sexta-feira, 13 de março de 2015

CARIRI CANGAÇO PRINCESA 2015


Cariri Cangaço Princesa 2015
Programação Completa

19 de Março de 2015
Quinta-Feira
19:00h 
Abertura Oficial – Acqua Clube Hotel
Solenidade de Homenagem do Cariri Cangaço
Às Personalidades e a Canhoto da Paraíba
Apresentação do Grupo Cultural Abolição
Palavras das Autoridades
Manoel Severo – Cariri Cangaço
Benedito Vasconcelos – Presidente da SBEC
Narciso Dias – Presidente do GPEC
Prefeito Domingos Sávio

19:40h 
Conferência: Território Livre de Princesa
Conferencista: José Romero Cardoso
Moderador: Wescley Rodrigues
Debatedores: Paulo Mariano e Juliana Pereira

23:00h

Seresta Homenagem Canhoto da Paraíba
Praça Nathália do Espírito Santo 

20 de Março de 2015
Sexta-Feira
08:30h - Saída para São José de Princesa
9:00h - Visita ao Casarão de Patos de Irerê
9:50h - Visita a Casa de Marcolino Diniz
10:30h - Visita a Capela de Patos de Irerê
Conferencia: "Marcolino e Virgulino –
Elos de um Passado Presente”
João Antas
Moderador: Ângelo Osmiro
Debatedores: Jorge Remígio e José Cícero Silva

15:00h - Retorno a Princesa Isabel
15:30h - Visita ao Palacete do coronel José Pereira 

19:30h - Grito Rock Princesa

Praça Nathália do Espírito Santo 

21 de Março de 2015
Sábado
9:00h – Local – Acqua Clube Hotel
Apresentação da Cia de Teatro Sound Clash
Conferencia: Maria de Lampião e 
as Mulheres no Cangaço
João de Sousa Lima
Conferência: 100 anos da Prisão de Antônio Silvino
Geraldo Ferraz
Debatedores: 
Aderbal Nogueira 
Archimedes Marques
Narciso Dias
Emmanuel Arruda

14:30h - Saída para Nazaré do Pico em Floresta

15:30h - Visita à Vila de Nazaré do Pico,
Visita ao Monumento em homenagens aos Nazarenos,
Visita ao Monumento a João Gomes de Lira,
Visita ao Cemitério onde repousam os Nazarenos,
Visita à fazenda Poço do Negro
 Hildebrando Ferraz Neto (Netinho)
Euclides Ferraz Neto e Ulisses Ferraz

18:00h – Retorno a Princesa Isabel

Noite de Encerramento com Show 
Seu Pereira e Coletivo 401
Sansaruê
Atenção...
Veja onde ficar em Princesa Isabel...

Imagens do Hotel Oficial do Cariri Cangaço Princesa 2015 - Acqua Clube

1)    Acqua Clube Hotel (Tel: 83 – 9861-9056)
HOTEL OFICIAL DO CARIRI CANGAÇO PRINCESA 2015
Endereço: Rodovia Estadual – Entrada principal de Princesa, via Paraíba.
 Quarto completo com Ar, Tv, Frigobar          
R$ 35,00 (trinta e cinco) por pessoa
 R$ 60,00 (sessenta reais) o casal.

OBS: A pousada possui Restaurante, Academia, Parque aquático, Estacionamento, Internet Wi-Fi, Campo de Futebol.

2)    Pousada Ideal (valores por pessoa) – (Tel: 83 – 9604-0393)
Endereço: Rua São Roque – Entrada principal de Princesa, por Pernambuco, via Flores. Localizada no Posto Ideal. 
Quarto com Ar – R$ 40,00 (quarenta reais)
Quarto com Ventilador – R$ 30,00 (trinta reais)
Quarto Completo, com Ar, TV, Frigobar – R$ 50,00 (cinquenta reais)

Obs.: Existe abatimento para grande quantidade de pessoas; está incluído café da manhã, para todas as categorias; todos os quartos possuem banheiros; A pousada tem restaurante e serve, além do café, almoço e jantar.

3)    Pousada São Miguel (valores por pessoa) – (Tel: 83 – 9906-7657)
Endereço: Bairro Maia 
Quarto com Ventilador –R$ 20,00 (vinte reais), com café da manhã.
Quarto com Ar – R$ 25,00 (vinte e cinco reais), com café da manhã.

4)    Pousada São Roque (valores por pessoa) (Tel: 83 – 9971.1151)
Endereço: Rua São Roque, próximo aos Correios.

Quarto com Ar – R$ 30,00 (trinta reais), com café da manhã.
Quarto com Ventilador – R$ 25,00 (vinte e cinco) com café da manhã.

5)    Pousada São José (valores por pessoa) (Tel: 83 – 9901-5824)
Endereço: Praça Coronel José Pereira, Centro. 
Em Frente à Igreja Matriz.
 Quarto com Ar – R$ 25,00 (vinte e cinco reais), com café da manhã.
Quarto com Ventilador – 20,00 (vinte reais), com café da manhã.

 Faça já sua reserva e seja 
bem vindo ao Cariri Cangaço Princesa 2015.


terça-feira, 10 de março de 2015

"DISCURSO SOBRE A SERVIDÃO VOLUNTÁRIA", LA BOÉTIE

La Boétie


* Honório de Medeiros


Leiam isso: “Aqueles a quem o povo deu o poder deveriam ser mais suportáveis; e sê-lo-iam, a meu ver, se, desde o momento em se vêem colocados em altos postos e tomando o gosto à chamada grandeza, não decidissem ocupa-lo para todo o sempre. O que geralmente acontece é tudo fazerem para transmitirem aos filhos o poder que o povo lhes concedeu. Ora, tão depressa tomam essa decisão, por estranho que pareçam, ultrapassam em vício e até em crueldade os outros tiranos; para conservarem a nova tirania, não acham melhor meio que aumentar a servidão, afastando tanto dos súditos a idéia de liberdade que estes, tendo embora a memória fresca, começam a esquecer-se dela”.

E isso: “Os teatros, os jogos, as farsas, os espetáculos, (...) as medalhas, os quadros e outras bugigangas eram para os povos antigos engôdos da servidão, o preço da liberdade que perdiam, as ferramentas da tirania”.

Parece recente? Não o é. Trata-se, tanto um quanto o outro, de excertos da excepcional obra “Discurso Sobre a Servidão Voluntária”, de La Boétie, escrita entre 1546-1548. Esse francês, nascido em 1º de novembro de 1530, no condado de Périgord, França, e morto em 1563, perto de Bordéus, aos trinta e três anos, foi o maior dos amigos de Montaigne, que lhe era mais novo dois anos. Dessa amizade o próprio Montaigne deixou registro emocionante: “Vindo a durar tão pouco e tendo começado tão tarde, pois éramos ambos homens feitos e ele mais velho do que eu alguns anos, não tínhamos tempo a perder, nem tivemos de nos ater aos modelos de amizade moles e regulares que necessitam de precauções e conversações prévias”.

Quanto à genialidade de "La Boétie" é bastante o depoimento do seu tradutor, o português Manuel João Gomes na edição Antígona, de Lisboa, Portugal, 1997: “Para La Boétie é ilegítimo o poder que um só homem exerce sobre os outros; (...) "O Discurso afirma a liberdade e a igualdade absolutas de todos os homens; Indo mais longe do que Maquiavel (o primeiro que reconheceu o poder efetivo das massas), La Boétie incita os povos a desobedecerem aos príncipes (governantes) e, com uma clareza até então nunca vista, põe em evidência a força da opinião pública”. Tudo isso aos dezoito anos de idade!

Ler "La Boétie" é, principalmente, perceber quão antiga permanece a luta do homem para não ser completamente subjugado pelo Estado. Ela começou na longínqua Idade Antiga, quando os maravilhosos gregos inventaram a Democracia. Prossegue até hoje, apesar dos percalços. Mas está cada dia mais difícil: no Oriente Médio disputa-se o poder à custa do sangue de inocentes. Israel, secundado pelos Estados Unidos e sua doutrina da “guerra preventiva”, mata, como os nazistas faziam aos serem atacados pela resistência, a dez por um. E assim vamos marchando rumo à barbárie, inexoravelmente, e à tirania, sob o pretexto de combater o terrorismo, como quem está com um encontro marcado com o final de tudo.

* Republicação

sábado, 7 de março de 2015

PARA QUE SERVEM AS PALAVRAS

* Honório de Medeiros



"As palavras valem também para isso, dar alguma existência aos nossos delírios" (Raduam Nassar, em "Cantigas d'amigos", Cadernos de Literatura Brasileira, Ariano Suassuna).

Ariano, entrevistado pelo Cadernos de Literatura Brasileira diz, em certo momento: "não sou um escritor de muitos leitores; costumo dizer que sou um autor de poucos livros e poucos leitores -, (...) Mesmo que eu não publique, tem um círculo de leitores que sempre lê o que escrevo."

Retruca o Cadernos: "Este é um circuito antimoderno, o circuito da comunidade interessada."

Assim é, assim será, dado o caráter dos tempos atuais, no qual a imagem evanescente e superficial é tudo e as palavras, quando delírios, manjar para poucos. Aqui a palavra é arte.

Relendo "O Crime do Padre Amaro" do imenso Eça, lá encontro essa idéia pela voz do seco Padre Notário:
- Escutem, criaturas de Deus! Eu não quero dizer que a confissão seja uma brincadeira! Irra! Eu não sou um pedreiro-livre! O que eu quero dizer é que é um meio de persuasão, de saber o que será passa, de dirigir o rebanho para aqui ou para ali... E quando é para o serviço de Deus, é uma arma. Aí está o que é - a absolvição é uma arma."

Recordo que dizia para meus alunos de Filosofia do Direito ser a confissão um inteligente serviço secreto, à serviço da aristocracia, para a manutenção dos interesses de classe.

A palavra: arte ou instrumento. Às vezes tudo isso ao mesmo tempo.

Não somente a palavra escrita, mas também a falada, dá existência aos nossos delírios.

Natal, em 7 de março de 2015.

sexta-feira, 6 de março de 2015

O "ESPERTO" NA POLÍTICA

* Honório de Medeiros


Um amigo meu me disse que tinha se aposentado da política.

“Como assim?”, perguntei-lhe. “Quer dizer que não vai mais exercer qualquer cargo público?” “E se seu candidato voltar ao Governo?”

Meu amigo, que sempre foi do segundo ou terceiro escalão de algum governo abriu um sorriso matreiro e respondeu condescendente: “eu não quero mais ocupar cargo algum, mas vou ajudar meus amigos porque você sabe como é, tenho filhos para criar, e no nosso mundinho só vai p’ra frente quem se dá bem com os homens”.

Esse meu amigo é um homem esperto, dentro daquela categoria que o finado ex-padre Zé Luiz genialmente criou lá pelo começo dos anos 80. Dizia ele, e nunca aceitou essa história de ex-padre – “uma vez padre, sempre padre” – que há dois tipos de homens, dentre outros, que merecem atenção: os inteligentes e os espertos. E para ilustrar sua tese elencou, em sua coluna dominical no extinto "Poti", de um lado os espertos, do outro, os inteligentes. Não é preciso dizer o rebuliço que essa crônica causou na província.

Pois bem, ele é um homem esperto, repitamos. Não tem o vôo dos condores, quando muito dos galináceos, mas sabe evitar uma panela e enxerga bem além dos seus próprios passos. Em um certo sentido, jamais admitido nem por ele, nem por quem lhe fornece os meios para sobreviver, é alguém que vive de expedientes: ajeita aqui, ajeita acolá, facilita p’ra um, dificulta p’ra outro, é da cozinha do poderoso do momento, na qual chega na hora do café-da-manhã trazendo as últimas novidades e os próximos pedidos.

Duvido que nessa estrutura de Poder na qual vivemos a política nossa de cada dia, em tudo e por tudo idêntica à dos nossos ancestrais, diferenciando-se apenas quanto à aparelhagem tecnológica utilizada – se antes era a cavalo que a informação seguia, hoje é via email – o coronel com saias ou sem elas possa viver sem esse tipo de agregado. Ele é imprescindível para as "coisinhas", digamos assim: pequenos delitos – é incapaz de pensar os grandes; aliás, é incapaz de pensar: seu destino é pequenas confidências, pequenos favores, pequenas difamações e/ou injúrias, algumas torpezas, cumplicidade nos vícios, solidariedade nos acidentes de percurso, desde que não afetem sua sobrevivência.

Mas é capaz de grandes bajulações, aceita ser o bobo-da-corte do seu senhor feudal – considera-se até honrado em ser alvo de brincadeiras nas quais sua dignidade é exposta e vilipendiada publicamente -, quando não, é capaz de desforço físico na defesa da bandeira que empunhou, o que o tornará, sem sobra de dúvidas, alvo de muitas e variadas homenagens prestadas nas hostes do “exército” ao qual "está" leal.

Não por outra razão estará fadado a morrer feliz e realizado na justa medida em que encaminhar, através de sua rede de amigos granjeados a partir da troca de favores recíprocos, e da benção do chefe político, os seus rebentos. E não lhe digam que hoje só é possível entrar na administração pública através de concurso. Há sempre um caminho para encontrar uma torneira aberta: cargos em comissão, gratificações, empresas de construção de fundo-de-quintal, licitações manipuladas, consultorias e assessorias. “E os concursos públicos, esses, há, nem lhe conto.”

Meu amigo somente precisa tomar cuidado para não cometer algum erro. Aliás, ele precisa ter muito cuidado para não ser usado como boi-de-piranha: quando acerta, o mérito é do chefe; quando o chefe erra, a culpa é dele. E precisa ter cuidado, muito cuidado, mas muito cuidado com a ingratidão e o tal de laço-de-sangue. Pois não é possível ter dúvida: entre ele, o fiel correligionário, e o parente, este sempre vence.

É o instinto!

* Republicação.

quarta-feira, 4 de março de 2015

"CONHECIMENTO OBJETIVO", KARL POPPER

Karl Popper


* Honório de Medeiros

Em “Conhecimento Objetivo” estão compiladas várias conferências realizadas por Sir Karl Raymund Popper acerca, principalmente, de sua epistemologia “evolucionária” ou teoria do conhecimento científico.

Popper foi, no conjunto da obra, provavelmente o mais completo filósofo do século XX. Sua análise de Platão, Hegel e Marx, em “A Sociedade e Seus Inimigos” é uma referência obrigatória, em filosofia política, mas foi principalmente através da “Lógica da Pesquisa Científica”, ou “Lógica da Descoberta Científica”, sua primeira obra de impacto, na qual retoma e amplia a crítica de David Hume à indução, dá nova dimensão ao critério de demarcação entre ciência e metafísica de Kant, e estabelece as bases da sua futura teoria do terceiro mundo ou mundo 3, que ele se tornou onipresente no cenário da filosofia mundial.

A “Lógica das Ciências Sociais”, pouco conhecida e estudada, principalmente no Brasil, lançando paradigmas para uma Sociologia possível, estruturante, coloca-se muito além e em contraposição à herança marxista ou a seu contraponto “natural”, a teoria social de inspiração norte-americana. Em importância, ombreia-se com a Sociologia da escola francesa.

Profundamente erudito, rigoroso, complexo, humanista, a todas essas qualidades Popper aliou uma preocupação constante e metodológica com a clareza e a simplicidade de estilo. Relê-lo, então, é sempre uma homenagem que a inteligência presta ao conhecimento.

* Republicação

sábado, 28 de fevereiro de 2015

É A CERTEZA DA PUNIÇÃO, A CURTO E MÉDIO PRAZO, E NÃO A EDUCAÇÃO, QUE NOS CONTÉM



* Honório de Medeiros

Somos levados a crer na capacidade redentora, quanto à moral, da educação. E isso decorre de nossa ligação histórica com o ideário iluminista, que pregava a superação dos males inerentes à condição humana através do dom que Deus supostamente havia dado aos homens – a razão.

Esses males, não há necessidade de os nominar. Lembremo-nos, apenas, da selvageria que, ao contrário do que supunha Rousseau, ao pregar a bondade inerente do ser humano, e mais em conformidade com o “homo lupus homini” de Hobbes, espreita e assume o controle todas as vezes que a camada de verniz que nos contém é rompida, e isso acontece sempre, em todos os lugares, com todos nós.

A verdade é que somos selvagens contidos pela dor que a reação ao nosso desvario pode causar. Nesse sentido, quanto mais “civilizado” um País, ou seja, quanto mais existir lei, ela for dura e, principalmente, cumprida, maior a possibilidade de haver essa contenção que nos impede de cedermos à animalidade. Não é demais recordarmos a dualidade existente no homem apontada por Robert Louis Stevenson em “O Médico e o Monstro” para percebermos o quanto temos consciência dessa bestialidade contida a dura força.

É por essa razão que campanhas educativas como as do trânsito ou do desarmamento são fadadas ao fracasso se, enquanto contrapartida, a impunidade historicamente grassa pelo território nacional. Acaso alguém supõe que aqueles contumazes desrespeitadores das leis do trânsito, que dirigem embriagados, atravessam velozmente sinais vermelhos, deixarão de faze-lo ao verem uma propaganda educativa? Acaso alguém supõe que as pessoas violentas e educadas na impunidade deixarão de agredir suas esposas, filhos, vizinhos, quem quer que seja, com barras de ferro, facas, correntes, bastões de madeira, as próprias mãos, como conseqüência de uma campanha de desarmamento ou passeata “pela paz?”.

É sob o âmbito dessa questão que deve ser analisada a monstruosidade do crime cometido por um juiz de Sobral, Ceará, contra um inofensivo e desarmado vigilante de Supermercado. O juiz, que no mesmo dia já dera demonstração de prepotência e abuso, que era conhecido na cidade por sua arrogância e despreparo, é membro da elite brasileira e, como tal, recebeu educação aprimorada, fez concurso público, e foi guindado a um cargo público respeitável, dentro da estrutura do Estado brasileiro.

Não adiantou. Irracionalmente convencido de sua impunidade, agiu como um animal ensandecido que tivesse tido seu domínio territorial ameaçado por um inimigo feroz. Assim agiam, e agem, aqueles que somente vêem o mundo através da ótica da força bruta: os líderes traficantes, mafiosos, assaltantes, terroristas, anônimos torturadores, violadores ineventuais dos direitos humanos básicos do cidadão.

Esse ato do juiz seria uma exceção? Não. Nós é que fazemos de conta que sim, por que nos acovardamos. Mas cada um de nós sabe por que viveu diretamente ou através de parentes e amigos um gesto de opressão de algum medíocre detentor de uma parcela de poder. Autoritários, prepotentes, arrogantes, desumanos, na justa medida da impunidade, nunca da falta de educação que lhes foi dada de alguma forma, ao longo de sua vida, mas insuficiente, sem o temor da revanche do Estado, para manter sob controle sua bestialidade.

* Republicação

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

BÁRBARA LIMA DE MEDEIROS


Dezessete anos atrás, em um 27 de fevereiro, ela nasceu. Um presente de Deus. Se ainda posso pedir algo, é que Ele faça sua vida sempre muito leve... 

QUE TIPO DE GOVERNO TEMOS?

* Honório de Medeiros

Não nos iludamos: governo, governança, gestão, administração pública, tudo isso significa a mesma coisa, ou seja, como aqueles que estão no Poder o exercem sobre nós, os comuns dos mortais. Vamos usar o antigo termo “governo”, a partir de agora, pois é aquele com mais possibilidade de ser entendido por todos.

Como podemos rapidamente julgar um governo sem temermos cair no mero “achismo”? Um dos meios utilizados é analisar se esse ou aquele governo pode ser definido como “reacionário”, “conservador”, “reformista” ou “revolucionário”. Aqui convém lembrar que não cabe discussão bizantina acerca do significado de cada termo citado. Partimos de uma definição do senso-comum. O que importa é o problema em questão: saber como podemos definir o governo analisado a partir dessas posições do senso-comum.

No caso de governo reacionário, o senso-comum entende que é aquele que promove a volta ao passado, por entender que o que existe hoje não atende às expectativas de quem está no Poder. Seria o caso dos saudosistas do governo militar, que querem a volta da ditadura implantada a partir de 64. Esses dizem sempre: “tempos bons foram aqueles...”

O governo conservador quer que tudo permaneça como está. Tem horror a mudanças, embora talvez tenha sido eleito prometendo algumas e sempre diga, quando na mídia, que está promovendo uma “reforma profunda” ou uma “verdadeira revolução” através de sua administração. Nesse tipo de governo, as coisas mudam para não mudar, ou seja, tudo quanto já existia permanece com outro nome. Para sabermos se um governo é conservador ou não, basta pensarmos se alguns dos eixos fundamentais da vida em sociedade sofreram modificação para melhor ao longo do tempo: a saúde pública melhorou? E a educação? E a infra-estrutura, ou seja, as estradas, o trânsito, a meio-ambiente? E a segurança pública?

O governo reformista estabelecerá políticas públicas que modificarão fundamentalmente a situação por ele encontrada ao chegar ao Poder. Foi o que aconteceu e ainda acontece, por exemplo, no Chile pós Pinochet. Foi o que aconteceu e ainda acontece, por exemplo, nos países escandinavos, nos chamados “tigres asiáticos”, no Japão e Alemanha pós-guerra. Essas reformas podem existir, também, em estados-membros e municípios. Foi o caso do governo Cortez Pereira, aqui no Rio Grande do Norte, que o Poder pós 64 impediu a continuidade inclusive no plano das idéias.

Por fim o governo revolucionário é aquele que faz mudanças radicais em curto espaço de tempo, sem qualquer preocupação quanto aos meios que conduzirão aos fins almejados. Foi o que ocorreu através da revolução americana de 1777, francesa de 1789, russa de 1917, e aí por diante.

Agora, pensemos: que tipo de governo temos no país, no nosso Estado, no nosso município?

* Republicação.