quinta-feira, 26 de julho de 2012

REINALDO AZEVEDO MOSTRA A TUA ALMA


Reinaldo Azevedo mostra a tua alma



Reinaldo Azevedo
Reinaldo Azevedo escreveu em seu blogue no portal de “Veja” que os veículos de comunicação não dependem das estatais para existir.

Sério? Não diga!

O blogueiro de “Veja” que se intitula analista político, diz que nunca recorreu ao deboche e a baixaria, mas certa vez sugeriu um bouquete ao então presidente Lula.

Ora, o próprio Azevedo, quando dirigia a revista “Primeira Leitura”, da qual era sócio, recebeu recursos da Nossa Caixa. Mas na época, governo FHC, tudo era permitido.

Resumo da ópera: Reinaldo Azevedo pode parecer cara de pau, se comportar como cara de pau, e falar como cara de pau, mas não se engane, ele é mesmo um cara de pau.

Se “Veja”, por exemplo, não depende de recursos públicos por que não cancelam o milionário contrato que mantém com o governo de São Paulo?

Na edição desta semana, por exemplo, seu maior anunciante é o Ministério da Educação, com oito páginas. Há também uma página dos Correios.

A revista da Abril podia se inspirar no exemplo do jornalista Hubert Beuve-Méry, que recusava convite até para jantar quando dirigia o jornal francês “Le Monde”.

Coerente, ele dizia a seus jornalistas que só aceitassem convites do governo para almoçar com a condição de cuspir no prato. Hubert sabia que a objetividade não existe, mas honestidade, sim. Seu lema era dizer a verdade, custe o que custar. Sobretudo se custar.

Quando ele pediu demissão do comando do jornal em 1951, os leitores exigiram seu retorno imediato.

O “Le Monde” foi abertamente contra a conduta do governo francês na Argélia. No auge do conflito, quando o governo assegurava que estava tudo calmo lá, o jornal escreveu: “A Argélia está calma: as crianças morrem sem chorar”.

A posição anticolonialista levou o primeiro-ministro, o socialista Guy Mollet, impedir que o jornal reajustasse preço de venda em banca, sua principal fonte de renda. O que fizeram os leitores? Depositaram a diferença na sede da empresa.

Os veículos brasileiros, “Veja” em particular, se quisessem moralizar alguma coisa, podiam agir como Beuve-Mery. Esse negócio de “FAÇA O QUE EU DIGO, MAS NÃO O QUE EU FAÇO” é conversa para leitor desavisado dormir.

terça-feira, 24 de julho de 2012

ALTÍSSIMO SALÁRIO DE SERVIDORES É COMO "DINHEIRO ACHADO"

terça-feira - 24/07/2012 - 12:02h
 
"Lei dos espertos"

Altíssimo salário de servidores é como “dinheiro achado”

Direto do Blog do Carlos Santos
 
Por Carlos Santos
 
O teto salarial do serviço público brasileiro é pago a um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) – R$ 26.723,13. Isso, na lei.

Na prática é diferente. Tem quem fature até mais de R$ 100 mil por mês.

Estado de Leis no Brasil só existe em livros. É uma utopia.

O sujeito vai para a faculdade aprender “direito” e depois descobre, no cotidiano, que boa parte do que foi ensinado não vale nadica de nada.

Ainda tem quem reclame de juiz de futebol, do sabidinho que fura fila de banco, daquele indivíduo que avança o sinal etc. Todos dentro da lei. Lei do mais forte. Do mais esperto.

A farra com o dinheiro público é quase sempre legitimimada por alguma lei, além de invocarem solenemente o princípio do “direito adquirido”.

Se fôssemos levar a sério esse primado, a língua nacional era o tupi-guarani, cacique Juruna ganharia status de nosso verdadeiro “Lula”, as Forças Armadas estariam municiadas com arco-e-flecha e todo esse território da terra brasilis louvaria Tupã como força celestial. Nem precisaríamos pagar salários gordos a ninguém, pois todos viveríamos da caça e da pesca, além de agricultura rudimentar.

Diz uma máxima popular, que “dinheiro achado não é roubado”. O que uma multidão empalma além do estabelecido por lei parece bufunfa encontrada num canto de calçada, sem dono, ou qualquer referência de origem. Pegou, levou.

O coronel Chico Heráclio, das ribeiras do rio Capibaribe, alpendre de seu casarão em Limoeiro-PE, no século passado, já proclamava: “Lei é como cerca: quando é fraca a gente passa por cima e quando é forte a gente passa por baixo”.

Atualíssimo.

ESTE É O RETRATO DO ENSINO!

  • Ontem fui fazer pequenas manutenções no meu carro. Me deparei com a seguinte constatação, o valor pago “apenas” pelo serviço é de, em média, R$ 60,00; mesmo quando o serviço dura em torno de meia hora... Não acho um absurdo, o problema é quando comparo com a hora/aula de um professor, que chega a ser 3 vezes menor. Será que isso é certo em um país que realmente que ter desenvolvimento social? Esse é um belo incentivo que damos à sociedade de como é importante estudar e investir em educação....

COCOTA, O MAIOR SERESTEIRO MOSSOROENSE DE TODOS OS TEMPOS


Por José Mendes Pereira, com informações de Kydelmir Dantas e Carlos André.

Blog do Mendes & Mendes

Francisco de Almeida Lopes, carinhosamente chamado em Mossoró por Cocota, era um seresteiro de primeira categoria, amigo dos amigos, muito popular.


"Cocota"

Nasceu na cidade de Santa Luzia, era filho de Messias Lopes de Macedo e Joana Almeida Lopes, e irmão dos cantores Oséas Lopes (Carlos André), Hermelinda Lopes e João Batista Almeida Lopes, artisticamente conhecido por João Mossoró.
Uma jovem que era empregada doméstica dos seus pais tinha uma paixão louca pelo seresteiro e, o mais interessante, ela tinha um irmão ainda criança, que não se sabe o que ele havia feito contra Cocota fazendo com que ele o castigasse lhe dando uma terrível surra.
A surra foi tão violenta que seus irmãos, juntos, quase não conseguiram arrancar a criança dos braços do agressor. Salva das violências praticadas pelo seresteiro, a criança saiu em choro, lhe prometendo que quando crescesse iria matá-lo de um jeito ou de outro.


João Mossoró, Hermelinda Lopes e Carlos André (Trio Mossoró)

Anos depois, quando seus irmãos formaram o Trio Mossoró - Cocota não fazia parte do grupo - e no auge do sucesso no Rio de Janeiro, resolveram trazê-lo para que tentasse uma "carreira solo".
Não se sabe se o que veio a acontecer com Cocota resultou da paixão da jovem, embora tudo indique que sim, já que ele estava de viagem certa para se juntar aos irmãos que brilhavam no mundo artístico carioca. Sabendo que tão cedo ele não voltaria a Mossoró, é provável que ela tenha sido a idealizadora de um plano triste e doloroso.
Já que Cocota viajaria definitivamente para a “cidade maravilhosa”, a jovem o convidou para uma festa em sua residência, onde cantaria as mais belas músicas que faziam sucesso na época.  Como ele era um conhecido seresteiro na cidade, amigo de muitos, não negou a solicitação, lhe dando sua palavra que à noite estaria presente em sua residência.
Cocota não dispensava um bom gole, e, nessa noite, bebeu muito, chegando a ficar totalmente embriagado. É possível que a jovem, premeditadamente, tenha lhe induzido a beber uns goles a mais. Quando ele estava muito embriagado, ela o convidou a se deitar, lhe prometendo que no dia seguinte o levaria para casa dos seus pais.
Cocota concordou.
O seresteiro não imaginava que sua viagem e carreira artística estariam prestes a ser encerrada, por má sorte ou plano, e que estava marcado para morrer.
Nessa noite de 12 de fevereiro de 1962 a criança que Cocota açoitara, e que agora era um jovem, chegou ao local da festa e, apoderado de uma tesoura, percebendo-o embriagado começou a lhe furar.
Foram 38 perfurações. Cocota tentou escapulir pela porta da cozinha, mas ao alcançar o muro da casa, como ele era cheio de cacos de vidro em seu topo, por mais que ele tentasse subir, não conseguiu.
Seu Messias e Dona Joana Lopes o encontraram com o corpo e os punhos banhados em sangue, perfurado pela tesoura e cacos dos vidros.
Os donos do poder, desde então, nada fizeram para homenageá-lo, mas seus irmãos ainda não perderam a esperança, e continuam esperando que na Praça dos Seresteiros seja colocado seu busto, talhado em bronze, permitindo às futuras gerações conhecer aquele que foi o maior seresteiro de todos os tempos em Mossoró.
O assassino foi preso e posteriormente assassinado, e sua irmã, segundo Carlos André, “uns dizem que ela já morreu, outros dizem que ela ainda vive, não sabemos o certo".


Carlos André

Carlos André, em conversa comigo e Kydelmir Dantas, nos disse, ainda, que "o sepultamento do Cocota teve muita gente, mas não foi possível a nossa vinda".
E prosseguiu: "houve julgamento, inclusive o advogado dos assassinos foi um grande amigo meu, Dr. Jaime Hipólito Dantas, pelo que lamentei muito. Ele não devia ter pegado essa questão".
Carlos André conclui: "um dia a Praça dos Seresteiros será feita e será nossa grande homenagem ao meu irmão. Canto a música que gravei em sua homenagem, pedindo a praça, há 46 anos venho cantando, um dia a coisa acontece".

"Cocota,
Agora tá no céu,
Tá junto de Noel,
Não tá mais aqui..."

sábado, 21 de julho de 2012

ESTOU PENSANDO QUE NÃO VOTO MAIS EM OLIGARQUIAS

istoepiaui.blogspot.com


Honório de Medeiros

Estou pensando que não voto mais em oligarquias, bem como não voto mais em quem apóia ou é apoiado por oligarquias.

Qualquer oligarquia.

Na ciência política, oligarquia é a forma de governo em que o poder político está concentrado num pequeno número de pessoas identificáveis por interesses particulares tais como riqueza, laços familiares, empresas ou poder militar.

Estados em que isso acontece são muitas vezes controlados por poucas famílias proeminentes que repassam a sua influência ao longo de gerações.

Ressalvo, desde já, que já votei e, até mesmo, já trabalhei para algumas oligarquias. Assumo meu erro. O que eu não quero é continuar a errar. 

Nada há de pessoal contra quem quer que seja nessa tomada de posição. Ela decorre de uma percepção amadurecida do processo político. 

Trata-se de não mais crer que alianças táticas com o inimigo ideológico permitam algum tipo de avanço na luta pelo fortalecimento da Democracia e do bem-estar da Sociedade como um todo. 

Ao longo dos anos foi essa minha crença, minha ilusão acalentada desde os bancos da Faculdade de Direito onde ingressei convicto da nossa possibilidade de mudar o mundo por dentro, jogar o jogo da elite política: torná-lo menos injusto. 

Hoje, essa crença não existe mais. 

A história demonstrou e demonstra, a cada dia, que os inimigos da Sociedade são muito mais perigosos do que supõe a nossa pretensão de entendê-los e combatê-los. Tais inimigos acreditam estarem certos em fazer, por si, e pelos seus, apenas, o possível e o impossível para sobreviverem no caos social no qual vivemos. 

Nada pior que combater quem crê no que está fazendo, mesmo quando essa crença é uma distorção, um equívoco. 

São eles, esses inimigos, predadores. Não têm consciência do mal que causam, ao longo do tempo, a si, aos seus, e aos outros, e quando o têm, cedem ávidos e velozes aos argumentos que pretendem legitimar suas ações equivocadas.

São elos de uma estrutura manipuladora, voraz, amoral, que os gratifica, aliena e lhes dá o amparo intelectual para seguirem em frente em sua cegueira existencial. 

Os avanços que esses inimigos apresentam como progresso são armadilhas, apenas armadilhas para os desassistidos, que aparentam tudo mudar, para que tudo continue igual ao que era antes, no quê, aqui, parodio o Príncipe de Salinas, esse personagem canônico fundamental de Lampedusa e da literatura ocidental. 

Não quero mais fortalecer essa estrutura. 

Claro que meu gesto é uma gota d’água no Oceano da política, do jogo do poder. Demasiadamente pequena gota insignificante. Não importa. Convido outros a compartilharem, se for o caso, esse pequeno gesto. 

Pode não resultar em nada, mas faz com que eu, hoje, me sinta mais limpo.