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segunda-feira, 13 de maio de 2013

LIBERDADE



Bárbara de Medeiros

 

O que eu quero é liberdade. 

Mas não essa coisa comercial e pré-pronta que você me apresenta, dia após dia, de mão beijada. 

Eu quero liberdade. A verdadeira. Aquela que Mandela quis antes de mim. Aquela que foi tirada de Galilei. Aquela que Lispector não sabia descrever.

Porque é tudo muito simples, é tudo muito fácil. Você chega, faz cafuné, e em dois segundos o que era presente vira passado e eu não sei mais onde nós estamos.

Não sei se já estávamos aqui e eu apenas ignorei. 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A POESIA DE ÁLESSON PAIVA


Para Olívia Campos
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Quem sabe nasça em minha alma um dia
 Um tal fulgor de estrela dançarina
 Graças a chama com que me ilumina
 Teu sol que em puro amor me irradia 

A tua luz à minha treva expia
 Trazendo ao caos do peito a paz divina
 E em cada dor teu beijo é medicina
 Teu toque cura acalma e alivia 

Se um ser em dois divide a alegria
 Dois serem um no amor só multiplica
 Quando nos dois tudo em um só fascina 

Enfim eu sei que em ti fiz moradia
 Eu sei tu sabes ninguém mais explica
 Pois és meu anjo estrela amor menina...

domingo, 4 de novembro de 2012

ELOGIO À PREGUIÇA


Juvenal Antunes
 
 
ELOGIO DA PREGUIÇA

Juvenal Antunes

Bendita sejas tu, Preguiça amada,
Que não consentes que eu me ocupe em nada!

Mas queiras tu, Preguiça, ou tu não queiras,
Hei de dizer, em versos, quatro asneiras.

Não permuto por toda a humana ciência
Esta minha honestíssima indolência.

Lá está, na Bíblia, esta doutrina sã:
-Não te importes com o dia de amanhã.

Para mim, já é grande sacrifício
Ter de engolir o bolo alimentício.

Ó sábios, dai à luz um novo invento:
A nutrição ser feita pelo vento!

Todo trabalho humano, em que se encerra?
Em, na paz, preparar a luta, a guerra!

Dos tratados, e leis, e ordenações,
Zomba a jurisprudência dos canhões!

Juristas, que queimais vossas pestanas,
Tudo que legislais dá em pantanas.

Plantas a terra, lavrador? Trabalhas
Para atiçar o fogo das batalhas!

Cresce o teu filho? É belo? É forte? É loiro?
- Mas uma rês votada ao matadouro!

Pois, se assim é, se os homens são chacais,
Se preferem a guerra à doce paz...

Que arda, depressa , a colossal fogueira
E morra assada, a humanidade inteira!

Não seria melhor que toda gente,
Em vez de trabalhar, fosse indolente?

Não seria melhor viver à sorte,
Se o fim de tudo é sempre o nada, a morte?

Queres riquezas, glórias e poder?
Para que, se amanhã tens de morrer?

Qual mais feliz? O mísero sendeiro,
Sob o chicote e as pragas do cocheiro...

Ou seus antepassados que, selvagens,
Viviam, livremente, nas pastagens?

Do Trabalho por serem tão amigas,
Não sei se são felizes as formigas!

Talvez o sejam mais, vivendo em larvas,
As preguiçosas, pálidas cigarras!

Ó Laura, tu te queixas que eu, farcista,
Ontem faltei, à hora da entrevista,

E, que ingrato, volúvel e traidor,
Troquei o teu amor - por outro amor.

Ou que, receando a fúria marital,
Não quis pular o muro do quintal.

Que me não faças mais essa injustiça,
Se ontem não fui te ver, foi por preguiça.

Mas, Juvenal, estás a trabalhar!
Larga a caneta e vai dormir, sonhar.

(Cismas, 1908)
 
* Homenagem singela, minha, a dois homens: Juvenal Antunes, poeta e filósofo, e Pirro de Élida, filósofo. Este nos deu, de presente, uma das mais poderosas armas contra a manipulação e a chatice dos plenos-de-certezas: o ceticismo! Dois personagens também são homenageados: Macunaíma e Oblomov. E viva a arte como instrumento de combate à qualquer tipo de opressão! 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

POEMA DA DESPEDIDA




Mia Couto



Não saberei nunca
dizer adeus

Afinal,
só os mortos sabem morrer

Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser

Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo

Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos

Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca

Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

POEMAS INOCENTES

Bárbara de Medeiros
 
 
Pesadelos de criança
 
 
Na esquina dos meus sonhos,
Tem um monstro que me assusta.
Por causa dele, ainda sou criança.
Seria mesmo um monstro?
Quando, na verdade,
me ajuda?
 
 
Classificado básico
 
 
Perdi-me.
Em algum lugar aí.
Quem me encontrar,
Favor me dizer.
Pois não sou ninguém sem mim.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

NÃO SEGUIMOS À TOA


“VOLTE PARA O SEU LAR”
Marisa Monte
Aqui nessa tribo
Ninguém quer a sua catequização
Falamos a sua língua,
Mas não entendemos o seu sermão
(...)
Aqui nesse barco
Ninguém quer a sua orientação
Não temos perspectivas
Mas o vento nos dá a direção
A vida que vai à deriva
É a nossa condução
Mas não seguimos à toa
Não seguimos à toa

quinta-feira, 31 de maio de 2012

HÁ CALOR NA ESCURIDÃO


Bárbara de Medeiros



Por Bárbara de Medeiros



Soldados brancos se aproximam
De armas na mão, sem sangue nas veias.
Tento me preparar,
Mas para quê?
A guerra já está aqui,
A batalha já foi perdida.
Se for pra eu morrer,
Deixe-me morrer assim:
O frio do inverno me sauda,
Seus longos braços me abraçam
Desesperado, tento me aquecer
Por fim desisto
Por que insisto?
Há calor na escuridão.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

"HUGH SELWYN MAUBERLY", Ezra Pound


Pound

omarona.blogspot.com

"Vai, livro natimudo,
E diz a ela
Que um dia me cantou essa canção de Lawes:
Houvesse em nós
Mais canção, menos temas,
Então se acabariam minhas penas,
Meus defeitos sanados em poemas
Para fazê-la eterna em minha voz
Diz a ela que espalha
Tais tesouros no ar,
Sem querer nada mais além de dar
Vida ao momento,
Que eu lhes ordenaria: vivam,
Quais rosas, no âmbar mágico, a compor,
Rubribordadas de ouro, só
Uma substância e cor
Desafiando o tempo.
Diz a ela que vai
Com a canção nos lábios
Mas não canta a canção e ignora
Quem a fez, que talvez uma outra boca
Tão bela quanto a dela
Em novas eras há de ter aos pés
Os que a adoram agora,
Quando os nossos dois pós
Com o de Waller se deponham, mudos,
No olvido que refina a todos nós,
Até que a mutação apague tudo
Salvo a Beleza, a sós."

Trecho de “Hugh Selwyn Mauberly”, de Ezra Pound.
Tradução de A. de Campos.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

POEMA DE DESPEDIDA

 

Rabindranath Tagore

Do musicaindianabrasil.com

Poema de despedida





"É hora de partir, meus irmãos, minhas irmãs
Eu já devolvi as chaves da minha porta
E desisto de qualquer direito à minha casa.
Fomos vizinhos durante muito tempo
E recebi mais do que pude dar.
Agora vai raiando o dia
E a lâmpada que iluminava o meu canto escuro
Apagou-se.
Veio a intimação e estou pronto para a minha jornada.
Não indaguem sobre o que levo comigo.
Sigo de mãos vazias e o coração confiante."


Rabindranath Tagore – (1861 – 1941) – Poeta, músico, escritor, dramaturgo e romancista indiano.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

UNE IMITATION D'APOLLINAIRE


Guillaume Apollinaire


UNE IMITATION D'APOLLINAIRE (Le Pont Mirabeau)

Sous le Pont Navarro coule le Potengi,
et dans mon couer mon amour,
comme des souvenirs sans fin,
et mes jours sur la Terre.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

CARTA A PAPAI NOÉ

nordesteweb.com


CARTA A PAPAI NOÉ
Luís Campos
Poeta mossoroense

Seu moço eu fui um garoto
Infeliz na minha infância
Que soube que fui criança
Mas pela boca dos outo.
Só brinquei com os gafanhoto
Que achava nos tabuleiro
Debaixo dos juazeiro
Com minhas vaca de osso
Essa catrevage, sêo moço
Que a gente arranja sem dinheiro.

Quando eu via um gurizin
Brincando de velocipe
De caminhão e de gipe
Bola, revólver e carrin
Sentia dentro de mim
Desgosto que dava medo
Ficava chupando o dedo
Chorando o resto do dia
Só pruquê eu num pudia
Pegar naqueles brinquedo.

Mas preguntei uma vez
A uns fio de dotô
Diga, fazendo um favô
Quem dá isso pra vocês?
Mim respondeu logo uns três
Isso aqui é os presente
Que a gente é inocente
Vai drumí às vêis nem nota
Aí Papai Noé bota
Perto do berço da gente. 


Fiquei naquilo pensando
Inté o Natá chegá
E na Noite de Natá
Eu fui drumi mim lembrando
Acordei fiquei caçando
Por onde eu tava deitado
Seu moço eu fui enganado
Que de presente o que tinha
Era de mijo uma pocinha
Que eu mermo tinha botado

Saí c’a bixiga preta
Caçando os amigos meu
Quando eles mostraram a eu
Caminhão, carro e carreta
Bola, revólver, corneta
E trem elétrico, até
Boneca, máquina de pé
Mas num brinquei, só fiz vê
E resolvi escrevê
Uma carta a Papai Noé.

“Papai Noé, é pecado
Os outro se matratá
Mas eu vou le recramá
Um troço que tá errado
Que aos fio de deputado
Você dá tanto carrin
Mas você é muito ruim
Que lá em casa num vai
Por certo num é meu pai
Que num se lembra de mim.

Já tô certo que você
Só balança o povo seu
E um pobe qui nem eu
Você vê, faz qui num vê
E se você vê, porque
Na minha casa num vem?
O rancho que a gente tem
E pequeno mas le cabe
Será que você num sabe
Qui pobe é gente também?

Você de roupa encarnada,
Colorida, bonitinha
Nunca reparou que a minha
Já tá toda remendada
Seja mais meu camarada
Prêu num chamá-lo de ruim
Para o ano faça assim:
Dê menos aos fio dos rico
De cada um tire um tico,
Traga um presente pra mim.

Meu endereço eu vou dá,
Da casa que eu moro nela
Moro naquela favela
Que você nunca foi lá
Mas quando você chegá
Que avistá uma paióça
Cuberta cum lona grossa
E dois buraco bem grande
Uma porta véia de frande
Pode batê que é a nossa.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

FRANÇOIS VILLON (1431 - 1463?)


Sou coisa leve,
Como a folha da qual zomba o furacão.

...



Como o batel vagando sem piloto,
Como um pássaro errante pelos caminhos do ar,
Não me fixam nem as tintas nem as cordas.

...

A beleza das moças feriu meu peito.
As que não posso tocar, eu as possuo de coração.




segunda-feira, 4 de julho de 2011

A POESIA DE GREGÓRIO DE MATOS

 
Gregório de Matos
 
Gregório de Matos:
 
O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo.

Em todo o Sacramento está Deus todo
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
Em qualquer parte sempre fica todo.

O braço de Jesus não seja parte,
Pois que feito Jesus em partes todo,
Assiste cada parte em sua parte.

Não se sabendo parte deste todo,
Um braço que lhe acharam, sendo parte,
Nos disse as partes todas deste todo.




segunda-feira, 27 de junho de 2011

DOIS POEMAS DE PATATIVA DO ASSARÉ

Patativa do Assaré
flavianocaricaturas.blogspot.com

I

“De noite tu vives na tua palhoça,

de dia na roça de enxada na mão.

Julgando que Deus é um Pai vingativo,

não vês o motivo da tua pressão.



Tu és nesta vida um fiel penitente,

um pobre inocente no banco do réu.

Caboclo não guarde contigo essa crença,

a tua sentença não parte do Céu”



II


“Só canto o buliço

da vida apertada,

da lida pesada

das roças ou dos eito.

E as vez recordando

a feliz mocidade,

canto uma sodade

que mora em meu peito”

segunda-feira, 13 de junho de 2011

NOTIFICADO POR UM FISCAL, O POETA CONSULTA UM CONTADOR

"Seu" Chico Honório e a neta, Bárbara

NOTIFICADO POR UM FISCAL DE IPTU, “SEU CHICO HONÓRIO” CONSULTA O AMIGO E CONTADOR “ZEZITO” A RESPEITO DA NOTIFICAÇÃO (27.07.1982): 

Caro Zezito: eu não sei
Serviço de Contador;
Apenas sou Cantador,
Por isso é que ignorei
Quando recebi, pasmei,
Esta Notificação.
Pus a mão no coração,
Me senti baratinado,
Como quem está agarrado,
Nas munhecas de um ladrão.

Quem fez foi um camarada
Que ao fazer ficou gozando.
Por isso é que estou pensando
Que essa “Bicha” está errada;
Olhe, não é caçuada,
Desse jeito não se agüenta,
Com mais uma me arrebenta,
Me joga contra o Brasil,
Se eu pagar dezoito mil
Setecentos e sessenta.

O assunto eu já lhe expus,
Dê um jeito nesse troço.
Pagar tudo isso, não posso.
Pelo amor de Jesus,
Tire de mim essa cruz,
Haverá compensação.
Você que é um bom cristão,
Não pense em muito ganhar:
É só prá verificar
A “Bicha” tá certa ou não?

segunda-feira, 23 de maio de 2011

"DIA DE CHUVA"

stylemoda.com.br


Por Mário Quintana, em "Preparativos de Viagem":

Dia de chuva
É para a gente rasgar cartas antigas...
Folhear lentamente um livro de poemas...
Não escrever nenhum...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

EU USO UMA MÁSCARA


Por Bárbara de Medeiros

Eu uso uma máscara.

Eu uso uma máscara.

Eu uso uma máscara.

Eu uso uma máscara.


Minha máscara não é de papel.

Não é de cartolina.

Não é de papelão.

É de ferro.


Minha máscara não ataca.

Não machuca.

Não irrita.

Me protege.


Minha máscara não faz mal aos outros.

Mas sim a mim mesmo.

Mas, no final do dia,

Eu uso uma máscara.

E sou feliz assim.

* Bárbara tem 13 anos.

domingo, 24 de abril de 2011

TE DEUM

Charles Resnikoff
english.illinois.edu


Charles Reznikoff



Não canto
por triunfos,
nenhum eu tendo,
mas pela comum luz solar
pela aragem,
pela dádiva da primavera.

Não pelo triunfo
mas pela tarefa diária
feita tão bem quanto possível;
não por um lado no tablado
mas à mesa comum.

terça-feira, 15 de março de 2011

MINHA ALMA É CHAMA

abismo.jpg

Honório de Medeiros

A minha própria alma é esta chama,

Insaciável de infinitos.

Flameja para o desconhecido sua ânsia,

É preciso asas quando se ama o abismo.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

"QOHÉLET" (O ECLESIASTES)


i.s8.com.br

Capa de "Qohélet", Haroldo de Campos

“QOHÉLET” / O Que Sabe (Eclesiastes), poema sapiencial, “transcriado” por Haroldo de Campos, com a colaboração especial de Jacó Guinsburg, coleção “Signos”, 2ª edição, editora Perspectiva.

Segundo Guinsburg (...) “Buscando na fonte original do hebraico a locução do verbo bíblico, com os recursos da estética e da crítica de vanguarda, o transpoeta (Haroldo de Campos) comunica, na plenitude da invenção poética, a complexa gama da meditação quase nietzscheana do homem às voltas consigo mesmo e com seu destino”. 
O Eclesiastes:

1. Palavras de Qohélet filho de Davi
rei em Jerusalém

2. Névoa de nadas disse O-que-sabe
névoa de nadas tudo névoa nada

3. Que proveito para o homem
De todo o seu afã
fadiga de afazeres sob o sol

4. Geração-que-vai e geração-que-vem
e a terra durando para sempre

5. E o sol desponta e o sol se põe
E ao mesmo ponto
Aspira de onde ele reponta

6. Vai rumo ao sul
e volve rumo ao norte
Volve revolve e o vento vai
e às voltas revolto o vento volta

7. Todos os rios correm para o mar
e o mar não replena
Ao lugar onde os rios acorrem
para lá de novo correm

8. Tudo tédio palavras
como dizê-lo em palavras
O olho não se sacia de ver
e o ouvido não se satura de ouvir

9. Aquilo que já foi é aquilo que será
e aquilo que foi feito é aquilo que será
e aquilo que foi feito aquilo se fará
E não há nada de novo sob o sol

10. Vê-se algo se diz eis o novo
Já foi era outrora
fora antes de nós noutras eras (...)

Agora, os mesmos primeiros versos do Eclesiastes na Bíblia (Tradução Ecumênica), 1994, aprovada pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, tradução do francês:

1. Palavras de Qohélet, filho de David,
rei de Jerusalém

2. Vaidade das vaidades, diz Qohélet,
vaidade das vaidades, tudo é vaidade.

3. Que proveito tira o homem
de todos os trabalhos com que se
afadiga sob o sol?

4. Uma geração passa, outra vem,
e a terra permanece sempre.

5. O sol se levanta, o sol se põe,
procurando lugar de onde se erguerá
de novo.

6. O vento vai para o sul e vira para o norte,
gira, gira e vai embora,
sempre retoma o seu curso, o vento.

7. Os rios todos correm para o mar
e o mar nunca fica cheio;
para o lugar onde correm os rios,
para lá retornam.

8. Todas as palavras estão gastas,
não se consegue mais dizê-las;
o olho não se sacia do que vê,
o ouvido não se enche do que ouve.

9. O que foi é o que será,
o que se fez é o que se fará:
nada de novo sob o sol!

10. Se algo existe de que se possa dizer:
“Vede, isto é novo!”,
- já existe desde os séculos
que houve antes de nós (...)