendo a postagem no blog, para que quem puder tenha conhecimento dessa notícia.
Ficamos
maravilhados em saber que Chandler está vivo. Torcemos por ele, desejamos que
fique muito bem, e lhe enviamos um grande abraço aqui do Nordeste do Brasil, do
Sertão que ele conheceu.
Chandler. Hoje, com mais de 86 anos. Imagem gentilmente cedida por Ginny Petersen, sobrinha sua.
3 comentários:
Honório, é excelente notícia. Nos falamos há algum tempo, sou doutorando na Universidade da Flórida e havia lhe ajudado a localizar o endereço físico do Chandler. Fiquei muitíssimo feliz ao ler esta notícia. É o tipo de acaso da vida que realmente é uma alegria. O Chandler merece saber da importância que ele teve e tem na historiografia do Ceará. Se não for incômodo, poderia me informar o contato da sobrinha dele?
Seu blog, em matéria de burocracia para comentários, tá igual ao meu. Tentel coemnetar essa matéria, mas fui vencido pelas exigências repetidas. nem sei se esse desabafo será publicado.
Honório, o anônimo aí sou eu. Parece que consegui. Tenho a principal obra dele em Cajuais da Serra. Com Lampião na capa. Que beleza de contato. Você e Bárbara são imprescidíveis. Adorei ler essa informação, que beleza, como diz você. Xero, Bárbara. Do tio.
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