quinta-feira, 21 de abril de 2011

MENINO DE QUATRO ANOS VAI JOGAR TORNEIO DE XADREZ CONTRA RIVAIS ADULTOS


Ruan Melo

Por Aurélio Lima, em A TARDE
Ruan Melo treina diariamente em sua casa, em Paulo Afonso
Por falta de adversários do seu tamanho e idade, o enxadrista Ruan Melo, de apenas 4 anos, vai disputar o IV Torneio Aberto do Brasil Cidade de Salvador jogando contra os adultos.

Ele é a única criança na competição, que começa nesta quinta-feira, 21, às 19 horas, no Hotel Villamar, em Amaralina, e se estenderá até o domingo, 24.
Mas está enganado quem pensa que Ruan viajou 450 km de Paulo Afonso a Salvador para passear. “Já tenho essas aqui”, disse  o garoto, exibindo os cinco dedos da mão direita e mais dois na esquerda para mostrar quantas medalhas já ganhou.
O jogador mirim aprendeu o xadrez aos 2 anos, observando o pai, Luiz Melo, de 28 anos. Logo decorou o nome das peças e como armar o tabuleiro. Um ano e meio depois, contra um amigo do pai, ganhou sua primeira partida.
“Aos 3 anos ele jogou o primeiro torneio, o da AABB de Paulo Afonso, e ficou em 4º lugar”, contou a mãe, Leila Melo, de 24 anos.

Em março deste ano, aos 4 anos, Ruan ganhou o Campeonato Baiano de Menores Sub-8, e classificou-se para o Brasileiro da categoria.
Este último torneio reuniu, na semana passada, outros 20 jogadores das categorias sub-8 a sub-10, em São Paulo, onde o  baiano foi 9º lugar. “Olha a medalha que ganhei”, mostrou Ruan, pedindo a atenção do repórter para ler os dados escritos na medalha.
Em São Paulo, o garoto acabou chamando a atenção, ao levar a partida que o classificou em nono lugar para 64 lances, contra o campeão paulista sub-8, Artur Marques. A partida terminou em mais de 1 hora.

Treinos - “Eu dei um xeque-mate em minha mãe”, mudou de assunto Ruan, referindo-se a partida contra a mãe, enquanto esperava a chegada do repórter. “Ele treina jogando com a gente e os amigos que vão lá em casa, na escola, com o professor dele, e no programa de computador Chessmaster”, explicou Leila.
“No Chessmaster ele aprende estratégia, táticas e finalizações. Já passou o rating (pontuação) 1.500 (o total é de 2.200)”, disse o pai, Luiz Melo.
Ao contrário de outras crianças, em vez de futebol, o jogo de Ruan no computador é sempre o xadrez.
IV Aberto do Brasil:
Local - Hotel Villamar, em Amaralina, inscrições até as 17h de hoje
Rodadas - Nesta quinta-feira, 21, às 19h, sexta e sábado, às 14h, e domingo, às 8h.   

Representação - 9 Estados. 
Destaque - Dragan Stamenkovic, da Sérvia.
Ruan Kelvin Melo, 4 anos, enxadrista:
Nascimento - 1º de maio de 2006, em Cipó (BA). Aos dois anos, mudou-se para Paulo Afonso (BA).
Treinamento - Em casa, diariamente, com os softwares Personal Chess Trainer e Chessmaster.  

Experiência - Joga há dois anos, é campeão das categorias sub-12 a sub-18 de Paulo Afonso e 9º no Brasileiro de Menores.

DESARMAMENTO, NÃO!

poemaseconflitos.blogspot.com

A quem o Governo Federal pretende enganar com essa campanha pelo desarmamento, enquanto pelas fronteiras brasileiras armas ilegais entram no País e abastecem os bandidos lépidos e fagueiros com a possibilidade de descarnar, sem qualquer possibilidade de reação, a carneirada inerme?

ANGÚSTIA POR JULGAR MISÉRIA, DIZ JUIZ

Juiz Mário Jambo

Do www.fatorrrh.com.br:

“Sinto-me profundamente angustiado por julgar todo dia a miséria brasileira”.

A abertura emocionada do discurso do Juiz da segunda vara Federal Mário Jambo, na Assembleia Legislativa, comoveu a todos.

“Estamos aqui tratando das conseqüências do descaso brasileiro com o sistema carcerário. Não é um problema histórico, é uma opção histórica”.

A critica a todos os agentes da segurança pública, em todas as esferas, foi um alerta para a situação crítica por que passa os presídios no Brasil.

“Não dá mais para esperar. Não dá mais para dizer que acontece no país todo. Não podemos perder tempo para achar os culpados”.

Durante o discurso, Mário Jambo, relatou a importância de se pensar mais no lado humano.

Ele lembrou que durante um debate sobre penas alternativas, uma jornalista perguntou como o cidadão Mário Jambo se sentiria se a pena alternativa fosse dada a um traficante que levava drogas para a filha dele.

O juiz respondeu com uma resposta: “como você queria que fosse condenado este traficante, se ele fosse seu irmão? Por que pensamos que criminoso só existe na família dos outros”.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

ACERCA DA "ARENA DAS DUNAS"

Leio no “Novo Jornal” do dia 19 de abril que o TCU encontrou, na contratação da parceria-público-privada (PPP) da Arena das Dunas, “risco de rentabilidade” em decorrência da possibilidade da obra se transformar em um “elefante branco”.

Leio também, no “Diário de Natal” de 20 de abril, a transcrição do desabafo do Juiz Federal do Rio Grande do Norte Mário Jambo: “Não é ético resolver os problemas da Copa, sem resolver os problemas do sistema penitenciário. Não é possível que a FIFA tenha mais poder que nossa consciência humana”.

Tampouco sem resolver o problema da educação, da saúde, da segurança pública, ouso dizer, caro Juiz.

Penso que estava correto quando escrevi o artigo “A ARENA DAS DUNAS E A TEORIA DO BOLO ECONÔMICO” postado neste blog e no de Carlos Santos (www.blogdocarlossantos.com.br) e disponível para que vocês, leitores, possam por si mesmo constatar.

FOTOGRAFIA DE OVNI NA ARGENTINA CONFIRMADA PELA NASA


Em www.alexmedeiros.com.br:

A NASA confirmou a autenticidade de uma fotografia feita em dezembro de 2010 na Argentina, em que aparece um OVNI. A informação foi divulgada no domingo na imprensa de Buenos Aires e repercutiu nos países vizinhos, até nos EUA.


O jornalista e fotógrafo argentino, Gastón Garnier, viu um “objeto raro, em forma de letra Y com bolinhas luminosas nas pontas e em perspectiva”. Ele estava fotografando a Lua e só percebeu a imagem do objeto quando revelou uma segunda vez no laboratório.


O rapaz mora e trabalha em Venado Tuerto, na província de Santa Fé, e no último mês de março resolveu enviar a foto para a análise do pessoal da agência espacial norte-americana, que agora confirmou a veracidade do material.



Um dia depois que a NASA autenticou a imagem, desconsiderando qualquer truque e uso de filtros especiais, a foto de Garnier começou a ganhar repercussão na Argentina e espalhou-se pelo continente e já é notícia nos diários americanos e europeus.



O fotógrafo explicou que a agência espacial o notificou que no mesmo 13 de dezembro do ano passado, o dia em que ele fotografava a Lua, outra imagem de idênticas características foi captada na localidade de Abrantes, em Portugal.



“Logo após a análise digital, chegamos à conclusão de que estávamos diante de uma fotografia genuína de um OVNI que, comparada com várias mostras de nossa base de dados, apresentou 80,75% de similaridade com uma foto oriunda de Portugal”, diz o texto enviado ao jornalista pela NASA.



Por coincidência, em dezembro a Força Aérea Argentina anunciou a criação de uma comissão para investigar denúncias sobre avistamentos de objetos voadores não identificados no país, que estão se multiplicando desde o final de 2010.



A imprensa local tem publicado testemunhos de muitas pessoas que asseguram ter visto objetos no céu. Fotos e imagens desses avistamentos estão ficando comuns na internet e enchendo as caixas de correio eletrônico das redações da Argentina.

BLOG GANHA MAIOR PRÊMIO DA IMPRENSA NORTE-AMERICANA

Do http://www.blogdocarlossantos.com.br/:

Terça - 19/04/2011 - 22h48
 
Blog ganha maior prémio da imprensa norte-americana

Pela primeira vez, uma publicação jornalística não-impressa ganha um prêmio Pulitzer, o mais importante da imprensa americana.

O “ProPublica” ganhou o prêmio de “reportagem nacional” com um trabalho investigativo sobre a máquina de fazer dinheiro de Wall Street.

O ProPublica é uma instituição nova-iorquina não-lucrativa, sustentada por contribuições, anúncios e doações de fundações privadas. O objetivo é expor os abusos de poder e produzir jornalismo que esclareça a exploração do fraco pelo forte e o fracasso dos poderosos em agir de acordo com a confiança em que neles foi depositada.

Trata-se, portanto, de um típico "blog sujo" na linguagem da plutocracia e da elite política norte-americana.

domingo, 17 de abril de 2011

DEVERIA SER PROMOVIDO A TENENTE

Do www.fatorrrh.com.br:

Deu na Tribuna do Norte

Um sargento do Bope de Brasília foi sequestrado na noite desta sexta-feira (15) em Natal, mas conseguiu escapar dos bandidos e acabou os matando.

O fato ocorreu por volta das 21h, quando o sargento Denúbio Veloso de Castro Filho, 42, foi abordado por dois homens em frente ao Hotel Rifóles, em Ponta Negra.

Os acusados anunciaram assalto e entraram no carro do policial, um Gol geração cinco, de cor preta.

Depois, a dupla partiu no veículo, carregando a vítima, para realizar assaltos pela cidade. Já no loteamento Nova República, na Zona Norte, os suspeitos se depararam com uma viatura policial do 4º Batalhão.

Os bandidos empreenderam fuga e atiraram contra o carro da polícia.

Segundo o tenente Everton Moura, que atendeu à ocorrência, durante o tiroteio o sargento Denúbio conseguiu se desvencilhar e, utilizando da arma de sua posse, atirou contra os dois assaltantes.

Um deles, um adolescente de 16 anos, ainda chegou a ser socorrido ao Hospital Santa Catarina, e depois transferido para o Walfredo Gurgel, onde passou por um procedimento cirúrgico, mas não resistiu e morreu.

O outro, ainda sem identificação, morreu no local.

Observação do Fator RRH:

Uma fonte me contou que a atenção dos bandidos foi desviada pela presença de uma viatura da Polícia, já na Zona Norte.

Os bandidos abriram fogo contra os policiais.

Neste momento o sargento de Brasília aproveitou a falta de atenção dos sequestradores, sacou uma pistola .40 e acertou os dois com tiros na cabeça.

Eficiente e sem chances.

Quando a PM do RN chegou ao carro, ele apresentou-se como policial, mostrou a tatuagem do Bope que tem no braço e identificou-se.

Não chegou a ser aplaudido, mas foi muito elogiado.

Além de merecer um título de cidadão natalense ele deveria ser promovido a tenente.

SÓ ENRIQUECE NA POLÍTICA QUEM É LADRÃO!

Heloisa Helena
carta-z.blogspot.com

Por Heloísa Helena (www.blogdafeira.com.br)

Uma preliminar: ... o poder não muda as pessoas, apenas as revela! Ou seja, o mau-caráter obterá na política um luxuoso e exuberante espaço para seu mau-caratismo exercitar! Um alerta: ... quem gosta de político ladrão ou se associa e usufrui das riquezas roubadas e vulgarmente exibidas por eles, não leia este artigo... ele é "agressivo" como diziam das minhas éticas posições políticas durante a campanha eleitoral!

Aqui estou eu para falar sobre um tema rotineiro - pela impunidade como se dá a repetição dos episódios - que é a tal Corrupção, que asco em quem não é bandido deveria permanentemente fomentar. A este assunto só volto por assistir estarrecida, entre outros muitos casos, a mais uma façanha de políticos alagoanos: roubar dinheiro da merenda escolar para comprar uísque e ração (... pobres cachorros que não merecem esse tipinho ordinário de donos(as)!). Revisando o que suas excelências fizeram: ... Roubaram dinheiro da merenda escolar das crianças pobres para fazer a feira de produtos caríssimos dos políticos ricos e suas curriolas. Estamos falando de crianças pobres já duramente submetidas a todas as formas de negação dos seus direitos pela indigência social e já submetidas a dolorosas formas de miséria humana... geralmente pelas mesmas mãos sujas daqueles que dinheiro público roubam!

A primeira vontade que tenho é lembrar como são encarcerados os pobres que roubam uma lata de leite ou um celular... Imaginem o que aconteceria se um pai de família pobre, de uma dessas cidades, tivesse entrado num depósito da Prefeitura pra roubar merenda... Lembram como são tratados os pobres? São jogados naquelas celas imundas de fezes e urina em chão podre e frio ou tomado pelo calor insuportável... lugar maldito onde pobres são aniquilados na sua dignidade humana pois são estuprados, violentados, arrastados pelos bandidos de "hierarquia" superior para se incorporar ao narcotráfico ou serem assassinados!

E nós sabemos que parte muito importante da sociedade em geral defende esse comportamento primitivo na punição aos pobres, mas cinicamente e covardemente muda de posição e rigor metodológico quando se trata dos seus amiguinhos políticos ricos... sempre na medíocre expectativa de aqui ou acolá ser beneficiado com a patifaria política
Enquanto tudo isso acontece... a imensa riqueza roubada pelos grandes e poderosos exala e muito a fedentina política deles e mostra também nas vidas dos mais pobres os dias de desamparo e tristeza profunda porque não têm garantido pelo dinheiro público o acesso à Educação, Saúde, Moradia, Emprego, Saneamento, Segurança, Assistência Social... etc etc...

Infelizmente em nossos tempos sombrios, ainda constitui uma minoria aqueles (as) capazes de corajosamente verbalizar, se indignar ou enfrentar as estruturas em putrefação das insaciáveis gangues políticas e suas camarilhas que nunca se contentam com as imensas riquezas roubadas dos pobres. Nunca se contentam e sempre querem muito mais... como dizia Vieira, conjugam de todas as formas e modos o verbo roubar... dos uísques comprados com o roubo das merendas até a esperteza de proteger o dinheiro sujo em paraísos fiscais! Infelizmente também são muitos os políticos ladrões que se perpetuam no poder pela inocência ou ignorância de alguns e pela desprezível omissão e cumplicidade de outros pusilânimes e igualmente corruptos!

E mesmo que a lógica formal, fiscal, financeira, contábil, orçamentária mostre claramente que só enriquece na política quem é ladrão ainda teremos tempos muito difíceis pela frente no cotidiano de combate a essas súcias de vadios poderosos que continuam a manchar a honra e a dignidade da nossa querida e tão sofrida Alagoas! Devemos ao menos lutar pelo cumprimento da Lei – Código Penal – Crimes contra a Administração Pública... que diz que vai pra cadeia quem patrocina tráfico de influência, intermediação de interesse privado, exploração de prestígio, corrupção ativa e passiva... no popular safadeza política! E, mesmo que a realidade implacável diga que não adianta lutar, muitos de nós continuaremos firmes caminhando feito peregrinos incansáveis que a vida impiedosamente marcou, mas não dobrou aos encantos esnobes e apodrecidos das estruturas da política e do poder!

UM MUNDO NOVO

Honório de Medeiros

“Não é tarde demais para buscar um mundo mais novo.”
- Alfred, Lorde Tennison.

                                      “Na adolescência”, disse-me ele, “li O Despertar dos Mágicos. Em certo momento, fala-se em Fulcanelli, o último alquimista. Saboreio, ainda hoje, o relato do narrador quando nos descreve alguém como ele, que jamais foi surpreendido em uma atitude menor”.

                                      “Sei”, disse-lhe, “mas ele estava condenado à solidão. Quem seriam seus companheiros? Decerto não havia muitos como ele.”

                                      “Essa solidão à qual você se refere”, respondeu-me, “ o preço que se paga pela inteligência, pela sensibilidade. Observe que os cientistas, os poetas, os estadistas, são homens solitários. Vivem eles em universos além da compreensão do comum dos mortais. Lembram os companheiros de ‘Demian’, personagem homônimo de Herman Hesse, chamados de Cainitas porque descendentes filosóficos de Caim, aquele personagem maldito porém necessário, como todos os outsiders. Ou mesmo, para continuar em Hesse, o Lobo da Estepe, aquele ser compósito, amalgamado de conhecimento e solidão.”

                                      “Aliás, o conhecimento”, continuou, “que Bachelard entendia somente ser obtido enquanto reforma de uma ilusão, é sempre um caminho óbvio para o distanciamento entre aqueles que o obtêm e os outros.”

                                      “Não sei se os tempos anteriores à minha experiência pessoal foram diferentes. Posso apenas falar daquilo que vivo. E esta época é de uma mediocridade espantosa.”

                                      “Estamos todos nos nivelando pôr baixo, graças aos meios de comunicação - a aldeia global, da qual nos falou Marshall Macluhan. Já não há mais a revolta sincera contra a injustiça, Deus anda esquecido ou, pelo menos, foi mediocrizado - tanto é que nossos santos de hoje parecem mais assistentes sociais extremados (onde andam os místicos?), e o egoísmo passou a ser finalidade de governo, ou seja, os políticos instalaram o darwinismo social como opção ideológica.”

                                      “Homens como Albert Schweitzer já não existem. Cada um de nós parece ter esquecido quão pequena é nossa vida sobre a terra: nos preocupamos tanto em sermos tolos, fúteis, medíocres...”

                                      “E estamos construindo um mundo desprezível para nossos filhos - basta que prestemos atenção ao futuro que os filmes expostos nos shopping centers apresentam: seres humanos ilhados em um núcleo caseiro de conforto e tecnologia, distantes uns dos outros e abissalmente afastados daqueles que não terão condições de participar dessa revolução que a informática está originando.”

                                      “Então saboreio saudoso a narração do autor acerca de Fulcanelli. Homens assim, densos, com uma visão pública da realidade e de si mesmos, envolvidos com a humanidade, esses poucos éticos visionários são pontos de esperança na imensidão do desalento.”

                                      “Homens com os quais poderíamos construir um mundo novo, uma nova ética.”

                                      “Homens, a maioria das vezes, anônimos, porque de desmesurada grandeza, mas - suprema ironia - terrivelmente solitários”.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

QUEM DISSE QUE HÁ ROMBO NA PREVIDÊNCIA?

Propagandear contra a previdência pública e desacreditá-la perante os jovens que ingressam no mercado de trabalho foi e vem sendo o mais significativo dos feitos. Basta atentar para os argumentos um ‘vendedor’ de plano de previdência privada (produto do mercado financeiro)

Por Oswaldo Colombo Filho*
A Secretaria de Tesouro publicou os últimos resultados fiscais do ano de 2010, e assim segue uma breve análise das contas relativas ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS). O objetivo é apenas traçar considerações sobre os principais números, pois exame completo seguirá oportunamente ressaltando outras considerações, distinguindo correntes de pensamentos em relação aos resultados e efeitos produzidos aos beneficiários em ambos sub-regimes.

O saldo previdenciário “total” ou consolidado do RGPS (sub-regimes Urbano e Rural), conforme apontado pelo Tesouro foi negativo em R$ 42,9 bilhões. Cabendo ao RGPS Urbano o saldo positivo de R$ 7,8 bilhões – arrecadou R$ 207,2 bilhões (+17% que 2009) e despendeu R$ 199,5 bilhões (+10% que 2009).

No sub-regime Rural, o saldo previdenciário foi negativo em R$ 50,7 bilhões – arrecadou R$ 4,8 bilhões (+ 4% que 2009) e despendeu R$ 55,5 bilhões (+13% que 2009).

O saldo final no fluxo de caixa do INSS, incluindo as taxas de administração sobre outras entidades, apresenta resultado positivo de R$ 4,7 bilhões; evidentemente fruto da resultante auferida no sub-regime Urbano, e isso a despeito de outras considerações que poderíamos tecer sobre a destinação da Cofins, CSLL (que foram criadas como fontes de financiamento ao Orçamento da Seguridade e não ao Orçamento Fiscal) e os consequentes efeitos subtratores da DRU; e que estão sempre em discussão entre as correntes de pensamento socioeconômico voltadas ao do tema Previdência Social no Brasil.

Vale citar sobre essas ‘correntes de pensamentos’ que o “quadro demonstrativo” – resultado primário do governo central - vem sendo apresentado de forma distinta desde fevereiro de 2009, nas receitas, despesas, e saldos previdenciários para cada um dos sub-regimes já citados. Mesmo assim, e diante de total clareza, um “grupo” de economistas, autoproclamados fiscalistas, ou ainda denominados reformistas ou neoliberais, peremptoriamente bancam a cantilena do déficit (resultado final) da “Previdência Social”, citando e publicando números do que é o saldo previdenciário.

Não me estenderei sobre o que seja a diferença linguística ou técnica entre déficit/superávit com o que seja saldo previdenciário, mas friso que este último é uma espécie de ‘subtotal’ na apreciação analítica das contas de um regime ou sub-regime previdenciário e sua expressão numérica pode ser negativa ou positiva. Essa observação é importante, pois os “neoliberais” tratam por déficit aquilo que tecnicamente é o saldo previdenciário, e isso mesmo com o governo evidenciando a correta nomenclatura em seus relatórios tal qual memorial de cálculo a que se dispõe o seguimento lógico do texto constitucional.

Questionar a Constituição é um fato, mas desconsiderá-la e propagandear esse ideário publicamente na composição de contas e determinar erroneamente algo como déficit é no mínimo uma indecência que leva a sociedade leiga a um entendimento difuso e errôneo sobre a questão. A maioria deles sequer seria considerada reformista em lugar algum do mundo; lobistas, ou talvez expressos conservadores do clientelismo e do corporativismo, e assim qualificados pela resultante da Emenda 20/98 que patrocinaram, assim como pela proposta da terceira reforma previdenciária que já ofereceram ao governo anterior.

Qual o intento dessas ações em que pese ou possa alterar o comportamento da sociedade a integrar-se contributivamente ou não ao orçamento da Seguridade Social? Há outra opção no mercado reservada aos nossos cidadãos?

Propagandear contra a previdência pública e desacreditá-la perante os jovens que ingressam no mercado de trabalho foi e vem sendo o mais significativo dos feitos. Basta atentar para os argumentos um ‘vendedor’ de um plano de previdência privada (produto do mercado financeiro).

A abordagem inicia pelas “bombas de efeito retardado” e que foram deixadas pelos “reformistas em 1998”: - # a redução do valor inicial dos benefícios já quando requeridos e que pode chegar a 40% (fator previdenciário); # em seguida, a própria base de cálculo do valor do benefício médio; pois, os valores para base de cálculo, tomados desde 1994 e mesmo ao público que recolhe sobre o teto pouco supera da média de sete salários mínimos; visto que, mesmo sendo possível pela legislação vigente, o governo promulga o teto abaixo do mínimo possível (dez salários mínimos) – atualmente recolhe sobre 6,8. Lembrando que o valor decorrente deste cálculo será oferecido ao fator previdenciário se cabível for. A fixação do recolhimento abaixo do que a legislação faculta, e isto tão somente aos trabalhadores (os mais interessados) posto que os empregadores já recolhem pelo total, versa por mais uma graciosa contribuição governamental ao clientelismo e um dano enorme à seguridade, e que ninguém contesta.

Na sequência, o “vendedor” do produto do mercado financeiro orienta ao seu cliente em potencial, ao obter o vínculo empregatício via pessoa jurídica – “regime fiscal simples”, e assim a execução do recolhimento mensal à previdência pública se efetiva pelo mínimo, e à previdência privada por quantia que ele queira.

No Brasil, o peculiar “regime fiscal simples” versa por uma renúncia fiscal (tal qual existe similar em todo mundo), mas aqui se estende a renúncia previdenciária e que resulta em mais de R$ 10 bilhões/ano aos cofres do INSS. Na Europa, não importa o regime ou vínculo do contrato de trabalho do indivíduo; o recolhimento à Seguridade é compulsório a todos os trabalhadores, regulados ou não por qualquer forma de contrato de trabalho e em qualquer atividade, e a incidência sempre pela maior base disposta e parametrizada sobre os rendimentos mínimos mensais e/ou semanais.

Há países em que o mínimo do empregador (cota patronal) supera inclusive o mínimo pago em salário efetivo. Também por lá ninguém mistura renúncias fiscais com previdenciárias. Não colocam mentecaptos e muito menos lobistas para cuidar da Seguridade Social; isto é aberração, tal qual o é acatar a tese da miscelânea do Orçamento Fiscal com Orçamento da Seguridade; - diriam os nossos experts já supracitados – “é apenas uma questão contábil”. Por lá, crime previdenciário não é apenas imputado ao empregador-sonegador, mas também a trabalhadores que não recolhem sobre atividades autônomas e esporádicas. Sem dúvida nenhuma, este é um dos motivos para que a saúde pública seja gratuita e incomparavelmente melhor do que a nossa.

É assim que desejamos construir um país em bases sólidas? - Uma sociedade justa e próspera a todos? - “Passando a perna no orçamento da Seguridade Social”? Pessoas que assim agem tem moral para contestar a volta ou não da CPMF?

Em síntese, está mais do que em tempo de que a discussão sobre o orçamento da Seguridade Social alce nível realístico em nossa sociedade. Não falamos mais ou somente de números quando insistentemente e irrepreensivelmente pelas autoridades e com clara conveniência contesta-se abertamente Constituição; suprime-se o estado de direito na tramitação de Projetos de Lei; tratam-se direitos pecuniários advindos de crédito contributivo como um sendo um favor do Estado e não uma obrigação a quem concorreu como contribuinte por décadas.

Regendo essa ópera bufa indubitavelmente o clientelismo se favorece e contra isso que a sociedade e seus representantes devem agir em defesa do orçamento da Seguridade Social; ou seja – Previdência e Saúde Pública. Não vimos isso nos últimos 25 anos de governo, quiçá, e assim desejamos que a presidente Dilma Rousseff assuma firme papel no comando dessa cruzada. Certamente, não faltará quem lhe apoie.

*Economista e membro fundador do Movimento Brasil Dignidade.

domingo, 10 de abril de 2011

A VELHA SENHORA


Honório de Medeiros

                                      Formavam um belo casal. Ambos já acima dos setenta, beirando os oitenta, cabelos totalmente brancos, andar pausado, vinham todos os dias, até nos finais de semana, tomar, por volta da hora do “ângelus”, uma sopa de legumes especialmente preparada para eles. Quando os vi pela primeira vez, despontando na esquina da rua onde estávamos, no restaurante, chamei a atenção: “vejam”. Vinham lentamente, de mãos dadas, parecendo um casal de namorados.

                                      Embora ela aparentasse ser mais idosa, estava em melhor estado de conservação. Notava-se claramente seu cuidado para com ele. A sua mão que enlaçava era também a que conduzia, guiando-o e o afastando de possíveis obstáculos, tais como irregularidades no calçamento ou as cadeiras postas no meio do caminho. Mas não era só. Depois de sentados, era ela quem puxava conversa e fazia breves relatos - como querendo entretê-lo - aos quais ele pontuava com monossílabos, ou chamava sua atenção para algo diferente, tal como o olhar cândido e curioso da criança sentada na mesa próxima a sua.

                                      Mesmo após vezes seguidas observando, quase nunca os vi sorrir. Eram muito sérios e somente em uma ou outra oportunidade pude surpreender um carinho eventual de um para com o outro. Não que isso demonstrasse distanciamento, ao contrário. Havia, entre eles, uma transcendência – era perceptível – quanto ao trivial de gestos desnecessários, típica de um relacionamento antigo, onde o entendimento era perfeito e o silêncio comum pleno de compreensão.

                                      Eu e os outros conversamos vezes sem conta sob o casal com quem os atendia. Tinham nascido em outro lugar, dizia ele, uma cidade grande, eram aposentados da Receita e tinham optado por não terem filhos. Agora, no final da vida, desejando mais tranqüilidade, vieram para uma cidade menor onde não possuíam parentes próximos nem conhecidos. “Quem cuida deles?”, perguntei. “Ninguém; há uma moça que faz a limpeza do apartamento e do restante eles mesmos cuidam”. “Quando querem sair”, prosseguiu, “já têm um motorista de táxi de confiança que os leva para onde desejam ir”. “Saem?”, continuei. “Vão à missa, aos médicos...”

                                      Após algum tempo trocávamos cumprimentos, mas jamais passou disso. Havia certa reserva em cada um deles que desestimulava a aproximação para a conversa coloquial. Talvez já não tivessem interesse em construir novas relações e absolutamente não se sentissem solitários; quem sabe gostassem da solidão e do tipo de paz que ela proporciona? Se não fosse assim, por qual outro motivo teriam saído de sua cidade e vindo para esta outra, desconhecida?

                                      No fim, tudo acabou como esperado. Ele teve um infarto fulminante e ela ficou só. No início pensou em continuar no apartamento que dividiam e tocar a vida. Mas um dia, quando cheguei e percebi sua ausência na hora de costume, fui informado que decidira partir e ir morar em um local especializado em idosos. Antes, aparecera para se despedir. Deixara, até mesmo, uma pequena lembrança, um “souvenir”, para cada um dos que trabalhavam no restaurante. Agradecera muito, delicadamente, toda a atenção recebida. Não tocara no assunto de sua viuvez, nem dissera para onde iria. Depois, apertara a mão dos proprietários, desejara felicidade e se fora, com seu passinho miúdo, o vestido elegante, de talhe antigo, deixando, pela última vez, o cálido registro do esvoaçar dos seus finos cabelos brancos e um leve vestígio de “Fleur de Rocaille” no ar...

sábado, 9 de abril de 2011

A LOUCURA DE CADA UM DE NÓS

Por Carlos Santos (www.blogdocarlossantos.com.br)

O noticiário que vejo em redes de TV e na Internet, sobre a morte de 12 crianças e o suposto suicídio, em seguida, do responsável por esse massacre, Wellington Menezes de Oliveira, é muito desencontrado. Está confuso.

Mistura sensacionalismo com passionalidade, numa análise conflitante quanto ao homicida e suas razões. O que parece óbvio é o perfil psicológico-psiquiátrico do assassino: sofria de distúrbios mentais.

Noutra vertente, também se debate a questão da venda e uso de armas de fogo no Brasil, além da segurança obrigatória que o poder público deve oferecer ao seu alunado.

Bom deixarmos a "poeira" baixar um pouco. A distância e o tempo vão nos ajudar a compreender essa barbárie pouco comum, em suas características, no Brasil. Normalmente ouvimos algo do gênero nos Estados Unidos. Pelo menos os casos mais célebres surgem de lá.

Em 2005, através de referendum, o Brasil decidiu que as armas de fogo podem continuar sendo comercializadas, seguindo a critérios relativamente rígidos para seu porte. De lá para cá, a violência não diminuiu em nada. Contudo não é o cidadão comum que tem um revólver na cintura, o principal algoz da própria sociedade.

A bandidagem é que possui pleno "porte de arma", promovendo chacinas, mortes em escala industrial, ano após ano. Mossoró é um exemplo disso.

Temos já mais de 50 assassinatos este ano e em sua quase totalidade a autoria não é do cidadão de bem. O bandido anda armado e mata quem quer, quando quer. Sabe que na enorme maioria dos casos não será preso e se for, logo estará nas ruas em curto tempo.

Nos Estados Unidos, a legislação assegura venda de armas e munição até pela Internet e correios. A população é bem maior e o número de mortes por armas de fogo fica atrás dos números do Brasil.

Em Israel, qualquer cidadão, até por incentivo do Estado que vive em permanente regime militar, incentiva e facilita a aquisição de armas. É tão comum ter uma pistola na bolsa quanto um aparelho celular.

Lá, os índices de homicídios por arma de fogo são ainda menores.

Portanto é frágil a tese - baseada no barulho emocional - de que esse jovem promoveu esse morticínio por ter facilidade em pegar em armas.

O caso que se evidencia é de distúrbio psíquico do autor, que não teria recebido o devido acompanhamento, até chegar nessa erupção. Era um esquizofrênico que matou e feriu várias crianças à bala por entender ser justo. Provavelmente, em sua mente insana, se imaginava um "iluminado".

A esquizofrenia tem como um de suas características, a diminuição do afeto, quando não a sua total retração.

Poderia ter ocorrido em Natal, em Pelotas (RS), em Rio Branco (AC), não importa. Ocorreu no subúrbio do Rio de Janeiro e virou uma dor nacional e talvez planetária.

Mexer com criança é sempre delicado e suscita extremismos. Filhos, em si, sempre são bens preciosos demais, mesmo que muitos entendem como normal zelar apenas os seus próprios herdeiros, olhando o rebento alheio como um zé-ninguém.

Nesse episódio, entendo, a primeira vítima foi o próprio homicida. As crianças fuziladas e seus familiares, cada um de nós com sua comoção, também estamos nesse rol.

Tem muito Wellington Menezes de Oliveira zanzando por aí, à espera de tratamento humanizado e profilático, antes de explodir em fúria.

A escola, militarizada, com detector de metais, rondas armadas internas e externas, pode inibir o trânsito de drogas, a violência física e chacinas como essa. Mas continuará sendo "depósito de crianças" em vez de melhor ajudá-las em sua formação como ser humano de carne, osso e cérebro.

Assim, aqui ou ali, continuaremos testemunhando o "lado B" de alguns indivíduos rosnando contra a vida, ameaçando a dignidade alheia e comprometendo o futuro de milhares e milhões de indivíduos - jovens ou não.

De louco, tenha certeza, todos temos um pouco.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

BANDIDO BOM É FICÇÃO

Por Alex Medeiros (http://www.alexmedeiros.com.br/)

A grande mídia decidiu demonizar a Polícia paulista por causa do caso da dupla de soldados que executou um meliante dentro de um cemitério. A gravação do telefonema da testemunha do crime está sendo repetida como mais um reality show da desgraça.

Diariamente, cidadãos de bem, inclusive velhos e velhas aposentados, são abordados violentamente nas portas e imediações de agências bancárias por assaltantes sem a menor compaixão; jovens são mortos depois que lhes roubam celulares e tênis.

Ninguém em sã consciência social defende que militares saiam por aí, armados até os dentes, a executar qualquer suspeito, baseados apenas nas suas vontades justiceiras. Mas é incrível como um erro policial é explorado na mídia para manchar a tropa inteira.

Estimulada pelo lobby de Ongs com intentos ideológicos e militantes dos direitos humanos sempre equivocados no protecionismo aos criminosos, a imprensa e parte da opinião publicada tendem a estabelecer pesos e medidas diferentes na abordagem.

Dá muito mais audiência explorar a violência praticada por agentes do Estado contra presumíveis inocentes, do que narrar minuto a minuto o sofrimento dos cidadãos de bem nas mãos de bandidos. É o velho clichê do homem mordendo o rabo do cachorro.

Desde que a literatura do Novo Testamento inventou as figuras do bom e do mau ladrão, crucificados ao lado de Jesus Cristo, a cultura ocidental assimilou o equívoco de tal dicotomia, talvez um símbolo para o inconsciente coletivo do perdão dos pecados.

Nas décadas de 60 e 70 do século XX, depois que a ditadura militar no Brasil misturou nas prisões presos políticos com criminosos comuns, em que os primeiros implantaram nos segundos a consciência social, a marginalidade ganhou status de rebeldia juvenil.

Levaram ao pé da letra os estandartes do poeta Hélio Oiticica que pregava “seja herói, seja marginal” e deixaram subir à cabeça a canção de Jorge Ben, “Charles Anjo 45”, que em 1969 insinuava espírito guerrilheiro a um reles ladrão dos morros cariocas.

Junte-se a tendência da esquerda nacional em se compor com bandidos (PDT, PT e PMDB fizeram acordos eleitorais com as quadrilhas do Rio), a compaixão católica das comunidades eclesiais de base, a imprensa, as Ongs e temos o quadro dos dias de hoje.

É impressionante – para não dizer repugnante – a disposição de pseudo-intelectuais e militantes de partidos socialistas e comunistas (unidos no mesmo sectarismo do mofo ideológico) em manifestar-se de imediato quando um assaltante é morto pela Polícia.

Lembrei que há alguns anos, um soldado PM e um bandido foram feridos numa ação policial. Os dois ficaram semanas internados num hospital militar, onde o soldado só teve a visita de uma velha e pobre mãe, enquanto o ladrão era assediado o dia inteiro.

O caso me foi relatado por um secretário de Estado à época, que apesar de também professar preceitos socialistas, confessou sua estupefação com aquele cenário: um soldado abandonado no leito e um marginal rodeado de militantes dos direitos humanos.

Evidente que a histeria novelista das TVs abertas com o caso da execução de um prisioneiro pelos dois policiais tem não somente o estimulo da audiência, como também o fato de expor o sistema de segurança de um estado governado pelos tucanos.

Já se vai uma década que as verbas publicitárias do PT no plano nacional estimulam departamentos comerciais de televisão a ingerir nas editorias e pautas. A petralhada não engole o fato do povo paulista não permitir um governo vermelho em São Paulo.

Mas, voltemos ao picadeiro midiático da compaixão por meliantes. Na semana passada, um assaltante foi morto na BR 101 ao trocar balas com a Polícia e nesta semana tivemos o caso do poeta Plínio Sanderson sendo baleado por um covarde punguista de gueto.

Os dois casos foram bastante comentados nas redes sociais e gerou uma espécie de debate no Twitter, com dezenas de potiguares parabenizando a ação policial no primeiro caso e outras dezenas lamentando a violência contra o poeta e professor Plínio.

Não me foi surpresa perceber nas postagens que se multiplicavam os comentários de militantes esquerdistas, freqüentadores da cena cultural, em defesa do bandido que quis tirar a vida do poeta. Gente que acha que bandido bom é bandido muito vivo.

PERGUNTAS INDISCRETAS?

Juca Kfouri

Coluna do Juca Kfouri


Postado em 7/4/2011 às 07:40:53hs

PERGUNTAS QUE você precisa fazer para você mesmo para não perder a capacidade de se indignar, por mais que sejam repetitivas, e as respostas, insatisfatórias, escandalosas mesmo.

Por que o presidente do Comitê Organizador de Londres-2012 é Sebastian Coe, dos maiores atletas da história da Inglaterra, e, aqui, é Carlos Nuzman, que também preside o Comitê Olímpico Brasileiro, algo inédito na história olímpica, o mesmo cartola comandar os dois órgãos?

Por que, aqui, o presidente do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo é Ricardo Teixeira, o presidente também da CBF, se na França o presidente foi Michel Platini, que não era o presidente da FFF, a Federação Francesa de Futebol?

Por que, aqui, o presidente do COL é quem é, se na Alemanha foi Franz Beckenbauer, que também não era o presidente da federação local?

Por que o conjunto aquático Maria Lenk não será aproveitado para as provas de natação na Olimpíada-2016, se, quando construído para o Pan-2007, foi apresentado como trunfo para a candidatura do Rio de Janeiro?

Por que o Morumbi, há 50 anos servindo o futebol mundial, palco de jogos das eliminatórias de diversas Copas do Mundo, de várias decisões da Libertadores, do Mundial de Clubes da Fifa, não serve para a Copa-2014, um evento que dura um mês, com, no máximo, seis jogos por estádio?

Por que não há, nos dois comitês nacionais, nenhum, rigorosamente nenhum brasileiro que o país admire, alguém que tenha fé pública, credibilidade tal que ninguém o imagine fazendo coisas erradas com dinheiro público? Nenhum!

Por que a OAB não tem um representante? A ABI? As centrais sindicais? O IAB? A UNE, o Corpo de Bombeiros, o raio que os parta?!

Cadê os Ermírio de Moraes, os Gerdau, os Moreira Salles? O capital e o trabalho? Cadê?

E note que não se reclama aqui da ausência de ninguém dos poderes Legislativo e Judiciário, embora seja um absurdo que não haja, também, ninguém do Executivo, noves fora Henrique Meirelles, a APO, Autoridade Pública Olímpica, mas que, lembremos, é indicação do governo federal, não faz parte do comitê organizador da Olimpíada.

Está mais do que na hora de não engolir tanto escárnio, porque quem pagará a conta de um novo estádio em São Paulo, de novos equipamentos no Rio, de tudo, é você, sou eu, somos nós. (Folha de S. Paulo)