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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

NEGAR O HUMANO QUE HÁ EM NÓS

* Honório de Medeiros

Lidar com as pessoas exclusivamente a partir do seu filtro ideológico é pobreza de espírito. Ideologia é um conjunto de valores que cada um construiu para si. Valores são relativos. Uma ideologia imposta é a negação do humano que há em nós. Persuadir, convencer, sim, impor, nunca. Negar o humano é próprio do pensamento totalitário, seja de esquerda ou direita, e contra tudo quanto a humanidade construiu de relevante ao longo do processo civilizatório.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

ESSÊNCIA IMUTÁVEL, FORMA EVANESCENTE

* Honório de Medeiros


Não há nada de novo sob o sol. Seguimos aparentemente em frente, para destino ignorado, permanecendo os mesmos de tanto tempo atrás, enquanto as formas, os instrumentos, os meios que são nossa criação, mas dos quais somos reféns para lidar conosco mesmo, fenômenos e coisas, tornam-se cada vez mais complexos e fugazes, em uma espiral, um "vir-a-ser", como diria Nietzche, de proporções incalculáveis.

Essência imutável, forma evanescente.

Leio em "Os Crimes de Paris", de Dorothy e Thomas Hoobler, acerca de Vidocq, um personagem maior que sua vida. "Depois de cometer vários crimes na juventude, trocou de lado e se aliou à polícia. Foi o primeiro chefe da Súrete, o equivalente francês do FBI, e modelo para vários personagens da literatura", dizem-me eles.

Fascínio antigo esse meu por Vidocq. Camaleônico, sofisticado, indecifrável, também foi o criador da primeira agência de detetives do mundo, o "Bureau de Reinseignements", ou Agência de Inteligência. Que outro, além de um francês, criaria uma agência de detetives com esse nome?

Inspirou Maurice Leblanc na criação do célebre Arsène Lupin, O Ladrão de Casaca, que eu lia, fascinado, na adolescência, graças à bondade de um colega de ginásio, na Mossoró que não existe mais. Como inspirou, também, além de muitos outros, tais como Alexandre Dumas, Victor Hugo e Eugène Sue, o ainda mais célebre personagem de Balzac, Vautrin, presente em vários livros da"Comédie Humaine".

Em certo momento, lá para as tantas, Vautrin explica o mundo:

"-E que lodaçal! - replicou Vautrin. - Os que se enlameiam em carruagens são honestos, os que se enlameiam a pé são gatunos. Tenha a infelicidade de surrupiar alguma coisa e você ficará exposto no Palácio da Justiça como uma curiosidade. Furte um milhão e será apontado nos salões como um modelo de virtude. Vocês pagam 30 milhões à polícia e à justiça para manter essa moral... Bonito, não é?"

Como diria minha mãe: "vão-se os anéis, permanecem os dedos..." 

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

ROBINSON CONSOLIDA SUA POSIÇÃO


* Honório de Medeiros

Quase um bilhão de restos a pagar; 13º de 2017; salário de outubro de 2018; nenhum compromisso com o salário de novembro e dezembro de 2018; nenhum compromisso com o 13º de 2018.

Maior taxa de mortes violentas por cada 100.000 habitantes.

Saúde às moscas.

Economia moribunda.

Pá de cal no cadáver insepulto das finanças públicas estaduais.

Robinson vai se consolidando como pior dentre todos os que já ocuparam a cadeira de Governador do Estado do Rio Grande do Norte

Cadeira que foi honrada por Aluísio Alves, Monsenhor Walfredo Gurgel e Cortez Pereira.

* Arte: Blog do Brito

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

BUCHA DE CANHÃO


* Honório de Medeiros

Os inocentes úteis urram galvanizados enquanto a caravana dos donos do Poder de esquerda ou direita passa. São bucha de canhão para quem os manipula.

Esquerda ou Direita têm o mesmo propósito: a destruição do Estado.

Os donos da Esquerda por ambicionarem o Poder enquanto defendem, para os inocentes úteis, que vão construir o Paraíso sobre os escombros dessa destruição. Socialistas selvagens.

Os donos da Direita por ambicionarem o Poder enquanto defendem, para os inocentes úteis, que todos serão ricos sobre os escombros dessa destruição. Capitalistas selvagens. 

Tanto uns quanto os outros querem o mesmo, acham que os fins justificam os meios, usam praticamente as mesmas táticas e estratégias, e somente diferem naquilo que prometem para quando chegarem ao Poder. São totalitários. 

Michiko Kakutani, prêmio Pulitzer de 1998, crítica literária do “The New York Times”, por mais de quarenta anos, em A Morte da Verdade (Notas Sobre a Mentira na Era Trump), conta que Steve Bannon, estrategista e conselheiro de Trump, certa vez descreveu a si mesmo como um “leninista”. 

O mesmo Bannon, ainda segundo Kakutani, teria dito o seguinte: “Lênin queria destruir o Estado, e esse também é o meu objetivo. Quero acabar com tudo e destruir todo o establishment de hoje em dia.” 

Lênin deve estar rindo muito em alguma das grelhas do inferno, apesar das dores. Ele é o patrono dessa maré de pós-verdade que se tornou praticamente hegemônica nos dias atuais, calcada no uso da retórica violenta, incendiária, em promessas simplórias e desconstrução da verdade, tudo potencializado pela internet. 

O fundador da URSS explicou, certa vez, que sua retórica era calculada para provocar o ódio, a aversão e o desprezo, não para convencer, mas para desmobilizar o adversário, não para corrigir o erro do inimigo, mas para destruí-lo. 

Quem quiser ler um pouco mais, está em “Report to the Fifth Congresso of the R.S.D.L.P. on the St. Petersburg Split of the Party Tribunal Ensuing Therefrom”, segundo Kakutani. 

Pois é.

* Arte em blog.maxieduca.com.br

sábado, 6 de outubro de 2018

EIS COMO VOTAREI EM 7 DE OUTUBRO DE 2018


* Honório de Medeiros


Presidente – João Amoedo (30) 

Governador – Carlos Eduardo (12) 

Senador – Magnólia (777) 

Deputado Federal – Alayde Passaia (333) 

Deputado Estadual – Nina Souza (12123) 

* Faz parte de um compromisso comigo mesmo sempre declinar meu voto antes das eleições.

Arte: Francisco Gomes da Silva

domingo, 16 de setembro de 2018

TRISTE BRASIL

* Honório de Medeiros

Bem dizia Oswaldo Aranha em 1933: "O Brasil é um deserto de homens e ideias". 

Mais de homens que de ideias, acrescento eu.

Que tempos, estes!

Qual futuro pode ter um país cujo STF é presidido por um Toffoli, o Senado por um Eunício Oliveira, a Câmara por um Rodrigo Maia, e a Presidência por um Michel Temer?

Como um professo de Direito pode estimular seus melhores alunos a estudar quando um nulo, sem qualquer mérito, como Toffoli, chega à Presidência do STF?

terça-feira, 11 de setembro de 2018

PLATÃO E SUA ONIPRESENÇA


Honório de Medeiros

* Emails para honoriodemedeiros@gmail.com
* Respeitemos o direito autoral. Em conformidade com o artigo 22 dLEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências, pertencem ao autor os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que criou.


Platão põe na boca de Codro, no Banquete: "Supondo acaso que Alcestes... ou Aquiles... ou o próprio Codro teriam buscado a morte - afim de salvar o reino para seus filhos - se não tivessem esperado conquistar a memória imortal de sua virtude, pelo qual, em verdade os recordamos?"

Recordo, então, de Ernst Becker, e seu A Negação da Morte.

Para Becker  o que há de fundamental no ser humano é o medo da morte.

Esse medo, que está em cada um de nós desde que construímos nossas primeiras noções acerca de nós mesmos e do que nos cerca, é o motor que nos impulsiona e a fonte de nossa permanente angústia.

Agimos, em consequência, para reprimi-lo, construindo "mentiras vitais" que nos permitam a ilusão de permanência histórica e explicam, assim, a conduta do homem.

Delas a mais importante é a ânsia por heroísmo, que em acontecendo, nos permitiria sobreviver na memória dos outros.

Creio, mas posso estar enganado, que Becker bebeu na fonte instigante que mina de Power: A New Social Analysis, de Sir Bertrand Russel, onde ele expõe a teoria de que os acontecimentos sociais somente são plenamente explicáveis a partir da ideia de Poder.

Não algum Poder específico, como o Econômico, ou o Militar, ou mesmo o Político, mas o Poder com “P” maiúsculo, do qual todas os tipos são decorrentes, irredutíveis entre si, mas de igual importância para compreender a Sociedade.

A causa da existência do Poder, para Russel, seria a ânsia infinita de glória, inerente a todos os seres humanos.

Se o homem não ansiasse por glória, não buscaria o Poder. Infinita posto que o desejo humano não conhece limites. Essa ânsia de glória dificulta a cooperação social, já que cada um de nós anseia por impor, aos outros, como ela deveria ocorrer e nos torna relutantes em admitir limitações ao nosso poder individual.

Como isso não é possível, surgem a instabilidade e a violência.

Mas não somente.

No Estadista Platão alude, em tradução direta do grego arcaico por Sir Karl Popper para A Sociedade Aberta e Seus Inimigos a uma "Idade de Ouro, a era de Cronos, uma era em que o próprio Cronos rege o mundo e em que os homens nascem da terra, (...) seguida pela nossa própria era, a de Zeus, um período em que o mundo é abandonado pelos deuses e só conta com seus próprios recursos, sendo, consequentemente, um tempo de acrescida corrupção."

É de se recordar toda a obra de Talkien, principalmente o Silmallirion e sua cronologia do surgimento das raças que povoaram a Terra Média até que os homens a assumissem em definitivo, na Quarta Era.

Teria a leitura de Platão influenciado a obra do erudito autor de O Senhor dos Anéis?

 Arte: filosofia.com.br

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

MARXISMO E DARWINISMO



* Honório de Medeiros

O marxismo pretende explicar quase tudo e explica quase nada; o darwinismo pretende explicar quase nada e explica quase tudo.

Arte em cincocentros.com

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

FILOSOFIA



* Honório de Medeiros

Quando leio alguns argumentos esgrimidos por certos pensadores que pontificam em nossa imensa aldeia global, me lembro de Camus em "O Homem Revoltado": "A filosofia pode servir para tudo, até mesmo para transformar assassinos em juízes".

Arte: filosofia.com.br

terça-feira, 14 de agosto de 2018

DE SER OU NÃO SER ALIENADO

* Honório de Medeiros


"A verdade é filha da discussão, e não da simpatia" (Gaston Bachelard, "A Filosofia do Não").


Ausentar-se de si mesmo e viver a realidade do(s) outro(s), não a realidade das coisas ou dos fatos, posto que as coisas e os fatos são extensões nossas ou dos outros, são projeções de como os percebemos, na justa medida em que no limite último de cada coisa ou fato observado está uma ideia ordenadora, organizadora da realidade, e as ideias governam toda a realidade.

"No princípio era o Verbo" (João, 1). Tal ausência de si denominamos alienação.

Se de mim me ausento não percebo o Outro, apenas nossas sombras a se moverem na parede de uma caverna onde estamos prisioneiros, como na célebre alegoria de Platão em "A República".

Tudo, então, é aparência.

Não por outra razão o "conhece-te a ti mesmo", de Sócrates. E conhecermo-nos a nós mesmo implica em dizer não à aparência, a duvidar daquela nossa sombra na caverna. Somente somos livres quando ousamos dizer não ao que nos aprisiona, nos acorrenta, nos impede de perceber a realidade como de fato ela é.

Ser ou não ser alienado, na verdade, é Conhecer ou não Conhecer, eis a questão, eis o caminho.

Tal qual nos acicata Bachelard: "o conhecimento é sempre a reforma de uma ilusão".

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

LÓGICA INFANTIL

Bárbara

* Honório de Medeiros

Guardei várias histórias de Bárbara, minha filha, quando ela era criança. Uma delas, de quando tinha cinco anos, segue abaixo 

A mãe passa em frente à Escola Doméstica, em Natal, e Bárbara diz:

- Mamãe, me mostre a Escola Doméstica que eu quero ver um gatinho.

- Um gatinho?

- É mamãe, o gato não é um animal doméstico?

- Não é isso, minha filha. Esse doméstico aí não tem nada a ver com bicho. Animal doméstico quer dizer que pode ser criado dentro de casa, como o cachorro e o gato.

- Certo.

- Quando entraram no elevador, em casa, Bárbara se virou e comentou com a mãe:

- Mamãe, então eu sou um animal doméstico!

- Como assim, minha filha?

- É, mamãe. Eu não sou criada em casa? Então eu sou um animal doméstico. Tem gente que é criada na rua...

terça-feira, 31 de julho de 2018

AS MULHERES SERRANAS


As serras

* Honório de Medeiros

Ah, as mulheres da Serra, frescas, em flor, sem nada que as enfeite exceto a simplicidade. Elas vestidas de simplicidade. “Uma carne sadia, abundante e rosada”, como descreve Proust, em “No Caminho de Swann”. Nada artificial, nelas. Não há um jogo sequer nas suas atitudes para com os homens. Ou com as mulheres. Beber, comer, amar, é tudo tão natural! Swann “prefiria infinitamente à beleza de Odette aquela de uma pequena operária fresca e rechonchuda como uma rosa, de quem se enamorara...” Em contraposição eis o universo urbano recheado de mulheres excessivamente enfeitadas, com a mente tomada por negaceios e dissimulações, no afã infindável de seduzir: o óculos de sol, a roupa de grife, o olhar tecnicamente distante, o celular através do qual são armados os lances do jogo. Por quem, no final, Vaumont se apaixona em “As Relações Perigosas”, de Chorderlos de Laclos, senão pela viúva Merteuil, por sua inteireza de sentimentos e ações, distante de qualquer dissimulação, a pureza da mulher que ele julgara tão fácil seduzir e descartar?

sexta-feira, 27 de julho de 2018

NO QUE SOU FIDALGO

* Honório de Medeiros


Longe de mim o mundo envelhece, mas que importa, meu reino é interior. Não aceito as regras do jogo que corrompe o mundo. No entanto elas, mesmo assim, me fazem, me constroem, dispõem de mim. Sou um seu reflexo, mesmo se e quando busco ignorá-las. 

Mas não aceito. Nisso sou fidalgo.

terça-feira, 3 de abril de 2018

INTELECTUAL: A SÍNDROME DE ROLANDO LERO


* Honório de Medeiros

Parte dos nossos intelectuais sofre da Síndrome de Rolando Lero.

Consiste isso em explicar o passado a partir de suas crenças pessoais, alterando a explicação conforme surjam obstáculos fáticos ou racionais de natureza relevante, que os levam a adaptá-la para assegurar sua sobrevivência (da explicação).

Como quando o marxismo pretendeu explicar o cangaço enquanto luta de classes.

Ou como quando a antropologia política explicou as sociedades indígenas sem estado enquanto sociedades primitivas.

Ou, ainda, como quando a psicanálise fundamentou sua teoria exclusivamente no complexo de édipo e electra.

O verdadeiro conhecimento é aquele que propõe hipóteses acerca do futuro, fazendo predições ousadas que, uma vez concretizadas, assegurarão a validade e a relevância do pensamento do intelectual que as elaborou.

Dizer por qual razão se ganhou ou perdeu essa ou aquela eleição é tarefa inglória, dada a impossibilidade de se dispor de todas as variáveis envolvidas no processo analisado.

Digam-me quem vai ganha-las, daqui para a frente. Isso é ciência.

O resto é lero.

sábado, 24 de março de 2018

STF: O GRANDE CONLUIO DAS ELITES PRIVELEGIADAS



* Honório de Medeiros


O Grande Conluio das elites privilegiadas enfim mostra a sua face no STF, o lugar onde o atraso veste discursos e roupas solenes e a mediocridade empolada tem assento assegurado para espancar a Sociedade.

Trata-se da criação das condições legais para assegurar que Renan Calheiros, Collor de Mello, Michel Temer, Lula, Aécio Neves, Zé Dirceu, e tantos outros, toda essa caterva que atravanca o País, jamais venha conhecer, por fim, o peso da Justiça.

Ou seja, transformar em algo definitivo, com sua tradicional ojeriza a julgar os privilegiados, e sua experiência em encontrar brechas nas leis para salvá-los, a verdade que todos conhecem: o Estado é pai para uns poucos, e padrasto ruim para a imensa maioria.

STF E A CASA DE NOCA

* Honório de Medeiros

Se planejavam destruir o Brasil a partir de suas instituições, chegaram ao topo: o STF, hoje, é uma Casa de Noca, uma pálida, muito pálida imagem das suas congêneres no mundo dito civilizado. O comportamento do STF, privilegiando a pior anarquia jurídica, concedendo salvo-conduto à elite corrupta do País, arruína de vez qualquer esperança em um Brasil melhor.

quinta-feira, 1 de março de 2018

CONTROLAR OU SER CONTROLADO



* Honório de Medeiros


Não é fácil compreender que o capitalismo é um subsistema (um fato), e o socialismo uma ideologia.


A outra face ideológica do socialismo é o liberalismo, mas ambos são produto do subsistema que é o capitalismo.

O capitalismo, que é um fato, como dito acima, engendra soluções adaptativas para se manter e/ou ampliar seu espaço. Uma delas é a criação de instrumentos ideológicos, como o Estado, por intermédio dos quais os homens são manipulados em suas circunstâncias de vida específicas.

Tampouco é fácil compreender a ontologia de um sistema. Desde a "Teoria Geral dos Sistemas", de Ludwig von Bertanlaffy, que "a besta", como ele a denomina, preenche o tempo dos estudiosos de todos os campos do conhecimento, desde a virologia à linguagem de programação dos computadores quânticos, passando pelas ciências ditas sociais.

Embora compreender o que é um sistema não seja fácil, não é tão difícil perceber que tudo quanto nos cerca é uma realidade em processo, um sistema dinâmico.

Basta ler, por exemplo, "Emergence (The Connected Lives of Ants, Brains, Cities and Software)" de Steven Johnson, que a tradutora optou por traduzir como "Emergência (A dinâmica de rede em formigas, cérebros, cidades e softwares).

Do quê trata Johnson em seu livro? Em síntese: do surgimento de complexos sistemas adaptativos, tais como formigueiros, cérebros, cidades, softwares, e assim por diante.

"O que une esses diferentes fenômenos é uma forma e um padrão recorrentes: uma rede de auto-organização, de agentes dessemelhantes que inadvertidamente criam uma ordem de nível mais alto", diz ele.

Leia http://honoriodemedeiros.blogspot.com.br/2016/09/de-formigas-cerebros-cidades-e-softwares.html, no qual faço um resumo da obra de Johnson.

Johnson chama esse tipo de "surgimento", no qual um organismo complexo pode aparecer sem que haja um líder para planejar e dar ordens, sem hierarquia e comando, via a "mão invisível e fantasmagórica da auto-organização", de "comportamento emergente".

As raízes dessa densa teoria repousam no solo fértil do pensamento de Adam Smith, Charles Darwin, Alan Turing e, embora não citado pelo autor, Ilya Prigogine e sua teoria do caos e do atractor. 

E, claro, em Richard Dawkins e seu antológico último capítulo de "O Gene Egoista", no qual propõe a teoria do "meme" que, por si só é um "meme", esse inesperado momento zero do surgimento de um novo subsistema cultural dentro de outro maior.

Pois bem, enquanto tais discussões ocupam o tempo e o pensamento da vanguarda da ciência, os homens ainda se ocupam em tentar firmar um debate de natureza ideológica entre socialismo e capitalismo. Nada mais arcaico.

Aliás, nada tão arcaico quanto a produção intelectual na área de ciências sociais. Ou ciências humanas, que podem ser humanas, mas não ciências. 

Mal sabem eles, os que produzem enclausurados por esse falso dilema, que a apropriação da mais-valia produzida pelo homem, esse fato inerente ao subsistema capitalista, existe sob qualquer ideologia, sob qualquer bandeira, sob qualquer credo.

O que difere, de um para o outro, é o conto-da-carochinha com o qual o homem será enganado por aqueles que pensam controlar as circunstâncias, a realidade, quando na verdade por elas são controlados.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

SOCIALISMO E SOLIDARIEDADE

* Honório de Medeiros


Alguns socialistas acreditam que a diferença básica entre o socialismo e o capitalismo é a opção do primeiro pela solidariedade, em detrimento do egoísmo que caracterizaria o segundo.

Como se sabe o capitalismo não é uma ideologia, é um sistema. Um fato. O socialismo é um "valor" a ser alcançado; Seu contraponto é o liberalismo.

Por outro lado, nada mais democrata-cristão que a ênfase na solidariedade. 

domingo, 18 de fevereiro de 2018

O GOVERNO ROBINSON CUMPRE SEU DESTINO DE FRACASSAR

* Honório de Medeiros

Estamos nos aproximando do final de fevereiro e o Governo do Estado do Rio Grande do Norte não pagou o DÉCIMO-TERCEIRO dos seus servidores.

Também não pagou janeiro. Nesse pisão, talvez não pague fevereiro.

Enquanto isso a Paraíba...

O pomposamente denominado "RN Urgente" cumpriu seu destino de fracassar. Não era por menos: mal engendrado e fora de tempo, a ser votado em fim de governo, nasceu morto.

Permite uma verdadeira imagem do Governo Robinson a leitura feita na Assembleia da Mensagem Governamental, em dias passados.

Um verdadeiro caldo-de-casca-de-pinha, como se diz no Sertão. Raso. E alienado.

O Governador parece não ter percebido que seu tempo passou. 

Somente não passou o sofrimento que ele impôs aos servidores públicos por desconhecimento ou desídia. 

Conforme ele mesmo confessou em sua Mensagem Governamental, sem saber que não se tratam questões pessoais nesses pronunciamentos, foi fartamente avisado da situação econômico-financeira do Estado do Rio Grande do Norte antes de entrar na campanha.

Ele sabia disso. Tinha sido Presidente da Assembleia, Vice-Governador...

E ao invés de, em sendo eleito, cuidar das mudanças que o Estado necessitava, enclausurou-se em sua bolha feérica típica de quem não conhece os fundamentos básicos para governar um Estado.

É isso. Como diz o jornalista Carlos Santos, ô Rio Grande do Norte sem sorte.

Resta o espanto com sua crença de que ainda haja condições para tentar uma reeleição.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

O GOVERNO ROBINSON ACABOU

* Honório de Medeiros

O Governo Robinson acabou.

É, hoje, um final de festa ruim, cuja pá-de-cal foi a péssima tentativa fora-de-tempo de ajuste fiscal batizado de “RN Urgente”. 

E imagino que tenham acabado as pretensões eleitorais do Governador à reeleição, quando comparou seus últimos movimentos com os de Carlos Eduardo, cada vez mais candidato ao Governo do Estado. 

Enquanto o Prefeito de Natal se expôs ao povo impaciente, durante o Carnaval, e recebeu elogios de todos os lados, o Governador se escondeu.

E como foi bom o Carnaval Multicultural de Natal!

Por fim deve também ter comparado sua Mensagem Governamental, verdadeiro caldo de casca de pinha, como se diz no Sertão quando a coisa é rala, ao denso e bem redigido discurso anual à Câmara Municipal do Prefeito e não deve ter gostado do que viu e ouviu. Perdeu por muito. 

Pois é, Governador. A cadeira que Aluízio Alves e Cortez Pereira sentaram não é nada fácil.