* Honório de Medeiros (honoriodemedeiros@gmail.com)
quarta-feira, 6 de janeiro de 2021
MEMÓRIA: RAFAEL NEGREIROS, O INDOMÁVEL
terça-feira, 5 de janeiro de 2021
PALAVRAS: PARA QUÊ SERVEM AS PALAVRAS?
* Honório de Medeiros (honoriodemedeiros@gmail.com)
Ariano, entrevistado pelo Cadernos, em certo momento lembra: "não sou um escritor de muitos leitores; costumo dizer que sou um autor de poucos livros e poucos leitores -, (...) Mesmo que eu não publique, tem um círculo de leitores que sempre lê o que escrevo."
Retruca o Cadernos: "Este é um circuito antimoderno, o circuito da comunidade interessada."
Qual uma confraria de amigos, na Idade Média, digo eu, onde foi iniciada essa tradição.
Assim é, assim será o caráter dos tempos atuais e futuros, no qual a imagem evanescente e superficial é tudo e as palavras, mesmo quando amalgamando belos e profundos textos, manjar para poucos.
A palavra é arte, arte fugidia, de domínio difícil e angustiante.
Relendo O Crime do Padre Amaro do imenso Eça, lá encontro essa ideia pela voz do seco Padre Notário:
- Escutem, criaturas de Deus! Eu não quero dizer que a confissão seja
uma brincadeira! Irra! Eu não sou um pedreiro-livre! O que eu quero dizer é que
é um meio de persuasão, de saber o que será que passa, de dirigir o rebanho
para aqui ou para ali... E quando é para o serviço de Deus, é uma arma. Aí está
o que é - a absolvição é uma arma."
A palavra é uma arma.
Recordo-me que dizia para meus alunos de Filosofia do Direito ser a confissão um inteligente serviço secreto, à serviço da aristocracia, para a manutenção dos interesses da elite dominante nos tempos medievais.
A palavra: arte ou instrumento. Às vezes ambos ao mesmo tempo.
Não somente a palavra escrita, mas também a falada, mesmo aquela que suscita nossos delírios: arma com a qual nos ferimos.
Natal, em 7 de março de 2015.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2021
GESTÃO PÚBLICA: COMO AVALIAR UM GOVERNO
* Honório de Medeiros (honoriodemedeiros@gmail.com)
Em Desenvolvimento como liberdade, Amartya Sen, Prêmio Nobel de Economia, ex-membro da Presidência do Banco Mundial, ex-professor da Universidade de Harvard, esposo de Emma Rothschild – autora, por sua vez, de Sentimentos Econômicos, um denso ensaio acerca de Adam Smith, Condorcet e o Iluminismo – nos convida a percebermos o contraste entre “um mundo de opulência sem precedentes” e “um mundo de privação, destituição e opressão extraordinários.”
Na verdade Amartya Sen nos convida a entendermos o desenvolvimento como “um processo de expansão das liberdades reais que as pessoas desfrutam”, e, não, como algo a ser identificado com o crescimento do Produto Nacional Bruto (PNB), aumento de rendas pessoais, industrialização, avanço tecnológico ou modernização social.
Ao se referir à expansão das liberdades reais Amartya Sen se refere, por exemplo, aos serviços de educação e saúde – e aqui eu acrescento segurança pública – e os direitos civis (a possibilidade de participar efetivamente do governo e das discussões e averiguações públicas em relação ao dinheiro do povo).
Aceitar esse ideário como premissa implica em compreender que somente podemos considerar desenvolvido ou em desenvolvimento um País, Estado ou Município no qual, à título de esclarecimento, e em termos bastante simplificados, o dispêndio com obras públicas, tais como calçamentos, praças, ruas, estradas, asfaltamento, prédios, pontes, açudes, barragens, somente ocorra como conseqüência da implantação de políticas públicas voltadas para o avanço em áreas como educação, saúde e segurança.
Políticas públicas estabelecidas claramente através de programas e projetos que tenham metas, prazos, alocação de recursos humanos e financeiros e possam ser acompanhados e questionados pela sociedade.
Óbvio que não é isso que vemos: a
lógica é outra. As obras públicas são sempre “vendidas” à sociedade como sendo
essenciais para o desenvolvimento. Essa lógica, consciente ou
inconscientemente, busca privilegiar quem se beneficia financeiramente com ela,
ou seja, aqueles que detêm o capital em suas mãos e querem o retorno imediato
do investimento político realizado.
Um exemplo particular dessa lógica é a relação estreitíssima, no Brasil, entre empreiteiros, construtores, empresários da construção civil e os governos, sejam estes federais, estaduais e municipais, os quais após realizadas as eleições, pressionam seus candidatos eleitos a investirem em obras escolhidas a dedo.
A constatação daquilo que aqui se afirma pode ser feita por qualquer um: basta que nos perguntemos se com todo o investimento em obras ocorrido no Brasil, digamos, desde Fernando Henrique Cardoso, houve diminuição sensível da miséria, e a educação, a saúde, a segurança pública estão significativamente melhores. É claro que não. Muito ao contrário.
O que nós percebemos, nitidamente, é que o avanço, se é que houve, é um verniz que não resiste a uma visita a postos de saúde, escolas públicas e delegacias de polícia.
Portanto a conclusão é óbvia: desconfiemos de qualquer obra que não esteja atrelada a uma política pública na área de educação, saúde ou segurança. Para começo de assunto.
Isso, por uma razão muito simples: primeiro, os programas; depois os projetos; enfim, as ações.
sábado, 2 de janeiro de 2021
GESTÃO PÚBLICA: OBSTÁCULOS NO CAMINHO DAS PRÓXIMAS GESTÕES
Honório de Medeiros (honoriodemedeiros@gmail.com)
quinta-feira, 24 de dezembro de 2020
FELIZ NATAL, FELIZ ANO NOVO!
* Honório de Medeiros (honoriodemedeiros@gmail.com)
domingo, 20 de dezembro de 2020
CANGAÇO: UMA TRINCHEIRA EM MOSSORÓ, 1927, E O MISTERIOSO JÚLIO PORTO
* Honório de Medeiros (honoriodemedeiros@gmail.com)
sábado, 19 de dezembro de 2020
POESIA: A BALADA DO RETORNO
* Honório de Medeiros (honóriodemedeiros@gmail.com).
sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
ELEGÂNCIA: A VELHA SENHORA
* Honório de Medeiros (honoriodemedeiros@gmail.com)
quinta-feira, 17 de dezembro de 2020
DESTINO: APENAS FAGULHAS NA NEBLINA
* Honório de Medeiros (honoriodemedeiros@gmail.com)
"O mais velho estava seguindo os passos do pai, só que em outro
ministério, e já se aproximava daquele estágio no serviço público em que a
inércia é recompensada com a estabilidade" (A Morte de Ivan Ilitch,
Tolstoi).
Esse pequeno trecho de uma das mais expressivas novelas do grande
escritor russo nos mostra como o homem e suas relações são os mesmos, malgrado
o tempo e a distância.
Aqueles momentos nos quais o homem parece romper com seu destino comum
são fagulhas, e elas logo desaparecem na névoa da rotina.
Como se fôssemos livres para nadar no rio, desde que dele não saíssemos, e sempre terminássemos no mar.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2020
JUSTIÇA E DIREITO: JUSTIÇA? QUE JUSTIÇA?
* Honório de Medeiros (honoriodemedeiros@gmail.com)
terça-feira, 15 de dezembro de 2020
CANGAÇO: A HISTÓRIA DO CANGAÇO, SUAS VERDADES E MITOS
segunda-feira, 14 de dezembro de 2020
HISTÓRIA: PAU DOS FERROS ONTEM E HOJE
* Honório de Medeiros (honoriodemedeiros@gmail.com). Originalmente publicado na Revista do Instituto Histórico do Rio Grande do Norte de nº 97.
domingo, 13 de dezembro de 2020
SOLIDÃO: UMA SOLIDÃO CERCADA DE AMIGOS
* Honório de Medeiros (honoriodemedeiros@gmail.com)
sábado, 12 de dezembro de 2020
MONTAIGNE E A POLÍTICA
* Franklin Jorge
sexta-feira, 11 de dezembro de 2020
MERITOCRACIA E PACTO SOCIAL: QUANDO TUDO VALE, NADA VALE.
* Honório de Medeiros (honoriodemedeiros@gmail.com)