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Estou pensando que
não voto mais em oligarquias, bem como não voto mais em quem apóia ou é apoiado
por oligarquias.
Qualquer
oligarquia.
Na ciência política, oligarquia é a forma de
governo em que o poder
político está concentrado num pequeno número de pessoas
identificáveis por interesses particulares tais como riqueza, laços familiares, empresas ou poder militar.
Estados em que isso acontece são muitas vezes controlados por poucas
famílias proeminentes que repassam a sua influência ao longo de gerações.
Ressalvo,
desde já, que já votei e, até mesmo, já trabalhei para algumas oligarquias.
Assumo meu erro. O que eu não quero é continuar a errar.
Nada
há de pessoal contra quem quer que seja nessa tomada de posição. Ela decorre de
uma percepção amadurecida do processo político.
Trata-se
de não mais crer que alianças táticas com o inimigo ideológico permitam algum
tipo de avanço na luta pelo fortalecimento da Democracia e do bem-estar da
Sociedade como um todo.
Ao
longo dos anos foi essa minha crença, minha ilusão acalentada desde os bancos
da Faculdade de Direito onde ingressei convicto da nossa possibilidade de mudar
o mundo por dentro, jogar o jogo da elite política: torná-lo menos injusto.
Hoje,
essa crença não existe mais.
A
história demonstrou e demonstra, a cada dia, que os inimigos da Sociedade são
muito mais perigosos do que supõe a nossa pretensão de entendê-los e
combatê-los. Tais inimigos acreditam estarem certos em fazer, por si, e pelos
seus, apenas, o possível e o impossível para sobreviverem no caos social no
qual vivemos.
Nada
pior que combater quem crê no que está fazendo, mesmo quando essa crença é uma
distorção, um equívoco.
São
eles, esses inimigos, predadores. Não têm consciência do mal que causam, ao
longo do tempo, a si, aos seus, e aos outros, e quando o têm, cedem ávidos e
velozes aos argumentos que pretendem legitimar suas ações equivocadas.
São
elos de uma estrutura manipuladora, voraz, amoral, que os gratifica, aliena e
lhes dá o amparo intelectual para seguirem em frente em sua cegueira
existencial.
Os
avanços que esses inimigos apresentam como progresso são armadilhas, apenas
armadilhas para os desassistidos, que aparentam tudo mudar, para que tudo
continue igual ao que era antes, no quê, aqui, parodio o Príncipe de Salinas,
esse personagem canônico fundamental de Lampedusa e da literatura ocidental.
Não
quero mais fortalecer essa estrutura.
Claro
que meu gesto é uma gota d’água no Oceano da política, do jogo do poder.
Demasiadamente pequena gota insignificante. Não importa. Convido outros a
compartilharem, se for o caso, esse pequeno gesto.
Pode
não resultar em nada, mas faz com que eu, hoje, me sinta mais limpo.
Um comentário:
Excelente texto! Uma aula saudável. Abraço de François Silvestre,
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